XENA no mundo dos GAMES

Por:

Por Robson Cardoso dos Santos

 

Desde minha infância sonho em ver um bom game baseado em XWP. Pois é, continuo sonhando com isso ainda hoje, homem barbado que sou. E essa utopia que se estende desde 1995 é de indignar qualquer xenite, pois XENA foi uma série que renderia jogos eletrizantes, mas os únicos choques que sofri foram realmente no sentido pejorativo da palavra… NUNCA houve um joguinho sequer capaz de envolver o jogador com a atmosfera de ação radical do Xenaverse.

Entretanto, abordarei aqui 3 dos jogos mais significativos que XWP teve em sua carreira.

 

Playstation One

2

 

PONTOS POSITIVOS:

Uma Xena ágil, dotada do mesmo grito de Lucy na série na hora que rodopia distribuindo seus punhos na boca dos infelizes!
A ação é bem movimentada: temos de salvar aldeões cativos, empurrar pra um penhasco um Kronos o gigante, percorrer um labirinto à caça de um minotauro, invadir acampamentos de amazonas, acionar catapultas para derrubar muralhas, desviar-se de flechas e pedras em chamas, mirar o chakram para romper correntes que prendem pontes, derrotar um dragão, pulverizar esqueletos no Submundo e silenciar um poço de almas, arrancar a cabeça de três irmãs medusas, combinar símbolos sagrados para enfraquecer um sacerdote, e vencer uma feiticeira que vira um monstrão enquanto uma Gabrielle prestes a ser sacrificada está algemada com serpentes!!!
A nosso favor, um chakram sobre o qual temos o controle de sua rota com apenas 2 toques firmes no joystick!
Com o chakram, é possível arrancar filetes de sangue dos inimigos mais distantes enquanto estes encontram-se distraídos! Mirar nos locais mais sensíveis de seus corpos é a parte mais bacana! Dê-lhe espírito Evil Zina!
Mesmo sendo contra as normas do jogo usar o chakram a toda hora na luta corpo-a-corpo, é uma baita tentação pra qualquer Xenite fazer como Xena fez com Hefestos em “Looking Death in the Eye” – arremessar o chakram bem no tronco do oponente e pegá-lo de volta! O prazer dos arremessos à curta distância!
Temos também Gaby e sua incrível habilidade de se tornar prisioneira! E as frases de efeito durante o calor da batalha: “Ziiiiinaaaa!!!”, ou “Gabrielle, look out!”.
Cenários bem caracterizados (acampamento das amazonas, Tártaro, terras nórdicas, colinas, montanhas etc).
Xena vai recolhendo pergaminhos de Gabrielle ao longo do caminho, e também frascos lilases com poções pra restabelecer sua condição física.
Um roteiro consistente, com uma missão que vai se desenrolando da forma como a série o faria.

 

2

PONTOS NEGATIVOS:

Gráficos bem debilóides.
De personagens recorrentes da série, apenas o velho Ares (sem Horace e sem a fazenda!).

 

 

PS2

 

2

 

PONTOS NEGATIVOS (por primeiro os negativos, vocês entenderão o porquê…):

Algum primata da produtora BLAST! dever ter “elaborado” essa droga. Um chimpanzé, talvez. Não, não… um orangotango. Enfim, uma criatura cujo intelecto certamente encontrava-se travado na escala evolutiva.
De longe, o PIOR jogo de Playstation 2 em que já meti minhas mãos… E olhem que quase encomendei essa belezura importada…
Gráficos meia-boca disfarçados de uma simplicidade de detalhes para enganar a torcida, pois a coisa já parte ruim desde o menu.
Só podem ter colado essa Xena do PS2 com Durepox ou Super Bonder, porque não é possível, meu Zeus, que a dinâmica dessa personagem seja tão “dura”. Num primeiro momento, achei que meu primo havia mergulhado meu joystick num pote de graxa, porque não havia Eli que fizesse Xena distribuir uns golpes dignos de nossa Zoe Bell. Mas não, não… O problema não era em meu controle, e sim na jogabilidade dessa bomba.
Ares, Ares e mais uma vez Ares enchendo o “meu” saco, mantendo Gabrielle prisioneira num local aonde o nível da água vai subindo no intento de matar a barda afogada. Sem problema, pensam vocês, Xena consegue salvá-la na moleza. Acreditem: é justamente essa “MOLEZA” que impede Xena de chegar a tempo até a catacumba onde Gabrielle está acorrentada, pois um enorme percurso cheio de uma ladainha de escalar, empurrar e subir em blocos de pedra dentro de uma fortaleza acaba por atrasar Xena, e Gaby sempre vira aperitivo pra peixe. E, com a morte dela, Xena volta direto pro início da fase! Sem mentira, eu ria pra não chorar. E essa é apenas A PRIMEIRA ETAPA, meus amigos!
A cada passo, Xena pisa num pergaminho que se abre e cobre TODA (ênfase no TODA) a tela com umas palavrinhas de uma Gabrielle pra lá de desinformada. E leva mais uma meia hora pra ele se enrolar de volta e tocar o jogo em frente, e a ansiedade do player pra ver se a etapa seguinte é capaz de se mostrar menos ruim vai fervendo dentro das calças.
Meu primo de 12 anos (percebam) chegava a sugerir que fôssemos à locadora pra alugarmos um jogo “diferente”. A reação do Xenite eu nem preciso descrever aqui: eu mordia quem pegasse no meu joystick. E só dava Robson às 4 da manhã “tentando” zerar esse rascunho de jogo, gritando pro meu primo lá na cozinha: “Traz mais batatas fritas!”. Sim, eu precisava de energia pra não desistir dessa imundície! Era uma questão de honra, quase uma ofensa à minha virilidade ser derrotado por um joguinho que, de tão simples, era tão difícil de manejar!
Mais uma coisa: o que era aquele chakram que Xena arremessa? Assim que o jogo “startou’, pensei: “Mas que curioso, a Xena tá lançando um prato descartável de festa infantil..”. Não era prato. Era o chakram do PS2. Enlouqueci no ato, e até hoje esse jogo (que suei a camiseta pra baixar e gravar em mídia virgem, na fé de que fizesse jus à saga), permanece guardadinho no meu acervo XWP. E que descanse “SEM” paz.

PONTOS POSITIVOS:

Se alguém quiser, eu empresto esse jogo para que façam o sacrifício de encontrar algum mérito nessa birosca. Nesse poço de lava eu não pulo mais, não!

 

NINTENDO 64

“Talisman of Fate”
2

 

PONTOS POSITIVOS:

Joguinho agradável de duelo corpo-a-corpo, com uma variedade legal de personagens: Xena, Gabrielle, Joxer, Callisto, Ares, Velasca, Autolycus, César, Lao Ma, Ephiny, Hope, Despair, e versões alternativas de Xena (odalisca), Gabrielle (clássica e 5a temporada) e outros.
Técnicas especiais bem características: Autolycus, por exemplo, lança um dinar com seu polegar e pode anular metade de seu medidor de vida! Callisto faz brotar do solo “gêiseres” de fogo. Lao Ma usa suas técnicas hadouken. E por aí vai.
A missão é passar por todos os rounds, derrotando seus amigos-oponentes, e encarar o demônio Despair, que deseja apoderar-se do Talismã do Destino.
Gráficos anêmicos, mas pode-se reconhecer cada personagem sem erro, pois o figurino é fiel à série.
Ao final do jogo, se você derrota Despair, você aparece segurando o Talismã.

2

22

2

PONTOS NEGATIVOS:

Jogando no emulador, é praticamente impossível valer-se de todas as técnicas que as combinações de teclado exigem, como o arremesso de chakram, por exemplo. Dificílimo.
As vozes são de tapar de nojo… Nenhum esforço por parte da equipe de dublagem para pelo menos incorporar o tom que os atores deram às personagens na série.
Jogo curto, sem muito “trelelê”, cru e direto. Mate ou morra.

2

 

Vira e mexe lançam alguma dessas “pérolas” pra engasgar por um tempo o Xenite em seus protestos. Mas não a mim: mesmo engasgado, meu protesto por um jogo decente de XWP ainda soa bem alto e claro.

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