O charme italiano e o desejo de vingança

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Histórias de personagens que tem sua vida virada de cabeça pra baixo devido à sede de vingança são bastante comuns, inclusive na novela das oito que passa às nove no Xenaverse onde temos vários exemplos disso, em especial, Xena e Callisto. Mas não podemos negar que apesar de ter se tornado praticamente um clichê através dos anos, tais histórias conseguem na maioria das vezes prender nossa atenção e se mostrarem enredos bastante interessantes.

E é o personagem de uma história desse tipo que vem bater continência como o Boy Power do mês de junho: Ezio Auditore da Firenze, o protagonista (a partir do segundo volume) da saga de jogos Assassin’s Creed.

Assassin’s  Creed é uma franquia de jogos iniciada em 2007,  desenvolvida pela Ubisoft, com uma bela trama de conspirações políticas e mitologia, paisagens de tirar o fôlego e uma jogabilidade de dar gosto com movimentos baseados na arte do parkour.

A história de Ezio, protagonista de Assassin’s Creed II, e dos dois títulos seguintes que encerram a saga italiana,   começa aos 17 anos na cidade de Florença, quando sua família cai numa trama política e seu pai e irmãos são executados injustamente sob acusação de traição à cidade. Ezio escapa, mas jura vingança, a qual pretende colocar em prática tão logo que coloque sua irmã e mãe em segurança na vila dos Auditore em Monteriggioni.  Lá, descobre através de seu tio, Mario, que sua família faz parte do clã dos “assassins1 e sua busca pessoal por vingança se expande, quando ele próprio se torna um “assassin” e inicia um conflito não apenas com os responsáveis pela morte de seu pai e irmãos, mas a todos os aliados dos templários que encontra pela frente.

O jogo se passa no século XV, na Itália, durante o Renascimento e personagens como  Leonardo da Vinci, Niccolò Machiavelli, Catarina Sforza, Lorenzo de’ Medici e Rodrigo Bórgia interagem com Ezio no decorrer da história. Em paralelo com sua missão principal, Ezio cumpre várias sub-missões no decorrer do jogo, como dar surras em maridos infiéis, resgatar pessoas e levar mensagens.

Nas interações de Ezio com os personagens secundários, vemos um personagem que apesar da amargura pela perda de parte da família, se mostra carismático e preocupado com seus entes queridos e amigos, e embora seus assassinatos iniciais sejam cheios de fúria e ódio, na medida que os anos vão passando ele passa a demonstrar piedade por seus alvos chegando a lhes dizer palavras de conforto nos seus últimos segundos de vida. Apesar disso, os anos vão lhe trazendo responsabilidades cada vez mais pesadas sobre os ombros, e segredos cada vez mais obscuros que podem comprometer até a história da humanidade.

Para quem tem um Xbox 360, um PS3 ou um PC de boa potência, o jogo é uma ótima pedida. É impossível não lembrar dos saltos e acrobacias de Xena enquanto se corre pelas ruas, telhados e muralhas das cidades e monumentos históricos retratados no jogo, além de ficarmos vidrados com o desenrolar da história. O único ponto negativo é a dor no coração que dá, ao pensar que Xena tinha tudo pra ter se tornado um jogo excelente mas tudo que conseguiu foi aquele fiasco pra PS2 lançado pela Blast! 

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1 A palavra “assassin” no inglês não se refere a qualquer assassino. No contexto do jogo, ele se refere à histórica e real seita fundada no século XI por Hassan Ibn Sabbah, com objetivo de difundir uma corrente do ismaelismo, tendo sede no Irã. Entre outras metas, eles tentavam combater os Templários durante as Cruzadas, o que é o background histórico do primeiro jogo que se passa no Acre, na Palestina e traz como personagem o ancestral de Ezio, Altair.

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