O charme das flechas em XWP

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Sempre achei uma coisa muito emocionante ver flechas em cena. É sexy conferir alguém segurando com firmeza um arco, mirando no alvo, controlando o ritmo da respiração, calculando o milésimo de segundo exato para então soltar o disparo mais certeiro. O bacana é que você pode ficar de tocaia e pegar o inimigo desprevenido. Mas por mais atraente que seja testemunhar essa arma trabalhando, quero passar essa vida sem sentir na pele a dor que deve ser ter a cabeça triangular de uma flecha dentro da minha carne!

Vamos dar uma olhada nos momentos mais marcantes de FLECHAS em nosso amado seriado!

1- Chariots of War logo no início da série, no 2° episódio, Xena chega a uma aldeia que está sendo atacada por marginais e é recepcionada por arqueiros invocados. As primeiras duas flechas ela apanha sem qualquer dificuldade, mas a terceira perfura sua barriga e ela cai de Argo, ficando sob os cuidados de um bondoso camponês.

2- Hooves & Harlots Xena e Gabrielle chegam em território amazona e logo uma saraivada de flechas cai sobre a mulherada, vindos sabe-se lá Zeus de onde. Quando Terreis, a princesa da tribo, é atingida, Gabrielle prontamente se arremessa sobre a moça caída, servindo-lhe de escudo humano.

3- Death Mask – Gabrielle está inconformada com a habilidade de Xena de apanhar flechas no ar, e depois de uma investida de sorte de principiante que faz uma flecha ficar cravada em seu cajado, ela fica o episódio inteiro tentando repetir a proeza – sem sucesso.

4- The Execution – Meleager não pode deixar seu julgamento pra trás, e nada melhor que uns bons disparos de flechas pra convencê-lo a voltar. Xena se lança sobre o velho para apanhar as flechas, inclusive conseguindo capturar uma com os dentes!

5 e 6 – Maternal Instincts – em sua ira pela morte de Solan nas mãos de Esperança, Xena, com a ajuda de aldeões e centauros, cerca Callisto e deixa a vilã como um totem de flechas ambulante, toda furada!

7- One Against An Army – Gabrielle está em cima de Argo, por conta do tornozelo torcido, e toma uma flechada nas paletas. E envenenada.

8 e 9- Amphipolis Under Siege/Looking Death in the Eye – as arqueiras lésbicas da lésbica deusa Atena, lideradas pela lésbica Ilainus, perturbam a terra natal de Xena em sua missão de colocar a bebê Eva no caixão. Perseguem Xena e a barda até a beira do penhasco onde é forjada a morte de Eva e Gabrielle.

10- When Fates Collide – Xena é flechada no ombro por homens de Alti e César.

11- Motherhood – na cabana de Meg e Joxer, Xena é flechada no baixo-ventre por Artemis.

12- Motherhood – no Monte Olimpo, Artemis mira em Xena.

13- Motherhood – Xena pega no ar as flechas disparadas pela deusa da caça.

14- Motherhood – a deusa da caça cai mortinha depois que Xena arremessa contra ela suas próprias flechinhas.

15- Death Mask – Já falamos acima do episódio do feio do irmão mais velho de Xena, mas dessa vez Gabrielle tenta pegar flechas de… borracha! Ela faz amizade com uma menina de um vilarejo, e usa a criança como arqueira para treinar sua “inabilidade” de apanhar flechas voadoras.

16- A Comedy of Eros – Eros, o filho do gostoso gostoso gostoso do Cupido, some com as flechas mágicas do papai gostoso gostoso gostoso e sai por aí disparando à revelia. Por que bacantes o idiota do Joxer tinha que se meter na frente da flecha que deixaria Gabrielle caidinha por Xena? Hein, hein, hein?

17- A Solstice Carol – flechas inofensivas de desentupidor de pia? Só no episódio natalino de Xena!

18- Return of Callisto – Joxer entra escandalosamente aos gritos no covil de Callisto bem na hora em que Teodorus e os outros sugismundos vão atear fogo em Gabrielle, e toma uma flechada no ombro. Nesse momento de distração geral, Xena tem a oportunidade de apanhar com o pé seu chakram preso à cintura da barbie psicótica e se soltar da cadeira onde fora aprisionada. Palmas para o Magnífico, que, mesmo sem querer, acaba ajudando!

19- A Good Day – Temecula, o jovem habilidoso com arco e flecha, mata um homem pela primeira vez na guerra de Pompeu, César e Xena. Gabrielle chora como um bebê sobre o cadáver de Phlanagus, certamente triste por ver que o ciclo de violência nunca tem fim.

20- Them Bones, Them Bones Gabrielle precisa realizar um ritual de sangue para poder entrar no Mundo Espiritual e reaver a alma do bebê de Xena que Alti engoliu, então ela escolhe um cervo na floresta e mira nele. Linda! Um dos closes mais belos da Renée.

21- A Friend in Need II – no episódio final da saga, as flechas são as vilãs da estória, muito mais do que qualquer samurai japonês ou Yodoshi. Elas são as responsáveis pela morte de Xena, porque se não fosse por causa da dor que elas causaram a ela, talvez nossa Princesa Guerreira não tivesse caído de joelhos em batalha e não tivesse perdido a cabeça!

            Alguém aí lembra de mais algum momento bacana? Comentem!

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O Encontro Xenite que teve a presença de Lucy Lawless

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por Pow Padovini

Hail Xenites!

Bom, por onde começar a escrever ? Pelo inicio? Deve ser né?… mas o Inicio já faz  16 anos, acho que alguns de vocês, que estão lendo essas minhas palavras dispersas que não sabem ao certo onde querem chegar, se identificam com um  sonho de 16 anos, outros tem esse número com o número de vezes que apagaram velinhas de aniversário. Pois é, para alguns esse é o numero de anos que o sonho de conhecer a Lucy Lawless nossa tão amada Xena vive no coração de pessoas que estavam comigo lado a lado, durante os acontecimentos que venho lhes narrar.

No dia 22/06/2012 eu vi esse sonho se tornar realidade quando pessoas que se encaixam entre as que eu citei acima estavam comigo em frente ao Navio do Green Peace, o “Rainbow Warrior III”  quando  nossa querida Lucy veio finalmente conhecer  seus fãs brasileiros. 

Agora, como eu cheguei lá, o que aconteceu para que estivéssemos na hora certa no lugar certo é isso que vim compartilhar nesse artigo. O backstage do “Encontro xenite que até a Lucy compareceu!” foi uma piada que fizemos com a própria Lucy que riu em concordância com o fato e a frase que também intitula esse artigo.

Após o anuncio de que estaria no Rio de Janeiro para o evento Rio+ 20, esperávamos que Lucy chegaria ao aeroporto  Galeão, no Rio na quinta-feira dia 21/06, onde um  grupo de Xenites que estavam se organizando para recebê-la. Eis que DO NADA recebemos a notícia  (através da Patty) de que ela já estava no RIO na terça-feira  à tarde e que possivelmente estaria presente na passeata que aconteceria na quarta-feira dia 20/06 Às 14:00h – pronto – Xenites loucos e desesperados. Eu, Chapo e Suhayla passamos a madrugada da terça-feira correndo atrás do próprio rabo procurando passagens que coubessem nos nossos bolsos,  e voos que saíssem em horários que nos permitiriam chegar a tempo. CONFUSÃO E HORAS DE PURA TENSÃO , quando finalmente às 3 horas da manhã, Chapo e  eu compramos nossas passagens, sairíamos de São Paulo às 11:20h de quarta e chegaríamos no Rio às 12:35h, Suhayla e Angel viajariam possivelmente no dia seguinte por  motivos de força maior. Chegando no Rio, ligamos para nossa queridíssima XEILA sim… XEILA com X  (alguém imagina porque?) que era nossa anfitriã e a pessoa que gentilmente nos abrigaria na sua casa. Nos encontramos na frente da igreja da Candelária e de lá fomos para o local da passeata, logo localizamos os “greens”  (pessoal do Grean Peace) e fomos ao Mc Donalds almoçar, comemos pelos olhos praticamente de medo de perder a chegada da Lucy, nosso  motivo por estar ali. OK, devidamente disfarçados de ativistas fervorosos de Green Peace, com plaquinhas, apitos e a musiquinha deles impregnada  em nós, ( até na hora de dormir a gente murmurava ela.. aiai) recebemos a informação através de um contado do Ricardo (um dos Xenites Cariocas), de que deveríamos estar perto de “ Kumi Naidoo” -chefe da organização ambientalista Greenpeace-  um camarada muito importante no Green Peace com quem Lucy estaria.

Pois o individuo chega… (segundos sem respirar) e olhos atentos procurando pelos olhos azuis inconfundíveis da nossa Diva… e…. NADA. Lucy não tinha aparecido, e, embora não tenhamos perdido a fé começamos a mover nossos pausinhos para obter mais informações.  Continuamos na passeata Eu, Chapo, Xeila, Jessica, Ricardo, Drika,  Thatiane e filho dela nosso Xenitinho,  fazendo algazarra, quem me conhece sabe que eu  tava lá pulando e fazendo dancinhas enquanto a Chapo como quem conhece ela sabe bem, fazia aquela cara de: “ ¬¬” kkk aiai. Em determinado momento nos perdemos uns dos outros, e , quando nos reencontramos descobrimos que Ricardo e Jessica tinham seguido Kumi Naidoo e perguntado à ele sobre a  Lucy, ele por sua vez, gentilmente disse que ela estava no Rio Centro e que não estaria ali naquela quarta –feira semi chuvosa.

DEPRESSÃO  quando nos demos conta  de que não ia acontecer ali, afinal, havia tanques de guerra guardando a entrada do Rio Centro,  e nem de binóculos conseguiríamos ver a Lucy Lawless lá, sendo assim, decidimos em grupo como faço questão de ressaltar,  aconteceu em TODAS as decisões, que tentaríamos encontrá-la no dia seguinte, um momento de emoção que compartilhamos  foi o choro de Jessica que não conseguiu segurar e desabou em lágrimas, sendo animada por  todos ali … que lindo de ver… de verdade. 

Todos estavam  tristes, desanimados e frustrados, porém, os que conseguiram não cair, usaram o resto de forças que tinham  pra levantar quem precisava… A beleza de ser Xenite.  Decidimos que no dia seguinte quinta-feira de manhã nos encontraríamos em frente ao Pier Mauá, onde estava atracado o Rainbow Warrior III, e que decidiríamos o que fazer ou pra onde ir após visita-lo. Já sabíamos à essa altura que Suhayla e Angel se juntariam à nós no píer, então fomos pra casa da Xeila, Eu,  Chapo e  Drika, tomamos um banho quente depois de horas no bus pra chegar lá – Gente… o metrô do Rio chega a ser pior que o de São Paulo, tipo, não cabia literalmente NINGUEM no metrô e  os taxis não paravam  por nada e enfim… sobrou o bus… HUNF… – compramos  comida e bebida, Chapo improvisou um drink com suco maguary de pêssego e vodka, fomos apresentados à deliciosa Mostarda doce que a Xeila ofereceu  e  assistimos Xena,  END GAME  foi  o escolhido do dia enquanto Drika dormia (eu vi Drika).

 No dia seguinte, fomos nós pro Pier e para nossa surpresa muitos outros Xenites se juntaram à nós. Chegaram:  Angel e Suhayla (como previsto) e  Mariana, Mel, Olivia, Bruna, Erika e Thania, Alem da Jéssica, Ricardo e Thatiane e o filho dela que já estavam na luta no dia anterior.

De lá tiramos várias fotos,  brincamos e fomos pra fila que nos levaria ao interior do navio e de lá para o lugar onde esperaríamos Lucy aparecer. Na fila rolou de tudo, piadas, estresse, cansaço, calor,  risadas, mais risadas enfim, interação. Chegada nossa vez de fazer o tour, nosso “ guia” um dos greens, me reconheceu da passeata do dia anterior… PRONTO , perguntei o nome dele- Rafael- me apresentei  batemos um papo e  fomos todos para o tour, Rafael já era um contato nosso ali, alem da Patty claro, que  naquela altura estava insegura conosco com medo de ser prejudicada por passar informações, o que eu acho completamente compreensível afinal ela poderia ser punida e etc.  Sendo assim, nada melhor como arrumar contatos com quem não tinha nada a perder. Ele foi um deles e de fundamental importância.  Depois de terminado o tour, com direito à uma sueca falando português, um ursinho panda pedindo pra salvarmos a Amazônia ( ownnnn ), eu passando atrás da reportagem da Rede Record (não poderia ser outra emissora, claro) com o Chakram na mão e dando tchauzinho,  colocar o chakram no “volante”  do Rainbow e o tripulante querer pegar na mão porque achou muito bonito – Não é irritante eles estarem alheios à Lucy que estaria ali do lado deles, enquanto a gente morreria por um OI  dela?-.

Terminado o tour,  fomos  tirar uma foto do grupo reunido  para enviar para o Twitter da Lucy, Mary D. e pra Sharon, empresária da dela, através do facebook.

Feito isso, nos apoderamos de todos os sofás, pufes e poltronas que estavam à disposição dos visitantes do evento que embora fosse ao lado do Green Peace, não fazia parte dele, era o lugar onde os expositores e palestrantes estavam, lugar esse onde poderíamos ficar até as 20:00h quando tudo fechava. Depois de devidamente acomodados, nos NOSSO SOFÁS – e ai de que falasse o contrário – quando menos esperamos nos deparamos com o Luis Carlos chegando, a Gisele  o Marcos e a Thais. Em determinado momento do dia, fui até o Rafael para perguntar se ele sabia da vinda da Lucy e qualquer informação que ele pudesse oferecer, ele por sua vez, me apresentou o Bernardo, que certamente vai pros campos elísios depois de toda a ajuda.

Bernardo era a pessoa que tinha TODOS os contatos. Depois de explicar a nossa situação, quem éramos, ele ligou na nossa frente para a “Cris” que estava junto com a Lucy no Rio Centro, e que tinha contato direto com a Brigitte que era a assessora dela que estava acompanhando aqui no Brasil. Na ligação Bernardo perguntou pela Lucy  e  se ela viria para o píer naquele dia, a Cris respondeu que ela estava lá pela manhã deu entrevistas e que já havia saído, e que ela teria o resto daquele dia livre, sem compromissos com o Green Peace e que por isso, não saberia dizer exatamente onde ela estaria, mas, que assim que a visse ou soubesse dela entraria em contato com o Bernardo que entraria em contato comigo que avisaria ao restante do grupo UFA. Pois bem, mais tarde nesse mesmo dia, Bernardo nos avisa que Lucy participaria da festa que acontecia no Rainbow no dia seguinte (sexta-feira)  com o pessoal do Green Peace e que provavelmente ela não apareceria antes das 19:00h já que a festa não começaria antes disso, comovido pela nossa devoção, até comentou: “Assim vocês podem dormir até mais tarde, curtir o dia e voltar só quando estiver perto das 18:00h” (diz, não é uma pessoa MUITO legal? Sendo que ele não tinha a  menor Obrigação?)  Uma vez que passei a informação ao nosso grupo, aproveitamos o dia pra nos divertimos e  interagir afinal não deixava de ser um encontro Xenite, altas horas discutindo fatos em Xena com  Luis Carlos e levantando teorias e mais teorias a respeito de tudo e todos, como é do feitio do Luis Carlos. Ficamos papeando em grupo por bastante tempo, super divertido e o grupo todo curtindo foi uma tarde muito legal.  Aproveitando que estávamos ali, resolvi fazer amizade com os seguranças do local e deixa-los familiarizados com a nossa presença, afinal estaríamos ali no dia seguinte, falei com vários até que, um deles  – Flavio – simpatizou com a nossa causa me deu informações de com quem falar no caso de precisarmos de autorização especial para permanecermos no local além do horário de funcionamento e me explicou quem mandava em  qual área e assim fiquei ciente de com quem falar em eventuais situações.  O dia terminou fomos todos pro Mc Donalds onde ficamos mais algumas horas falando de Xena e Gaby, e rindo muito.

Já éramos um grupo unido. Decisões em conjunto, informações passadas de forma organizada já tínhamos o respeito de quem nos observava, afinal um monte de gente reunida o dia todo em frente ao Navio gera especulações. Especialmente dos responsáveis pela segurança do local. Terminado nosso lanche de volta à casa da Xeila dessa vez de taxi,, fomos pro banho renovador nosso de cada dia, comida e papo pro ar

– NOTÍCIA BOMBÁSTICA –  Lucy Twittou que estaria no Pier Maua na sexta feira, (confirmando o Bernardo) e convidou todos à assinarem a petição a favor do meio ambiente e terminou dizendo “ see you there” (encontro com vocês lá) -XENITES AO DELÍRIO- Lucy sabia que estávamos à sua espera uma vez que twittamos uma foto do grupo esperando por ela no dia anterior, esse novo tweet era ela nos convidando à vê-la.  Suhayla e Angel também dormiram na casa da Xeila depois de muita conversa, risos e comida fomos dormir tranquilos na certeza de que nos encontraríamos com Lucy no dia seguinte, porém como ela disse que estaria no Navio, não pensamos duas vezes em montar acampamento logo cedo,  e então… Pow, Suhayla e Angel acordaram de conchinha KKKK  enquanto Chapo desfrutava do seu aposento real, o colchão no chão.

Já no Pier nos reencontramos com o restante do pessoal, e fomos para nossa salinha improvisada, tinha até mesinha de centro. Fizemos um chakram a partir de uma desses pratinhos de  bolo, e todos assinaram, inclusive  Juliana  que chegou depois com sua mãe – uma querida – e a Cristina, que chegou bem depois no grupo mas, já estava ali ha algum tempo sem se identificar como xenite.

 Em algum momento desse dia  fui até o pessoal do Green Peace e perguntei sobre a chegada de Lucy, já era tratado como representante do Fan clube dela ali, e isso abriu portas para que me atendessem de forma decente. (desculpas a quem é de fato o dono desse título de representante). Em uma conversa com o responsável pela logística do evento ele me disse que ela chegaria por volta das 16:00h mas com possíveis atrasos,  e que perceberíamos a movimentação do pessoal para recebê-la. O grupo entrou em estado de euforia afinal, Lucy estaria ali em poucas horas.

Controlada a emoção,  cada um  se preparou para o tão sonhado encontro da forma que achou melhor, mas o primordial era sermos o menos alvoroçados e histéricos possível para assim ganharmos mais “atenção” da nossa Diva. O dia foi passando… 16:00h e nada da Lucy, 17:00h, 18:00h, 19:00h e nada. A frustração e o medo já estavam tomando o lugar da euforia e alegria. Tínhamos somente até às 20:00h de permissão para ficarmos ali, eu já havia falado com a chefe de segurança do evento e com um dos greens que era muito influentes ali e  nenhum deles  poderia nos dar uma autorização para ficarmos ali além do horário de funcionamento. Sendo assim, o Plano era ficar legal ou ilegalmente na “ ZONA NEUTRA” que seria a parte pós grade de proteção e pré  linha de ferro que dividia território da marinha (Coisa de 2 metros entre grade de proteção e essa Linha de ferro que parecia um trilho de bonde no chão). Ficaríamos ali no meio,  rezando pra nenhuma das duas partes ousar nos mandar sair, já que não saberiam de que “setor” estamos participando. Entrei em contato com o Bernardo, pedindo socorro, ele não estava ali, e provavelmente demoraria a chegar o que não nos adiantava muito já que estávamos lutando contra o relógio, mas… como a esperança de FATO é a última que morre, resolvi falar com um pessoal do Green Peace que estavam sentados do lado de dentro da grade, onde clandestinamente pretendíamos ficar.  Cheguei com o que os xenites caracterizaram como o “jeitinho Pow de falar” e comecei um diálogo com eles… todos gringos sabe DEUS de onde, haha. E daí veio a piada do dia: “ eles: NO ENTENDO, NO SPEAK” eu: “ENGLISH??” eles: YEAH!!!” eu: “OK EU TAMBÉM FALO”.  Daí, seguiu-se o diálogo em Inglês, e POR ZEUS, pra nossa sorte, tínhamos notado que umas mulheres altas, loiras e de olhos claros sendo tratadas como gente importante circulavam por ali durante o dia, e uma delas estava ali na hora que eu conversava com eles, despretensiosa só  ouvindo meus pedidos à esses homens pra poder permanecer ali, só pra ver a Lucy, e explicando que o grupo estava ali há dois dias, e toda a nossa saga que poderia  ser em vão, por causa de 30 minutos de tolerância da segurança bla bla bla.  Eles chamaram o responsável que por azar era o mesmo que eu havia falado antes “Agnaldo” que embora muito simpático e paciente, não podia fazer nada pra ajudar.

O Desespero bateu, e o plano de “invasão” da área neutra ainda era nossa melhor e única opção. Quando depois de uns 10 minutos, essa loira alta, volta com um dos greens dando a notícia  de que ela tinha ouvido o meu pedido, e que  entrou em contato com a Lucy,  que chegaria em uma hora e nos receberia nem que fosse fora do evento, no portão de entrada.. ali… na rua!!!Preciso dizer o que  aconteceu nessa hora??? PRECISO, a galera se conteve, como o combinado, sem gritos, sem desespero, FÃS ORGANIZADOS,  reafirmamos o combinado: que eu (por decisão do grupo) abordaria Lucy e nos apresentaria. Pois bem, Lucy chega, meu coração parou  por um segundo  e voltou a funcionar quando eu avisei o grupo: “ A  Lucy chegou”  todos se seguraram e vieram até a grade para vê-la.  Para a nossa total surpresa Lucy  veio à nossa procura, tipo, CADÊ ELES????  filmando a gente com o celular dela toda feliz. Eu nos apresentei,  e como estávamos divididos por uma grade ela procurava um lugar para subir… estávamos preparados e até separados por duplas para tirar nossas fotos com ela pois tínhamos sido orientados pela “assessora”  a tirar fotos em  pequenos  grupos e  sonhávamos com no mínimo duplas, porque dessa forma todos  poderiam abraçá-la na foto, quando eu pergunto: Você quer subir, ou prefere que   a gente desça?  Ela me respondeu: “ OH… boa ideia, desçam um a um e vamos  tirar as fotos individuais e depois  tiramos uma em grupo” #MORRI! #RESSUSSITEI  E AVISEI:  galera! Foto de um a um… FILA! E fui tirar a minha foto, ela tão linda, tão simpática, sorridente. E assim fomos todos nós tirando nossas fotos, eu era o câmera “oficial” para facilitar o lugar pra onde ela  iria posar pra foto, e a Suhayla filmaria tudo.  Durante a sessão de fotos íamos falando com ela, perguntei sobre as caipirinhas, falamos da nossa espera, perguntei se ela se lembrava de nós em Los Angeles na Con e ela disse espantada: “YESSS!!!!!” foi INCRÍVEL!  Ela falou algumas palavras em português “ tens uns olhos lindos” e relacionado às  caipirinhas disse que havia bebido duas  caipirinhas mas “com poquito açúcar” Foi uma linda! Não sabíamos se ela toparia dar autógrafos, até a Chapo que ficou por última justamente pra pedir o autógrafo depois de todas as  fotos, porque se ela negasse, já teríamos as fotos,  e não é que ela foi até a bolsa dela pra  pegar uma caneta própria pra isso  e assinou o Chakram que a Chapo fez, assinou minha camiseta que usei na COM usando a Chapo de “mesinha”, assinou  a roupa da galera e deu um autografo pra cada um com dedicatória e etc.   Sempre sorrindo e  brincando que não queria ouvir reclamações das mães de ninguém por ter assinado na roupa. Tiramos também nossa foto em grupo com ela, o que acreditamos ser inédita, alguém já viu uma foto da Lucy no meio de um montão de Fans? Ela levou nosso mascote, o chakram feito de um prato de bolo, assinado por todos nós, e foi aí que eu traduzi pra ela o que estava escrito “Encontro Xenite Rio + 20” a  disse a frase que citei no começo desse artigo: “ Até a Lucy Lawless compareceu” haha.

Enfim, o momento mais intenso pra mim, foi quando pude dizer à ela que estávamos ali por três dias, e que aqueles minutos com ela  valiam toda a espera, depois  de tanto tempo sonhando em  conheça-la (detalhe de  todo mundo parado pra ouvir e ela me encarando nos olhos, ouvindo, comovida) o que para  a muitos era uma oportunidade única devido à dificuldade de ir até uma XenaCon, e que dessa  vez ela estava na nossa terra e que nos estava dando atenção, e que aquilo era mais do que sonhamos um dia. Ela sorriu,  comovida e chocada,  eu agradeci em nome do grupo. Olivia e Mel, compraram uns presentes pra ela em nome do Grupo, uma  “caipirinha maker”  com a receita em inglês e uns colares ( arrasaram no presente) expliquei  o que era e ela  fez uma cara de “ OMG!!! QUE DELICIAA!”  momento que  também mereceu muita atenção. Ela até twittou que usou os colares, que linda! E assim, no final do nossos 20 minutos com ela, dei um beijo na sua mão, ela me puxou e me abraçou forte, jamais  vou esquecer aquela respiração com a Lucy, acenou pro grupo fez uma reverência, sorriu e foi para o navio. Todos nós estávamos em estado de choque… gritamos, choramos, rimos, emoção à flor da pele. E  termino esse artigo dizendo que  foram  3 dos melhores dias da minha vida, na companhia de todos vocês, compartilhado as emoções que tento compartilhar com quem  não pode estar lá através destas palavras,  e digo que: começar um grito de guerra da Xena, depois de abraçar a Lucy Lawless e ver mais 19 pessoas em coro continuando e terminando o grito… definitivamente NÃO TEM PREÇO!

 

Video 1 Vídeo 2 Vídeo 3

 

Segue alguns Depoimentos dos Xenites que estiveram presentes:

Já é muito difícil conseguir descrever tudo o que senti naquele dia, e o mais difícil ainda é conseguir resumir todo esse sentimento. Não tenho como explicar, meu coração borbulhava querendo explodir de tanta emoção. Foram mais ou menos 12 anos de espera; Doze anos acreditando que esse sonho jamais se realizaria. Eu aqui, Lucy a milhões de km distante de mim. Mas chegou o dia, o tão esperado. Ela veio. Conhecê-la foi uma das melhores experiências. Conhecê-la me fez sorrir, e isso que valeu à pena esperar por todo esse tempo. Amo demais!  

Bruna Mailly

Conhecer Lucy Lawless para mim era tão importante, que não havia um dia em que não pensasse nisso. Eu nunca vou esquecer de nenhum daqueles xenites que estiveram ali,  algo tão raro e especial como o alinhamento de planetas. Eu nunca, em meus sonhos mais loucos, imaginei que fosse conhece-la dessa forma, a amo ainda mais. Quero muito agradecer a Deus, a minha mãe, a Jéssica(pelas mensagens), ao Pow(por ter sido nosso organizador e por ter falado pra Lucy que meu nome no facebook era Julliana Lawless), a todos que eu adorei conhecer e  Lucy Lawless, que fez tudo valer a pena, só com o sorriso e a presença dela.

Julliana Lawless

para mim foi incrível está lá no Pier Mauá esperando para realizar um grande sonho! E realmente conhecer a Lucy Lawless pessoalmente, para mim vai ser inesquecível esses dois dias,lá.E quando penssavamos que a Lucy não iria aparecer, ela chega sorrateiramente para espanto e alegria de todos..Ela é realmente maravilhosa.Bom também quero agradecer a todos os xenites que estavam lá compartilhando esse momento que para mim foi um dos melhores da minha vida,OBRIGADA!

Thania Mara

Simplicidade é seu nome, doçura, seu sobrenome.  A acessibilidade que dava aos fãs e a humildade me conquistaram. Li sobre sua família, onde morava, acompanhei a invasão do navio, sua campanha pelo Ártico, as audiências na justiça, Spartacus, show, duets.  E percebi que estava totalmente enlaçada pelo seu chicote mágico de bondade, franqueza e beleza. Essa é a Lucy que não só foi fictícia, mas que agora se tornou real, que correspondeu mais que totalmente a minha expectativa. Bonita por fora… linda por dentro. O encontro com esta verdadeira guerreira me encheu de esperança e de AMOR

Cristina Pinho

Descrevo Lucy Lawless como incrível, extraordinária a forma como ela como ela tratou cada um de nós com carinho e atenção só me fizeram admirar e amar ainda mais a pessoa que ela é. E com tudo isso aprendi uma lição, nada é impossível se você tem um sonho, lute corra atras se arrisque, mais mais não desista pelo os outros vão dizer, pois no fim a vitoria é sua e não dos outros. 

Nick Fasb

Lutei junto a amigos queridos e guerreiros pra que conseguíssemos realizar aquilo que já não era mais meu, mas de todos nós. Estar com a Lucy foi uma das melhores sensações da minha vida! Poder abraçá-la e dizer que a amo foi indescritível. Inesquecível também foi a expressão de cada um dos meus parceiros. Éramos as 20 pessoas mais felizes do mundo. Obrigada amigos, obrigada Lucy. Amor incondicional e eterno!

Mel Schocair

Confesso a voces que o panorama desenhado,antes do desfecho de tudo indicava que seria uma situaçao rapida,mas a nossa estrela  ter chegado quase se atirando,nos nossos braços foi algo inimaginavel.Sabe….o unico senao foi o fato de alguem te-la chamado de Xena e como sabemos,ela nao gosta muito de ser chamada pela personagem,mas de modo pretensioso digo a todos que a guerreira é sim uma parte dela.Agora amo tambem, a pessoa,o ser humano que Lucy é! Isto sera minha melhor lembrança que guardarei comigo: amizade,carinho,energia,…nao so dela como tambem de todos que ali se encontravam.
 O AMOR É O CAMINHO!!

Luiz Carlos

Agradeço a todos os xenites que, durante esses últimos dias, estiveram comigo. quanto a “Luxy Lawlexx”… Sem palavras né gente? Ela é TUDO o que esperávamos e MUITO mais. Eu ainda estou aérea, estou nas nuvens mesmo! Está difícil acreditar que isso aconteceu. Hoje eu a vejo de uma forma diferente. Não sabia que era possível, mas meu amor por ela AUMENTOU. Não consigo assistir um vídeo ou visualizar alguma foto de Lucy sem me emocionar, pois tudo me remete aos, aproximadamente, vinte minutos mágicos que passamos com ela. BELIEVE IN YOUR DREAMS!

Jessica Oliveira

Lucy foi muito mais do que eu JAMAIS esperei. Ela foi… PER-FEI-TA! De FATO não há descrição melhor para ela. Estar com ela alí, em minha frente, depois de TUDO que passamos, e eu não me refiro apenas aos 3 dias de espera , mas sim a TUDO, tudo mesmo, foi mais do que especial, foi simplesmente EXPLENDIDO.

Olivia Lassance

 

FOI PERFEITO! Isso parece ser unanimidade entre os que dividiram a emoção daquele momento, porque superou todas as expectativas; foi como ganhar uma final de copa do mundo nos pênaltes e não estou exagerando. Não foram as fotos e os autógrafos que os fãs guardarão como relíquias sagradas, mas o carinho, a atenção individual, o olho no olho, as brincadeiras, a troca, o sorriso (ah, que sorriso!), quando apenas esperávamos só um “Hi guys!” e um aceno… por isso não dá pra descrever a emoção. Foi realmente especial. Acreditar nos sonhos: estamos fazendo isso certo.

Xeila Araújo

 

A eterna Xena, que chegou e nos pegou de surpresa chegando de mansinho.  Conhece-la foi algo que para descrever é bem difícil, pois depois de toda a nossa espera ela conseguiu superar todas as nossas expectativas e se mostrou receptiva, doce, carinhosa, atenciosa e todos os outros adjetivos que se pode usar para ela. Antes de conhece-la agradeceria por ela ter feito Xena, um personagem que me ensinou muitas coisas da vida, mas agora também agradeço a Lucy Lawless, por ser Lucy Lawless.    

 

Ricardo Azevedo

 

Olhar Lucy Lawless de perto, sussurrar em seu ouvido que ela tenha uma ótima estadia no Brasil e que se divirta como nunca! Ela me agrdecer e me usar de mesinha de apoio pra escrever seus autógrafos. É de longe uma das maiores emoções na vida de um Xenite. Pude beijá-la na CON e sentir sua simpatia. No RJ TVE a constatação do ser humano lindo –por dentro e por fora- que ela é e a inspiração de toda uma vida, vale a pena em 2 minutos de atenção dela. Obrigada à Lucy e a todos os Xenites que choraram essa emoção comigo!

Chapo

 

Ver essa mulher fantástica do outro lado da tela por 7 anos e de repente ela está ali do meu lado….ao alcance do meu abraço é algo que não dá pra descrever com palavras!
É uma emoção inesquecível….eu ainda sinto o cheiro dela perto de mim e galera a Lucy é muito cheirosa!!!!!!!!!!
Quando ela olhou pra mim…foi a coisa mais perfeita do mundo!!!!!!
Abraça-la quase fez meu coração parar!!!
Sabe faltam adjetivos pra descrever aquela noite….
EU SEREI XENITE ATÉ O DIA EM QUE EU MORRER!!!!!!!!!!!
LUCY LAWLESS LINDA!!!!!!!!!

Giselle Mariane

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Segundo ela, sempre há testemunhas de nossas maldades!

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Este mês, a protagonista do Bitch Power, fruto de uma parceria entre eu e a Aryane Mello, é nada mais, nada menos que Paola Bracho, uma das maiores vilãs das novelas mexicanas. Como não poderia deixar de ser, é óbvio que a nossa vilã favorita dos dramalhões tinha que ter a sua marca registrada aqui, até porque, consegue ser adorada pelos fãs, mesmo com o nome “bitch” impregnado em sua alma.

Para iniciarmos a análise da nossa personagem, é necessário que contextualizemos o seu papel.

Paola Bracho é irmã gêmea que foi separada de Paulina Martins – ambas brilhantemente interpretadas pela bela atriz venezuelana Gabriela Spanic – e casada com Carlos Daniel, interpretado pelo ator que participou das três novelas da trilogia das Marias, interpretadas pela Thalia Fernando Colunga. As duas foram separadas e construíram vidas completamente distintas, construindo uma rima em relação à personalidade má da vilã, Paola, e do bem da boa samaritana, Paulina.

O título da novela, “A Usurpadora”, propõe o desenrolar de um plano maquiavélico bolado por Paola, onde a gêmea boa, Paulina, é obrigada a se passar por ela em sua casa, perante a sua família – onde há mais pessoas que a odeiam do que lhe querem bem- e, como não podia faltar, a todos os seus amantes e inimigos; tudo isso enquanto a verdadeira Sra. Bracho curte a vida adoidada, sem precedentes, e sem um pingo de responsabilidade, regada a cigarro, sexo, álcool, dinheiro e luxo.

Assim como a Xena má, Paola possuía diversos amantes, todos belos e encorpados, despontando uma personagem adoradora dos métodos de sedução; sem citar a sua beleza completamente notável em qualquer ambiente.

E é tão grande a crueldade da personagem que, além de dar conhaque à uma Senhora de idade já alcoólatra e necessitando de uma reabilitação, ao receber a notícia de que o seu marido foi baleado, começa a rir desejando a morte dele, na maior cara de pau, o que, por acaso, acabou resultando em uma das cenas mais engraçadas da novela:

E suas maldades estão longe de parar por aí, já que se finge de cadeirante por bastante tempo para infernizar a vida dos Bracho e tentar transformar a irmã em ‘escrava’ pessoal, fingindo estar deprimida para conseguir a compreensão da gêmea boa:

A personagem se destacou tanto na cultura popular por ser extremamente cruel, fria, calculista e sarcástica, que acabou caindo nas graças do público; por isso, quando nos referimos à cultura popular, não precisamos nos limitar apenas aos mais aficcionados por novelas mexicanas, já que os bordões, ou, neste caso, as expressões, bastante conhecidos na mídia que acabaram parando na boca até de gente que nunca assistiu à novela, e apenas conheceu Paola pelo boca-a-boca, ou pela internet, como:

“Sempre há uma testemunha de nossas maldades… Lalinha, Elvira… mas os mortos não falam (vídeo abaixo)”

 

 

E, ainda, o bem conhecido “Ah Meu Deus!, que vergonha!”:

Os fãs de Xena certamente conhecem a personagem, já que a dubladora dela aqui no Brasil é a mesma da Princesa Guerreira, ou seja, Sheila Dorfman que, como todos sabem, fez um trabalho brilhante na nossa série favorita. A versatilidade da dubladora contribuiu significativamente para que Paola não nos desapontasse como de fato, não nos desapontou.

Uma das características mais marcantes não somente da vilã em análise, mas também de todas as de novelas mexicanas, é o requinte de crueldade. Chega até a ser assustador, a ponto de nos fazer querer que a mocinha saia vitoriosa e a novela acabe logo para vermos ela sã e salva; coisas que deixariam vilãs de novelas da globo de cabelos em pé.

A novela “A Usurpadora” foi transmitida no Brasil, pela primeira vez, em 1999, com mais 3218329832983 três reprises depois de sua exibição original, na faixa das 20h00. Recentemente, teve sua retransmissão encerrada pelo canal TLN, da Televisa, com contrato apenas pela TV a Cabo da Oi. Espera-se uma nova reprise até o final deste ano no SBT.

Para finalizarmos no clima de maldade, fiquem com as dicas fornecidas pela nossa tão adorada vilã:

Até mês que vem!

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Os 10 mandamentos Xenísticos

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Esse é um tipo de artigo “Por que não?”.

Pensei nos dez mandamentos cristãos e me veio na cabeça, “Por que não fazer o mesmo com Xena?”

Mas por favor, se existir algum Xenite absurdamente religioso, nem se dê ao trabalho de ler. Agora, se você é um Xenite delícia… Já sabe o que fazer!

1º – Amarás XWP sobre todas as coisas.

Esse é muito fácil! Quem ainda não ama XWP sobre tudo e todos? Não conheço ninguém!

Não, você não vai amar primeiro o seu cachorro, só porque ele te faz compania e nem sua mãe, só porque ela te deu leite quando era pequeno.

Xena te deu a vida! Você só é quem é hoje, por causa de Xena! Get over it!

 

2º – Não falarás o nome de Xena em vão.

Sempre tem aquelas briguinhas entre namorados onde um sempre acusa o outro de dar atenção mais ao Playstation 3 do que a namorado(a). No seu caso, sempre dizem que você prefere Xena! É isso aí, joga na cara que você prefere mesmo e a pessoa que lide com isso. Agora, quando pronunciarem “Xena” no meio de uma briga, dê três tabefes seguidos na cabeça do indivíduo e manda lavar a boca com água e sabão.

Poucas pessoas (Xenites) tem o direito de pronunciar tal palavra santificada.

 

3º – Não roubarás os Dvds de Xena.

Eu sei que sua paixão é infinita, que borboletas voam no seu estômago só de ouvir a entrada da série… Mas venhamos e covenhamos, não precisa sair roubando os dvds daquele seu amigo Xenite que te convidou a tomar um chá, enquanto assistiam a série. É feio! Não tem perdão! Afinal, se ele tem os dvds, é porque faz parte da nossa nação e você não tem o direito de tirar dele algo tão precioso. Nem mesmo se for dvds piratas!

Tem tanta gente boa e honesta por aí fazendo cópias e vendendo XWP… Arrume um emprego e compre, Xenite vagabundo!

 

4º – Não matarás como a Evil Xena.

Era só o que faltava né? Sair por aí fazendo o psicopata, dando o WarCry e enfiando espetos de churrasco nas pessoas como se fosse a super onipotente Xena.

Você não pode fazer isso!

Primeiro: Você não tem um exército fodástico pra te dar suporte. (e depois te fazer passar pelo túnel do soco)

Segundo: Você não tem a desculpa esfarrapada de que algum imperador gostoso te deu um pé na bunda.

E Terceiro: Nenhuma Gabrielle vai aparecer na sua vida pra te salvar do seu lado negro.

Ficou claro?

 

5º – Honrarás Herodottus e Hécuba.

Já pensaram o que seria de nós se os pais de Gabrielle não tivessem fornicado gregamente e depois, dado a luz a barda loira que acompanharia Xena pela vida de guerreira afora?

Não, melhor nem pensar…

 

6º – Não cometerás falso testemunho Subber.

Eu sei que, mesmo sendo subber, você já teve aquela queda pelo Ares, ou pelo Lúcifer, ou pelo Ulysses… Ok, Ulysses não né… Não minta quando perguntarem! Afirme! Seja sincero! Não é pecado se sentir excitada pelo Deus da Guerra, nem pelo Cupido, nem pelo Hércules… Ok, Hércules tbm não né…

 

7º – Odiarás a Record com força.

Simples. Temos motivos de sobra pra mandar a Recort pro quinto de Tártarus! Então, faremos bonitamente e boicotaremos todos os programas!E quando ficarmos famosos, recusaremos qualquer convite de participação da Fazenda.

 

8º – Sonharás forevermente com um XenaMovie.

É o karma de todo bom Xenite acreditar na fantasia de que um dia, o Tapetão vai acordar de uma noite bem movimentada com a LL e vai atrás dos direitos da série e finalmente, fazer um filme!

Que saco, será que é tão difícil? Tem tanto filme merréca por aí e a gente aqui, nesse sofrimento constante…

 

9º – Fingirás que todos os episódios são bons.

…E assistirá Married with a fischdjisj várias e várias vezes, sem reclamar, com um sorriso lindo no rosto, como se Gabrielle estivesse fazendo um super Stripper de sutiã grego, a lá Old Ares Had a Farm.

 

10º – Não terás vergonha de gostar de XWP.

Sério, se depois de todos esses mandamentos divinos você AINDA tem vergonha de admitir pra escola toda, em um microfone, em cima do palco, que AMA XWP, se jogue da primeira ponte alta que encontrar. Com sorte, encontrará o Miguel lá em riba e ele dará um jeito de te fazer voltar, caso se arrepender dessa blasfêmia maldita!

Respeitem os mandamentos Xeniticos, ou vossa alma arderá no mármore de Tártarus!!

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Uma heroína da cor do arco-íris… literalmente

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Na edição de junho, a Chapo fez um artigo dedicado a dois eventos LGBT no mundo dos quadrinhos: o casamento do herói Estrela Polar com seu parceiro, Kyle Jinadu, na Marvel, e o Lanterna Verde saindo do armário, na DC. Isso me deu vontade de escrever sobre a minha heroína favorita do mundo dos quadrinhos. Então, xenites e leitores esporádicos da RX, conheçam Karolina Dean, uma das heroínas mais coloridas da Marvel. Mas, atenção! Esse artigo contém spoilers de “Fugitivos” (Runaways).

O início

Karolina levava uma vida relativamente normal para os padrões de Los Angeles. Ela era filha de Leslie e Frank Dean, astros de Hollywood, que uma vez por ano se reuniam com mais 5 casais para discutir projetos filantrópicos… pelo menos, era isso que eles diziam. Quando Karolina tinha 16 anos, ela e os filhos dos outros casais (Alex Wilder, Nico Minoru, Gert Yorkes, Chase Stein e Molly Hayes) descobriram a verdade sobre os encontros anuais de seus pais: os adultos faziam parte de uma organização conhecida como “O Orgulho” (The Pride -e, não, não é The Gay Pride), e que, ao invés de praticarem caridade, eles sacrificavam vítimas em nome de criaturas antigas, os Gibborim. A ideia era acabar com a raça humana e começar tudo de novo… O plano de sempre, sabe como é.

Os seis adolescentes tentam avisar as autoridades sobre os crimes que suas famílias estavam cometendo… só para descobrir que ligar para a polícia de Los Angeles dizendo que seus pais são super-vilões é considerado trote. Eles então decidem fugir de casa e tentar impedir o Orgulho e suas atividades maléficas. Na fuga, acabam descobrindo algumas coisinhas, como o fato dos pais de Nico serem feiticeiros e dela mesma ser capaz de praticar magia. Ou que Molly, com apenas 11 anos, é uma mutante dona de uma super-força que a torna capaz de dar uma surra no Wolverine (sim, aconteceu).

Já Karolina descobre que ela e seus pais pertencem à raça dos majesdanianos, extraterrestres luminosos, iridescentes e visualmente fluidos, muitas vezes com ondas de luz colorida girando em volta do corpo que tem forma humanoide. Karolina também descobre que, é capaz de disparar raios de luz, e que seu sangue é composto de luz solar, o que inviabiliza um ataque de vampiro.

Mas, peraí: como é que ela não sabia que era um arco-íris ambulante? Bom, quando Karolina era criança, ela foi “diagnosticada” como alérgica à penicilina, e passou a usar um bracelete médico, que indicava isso… O tal bracelete era feito de um tipo de metal alienígena que suprimia os poderes majesdanianos da jovem Dean.

Depois de fugirem, os adolescentes começam a morar num esconderijo, o “Albergue”, onde escolhem seus codinomes -Karolina se decide por “Lucy in the Sky”- e se preparam enfrentar o Orgulho. Entre a fuga e a batalha final contra os progenitores vilões, muitas coisas acontecem, não só no ramo heroico. Vemos, por exemplo, como os Fugitivos se organizam como grupo. Karolina aparece como aquela que, apesar de ter super-poderes, tenta resolver os conflitos através do diálogo ao invés de partir pra briga, em algumas atitudes bem Gabrielle. Além disso, ela é leal aos amigos e diversas vezes ela se coloca em risco para garantir que os outros consigam escapa (lembram que eu falei de um ataque de vampiro? Pois é, Lucy in the Sky arriscou seu pescoço -literalmente- pelos outros Fugitivos.).

“No, not Alex.”

Desde a primeira edição de Fugitivos, temos algumas pistas sobre a sexualidade de Karolina. Ela está sempre elogiando a feiticeira Nico, dizendo que a acha muito sexy, e querendo ficar perto dela. Mas até então, isso poderia ser visto só como admiração. A situação muda na edição n.º 9, quando Topher, um outro filho de vilões que foi acolhido pelos Fugitivos, encontra Karolina sentada sozinha, à beira do choro, e a garota confessa que tem algo de errado consigo…

Esse foi o momento que fez os leitores mais desavisados começarem a se questionar: “será que a Karolina é gay?”, porque nada indicava que a tal “pessoa” fosse Chase… Topher chega a perguntar se é por ele que Karolina está interessada, mas ela nega.

Nas edições seguintes, existem outras referências à possível não-heterossexualidade de Karolina, quase sempre em situações que estão ligadas à forma com que ela se sente em relação a Nico. Todas as vezes que a feiticeira está em perigo, ou dá alguma sugestão nos planos do grupo, Karolina é a primeira a se manifestar. Além disse, quando Chase diz “gay” como xingamento, Karolina o repreende.

O fim do Orgulho e o começo de uma nova vida

Com o passar do tempo, os Fugitivos descobrem que entre eles há um traidor: alguém está repassando informações para o Orgulho. Os jovens começam a desconfiar uns dos outros, e Chase e Gert chegam a acusar Karolina de ser a traidora (mas também acusam Nico e Alex). Porém, como o grupo precisa impedir o Grande Ritual Demoníaco Final do Orgulho Para A Concretização do Plano Supremo dos Gibborim1, todos escolhem deixar as desconfianças de lado e ir atrás dos vilões. No começo da batalha final, Karolina é mais uma vez acusada de ser a traidora e, dessa vez, quem faz a acusação é Nico. Ainda assim, os seis fugitivos vão atrás dos seus pais, e Karolina é a responsável por derrotar sozinha quatro dos 12 membros do Orgulho. A sorte muda quando Alex se revela o traidor e Karolina quase é assassinada por ele– felizmente, Chase é capaz de evitar o pior.

Os Fugitivos derrotam o traidor, o Orgulho e os Gibborim, e, quando todos acham que poderão seguir suas vidas do jeito que bem entendem, aparece o Capitão América para mandar os agora órfãos para lares adotivos ou instituições especiais.

Noiva?

Mas é claro que Karolina sentiria saudade de Nico da vida de heroína… Por esse motivo, ela dá um jeito de entrar em contato com os outros Fugitivos e juntos, os cinco Filhos do Orgulho arranjam um novo esconderijo e começam a proteger a população de Los Angeles -afinal, quase todos os outros heróis da Marvel vivem em Nova York ou arredores, transformando a Costa Oeste  em alvo fácil para os vilões.

Karolina continua gostando de Nico, e tem suas esperanças renovadas quando a feiticeira diz que “depois do Alex, eu não quero mais saber de garotos”. Alguns meses mais tarde, ao fazer um pedido para uma estrela cadente, Karolina tenta beijar Nico, mas a feiticeira se assusta, e faz questão de explicar que não é gay. Já Karolina conta a Nico que ela gosta de garotas, e logo em seguida volta à velha crença de que tem algo de errado consigo. Nico até tenta mostrar que não tem problema, mas a conversa é interrompida por uma nave espacial que quase cai em cima das duas heroínas. De dentro da nave sai Xavin, alienígena da raça Skrull, vindo do planeta Tarnax VII, na galáxia de Andrômeda. E Xavin tem uma surpresinha para Karolina: eles são noivos.

Pois é.

Para evitar que os Skrulls atacassem a Terra, os pais de Karolina haviam dado a localização secreta de Majesdane, o planeta natal dos Dean. Para garantir a veracidade da informação, eles ofereceram a própria filha (que na época tinha apenas um ano) em casamento ao jovem filho do Super Skrull…

Xavin explica que Majesdane e Tarnax VII estão em guerra e que o casamento dos dois é a única esperança para a paz. Juntos, eles têm uma chance de mostrar que a convivência amigável entre os dois planetas é possível. No entanto, Karolina confessa que eles não podem se casar porque ela gosta de meninas. A revelação pega todos os Fugitivos de surpresa, mas não causa o mesmo efeito no Skrull.

 

Xavin convida Karolina para conhecer Majesdane, e a Fugitiva aceita, para tentar impedir a guerra interplanetária. Com o passar dos meses, as duas decidem se casar, já que Karolina se apaixona por sua noiva; Xavin é paciente, educada e romântica -ela até pede para que a Banda Marcial do Império Skrullos2 toque Lucy In The Sky With Diamonds para a primeira dança depois do casamento. Infelizmente, ninguém chega a ouvir essaa versão intergaláctica da música dos Beatles. No grande dia, depois de um desentendimento entre convidados dos dois planetas, os Skrulls explodem Majesdane antes que Karolina e Xavin digam “sim”, e elas fogem de volta para a Terra, bem a tempo de ajudar os Fugitivos a lutar contra um possível retorno do Orgulho e dos Gibborim. A vida não é fácil quando se tem super-poderes alienígenas.

 

Os pecados dos pais

O tempo passa e os Fugitivos enfrentam novos inimigos. Karolina e Xavin, apesar de serem um dos casais mais fofos da Marvel, algumas vezes são vítimas de preconceito -principalmente quando os Fugitivos vão parar na Nova York de 1907-, mas o amor das duas é mais forte, e o relacionamento delas tem tudo para durar para sempre.

Infelizmente, “para sempre” é uma palavra complicada nos romances dos super-heróis. As duas descobrem isso quando uma nave com majesdanianos chega à Terra para prender Karolina. Os sobreviventes da explosão do planeta querem que Karolina seja levada à justiça, pois ela é filha dos traidores que revelaram para os Skrulls as coordenadas de Majesdane, que estava escondido havia anos. Para os majesdanianos, faz sentido que a jovem seja julgada no lugar dos pais. Já para os Fugitivos, isso é um absurdo, pois Karolina não fez nada contra seu planeta natal. No entanto, as tentativas de proteger a majesdaniana só causa desentendimentos entre os heróis, além de batalhas que têm o potencial para ferir tantos os habitantes da Terra quanto os alienígenas.

Karolina, querendo evitar mais derramamento de sangue, resolve se entregar para os majesdanianos, com esperança de explicar o que aconteceu e demonstrar que, apesar dos pais horríveis que tinha, ela é inocente. Os Fugitivos, é claro, não gostam da solução, mas a única pessoa a fazer algo é Xavin. Depois de um beijo de despedida, a Skrull faz Karolina apagar, e então assume a aparência e o lugar da sua noiva. Xavin planeja usar suas habilidades diplomáticas para livrar Karolina das acusações que os sobreviventes fazem. Além disso, fica subentendido que Xavin sente que tem uma espécie de dívida com Majesdane, já que foram os Skrulls que acabaram com o planeta. Nem Xavin, nem Karolina são, de fato, responsáveis pela tragédia, mas as duas estão dispostas a fazer o que podem para resolver a situação. Eu não consigo deixar de pensar em Xena em A Friend In Need. Xena não é a culpada por aquelas mortes, Akemi que o é -não importa o que almas japonesas digam. Da mesma forma, Karolina não deve ser julgada pela ação dos seus pais, e Xavin não deve ser julgada pela ação dos habitantes do seu planeta.

Ainda assim, Karolina fica na Terra, sem saber onde Xavin está, se é que a Skrull ainda está viva. É preciso seguir em frente, mesmo sem a alienígena que ela ama.

O que vem depois

Mesmo de coração partido, Karolina continua com os Fugitivos, enfrentando os vilões e, algumas vezes, se divertindo com seus amigos, mas é difícil saber muito do que aconteceu depois da partida de Xavin, porque os quadrinhos dos Fugitivos entraram em um hiato apenas 8 edições depois, em novembro de 2009.  Desde então, a única coisa que se sabe de Karolina é que ela começou a sair com uma outra heroína, Julie Power, a Arco-Íris do Quarteto Futuro3, em breves aparições na Academia dos Vingadores.

Mas a boa notícia é que a Marvel tem planos para um filme dos Fugitivos, que deve ser lançado em 2014. A notícia fica melhor ainda quando se descobre que Joss Whedon (Buffy, Angel, Os Vingadores…) provavelmente será o diretor. É aguardar para ver.

 

Se alguém quiser ler os quadrinhos, vocês encontram aqui: Volume 1, Volume 2 e Volume 3. Existem também alguns extras, mas eu só encontrei em inglês. Se alguém se interessar, só pedir nos comentários.

1: Obviamente, esse não é o nome verdadeiro.

2: Banda Marcial do Império Skrull é a minha tradução aproximada para “Skrullos Imperial Marching Band”, não tenho certeza de como é a tradução oficial

3: Quando Julie Power participou do Quarteto Futuro, ela tinha 10 anos, mas quando ela conhece os Fugitivos, Julie tem mais de 20 anos.

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E se Xena não existisse na década de 90?

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Um dos temas explorados nos seis anos de série, foram os famosos “What If’s”, ou seja, aqueles universos alternativos, que nos fazem pensar “E se tivesse ocorrido diferente”. Sem dúvida mudar os eventos dos destinos pode desencadear uma corrente mudanças que alcança uma proporção não imaginável.

Baseada nessa premissa, tive a idéia para esse artigo (às 3 da manhã, debaixo dos cobertores, num frio de 4 graus…oh life) que tratará exatamente uma dessas especulações:

E SE XENA NÃO TIVESSE ACONTECIDO NA DÉCADA DE 90?

E se não tivessemos uma série Xena Warrior Princess até os dias atuais?

E se Xena tivesse sido lançada na década atual?

Existem muitos pontos que podem ser especulados a partir disso, alguns positivos, alguns negativos, mas é inegável que muitas coisas, inclusive a vida de muitos fãs, não seria a mesma (se seria pior ou melhor, jamais saberemos).

Não é, em absoluto, um cenário fácil de se imaginar, já que essa “pequena mudança” no tempo afetaria vários aspectos… A influência de XWP em diversas áreas no decorrer de quase 20 anos, a tecnologia usada, o impacto na mídia, o corpo de atores E profissionais técnicos usados, entre tantas outras coisas. Então, para começar, vamos considerar no que Xena influenciou a nossa sociedade, tanto individualmente quanto coletivamente:

 

A Influência de Xena no Âmbito Televisivo

 

Ainda que muitos batam o pé quanto a isso, há de se reconhecer que Xena foi o marco inicial de uma revolução na caracterização feminina em produções televisivas  de ação no Ocidente, afinal, diferente de suas antecessoras como Sheena, Charlie’s Angels e Wonder Woman, a nossa princesa guerreira não demonstrava NENHUMA dependência em figuras masculinas ou super-poder de qualquer origem. Ou seja, Xena era dona do seu destino e badass por si só, e embora tenha trazido cenas que emanassem sensualidade, o foco da série nunca foi mostrar mulheres de biquíni lustrosas de suor chutando bundas em poses sensuais, como algumas produções que a precederam. Outro ponto importante a ser considerado, é que em XWP não temos “a mocinha da história lutando contra o mal”. Temos uma Anti-Heroína, atormentada por atrocidades cometidas num passado banhado à ódio, sangue e sede de vingança, que tenta reparar uma pequena parte do mal que cometeu, embora no seu âmago ela saiba que jamais conseguirá se perdoar ou ser perdoada. Temos uma personagem que apesar de ter se arrependido, e se voltado ao lado do bem, eventualmente libera seu lado negro, se mostra arrogante, estoica, deixando-se levar pela raiva e pela vingança, e precisando de uma bússola moral (Gabrielle) pra que não caia novamente no caminho das trevas. E uma personagem, que não faz questão de ser amada, mas muito ao contrário, não se acha digna de amor ou gratidão das pessoas.

Dito isso, vamos então puxar pela memória e ver afinal, que influências foram essas que Xena teve na TV da década de 90 até os dias de hoje.

Xena foi creditada por muitos (incluindo pelo próprio Joss Whedon, que deve ter se roído pra admitir isso) como uma série que abriu um caminho mais fácil de ser percorrido para muitas personagens femininas da ação.  Alguns exemplos do que sucedeu a série, ainda na década de 90, foi a aclamada Buffy The Vampire Slayer, lançada dois anos mais tarde em 1997. Epa, mas espera aí! Já havia um filme de Buffy em 1990, o nosso caro fã vampiresco pode dizer. E é evidente que eu não esqueci desse detalhe, mas vamos refletir: Após um filme frustrado no início da década, será que Joss Whedon teria reunido coragem e inspiração para reviver a personagem sete anos depois, se o ambiente não estivesse propício para tal? E mais, será que a indústria televisiva, a qual bem sabemos, é movida à dólares, teria lhe dado o aval, se não houvesse um campo de segurança criado por Xena dois anos antes? Mas afinal, se tudo se tratava de coragem e liberação de verba, o que providenciou esses elementos à Robert Tapert e John Scullian?

Para responder isso, temos que fazer conjecturas baseadas em mais de um elemento. Primeiro, consideremos a grande paixão de Tapert pelas produções de Hong Kong, onde figuras orientais femininas arrebentando dentes e ossos dos inimigos eram e ainda são bastante comuns. Paixão essa, que fez com XWP se tornasse uma salada repleta de referências à filmes orientais clássicos como Tai Ji Quan, The East is Red, Drunk Master, Once Upon a Time in China, Fong Sai Yuk, The Bride with White Hair e Dragon’s Inn. É claro que só paixão não faz milagres, e nesse ponto tenho que dizer que devemos à Hercules The Legendary Journeys uma porta aberta (ainda que eu e 90% do xenaverse torçamos o nariz para o seboso herói grego interpretado por Kevin Sorbo), já que a série sendo ambientada num contexto fantástico-mitológico, fez com que se tornasse mais fácil uma série com a mesma temática ser emplacada.

É claro que isso por si só não resolvia todos os problemas dos nossos corajosos produtores, o próprio Robert Tapert nos contou numa entrevista ao Whoosh a reação de seu colega, Sam Raimi, ao escutar sua nova proposta.

“You just can’t do a female superhero show. It’s not gonna work!”
“Você não pode simplesmente criar uma série com um super herói feminino. Não vai dar certo!”

Gosto de imaginar que Robert deve ter respondido com um sonoro “watch me“, mas o fato é que FELIZMENTE ele não deu ouvidos ao mau agoro do amigo de infância e incentivado por Dan Fillie, um dos técnicos da Universal (tão louco quanto Tapert) fizeram os primeiros planos para Xena (que a princípio se chamaria Bekka, mas felizmente um amigo dos dois os aconselhou que “qualquer coisa que tenha a letra X envolvida chama a atenção das pessoas”). John Schullian se juntou ao bolo, planejando beleza e sensualidade para a heroína, o que foi mesclado aos planos de poder, ferocidade e ímpeto vindos da mente de Tapert, e assim nasceu Xena, engatinhando com as sobras de cenário de Hercules the Legendary Journeys, mas ganhando o coração do público. Ignoremos o fato de que inicialmente alguém na produção teve a idéia de jerico de imaginar Xena viajando ao lado de “PAN, o ginasta acrobata da floresta” e lutando com o poderoso “Khan, the Great”, felizmente tudo tem limite, até a loucura dos TPTB.

Mas voltando ao cenário pós-Xena,  além de muito provavelmente ter reaberto as portas para a loirinha adolescente caça-vampiros, Xena também deixou a estrada livre para personagens tanto da ação quanto da fantasia, como Dark Angel, Sydney Bristow, Starbuck, a volta de La Femme Nikita, as bruxas de Charmed,  e é claro, a adorada Noiva de Kill Bill (sendo Tarantino um fã entusiasta de Xena e seus temas de vingança). E já que citamos A Noiva e Starbuck, que não são séries noventistas, podemos também incluir na lista, o recente reboot de Nikita e Lost Girl (essa última, que evidentemente bebeu muito da fonte de Xena e Buffy). Sem contar, o recente filme Colombiana, que faz menção direta à força e poder da princesa guerreira, admirada pela pequena Cataleya.

 Então, excluindo Xena lá de 1995, fica difícil repensar ou sequer imaginar o cenário das heroínas de ação das últimas duas décadas. Será que teríamos tantas personagens fortes tanto na TV quanto no cinema? Ou será que o cenário feminino no gênero da ação ainda estaria engatinhando, com filmes não tão conceituados como Elektra, Aeon Flux, Ultraviolet e outros similares?

Mas a influência da alta morena de cabelos longos e olhos azuis não para por aí. Partindo para o lado mais técnico da situação, podemos supor que sem Xena iniciando lá em 1995, talvez produções consagradas como Kill Bill e Lord of the Rings tivessem sido levemente modificadas. Mas como assim?

Zoe Bell

Para quem não sabe (ainda existe alguém?) uma das mais talentosas dublês de Xena, Zoe Bell, foi também a dublê de Bellatrix Kiddo, a Noiva sedenta de vingança. E se a Noiva teve as acrobacias e movimentos de luta que teve, tão peculiares e perfeccionistas, é porque foi em Xena que Zoe pôde brilhar e impressionar inicialmente. Não tenho a pretensão de dizer que Kill Bill teria sido pior com outra dublê (se é que teria existido, sendo Tarantino um entusiasta de Xena por sua história de vingança), mas é evidente que se mexermos em um elemento de todo esse conjunto que forma um filme, a obra sofreria alterações, pois cada profissional tem sua particularidade no que diz respeito ao trabalho que executa.

Me arrisco a dizer que Lord of the Rings cairia na mesma situação, pelo menos no que diz respeito à indumentária de elfos e guerreiros do filme. Qualquer xenite mais observador que tenha babado no figurino de XWP nos 5 primeiros anos da série, deve agradecer a uma profissional em especial pelos vestidos, couros e outras peças de vestuário da série, a figurinista Ngila Dickson, que após seu trabalho notável em Xena Warrior Princess, foi “roubada” do xenaverse pelos produtores de Lord of the Rings!

Mas vamos viajar só mais um pouquinho? Se tem algum fã de Sillent Hill (jogos e filme) presente, que levante a mão! Quem já jogou pelo menos um dos títulos da macabra série, deve ter ouvido em sua trilha sonora  (nas poucas faixas vocais de cada volume) uma voz poderosa e cheia de talento se juntando aos arranjos de Akira Yamaoka. Essa voz atende pelo nome de Mary Elizabeth McGlynn, e o que essa pessoa tem a ver com Xena, eu já lhes explicarei.

Lá na primeira temporada da série, teve aquele episódio quase esquecido da Pandora, não é verdade? Mary Elizabeth é a própria Pandora, que durante as filmagens do episódio sofreu um pequeno acidente e quebrou a perna. Isso fez com que ela passasse alguns meses de molho, e para matar o tempo, ela começou a estudar dublagem de videogames, e acabou entrando de cabeça nessa carreira. Posteriormente se tornou não apenas dubladora, mas diretora de dublagem de muitos títulos famosos como Resident Evil 4 e 5, Final Fantasy VII, Devil May Cry e Castlevania. Além de ter trabalho em vários animes. A própria artista admite, que embora na época parecesse azar, ter quebrado a perna durante Xena, foi a melhor coisa que lhe ocorreu profissionalmente!

 

O lado…colorido da influência

 

Mas o que a ausência de XWP lá em 1995 teria afetado não se limita ao gênero da ação e questões técnicas. Para algumas pessoas, assistir Xena era libertador, e aqui eu trato de uma parcela em especial do fandom, a parcela LGBT.

Antes de 1995, não havia nenhuma série de TV que lidasse com temas gays e se fizesse tão mainstream na mídia. Existiam filmes, é verdade, contudo a maioria deles, pouco conhecidos. A carência de um produto assim, que não fizesse um big deal da questão sexualidade, fez com que essa parcela de fãs começasse a “shippar”1 Xena e Gabrielle, afinal não se tinha visto até então na tv, uma mulher forte, independente que tivesse como companhia constante uma tagarela contadora de histórias que largou família e noivo para trás para viver aventuras ao lado de uma guerreira. Os produtores entraram na brincadeira e começaram a inserir os famosos subtextos na série, ou seja, o discurso, seja verbal ou visual, gay inserido nas entrelinhas. É verdade que as vezes esse discurso rompia a barreira das entrelinhas e se tornava bastante óbvio, mas logo os TPTB2 levavam uns puxões de orelha da Universal e tinham que andar na linha novamente, afinal, eram os anos 90. Podia-se chocar, mas só até certo ponto, para não perder espectadores. A solução encontrada foi enfiar o termo “almas gêmeas” na história. Xena e Gabrielle eram almas gêmeas, ponto. Se elas tinham um relacionamento romântico ou não, ficava para os fãs interpretarem. Mas é bem verdade que os fãs adeptos ao subtexto, os famosos subbers3 tinham uma bela ajuda vinda de alguns roteiristas em especial, como Steven Sears, Chris Manheim, Katherine Fugate e o próprio Tapert, que sempre achavam um jeitinho especial de driblar a vigilância da Universal, enquanto outros roteiristas como R J Stewart, davam chiliquinhos e diziam que o show precisava se mostrar mais heteronormativo, fazendo a alegria dos chamados shippers3.

Mas o fato é que, mesmo tendo ficado em cima do muro por muito tempo, termos como “GAY!”, “almas gêmeas apaixonadas” entre outros, inevitavelmente saíram da boca da produção (mesmo nem precisando, afinal os subbers já estavam bem convencidos) e isso fez com que Xena se tornasse um ícone. Não apenas por inserir esse famoso subtexto entre as protagonistas, mas também por nos trazer personagens como Miss Artiphys, a miss transexual interpretada pelo transexual na vida real Geoff Gann (Karen Dior), Jace, o colorido e entusiasmado irmão dançarino de Joxer, Vidalus, Calígula, interpretado pela diva Alexis Arquette e uma versão de Brunhilda toda apaixonadinha por Gabrielle.

Lucy Lawless e Karen Dior

Ainda que haja quem critique Robert Tapert, acusando-o de não ter tido a mesma coragem de Joss Whedon nesse sentido, o qual inseriu em Buffy um casal abertamente gay, Tara e Willow, há de se convir que vários fatores favoreceram o lado de Whedon, sendo seguro dizer que um desses fatores muito provavelmente seja, novamente, o campo de segurança e tolerância, que vinha sendo instalado por XWP. Além disso, XWP e BTVS, são séries de igual impacto mas com moldes diferentes, ainda que tenham incontáveis semelhanças (sejam coincidências ou não). XENA, foi uma série muito mais nuclear, ou seja, centrada em duas personagens, ainda que eventualmente os coadjuvantes aparecessem. O núcleo fixo de Buffy (até por ela ser uma adolescente, e não uma viajante) era bem maior, ou seja, toda a atenção obviamente não cairia somente sobre Tara e Willow.

O fato é que é inegável que para existirem produções como Queer as Folk, The L Word, Lip Service, e séries não temáticas, mas onde existem personagens gays tratados de maneira natural, como O.C, Once and AgainSkins, Pretty Little Liars e Glee, foi necessário que alguém desse o pontapé inicial anos antes. Pontapé esse dado com uma bota de couro, se é que me entendem. Se excluirmos esse marco inicial lá de 1995, só teríamos esse pontapé dado em 2000, por Tara e Willow, se tivéssemos sorte de elas terem existido.

É verdade que a XENA de 2012, teria mais liberdade no que diz respeito a subtexto, mas  aí vale refletir… será que a série não acabaria se tornando banal, se focada em demasia nesse aspecto? Não apenas isso ocorreria, mas haveria uma diminuição considerável no número de espectadores, afinal os shippers acabariam desmotivados.

 

 A Magia dos anos 90

 

 Ah, a nostalgia que essa década me traz! Na década de 90, certamente as famílias eram mais unidas e muitos se sentavam na frente da TV ao fim de tarde para assistir Xena lidando com o vilão da semana. O ambiente virtual de livre acesso à todos ainda dava seus primeiros passos. Internet era privilégio de quem tinha muito dinheiro, e ainda assim, era se sujeitar a uma conexão com velocidade mínima! Nada de downloads de episódios! Nada de Amazon.Com! Poucos eram os fóruns de discussão, AOL era ainda um império e Ausxip e Whoosh eram bebês recém-nascidos. Ou seja, diferente de como ocorre com as séries de hoje, a maior parte da divulgação do seriado se fazia por via televisiva ou impressa, e não virtual. Por volta de 1996, que timidamente grupos de discussão e sites de informação sobre XWP começavam a se formar, e aí, meus caros xenites, eu, que só assisti Xena por completo em 2006,  lhes digo que sinto saudade de algo que não vivi. Que delícia deve ter sido fazer parte daquelas comunidades alvoroçadas por episódios inéditos, criando mil teorias baseadas nos poucos spoilers que saíam, se emocionando com arcos dramáticos, e xingando muito no twitter os roteiristas pelas eventuais bananadas.

Naquela época, felizmente, o maior inimigo de qualquer protagonista da TV eram os vilões das próprias séries e não o risco eminente de cancelamento, do qual sofrem TANTAS séries hoje (NÉ DONA ABC STUDIOS). Séries na maior parte das vezes, eram terminadas , e não cortadas no meio por questões de audiência, como se a culpa fosse dos próprios fãs.

 O público, era mais “inocente” não se deixando seduzir por efeitos especiais caríssimos, e se deixando cativar pelo puro e simples roteiro, que fazia rir, chorar e suspirar. Afinal, quem precisa de bullet time slow motion quando o próprio script se garante para prender a atenção dos fãs?

E foi nesse ambiente que Xena nasceu e rapidamente se consolidou como um fandom detentor de milhares e milhares de fãs ao redor do mundo, se tornando uma das séries de maior destaque dos anos 90. Um verdadeiro mito! Bonecas, camisetas, chaveiros,  inúmeras revistas, kits de fanclub com vídeos em VHS, clube de fotos. Rapidamente essa história de redenção superou até seu programa de origem, deixando Kevin Sorbo dando altos pitis por “Xena ter lhe roubado tudo”.

E olha que o canal de origem, o fossilizado USA CHANNEL tinha o maior respeito pela série, promovendo vídeos de divulgação super caprichados, maratonas, especiais entre outros mimos para os fãs. Que série hoje em dia, por mais bem sucedida, tem tudo isso? E pasmem! A ordem dos episódios era respeitada. Sim, isso é surpreendente, se acompanharmos o histórico de uma certa emissora que bateu o RECORD em pulos de episódios, troca de ordem, cortes de cenas entre outras bananadas sem justificativa.

Há quem ache que se Xena tivesse sido produzida nos dias atuais, teríamos a vantagem de efeitos especiais mais caprichados, por causa de um provável orçamento mais confortável e da evolução tecnológica, mas será que a série teria adquirido o império de fãs que conseguiu? Talvez seja característica própria aos xenites se mostrarem tão entusiastas e apaixonados, mas eu não vejo esse tipo de entusiasmo nos fandoms das séries atuais, por mais que elas sejam GRANDES sucessos do momento. Como disse a Chapo, há algumas semanas, os fandoms de outras séries teriam muita sorte se tivessem um acervo como é o Whoosh, para os xenites. A quem estamos enganando! Os fandoms brasileiros de muitas séries teriam sorte de ter um acervo como é a Revista Xenite, para suas séries! Mas a questão é, que hoje em dia o entusiasmo é passageiro. O mercado atual tem muito mais produções do que o mercado dos anos noventa. Mesmo os maiores sucessos, acabam sendo passageiros, ou caem no desgaste facilmente (pelo amor de todos os deuses, ninguém aguentaria mais temporadas de Smallville). O gênero da fantasia em especial (falando-se de TV, e não cinema), teve um período muito down em meados dos anos 2000, e só voltou a ser explorado com propriedade nos últimos 3 ou 4 anos, com o surgimento de séries como Merlin, Legend of the Seeker, Spartacus, Game of Thrones, entre outras.

Em suma, por mais bem produzida em termos técnicos, de roteiro e de orçamento que Xena fosse HOJE EM DIA, dificilmente teria conquistado a legião de fãs que conquistou tendo “nascido” em 1995. Até porque achar atrizes com a sintonia de Lucy Lawless e Renée O’ Connor, que colocaram o amor pela série acima do estrelismo e se mostraram verdadeiramente apaixonadas por seu trabalho, é algo difícil de ocorrer hoje em dia,  e queiramos ou não, Xena em 2012, SERIA com outras atrizes (muito possivelmente, infelizmente, nos padrões de uma Megan Fox da vida, ou algo assim).

 

Mas e se ela tivesse conquistado mesmo assim?

 

Aí estaríamos feitos! Porque certamente teríamos uma divulgação massiva. blu rays, games (decentes, não desgraças como o produzido pela Blast), aplicativos de Facebook, e mais uma série de bugigangas pra tomar o dinheiro de fãs apaixonados. As convenções Xenites, as famosas Xenacons, provavelmente ocorreriam a nível mundial e não apenas em território americano. Obviamente, não teríamos os famosos “defeitos especiais” (por outro lado poderíamos ter o abuso de slow motion + aceleração, como ocorre em algumas produções atuais), e talvez, se tivéssemos a sorte de XWP ser produzida por uma HBO da vida, não haveria tanta necessidade de aplicação de efeitos em CGI para criar determinados cenários, já que o canal não poupa dinheiro com viagens para filmar algumas cenas. Mas pra isso durar, teríamos que torcer e muito, pra XWP ser a queridinha de alguma distribuidora, caso contrário, ao menor sinal de queda de audiência, correria risco de não ver a luz do dia na próxima temporada.

 

A influência social

 

 

Ainda que nunca tenha levantado bandeiras feministas ou transformado a série num ringue de briga de sexos, Xena contribuiu muito para o dito “feminismo” no momento em que ninguém questionava a habilidade dela comandar um exército, ou o sonho de Gabrielle de fugir de um casamento arranjado para ir explorar o mundo. Ou seja, tanto as protagonistas quanto as demais mulheres retratadas em Xena eram apenas humanas sem privilégios nem desvantagens, algumas eram guerreiras (como Xena, Callisto, Mavican, Velasca), algumas eram civis (como Helena, Gabrielle no começo, Talassa) , algumas eram sensuais (como Afrodite e a própria Xena), algumas eram sonhadoras (como Gabrielle, Tara, Eris), algumas eram desafiadoras e fortes (como Callisto, Boadiceia, Najara), algumas eram românticas (como Minya, Lila e Genia). E ironicamente num dos únicos episódios onde o tema “guerra dos sexos” é abordado, temos Glaphyra, uma mulher, cheia de preconceitos contra os homens que acaba aprendendo uma lição e vendo que o mundo não se trata de Homens contra Mulheres, mas de Bem contra o Mal. Ou seja, sem ondular bandeiras ou queimar sutiãs, XWP mostra que mulheres podem ser independentes e fortes (sisteeers are doin’ it for theeeemselves), sem necessariamente odiarem homens. E isso deu força para muitas mulheres que adentraram o xenaverse, não apenas para lutar por um lugar ao sol numa sociedade patriarcalista, mas também para lutar contra outro vilões, tão ameaçadores quanto os senhores da Guerra que Xena enfrentava, como por exemplo o câncer de mama. Para ter uma idéia do que me refiro aqui, se tiverem oportunidade leiam a obra “How Xena changed our lives”, uma compilação de depoimentos de fãs feita por Nikki Stratford, que nos faz rir e chorar.

Algumas histórias incluem depoimentos de pessoas que se apoiaram em Xena e Gabrielle em momentos cruciais de suas vidas, como dar o passo inicial para vencer um vício em Vicodin e conseguir superar a abstinência sem ajuda profissional, por falta de dinheiro, ou encontrar a coragem pra se submeter a um transplante de medula. Há também quem tenha encontrado coragem para erguer a cabeça e dar voz aos pensamentos sem medo do que os outros poderão apontar, aqueles que encontraram no seu coração lugar para perdão e ainda outros que conseguiram superar a morte de uma pessoa amada, seja este um melhor amigo, um cônjuge, pais ou irmãos, afinal se Xena levou tantos socos e pontapés da vida, e manteve-se forte, porque não podemos fazer o mesmo?

O fato é que de um modo ou de outro, com maior ou menor intensidade, Xena afetou a vida de muita gente, não apenas no que diz respeito à vida emocional ou saúde, mas também no âmbito profissional. Muitos escritores deram seus primeiros passos escrevendo fanfics4, sendo essas histórias a porta de entrada para uma escrita mais profissional. Há hoje, jornalistas que ingressaram nessa carreira após escreverem artigos para o Whoosh e perceberem que levavam jeito para a coisa. Existem até mesmo artistas gráficos que iniciaram na área brincando no photoshop ou editando vídeos musicais sobre a série, e hoje trabalham em grandes empresas ou até mesmo tem suas pequenas companhias de produção cinematográfica, tudo porque lá atrás, existiu uma série que lhes inspirou o suficiente para tentar expressar sua admiração artisticamente.

 Então, eu encerro esse artigo – que já está mais longo do que era pretendido – convidando você leitor xenite a refletir. E na sua vida, o que Xena influenciou? Se você não tivesse passado todos esses anos assistindo a guerreira e a barda erguendo bandidos na porrada e trazendo mensagens filosóficas em cada episódio, você seria a mesma pessoa? Nos conte nos comentários, e aproveite para deixar sua opinião: se Xena fosse uma série inédita hoje, será que teria o mesmo impacto que teve na década de 90?

Um grande abraço a todos!

 

 Glossário

Shippar 1: Apoiar romanticamente um par ficcional.

TPTB 2: The Powers That Be = Os produtores e roteiristas da série.

Subbers e Shippers3: Dentro do contexto da série, subbers, palavra que deriva de “SUBtext”, caracterizam a parcela de fãs que apóiam Xena e Gabrielle como par romântico na série, já os shippers, caracterizam os que acreditam mais fortemente no relacionamento de Xena ou Gabrielle com qualquer outro personagem masculino, como Ares ou Joxer.

 Fanfics4: Derivado de Fanfiction. Histórias escritas por fãs que trazem personagens consagrados como protagonistas mas não fazem parte da narrativa oficial de uma obra.

 

Referências

STAFFORD, Nikki. How Xena Changed Our Lives. Toronto: ECW Press, 2002.

YOUNG, Cathy. What we owe Xena. [online] Setembro de 2005. Disponível em http://www.cathyyoung.net/features/whatweowexena.html

WEISBROT, Robert. The Official Guide to the Xenaverse. New Yourk: Doubleday, 1998.

Whoosh.Org. Disponível em http://www.whoosh.org

 

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A sétima arte, colorida (3)

Comentários

Novo mês, novo artigo!

Nós três agradecemos os comentários nas duas edições anteriores e estamos marcando presença com mais três filmes!

Caso alguém tenha perdido as duas primeiras colunas pode conferí-las nos links:

A sétima arte, colorida (O Segredo de Brokeback Mountain, DEBS e Priscila a Rainha do Deserto)

A sétima arte, colorida (2) (The Runaways, Rocky Picture Horror Show e I Love You Phillip Morris).

Novamente, deixamos avisado que aceitamos convidados na coluna! Basta entrar em contato conosco pelo [email protected] para pegar e lista de filmes a serem vistos pro mês seguinte!

Dados os recados, vamos lá!

 

 FRIED GREEN TOMATOES (1991)

“The secret’s in the sauce!”

Mary

Considero TOMATES a melhor adaptação de livro para cinema que já assisti. Não podemos evitar de nos sentirmos cativados pela carismática Ninny, uma velhinha de 80 anos que muda completamente a vida da desesperada dona de casa de meia-idade, Evelyn Couch, ao lhe contar uma história de amizade, amor e superação cujas protagonistas – Idgie e Ruth – ela conheceu em seu passado.
O filme é uma delícia de assistir, mas nem por isso deixa de ser complexo, abrangindo tantos temas pertinentes como preconceito racial, a Grande Depressão, o despertar da força feminina nos anos 80, o abandono de idosos, e o poder da amizade e do amor. Não tem como assistir Tomates sem ser tomado de uma espécie de nostalgia de algo que não se viveu, e imaginar o quanto seria bom ter vivido em Whistle Stop.
E para aqueles que acham que Xena e Gabrielle foram pioneiras em matérias de subtexto, cinco anos antes em 1990, o diretor dessa obra vencedora de Oscars, já construía lindamente o relacionamento de Idgie e Ruth com esse artifício, relacionamento esse, que no livro é explícito, mas no filme teve que se mostrar mais sutil para não chocar.

Nota: 5,0

Ary

A amizade é o tema principal do filme, do começo ao fim. Tanto entre duas mulheres – com um notável subtexto – quanto entre irmãos e até entre pessoas solitárias que acabam encontrando zêlo e proteção onde jamais imaginariam.
Assim como em XWP, a palavra “almas-gemeas” cai perfeitamente bem em todo o enredo.
Até que ponto você iria para proteger alguém que ama? Essa é a grande questão, que nos deixa boquiabertos e nos perguntando se estamos mesmo demonstrando nossos sentimentos por aqueles que despertam em nós algum tipo afeto.
E, pra finalizar de forma estonteante: Ruth e Idgie são, incomensurávelmente, Uber Xena e Gabrielle.

Nota: 4,5

Titus

Amizade, tristeza, raiva, aflição, coragem. Esses dias eu estava no ponto de ônibuse via carros passar, e tinha muito fuscamarrom enferrujado, e a mata que tem no meio da rua é de um verde fraquinho, de saturação baixa, e isso totalmente me transportou pra “Tomates Verdes Fritos”. O clima, como na década de 1920 mesmo, é bem calminho, vida simples, ainda mais numa zona rural. Mas mesmo com suas partes calmas, o filme me marcou muito com coisas horríveis tipo, que dão MUITA raiva, MUITA tristeza, mas o final do conflito é engraçado, de certa forma. Outra coisa bem legal é que a Idgie adulta é a cara da Idgie criança, bela escolha de elenco. E é lindo ver que uma história contada pode repercutir na sua vida se você apreende a mensagem dela. TOWANDAAA!

Nota: 4,0


 

MÉDIA: 4,5

 

SHELTER (2007)

“You’ll never get what you want unless you take it. “

Mary

Uma mistura bastante leve de drama e romance, quase um Imagine me and you masculino.
Mas apesar de leve, o filme nem de longe se mostra ruim. O protagonista que inicialmente tem a necessidade de se mostrar uma fortaleza para sua família, sacrificando a própria felicidade em prol da irmã e do sobrinho, se desconstrói e aprende que nem sempre ele precisa ser o herói de todas as situações. Aprende que muitas vezes é necessário aceitar o “ABRIGO” emocional advindo de outras pessoa para encontrar a felicidade.Além disso, a história de Zach e de Shaun quebra totalmente o paradigma de que um lar heteronormativo é o lar ideal para uma criança crescer, colocando em contraste a vida conturbada da irmã hipócrita de Zach, presa num relacionamento egoísta que de certa forma coloca o filho em segundo plano, com o acolhimento que o pequeno Cody recebe de Zach e de seu parceiro, cujo relacionamento é altruísta, baseado em respeito às escolhas e proteção.E assim como Imagine me and You, o filme nos mostra que temos muito a aprender com as crianças.

Nota: 3,5

Ary

Shelter pode ser uma boa recomendação para assistir com a família, em um domingo chuvoso. Sim, apesar da temática GLS, o filme retrata isso de uma forma pura e simples. Os atores possuem sintonia e principalmente, depois de assistí-lo, pessoas desinformadas sobre homossexualidade ou um tanto preconceituosas, vão perder suas opiniões negativas sobre gays.

Nota: 3,0

Titus

Praia, skate, grafite, tranquilidade. Vou começar assim minhas pequenas resenhas pra vocês terem uma ideia das coisas que mais me marcam no filme ok? Bem, não tô muito apto pra ficar narrando sinopse, então vou fazer comentários do filme já: primeiro, o Shaun(Brad Rowe) é um gato e me lembra do Ricky Martin; segundo, acho bem legal a maneira como abordam a descoberta sexual do Zach (Trevor Wright), super sutilmente, embora depois tenha sido rápida demais pro meu gosto e o final é lindo! E ahh, hoje eu fui numa chácara e nela tinha o mar… ok um rio, mas parecia o mar, e um cais / píer / estaleiro (como meus amigos chamaram) e eu pude sentir toda a energia de San Pedro #LaIslaBonita e cara, é tão relaxante, tão romântico… ainda mais vendo os casaizinhos lá sabe, deu vontade de ter um namorado… Tô até usando reticências… enfim, “Shelter” é gostoso de ver.

Nota: 3,5


MÉDIA: 3,3

 

BOYS DON’T CRY (1999)

“You were right. Memphis isn’t far at all. “

 

Mary

Reassisti esse filme que tinha visto há anos, especialmente para a coluna, e durante o processo me lembrei de o quanto ele consegue ser SUFOCANTE.
A então desconhecida Hillary Swank deu tudo de si nessa produção ganhadora de Oscars que apesar de ser uma história sufocante e brutal, foi necessária no contexto do final da década de 1999, justamente para EDUCAR uma sociedade que de modo geral não tinha muito conhecimento sobre essa questão apresentada: a crise de identidade de gênero. Não é um filme fácil de ser assistido, ainda mais ao pensarmos que tudo isso de fato ocorreu na vida real e que existiu realmente um Brandon Teena que teve seus sonhos abreviados por causa da ignorância e do preconceito, mas apesar dessa densidade toda, é encantador ver a alegria do personagem principal no momento em que “se encontra”, sentindo a liberdade que o corpo que nasceu não lhe permitia completamente. Outro ponto encantador é o romance entre Brandon e Lana Tisdel, duas pessoas com o mesmo desejo de liberdade, ainda que essa liberdade fosse de natureza diferente, que encontraram conforto uma na outra mostrando que o amor verdadeiro sempre encontra espaço para que entendamos o que nos é desconhecido e possamos superar pensamentos fossilizados.

Nota: 4,0

Ary

Hilary Swank dá um show de interpretação na pele de Teena Brandon/Brandon Teena! É fantástica a dose de realidade impregnada nas cenas, transparecendo sua base, que são fatos reais.
Dramático, o filme nos faz chorar, sofrer e sentir repugnância de certos pensamentos conservadores que são capazes se mudar drasticamente a vida de adolescentes que não se reconhecem no próprio corpo.
Uma lição de vida, porém chocante.

Nota: 3,5

Titus

Crise sexual, amor, machismo, estupro, loucos, agonia. É incrível como um filme me persegue depois que eu o vi. Ontem apareceu no Twitter uma notícia sobre lésbicas no Texas, e apesar de que o conteúdo não venha ao caso, o filme de fato contém temática lésbica e “The bluesteyes in Texas… ♪” e sem preconceito, mas a Teena / o Brandon é um mulherengo que nossa, chega a dar raiva no começo, aí depois fica com o fogo apagado pelo menos. Triste ver como a gente acha que tal pessoa é maior gente boa, mas na verdade não passa de um criminoso doente, como o John, e quantas coisas desnecessárias acontecem sabe, quanta amargura, quanta dor (literalmente também) e o pior de tudo, é que é uma história real. O filme é bom, retrata bem a humanidade das personagens, mas me desculpa, não veria de novo.

Nota:  3,0


MÉDIA:  3,5

 

 

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Tomates Verdes Fritos
Shelter
Boys Don't Cry
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O dia em que 25 minutos levaram o Tumblr à loucura

Comentários

 

Se tem um canal que admiro muito por suas produções, é o britânico BBC (não confundir com ABC, por favor). Além de diversas mini-séries históricas/literárias, temos várias produções maiores como Merlin, Doctor Who, Sherlock, entre outros. E quem se atreve a negar que é muito gostoso assistir produções britânicas com aquele sotaque cheio de charme?

A última produção do canal que alvoroçou muita gente foi a mini-série True Love criada por Dominic Savage, que conta com famosos nomes da tv britânica como David Tennant (Doctor Who), Billie Piper (Doctor Who, Secret Diary of a Call Girl), Kaya Scodelario (Skins) e Lacey Turner (Being Human), e tem como diferencial o fato de ser semi-improvisada (os atores criavam as cenas a partir de sinopses que recebiam).

A série conta com uma fotografia linda e trilha sonora pra lá de fofa com direito à True Colors e Time After Time na voz de Eva Cassidy, mas vamos falar do que interessa, caso contrário isso não seria uma coluna do UberZone.

A premissa da série é trazer 5 episódios (independentes entre si, mas com ligações sutis) que contam histórias dessa coisa lendária chamada “amor verdadeiro”, e são trazidos à cena sempre com algum fator “complicado”.

Após ver no tumblr que Billie Piper (nossa querida ROSE, de Doctor Who) dava às caras na série, admito sem vergonha nenhuma que pulei os dois episódios iniciais e assisti logo o terceiro, no qual ela aparece (depois assisti os dois primeiros, mas a histórias são um pouco mornas se comparado ao rumo que a série toma no 3o, 4o e 5o).

Pois bem, meus caros leitores. Todo mundo sabe que histórias onde ocorre envolvimento romântico entre alunos e professores povoam a mídia há anos. Em 1964, Audrey Hepburn e Rex Harrison já protagonizavam My Fair Lady, como Eliza Doolittle e Henry Higgins, tendo cerca de 20 anos de diferença entre si. E outros exemplos mais recentes não faltam, sejam eles hétero (Pretty Little Liars, entre vários outros) ou gays (Loving Annabelle, Cracks) e agora, o episódio de nome “Holly” se junta à esse acervo, trazendo o casal batizado pelo shipname de “KOLLY” (Karen + Holly, e não, não é marca de guaraná).

Quem frequenta o tumblr, sabe que aquilo, mais do que um blog ou uma rede social, é um caldeirão cheio de fangirls e fanboys comentando sobre as mais variadas séries. Mas é raro ver uma produção de 25 minutos de duração (o tamanho do episódio em questão) causar tanta comoção. Talvez a receita tenha sido colocar Billie Piper, tão aclamada por Doctor Who e Kaya Scodelario, uma das queridinhas do fandom de Skins (filha de mãe brasileira e fluente em português, por sinal) tendo um romance em cena, talvez tenha sido o modo como a história é conduzida no improviso, mas o fato é que o “Kolly Episode” consegue ser bastante encantador, tão encantador que eu tive que procurar um pretexto pra escrever sobre ele aqui na Revista, e depois de assisti-lo pela terceira (ou seria quarta?…ok, lado fangirl falando) vez, finalmente tive alguns momentos de epifania pra comparar esse casal com Xena e Gabrielle.

É difícil precisar a diferença de idade entre as duas personagens na série, porque apesar de ter sido mencionado que Karen tem 16 anos, em nenhum momento foi mencionada a idade de Holly, mas acredito que seja seguro afirmar que  essa diferença não passe de uns 10 anos. Para alguns parece bastante “chocante” colocar uma menina de 16 anos e uma mulher de cerca de 25/26 tendo um relacionamento numa história, mas não existe nada de inédito nisso se vermos o histórico de filmes que abordam o tema (vale lembrar que a Idade de Consentimento no Reino Unido é 16 ou mais, diferente de no Brasil, onde é 14). Para aqueles que tem a visão Subber, dentro de XWP, é válido lembrar que mesmo Xena e Gabrielle, possuem cerca de 10 anos de diferença dentro da história, tendo Gabrielle por volta de 17, quando deixou potédia e Xena mais ou menos 27/28 no início da série.

Mas afinal, que semelhanças existem entre Karen/Holly e Xena/Gabrielle? 

Assim como ocorre com Xena, no início de XWP, Holly se encontra bastante desestruturada nos minutos iniciais da narrativa.

Assolada por um sentimento de solidão, mantém um caso emocionalmente exaustivo com um homem casado, que apenas lhe objetifica não demonstrando nenhum tipo de afeto genuíno, sua carreira como professora de uma escola secundária só lhe traz frustrações e sua mãe lhe inferniza diariamente para que ela “arranje alguém” e deixe de ser tão sozinha. Ao mesmo tempo, Holly apresenta um grande sentimento de deslocamento, como se não soubesse a que lugar pertence, não satisfeita com a pequena cidade de Margrate. Holly tem um espírito viajante, mas pelas necessidades da vida acaba se “assentando” num lugar que não lhe traz nenhum aconchego emocional.

No meio de um grupo de estudantes caóticos, está Karen, uma jovem apaixonada pela arte (seja literária ou plástica) que demonstra um sentimento de empatia para com Holly. Aos poucos, alimentada por interesses comuns, uma forte amizade vai se estabelecendo. Karen, talvez devido à sua maturidade incomum para a idade, ou talvez pela falta de maturidade de todos os colegas que lhe rodeiam, se sente deslocada num ambiente onde ninguém de sua idade compartilha de seus interesses e idéias. Em aulas de arte extra-curriculares, onde Holly também é sua professora, ela tem a chance de professar a admiração que sente pela mulher mais velha e a partir dali uma amizade nasce e vai crescendo entre as duas.

Karen com seu espírito falante, consegue aos poucos ir derrubando as barreiras que Holly coloca entre ela e o resto do mundo, e vai descobrindo as camadas que compõem sua personalidade, embora algumas dessas camadas sejam mais difíceis de desvelar, como por exemplo, sua vida amorosa.

Bom, a partir daqui tenho que deixar avisado que haverão spoilers, então se você ainda não viu o episódio e não quer saber nenhum fato mais profundo do enredo, não prossiga!

 

 Spoilers à frente!

Ainda que na posição em que se encontram (aluna/professora) um envolvimento seja a coisa menos sensata a se fazer, isso inevitavelmente ocorre. Karen consegue derrubar a barreira final que Holly mantinha, e fica sabendo do envolvimento da mulher com David, o homem casado citado acima. Em vez de lhe julgar prontamente apontando seu erro, como certamente a maioria das pessoas de uma cidade pequena como Margrate faria, Karen lhe acolhe, e sofre  junto dela quando Holly não contém as lágrimas ao desabafar num tom de culpa, deixando claro que por mais complicada que possa ser a situação, ela está disposta a estar lá para ela.

A partir desse momento, ambas se envolvem e a alegria de cada uma se torna bastante visível em cada troca de olhares ou palavras. O que evidentemente era para ser mantido em segredo, acaba sendo percebido por uma colega de Karen, e aquele filhote de bacante batizada pela Alti Lorraine espalha o suposto boato para a classe toda fazendo com que os alunos que já não demonstravam nenhum respeito por Holly, achassem uma razão para confrontá-la.

Nesse momento, Holly chega a conclusão que a decisão mais sábia a ser tomada, para evitar consequências maiores que não afetariam somente à si, mas principalmente Karen, seria ir embora, não apenas largar o emprego frustrado como professora de Inglês, mas também deixar a cidade a qual finalmente havia encontrado um motivo para pertencer.

Eu já destaquei acima, em negrito, alguns dos pequenos pontos que aproximam esse casal de um Uber XG, mas é num dos momentos finais do episódio em que Karen toma uma atitude que me fez pensar “Isso é TÃO Gabrielle!”.

Quando Holly anuncia sua intenção de partir, Karen imediatamente se prontifica a partir com ela. Ainda que a mulher mais velha proteste dizendo que isso seria insensato, Karen se mantém firme na sua decisão, tal qual Gabrielle ao tomar a decisão de partir de Potédia com Xena.

Ainda existem alguns outros pontos, como o comportamento protecionista de Karen toda vez que vê Holly vulnerável (quem não lembra de Gabrielle com o coração apertado, toda vez que Xena passava por alguma tribulação emocional ou física e vice-versa) e ainda que a personalidade de Holly não seja exatamente forte, como a de Xena, lembremos que a caracterização de um Uber não exige total similaridade de características (vide Melinda Pappas).

 

Fim dos spoilers

 

Então fica aí a dica para quem quiser conferir a mini-série. São 5 episódios de 25-28 minutos cada um. Como falei, os dois primeiros são um pouco mornos (apesar da presença de David Tennant no episódio 1), mas a partir do terceiro (evidentemente, meu favorito) as coisas ficam mais interessantes.

É incrível ver o talento de todo esse grupo de atores que teve de se virar na improvisação, acrescentando um toque super pessoal à cada cena!

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Junho chega recheado de pergaminhos!

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Por Pedro Henrique

Bem vindos!, bem vindos!, a mais uma publicação mensal da Revista Xenite!

Esse mês é bastante especial para mim e, pelo que acredito, para todo Xenite. Primeiro, porque faz um ano que estou como editor da Revista Xenite. Infelizmente, em razão de problemas que enfrentamos com o outro sistema de hospedagem, eu fiquei por pouco tempo na direção. Porém, foi/como tem sido um trabalho extremamente prazeroso e gratificante estar à frente dessa revista, tão importante e tão querida pelo fandom brasileiro. Definitivamente, esse é o nosso maior legado; É impossível mencionar esse fato sem agradecer à Mary Anne que me deu a oportunidade e, mais importante, um voto de confiança e MUITA responsabilidade em passar a função para mim. Só tenho a agradecer por essa experiência maravilhosa que, apesar de bastante trabalhosa, desempenho com muita empolgação. Em segundo lugar, porque a nossa Revista Xenite completa lindíssimos QUATRO anos! Não é pra qualquer um, não é? Que essa duração se triplique só depende de todos nós!

Para finalizar, gostaria de agradecer imensamente ao pessoal que contribuiu com artigos durante esse tempo em que eu estive presente, porque esse trabalho seria impossível sem o combustível que vocês fornecem. Esse mês, especificamente, o pessoal colocou as musas para trabalhar e mandou ver na criatividade em artigos primorosamente escritos e devidamente inspirados. Esse mês falamos de temas mais picantes a mais sérios e complexos, sobre números, heróis, música e suas interpretações, roteiros cinematográficos e Xena e, é claro, os Powers que não poderiam faltar. Dito isso, passemos diretamente ao que interessa. Boa leitura! 

 

Este mês:

Quem disse que toda bruxa é velha e feia? – Mary Anne M.W

Uma “princesa” muito guerreira…e não, não é quem vocês estão pensando – Mary Anne M.W

O charme italiano e o desejo de vingança – Mary Anne M.W

Time homossexual em XWP – parte 2 – Robson

Lendo as estrelas – Robson

Sexo em XWP ou preliminares quentes – Robson

O segredo do heroíno – Tainara Nogueira

Curso de estrutura de roteiros – Ssenat

I WILL SURVIVE – Descobrindo-se gay – Aryanne Mello

Diante da fogueira – Robson

Números Xenites – Cris ‘A Barda’ Penoni

Sair do armário está na moda! – Chapo

A sétima arte, colorida (2) – Mary Anne, Tito, Aryanne Mello

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A Sétima Arte, Colorida (2)

Comentários

 Olá queridos leitores cinéfilos da Revista Xenite!

Esse mês, estamos aqui com a segunda edição da coluna “A Sétima Arte, Colorida”, trazendo para vocês comentários e indicações de filmes com temática LGBT. Pra você que perdeu a primeira coluna que falou de O Segredo de Brokeback Mountain, DEBS e Priscila a Rainha do Deserto, confira-a já!

Nessa edição, como pretendemos fazer à medida do possível, falaremos de três filmes, um com temática gay masculino, um com temática lésbica e um com temática transexual.  Leiam, comentem deixando sua opinião sobre os filmes ou caso não os tenham visto ainda, nos contem se pretende vê-los!

Ah, só deixando avisado que devido à pedidos, aceitamos convidados na coluna. Basta nos avisar de antemão sua intenção de participar em determinado mês para que lhe informemos os filmes a serem comentados!

THE RUNAWAYS (2010)

 

Mary:

É sem dúvida surpreendente para qualquer pessoa que tenha se aventurado a assistir Crepúsculo, ver Kristen Stewart num papel completamente diferente, e atuando bem! O conteúdo GLS do filme é bem sutil, se atendo à breve relação entre Joan Jett e Cherrie Currie, interpretadas respectivamente por Kristen e Dakota Fanning, mas é bastante interessante ver os diversos elementos como a relação das integrantes da banda The Runaways, a amizade de Joan e Cherrie, e é claro, conhecer um pouco mais da história dessa consagrada banda feminina de Rock. Por ser um filme biográfico, não surpreende, mas entrete.

Nota: 3.0

Ary:

Podia ser melhor.
Esse é o resumo da minha opinião.
Para um filme baseado na elevação da carreira da primeira banda de Rock feminina dos estados unidos, o filme merecia atrizes mais contundentes ao cargo.
Kristen trabalha melhor do que em Twilight, mas isso ela faz por obrigação. Ainda assim, por ser uma personagem tão marcante, talvez devessem reavaliar a presença dela no filme. Porém, contudo e todavia… O físico dela bate perfeitamente ao de Joan. Isso é um ponto positivo. Já o roteiro, tem uma nota mediana… Mas não chega a ser ruim. E a homossexualidade impressa nas cenas, não passa verdade. Dá a impressão de que elas “só se pegaram” porque estavam drogadas e a situação rendeu uns beijinhos.

Nota:  2,5

 

Titus

Geente, a Kristen Stewart manda bem nesse filme, toda lesbian, sem fazer muito esforço pra atuar –n, mas o que me surpreendeu mesmo foi a Dakota Fanning gente. Ela estava lá, fazendo Lua Nova, com seus papeis “mais adultos”, ó, uma vampira assustadora ok (CONFESSO que, me deu medo quando ela fez aquele “PAIN” no Edward Cullen, que começou a se contorcer todo), mas enfim, ainda era um filme light. Aí de repente ela aparece em roupas super rockeiras e provocantes, e cantando e pegando mulher e cheirando… Sério mesmo, paguei foi nesse filme que eu vi que a Dakota tinha virado uma mulher de verdade enfim, e com toda a fúria, a intensidade da Cherie Currie, incrível. “I’M YOUR CHCHCHCHCHCH CHERRY BOMB!”

Nota: 4,0

MÉDIA: 3,1

 

ROCKY HORROR PICTURE SHOW (1975)

 

Mary:

Tenho que vergonhosamente admitir que só vim a assistir esse musical consagrado há pouco mais de um ano, assim como muitos, por causa do episódio Tributo feito por Glee (na época que a série prestava). E por que eu demorei tanto?
RHPS não é, de modo algum, um filme para se levar a sério, tendo como premissa, um cientista travesti bissexual da Transilvânia que tenta criar um “homem perfeito” no seu laboratório e usá-lo como objeto sexual. Mas é um filme divertidíssimo! Seja pelas músicas, pelo teor absurdo das situações, pela sátira à ficção científica (deliciosamente apresentada já na introdução, com a música Science Fiction, Double Feature). E que filme corajoso! Uma premissa dessas em 1975, sem dúvida deu o que falar, tanto que em suas primeiras exibições teve pouco público, sendo exibido nas sessões de meia noite, e tendo a exibição cancelada em algumas cidades americanas. Mas aos poucos o público se rendeu à essa deliciosa salada de Rock, Sexo e Absurdo, e por volta de 1979, as pessoas já compareciam às sessões fantasiadas dos personagens. Enfim, um filme, que como mostra a mídia recente, mesmo tendo mais de 35 anos, não envelhece.

Nota: 4,5

Ary:

Pra um filme da década de 70, TRHPS é deslumbrantemente sarcástico e fantásticamente gay! Completamente inesperado, com músicas grudentas e o exagero de figurino, esse filme CultTrash com certeza deixou a galera convencional de cabelo em pé, quando chegou às telinhas.
É bizarro? É! Mas nada é previsível e o pacote faz o filme ser divertidíssimo!

Nota 3,0

Titus

Hoje mesmo eu estava ouvindo “Don’t Dream It, Be It”, da trilha sonora, por causa de Glee. WTF, vocês diriam, mas é porque no penúltimo episódio da terceira temporada, “Nationals”, o New Directions canta “Paradise by the Dashboard Light”, do Meatloaf, que faz parte do elenco do filme (a música é bem cool, a propósito), aí eu acabei me lembrando de TRHPS. Então, é um musical meio que de terror, mas sabe, a música envolve tudo muito mais, e a energia safadinha e genial do Dr. Frank-N-Furter, que é um cientista travesti aweeeesome. E tem músicas que não saem da nossa cabeça durante dias, tipo “Time Warp” e “Touch-A Touch-A Touch-A Touch Me”, e a voz da Susan Sarandon é tão linda, tão delicada, adoro ela. “God bless Lili St. Cyr!”

Nota: 4,5

MÉDIA: 4,0

 

I LOVE YOU PHILIP MORRIS (2o11)

 

Mary:

Uma comédia dramática altamente criticada por uma massa de pessoas que não SABEM LER SINOPSE, e ao verem “Jim Carrey” no elenco, automaticamente acharam que assistiriam uma comédia pastelão de fácil absorção. Mas muito ao contrário disso, ILYPM é uma história (baseada em fatos reais) de um sujeito que por uma “invertida” do destino, tem sua vida mudada da água pro vinho,larga o casamento frustrado, a falsa imagem de religioso e resolve se assumir gay e dar um jeito de ganhar dinheiro fácil pra sustentar seu estilo de vida glamuroso. O filme é repleto de reviravolta constantes, onde Jim Carrey e Ewan McGregor esbanjam talento como par romântico apaixonado.

Nota: 4,0

Ary:

Adoro filmes que tratam a homossexualidade como uma forma natural de amor, sem aquela carga pejorativa de exagero da personalidade gay, principalmente ao homem. Nesse filme,temos isso! Jim Carrey faz juz a sua carreira de comediante e mostra que um ator pode brilhar em filmes não tão populares, assim como Ewan McGregor.
Com uma carga sentimental considerável, somos transportados ao mundo de Steven, que decide finalmente viver a sua vida da melhor forma possível, assumindo-se gay e fazendo coisas politicamente incorretas!
Quase ninguém tem o conhecimento desse filme. Nem sei se nas locadoras é possível encontrá-lo. Foi difícil achar links disponíveis na internet e isso me deixa chateada, pois filmes tão agradáveis deveriam ser expostos às pessoas de uma forma mais abrangente e não às escondidas, como parece.

Nota: 3,5

Titus

Gente, eu não sei como fizeram aquele macho do Ewan McGregor virar uma passivona, mas deu certo. Ele, como Phillip Morris, é super cute ele na primeira vez em que conversa com o Steven Russel (Jim Carrey), e é muito engraçado o filme inteiro, tipo, tem uma hora em que se você é meio sensível você vai chorar, aí passa uns segundos e volta a rir pra caramba, até nos créditos tem diversão garantida. E tem o Rodrigo Santoro firmeza, embora eu tenha achado que ele tenha poucas falas nesse filme, mas ele tá representando bem os brasileiros em Hollywood. “Enough romance, let’s fuck!” LOL

Nota: 3,5

 

MÉDIA: 3,6

The Runways
Rocky Horror Picture Show
I Love you Phillip Morris

 

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