Uma aliada no núcleo do perigo…
Por: Alessandro
GIRL POWER nº. 35
…seria ela a futura grande heroína?
Por Alessandro Chmiel
Twitter: AleXenite
Obs.: possíveis spoilers que não estragarão as surpresas da série. Pode ler e assistir!
Agradecendo os comentários da edição passada, este artigo chega pra responder algumas dúvidas que Nikita pode ter causado. Assim como Xena, Nikita é incompleta sem uma ajudante, e xenite que é xenite compara Alex com Gabrielle o tempo todo.
Assim como informado na Girl Power n.º 34, a heroína Nikita possuía uma missão muito particular: vingar-se da empresa que a transformou em uma assassina profissional e impedir que ela, a Division, faça ainda mais vítimas. Mas derrubar uma estrutura tão poderosa como a Division sozinha seria praticamente impossível sem uma ajudinha, especialmente se esse apoio não viesse lá de dentro. Mas em quem confiar?
Nikita não queria ajuda em sua caminhada, do mesmo modo que Xena, que nunca ousou sonhar em ter uma amiga na sua jornada. Mas Nikita não pôde deixar de estender a mão à menina desamparada, engolida pelas drogas, à beira da prostituição e do crime. Alex, como explorado pouco a pouco na série, ficou órfã muito cedo, e perambulou pela escuridão de um mundo cruel, fora das ricas paredes da mansão da família. Alexandra Udinov não era mais uma pequena dama, e rumou sem perspectivas de uma vida melhor. Afundou-se nas drogas, e para comprá-las, teve de apelar para serviços sexuais (e fica implícito que Alex sofreu exploração infantil), além de desvendar as artes do crime. Foi então que Nikita surgiu em sua vida. Nikita treinou Alex com uma determinação maternal, ou mesmo como se construísse uma possível “nova Nikita”: redimida. Querendo impedir o destino cruel de Alex, Nikita fez com que a menina largasse as drogas, a vida infame e desproposital, e passar a ser uma mulher novamente, uma pessoa de caráter, que soubesse se defender. Com muito esforço, Nikita recuperou Alex, tornando-a sua pequena aliada na luta contra a Division.
Enquanto Nikita tem o mundo a sua disposição, Alex a ajuda estando infiltrada na toca dos lobos: presa dentro da Division, tentando destruir o monstro por dentro. Servindo de espiã para Nikita, Alex tem de atuar em ambos os lados, uma espécie de agente dupla, assim como a GP nº. 09, Sydney Bristow. Sua imaturidade, contudo, ameaça intervir no sucesso das duas aliadas, e um desejo de vingança pode colocar tudo a perder.
Aos poucos, Alex trilha os passos de sua mentora, bem como Gabrielle fez ao longo das seis temporadas de XWP. Entretanto, enquanto Gabrielle vem de uma vida pacífica e parte rumo à luta, Alex surge do submundo para o caminho do bem. Ou seja: Alex seria uma Gabrielle com o passado de uma Evil Xena indefesa. Quer personagem mais interessante que essa? A grande dúvida é se Alex vai persistir nesse caminho do bem, ou se vai aproveitar e escapar enquanto ainda pode para uma vida normal. Será que Nikita será capaz de controlar os impulsos de Alex, assim como Xena fez tantas vezes com Gabrielle?
Pode parecer que não saibamos muito do passado de Nikita, mas acho que uma das funções primordiais de Alex é recontar essa história, agora na sua pele. Todo o seu sofrimento, suas escolhas éticas, o que vale a pena para se viver – ou para se morrer? Flashes do passado negro de Nikita. Mas Alex está ciente da realidade daquele mundo, ao contrário de Nikita que sempre foi enganada. Mas saber o caminho certo e andar pelo mesmo não é tão simples como parece. Ainda mais quando sua maior inimiga possa ser você mesma.
A série está no meio da sua segunda temporada, e torço para que continue no ar pela rede CW. Os episódios evoluíram consideravelmente da primeira para a segunda temporada, e juntar os pedacinhos do passado de Alex e de Nikita para montar esse quebra-cabeça vem sendo sensacional. As sequências de luta com Alex são muito bem trabalhadas, e Lyndsy tem mostrado o que Alex tem para oferecer – o que sem dúvida não é pouco!
Assistam NIKITA, uma série de excelente roteiro e ótima para se fazer conexões com XWP. Pelo jeito, redenção não vai estar fora de moda. Ainda bem!
Até!
Lyndsy com certeza foi escolhida a dedo para interpretar papel tão fundamental na série e, de fato, faz muito bem. Acredito que a Alex é o tempero essencial que a série tem para mesclar entre o tradicional e o novo. A combinação de Fonseca e Q é espetacular, há uma sincronia muito bem estabelecida. Quanto a relação de Nikita e Alex, acredito mesmo no que o Alê disse, é mais fraternal, não há subtexto ali, apesar da Alex apresentar uma eterna ”gratidão” nessa 3ª temporada à Nikita.
Espero que a série possa ter mais alguns duradouros anos, porque até então, corre grande risco de ser cancelada.