Vamos fazer um acordo? Eu lhes dou um Bad Boy e vocês me dão um comentário, dearies

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(um beijo pra quem entendeu a piadinha do título)

 

Já escrevi sobre personagens de Once Upon a Time aqui anteriormente, onde coloquei Emma e Regina, respectivamente como Girl Power e Bitch Power algumas edições atrás.

Mas o problema é que a série é tão boa, e cheia de personagens tão interessantes, que é impossível não voltar aqui trazendo mais um a ser analisado, dessa vez, um Bad Boy: Mr. Gold, também conhecido na identidade mágica como Rumplestiltskin (me orgulho de saber escrever sem colar).

Como o próprio nome sugere, Mr Gold é um homem muito rico que possui grande parte da cidade de Storybrook, vivendo da coleta de aluguéis, bem como de uma loja de antiguidades. Com sua lábia de negociante, ele frequentemente quebra um galho ou outro para os mais desesperados, e desse modo, através de tratos e acordos, coleciona favores que lhe são devidos.

Mas como tudo em Storybrook é incerto e envolto em mistério, é realmente estranho pensarmos como um homem de aparência relativamente frágil (ele ostenta uma bengala, e seu porte é normal) consegue ser alguém detentor de tanto poder e influência.

A resposta disso está na identidade de Mr. Gold na realidade mágica da série, na qual ele é Rumplestiltskin.

Rumplestiltskin, Rumpelstiltskin ou Rumpelstichen (saúde!), é um antagonista de contos de fada que teve origem na Alemanha. Tentando resumir, sua história é a seguinte:

Para impressionar o Rei , com o objetivo de fazer o príncipe casar com a sua filha, um moleiro bastante pobre mente e diz que ela é capaz de fiar palha e transforma-la em ouro. O Rei chama a moça, fecha-a numa torre com palha e uma roda de fiar, e exige-lhe que transforme a palha em ouro até de manhã, durante três noites, ou será executada. Ela já tinha perdido toda a esperança, quando aparece um duende no quarto e transforma toda a palha em ouro em troca do seu colar; na noite seguinte, pede-lhe o seu anel. Na terceira noite, quando ela não tinha nada para lhe dar, o duende cumpre a sua função em troca do primeiro filho que a moça desse à luz.

O Rei fica tão impressionado que decide se casar com ela, mas quando nasce o primeiro filho do casal, o duende regressa para reclamar o seu pagamento: “Agora dá-me o que me prometeste”. A Rainha ficou assustada e ofereceu-lhe toda a sua riqueza, se este a deixasse ficar com a criança. O duende recusa, mas por fim aceita desistir da sua exigência, mas cria outra: se a Rainha conseguisse adivinhar o seu nome em três dias. No primeiro dia, ela falhou, mas antes da segunda noite, o seu mensageiro ouve o duende a saltar à volta de uma fogueira e a cantar.

Amanhã eu frito, amanhã eu cozinho!
Depois de amanhã será meu o filho da rainha!
Coisa boa é ninguém saber
Que meu nome é Rumpelstiltskin!

Quando o duende foi ter com a Rainha no terceiro dia, ela revela o nome dele, Rumpelstiltskin, e ele perde o seu negócio.”

É claro que do mesmo modo que Robert Tapert modificou muitos mitos originais para adaptá-los à Xena, a produção de Once Upon a Time tomou a liberdade poética para adaptar a história de Rumple. Afinal, uma das coisas que a mitologia tem em comum com os contos de fada, é o fato de serem uma “terra de ninguém”. Existem grandes nomes, é verdade, como Homero, Hesíodo, Irmãos Grimm, entre outros, mas em sua essência, os mitos e os contos são tradições orais, que apenas foram catalogadas por alguns “autores”.

Desse modo, um dos personagens que na sua realidade mágica, poderia ser visto como o maior vilão da história, teve uma origem bem humana.

Ele fora uma vez um viúvo tecelão de aparência frágil, cujo maior tesouro era seu filho Baelfire. Em algum ponto após o nascimento do filho, ele fugiu da guerra para não se separar dele, e foi rotulado como um covarde por toda sua aldeia.

Humilhado pela sua própria mulher, pelas cavaleiros do reino e por todo o resto de sua comunidade, ele e Bael fogem da guerra, e enquanto numa floresta, ele é abordado por um misterioso velho que lhe oferece ajuda. O velho lhe conta uma história sobre uma adaga, que lhe daria poder sobre o “Dark One“, uma entidade cheia de poder, e lhe convence a roubar essa adaga de um Duque, para passar a comandar essa entidade e usá-la para o bem, protegendo o filho desse modo.

Eventualmente ele consegue a adaga, mas é zombado pela entidade e então o apunhala, para em seguida descobrir que se tratava do velho, o qual o enganou para ser assassinado e deste modo se livrar do fardo de sua mágica, o qual foi passado para Rumple, mas não sem antes o avisar que “Mágica sempre vem com um preço”.

Embriagado com o poder que inicialmente seria usado para o bem, Rumplestilskin se vinga daqueles que um dia lhe humilharam, mas perde o controle e inicia um reino de terror, sempre em busca de mais poder e riquezas, o que faz Baelfire temê-lo. O filho lhe faz prometer abrir mão dos poderes se eles acharem um meio, promessa que a alma corrompida de Rumple falha em cumprir e é assolada de arrependimento de imediato, quando seu filho parte para uma terra sem mágica através de um portal.

Arrasado, Rumple cansou de borrar a maquiagem dourada e se encheu de ódio no coração, resolvendo tocar o terror fazendo “acordos” com todo o reino, alimentando cada vez mais seu poder, como um modo de tentar suprir a falta do filho, e fica tão corrompido que se lava de todos os sentimentos.

O único ser que consegue alcançar os sentimentos dele, no fundo de sua alma, é Belle, uma jovem que se sacrifica pela sua aldeia, virando criada de Rumple e com sua jovialidade e simplicidade, acaba ganhando a simpatia, e depois o coração dessa “Fera”. Desse modo, aqui se forma o paralelo para outro conto, a Bela e a Fera (ainda que eu, pessoalmente, quisesse que a FERA da Belle fosse outra personagem da série).

Enfim, o que torna Rumple um personagem tão interessante – além da atuação magnífica de Robert Carlyle – é o fato de ele não ser o puro mal simplesmente por sê-lo, mas ser mais um exemplo da queda de um ser humano, cheio de sentimentos HUMANOS que lhe fizeram tomar atitudes desacertadas e lhe transformaram nesse vilão. E por mais que uma grande porcentagem dos problemas de todos os demais personagens se deva à atitudes do vilão, é impossível não sentir simpatia por ele em determinados momentos, afinal, mesmo corrompido por toda sua magia negra, ele ainda assim afirma que o amor verdadeiro é a magia mais poderosa de todas.

Então vamos fazer um trato? Vocês vão lá, e dão uma chance pra série. E depois de se encantarem com essa história cheia de nuances, podem pagar sua dívida me agradecer comentando nesse Bad Boy. O que acham dearies? 😉

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8 Responses to “Vamos fazer um acordo? Eu lhes dou um Bad Boy e vocês me dão um comentário, dearies

  1. Alê Chmiel disse:

    Realmente, tá na hora de eu começar essa série. Tanta história fantástica! E se Mary Anne diz que é bom, é porque é bom! Belo trabalho, como sempre :)

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  2. Lorenzo disse:

    É impressionante como os “malvados” desta série se revestem de uma causa inicial boa. Com Regina foi assim [até parece que a má da história era a mãe dela e em algum momento eu queria esganar a Branca por estragar a história de amor da Regina]. Linda leitura Mary. Parabéns. [será que todos os maus serão assim? tiveram um início bem intencionado??????]

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    • Mary Anne disse:

      Difícil precisar, mas como dizem os rumores que veremos cenas da juventude de Cora, acho provável. Afinal como a própria série cita “O mau não é nato, ele é criado”

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    • Mára disse:

      Isso de todo mau teve um início bem intencionado me lembrou da Xena…

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  3. Pedro Henrique disse:

    Ao que parece, Once Upon a Time tem tudo que eu gosto numa série.
    Haja tempo pra assistir a tanta coisa, gente!
    Parabéns pelo artigo, mana (algum dia você ainda vai me fazer ver essa série). rs

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  4. Rodrigo Silva disse:

    Tô na mesma situação do Alê, precisando começar a ver essa série.

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  5. Chapo disse:

    adooooro Once Upon a time! E acho o Rupleswitkonskin a cara cuspida do Murilo Rosa, valha-me!
    Ele e a Rainha má certamente fazem a trama mais interessante.
    Gosto da maneira q eles colocam a história toda sempre nos fazendo pensar q se fosse comigo, eu não agiria assim tããão diferente.
    E sou da torcida belle e chapéuzim E NINGUÉM ME TIRA ISSO. Mas ainda tenho esperanças da rainha com a swan. are baba q eu morro de cataporas se isso acontecer

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  6. Mára disse:

    e eu que achava que era a Branca e a chapéu… e ai que aquele pinóquio é bem mais interessante que o encantado…mas o que ninguém me tira da cabeça é que o Grillo é chato em qualquer versão.

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