A primeira Regra do Mago

Por:


Por Mary Anne M.W.

Capa da versão Americana

         Atenção:

Esse artigo contém revelações sobre o enredo.

Não é novidade para ninguém no Xenaverse a presença na mídia americana da nova série produzida por Robert Tapert e Sam Raimi.
Também já foi muito falado que tal série é baseada no primeiro livro da série “Sword of Truth”, de Terry Goodkind, o “Wizard’s First Rule”, ou na tradução “Primeira Regra do Mago”.

Eu venho acompanhando a série desde seu lançamento em Novembro do ano passado e um mês após sua estréia tive a curiosidade pelo livro despertado. Lembro-me que o preço um pouco salgado e o fato de haver apenas um dos doze volumes lançados no Brasil, me desestimulou a comprá-lo. No mês seguinte espertamente utilizei o meu melhor olhar de gato de botas do Shrek e sugeri a meu pai que eu gostaria muito de ter o livro. Devo abrir um parênteses aqui para citar que meu pai é a pessoa mais generosa do mundo quando se trata de livros.Ele pode ser o maior mão fechada pra várias coisas, mas ele NUNCA se recusou a comprar um livro que eu pedisse, muito pelo contrário, basta eu comentar que tal obra parece ser boa e ele no dia seguinte está na livraria caçando a obra em questão.

Bom, tendo eu colocado as mãos em “Primeira Regra de um Mago”, a minha próxima odisséia seria encarar as 618 páginas. Não me levem a mal, eu sempre amei a leitura e jamais tive preguiça de encarar livros enormes, contudo sempre que eu botava as mãos neste livro, eu sentia uma aura muito “Senhor dos Anéis” envolvendo-o. Para a série eu podia dar algum crédito, afinal foram os pais de XWP que a criaram…mas será que o livro atenderia minhas reais expectativas?Ou melhor…que expectativas eu realmente tinha para com ele?

Capa da versão brasileira

Confesso que por três vezes, enquanto eu estava no meio da leitura de “A Menina que Roubava Livros”, eu tentei começar “Wizard’s First Rule” (sim, eu sou o tipo de pessoa que lê 2 ou 3 livros ao mesmo tempo, embora em certa ocasião, eu ler Os Miseráveis, Harry Potter 2 e Anjos e Demônios ao mesmo tempo tenham me feito sonhar que eu estava fugindo de um Basilisco gigante nos esgotos das ruas de alguma cidade francesa.)…Como eu dizia, eu TENTEI começar o livro que contava a história do nosso Seeker, mas a descrição da trepadeira estranha de folhas foscas variegadas, presente nas primeiras linhas não foi o suficiente pra eu me empolgar.

Na quarta vez que abri o livro, após ter acabado “A Menina que Roubava Livros”, fiz a intenção de ler pelo menos 50 páginas antes de fechá-lo.Como resultado, li 100. É incrível como a leitura tem a capacidade de te prender e você se sente junto de Richard e Kahlan, correndo pelos bosques de Westand e Midland e fugindo do quad.

Se você leitor, espera encontrar no livro as mesmas coisas da série, esqueça. Encare os dois como histórias paralelas, utilizando as mesmas personagens, mas com rumos diferentes. Poupe a si mesmo de críticas como “O livro é bem melhor do que a série” ou “na série tem isso e isso e isso, enquanto o livro não”. Lembrem-se que a série foi BASEADA no livro, e ambas as obras, tanto a escrita quando a televisiva, são geniais.

Alguns contrastes interessantes são que ao contrário da série, a história do livro já começa com o pai de Richard morto, e foi o seu pai quem lhe deu o livro das sombras contadas e não Zedd. No livro, Richard sabe recitar de cor todo o livro, o qual queimou assim que tivesse as palavras memorizadas.Na série, Richard não conhecia nada do livro e o queimou do mesmo modo.Pode parecer uma diferença boba, mas creio eu que vá fazer toda diferença no desfecho dessa temporada, já que tal livro é peça chave no final da história.

Se vocês esperam uma Kahlan cheia de atitude Girl Power como na série, esqueçam. AQUELA Kahlan é coisa do Tapert. A Kahlan do livro é poderosa, mas frágil. “Superior a uma rainha”, mas sem a atitude “Não quero nenhum heróizinho me salvando” como vemos no primeiro episódio da série. Mas não vou me extender ao falar dela porque já obriguei o Alê Chmiel a fazer um Girl Power com ela em breve hehe.

As descrições de vários personagens são bastante diferentes também e o livro mostra um lado mais cruel e sanguinário dessa história, o que a tv, devido a censura não poderia mostrar.

Aposto que você leitor, vai apertar os dentes nas cenas de dor de Richard e perder o fôlego com as cenas tensas de Kahlan liberando sua magia.

Enfim, não tenha preguiça, você, fã de Legend of The Seeker. Leia o livro, você não irá se arrepender de nenhuma página.

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