Por: Mary Anne

Mary Anne M.W.

Lara Croft e Xena. Ambas são mulheres de personalidades forte, decididas, deixariam Daiane dos Santos no chinelo em quesito de acrobacias e chutam muitos traseiros durante as aventuras. Uma briga entre as duas seria de voar faíscas pelos ares.
Mas elas têm mais em comum do que o simples hábito de ensinar lições aos bad-boys: a trilha sonora.

Não é o primeiro artigo que faço comparando trilhas sonoras de Game com a obra de LoDuca. Há alguns meses foi a vez dos irmãos Rippy de Age Of Empires serem colocados em paralelo com o mestre LoDuca, e dessa vez escolhi as músicas que têm me acompanhado já alguns anos, a cada novo jogo da série Tomb Raider que coloco as mãos.

Desde os formatos midi infelizes dos primeiros jogos até o som quase cristalino de Legend e Anniversary, a OST (Original Sound Track) deste jogo é algo que encanta todos os fãs.

Do primeiro Tomb Raider até o The Adventures of Lara Croft, terceiro da série, somos embalados por músicas clássicas com um clima de mistério antigo, fantasia e aventura, obra do compositor Nathan McCree. Muitas músicas se aproximam bastante daquelas músicas de background dos dois primeiros CDs da trilha sonora de XENA.

O quarto jogo, The Last Revelation, se situa todo no Egito, trazendo até o jogador o clima da “época dos deuses antigos”. Traz uma notável diferença sonora em relação aos três primeiros, que com certeza se deve a troca de compositor, sendo o seu responsável Peter Connelly, que também compôs para os dois jogos seguintes.            

Em Tomb Raider – Chronicles temos uma trilha sonora mais voltada a um ambiente militar, mistério, mas não tão clássico. Se difere bastante dos anteriores. Talvez o mais próximo que se possa encontrar da OST de XENA nele sejam as músicas das fases da Irlanda com aquele clima clássico, mas uma coisa engraçada me chamou a atenção. Seria impossível citar o nome oficial da música, mas pra buscar na pasta de sons do jogo é só achar um intitulado de “06_whats this (hmm)”.Coloquem essa música ao lado da faixa “18 The Play’s The Thing” do CD 2 do Volume 6 de XWP, a música da cena da banheira do episódio de mesmo nome. Vocês verão que a batida das músicas é quase idêntica, o que difere é que além do acompanhamento vocal na música de XENA, o ritmo é bem mais lento.

O clima parisiense clássico, tenso e obscuro de Angel of Darkness, sexto game da série, volta a aproximar suas músicas das músicas ambiente de XENA, principalmente aquelas das cenas onde está todo mundo tenso sabendo que algum vilão está prestes a atacar.

Mas aí vem o Legend, com uma trilha sonora praticamente eclética, de Troels Brun Folmann. De músicas de extrema ação como a da animação inicial, passando pela música eletrônica das fases do Japão até o clima montanhês das fases da neve. Ah, as fases da neve, no Nepal. Elas tem algo céltico. Um clima que igualmente lembra XENA em algumas ocasiões da trilha sonora da série que também variou muito no decorrer de 7 CDs.

E o que sobra pra se falar da OST do Anniversary? Como bom remake do primeiro jogo, nele não poderia faltar o clima clássico orquestral dos primórdios de TR. Sendo um dos cenários a Grécia, não dá pra deixar de lembrar, não é? E Folmann reafirmou seu talento na trilha sonora desse jogo.

Seja filme, série ou jogo, uma obra audiovisual não é nada sem música. Jogar TR sem música não teria graça nenhuma (já imaginou passar o Bike Ride do Legend sem aquela trilha sonora que dá mais emoção ao ato de atirar nos inimigos com aqueles saltos aéreos de moto, ou o quão mais doloroso seria o ato de se estrepar nos paredões rochosos sem acompanhamento musical?), assim como XENA sem LoDuca, não seria a Xena que conhecemos.
Então, por favor, vamos reconhecer os compositores das nossas obras preferidas! Muitas vezes os seus nomes passam despercebidos, mas sem o trabalho deles seria tudo muito chato!

Agora me dêem licença que eu tenho umas montanhas pra escalar ali no Nepal ao som de “Mountain Tops”.

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