Sherlock Holmes

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Por: Rodrigo A. Silva

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Assim como nós, os xenites, somos fãs incondicionais do seriado “Xena The Warrior Princess”, também existem os sherlockianos, ou sherlockers, fãs incondicionais de um dos maiores detetives da história da literatura, o grande Sherlock Holmes.

Tenho notado nos últimos tempos as semelhanças existentes entre o universo sherlockiano e o universo xenite. No universo xenite, Xena e Gabrielle viajam pelo mundo antigo procurando por problemas, pessoas que possam ajudar e mistérios que possam solucionar. No universo sherlockiano, o detetive Sherlock Holmes e seu “amigo” Dr. Watson, solucionam os mais diversos e misteriosos casos policiais, enfrentando todo o tipo de problema que se coloque no caminho deles.

As semelhanças existentes entre Holmes e Xena são impressionantes. Ambos possuem uma capacidade de observação apurada e são capazes de encontrar as evidências mais complexas ocultas nos detalhes mais simples. Assim como Xena, Holmes não consegue simplesmente “sossegar”, ele só se sente a vontade quando está imerso nas emoções de casos complicados e fica extremamente ansioso e frustrado quando não há nenhum caso a ser resolvido. Embora Xena também seja ansiosa não teria o mesmo problema de frustração por falta de serviço, já que Xena não ficava parada esperando ser chamada, ao contrário, sempre viajava em busca de novas aventuras não importa a que distância estas estavam.

Também existem algumas semelhanças entre o Dr. Watson e Gabrielle. Watson é um médico e Gabrielle, como bem sabemos, possui algumas habilidades básicas de curandeira, além disso, já manifestou um forte desejo de trabalhar em um hospital. Assim como Gabrielle, Watson acompanha Holmes em suas aventuras e aprende muitas habilidades com ele, principalmente as habilidades dedutivas que tanto auxiliam Holmes na solução de seus casos. Mas a principal semelhança entre esses dois personagens reside no papel que estes cumprem na função de “bardos”.

Nos livros, Watson é o narrador das aventuras de Holmes, o responsável pela divulgação de suas aventuras pelo mundo imortalizando Sherlock Holmes na história. Da mesma forma, Gabrielle escreveu as aventuras de Xena em uma série de pergaminhos, possibilitando assim que todo o mundo conhecesse as façanhas da Princesa Guerreira.

Minha intenção era escrever um artigo para a coluna “Livros” divulgando as semelhanças entre os personagens sherlockianos e xenites, mas foi no filme de Sherlock Holmes que encontrei a inspiração que me motivou a mudar os meus planos e divulgar, não a obra literária em si, mas, principalmente, sua adaptação para a tela dos cinemas.

O filme Sherlock Holmes é uma adaptação feita pelo diretor Guy Ritchie baseado na obra do escritor inglês Sir Arthur Conan Doyle. Nessa adaptação para os cinemas, Guy Ritchie não decepcionou os sherlockianos, pois embora o Sherlock do cinema tenha características físicas diferentes das descritas nos livros, o ator Robert Downey Jr incorporou perfeitamente os outros atributos do detetive ansioso e sombrio.

O que mais me chamou a atenção neste filme foi a presença de um claro e evidente “subtexto” na relação de amizade entre Holmes e o Dr. Watson, interpretado pelo ator Jude Law. Inseparável companheiro de aventuras, o jovem Dr. Watson está sempre por perto de Holmes. Ambos moram juntos, dividem o aluguel do apartamento e sabe-se lá mais o que. Enfim, Watson é a pessoa mais próxima e íntima de Homes e sempre está a sua disposição. Mas esta situação diária de convivência e companheirismo está prestes a mudar completamente, pois o Dr. Watson está noivo e em pouco tempo irá se casar e se mudar para outro lugar. Além disso, Watson deixa bem claro para Holmes que após o casamento não irá mais participar de suas aventuras, irá “sossegar” ao lado de sua nova companheira.

O que me leva a crer no subtexto presente neste filme é a reação de Holmes em relação a tudo isso. Ele parece agir movido por um ciúme que está além dos limites da amizade. Primeiramente Homes se recusa a conhecer a futura esposa de seu amigo, mas acaba aceitando por insistência de Watson a conhecer a moça em um jantar. Durante o jantar, Holmes demonstra um comportamento claramente hostil e acaba encontrando formas nada sutis de ofender a moça insinuando que a mesma não passa de uma encalhada interesseira.

Como se isso já não fosse o bastante, Holmes chega a contratar os serviços de uma cigana para que esta convença Watson de que este terá um futuro muito infeliz se insistir em levar adiante a idéia de se casar.

Pode ser que eu esteja exagerando em minhas colocações, afinal o Sherlock Holmes dos cinemas é claramente muito dependente da amizade de Watson e me parece razoável e até mesmo aceitável que Holmes faça o possível para manter sua amizade tal qual ela era antes de Watson se tornar noivo. Mas independentemente de existir ou não um subtexto na amizade existente entre Sherlock Holmes e o Dr. Watson, trata-se de um filme muito bom e inteligente com cenas de ação do começo ao fim.

O filme “Sherlock Holmes” já está disponível nas locadoras de todo o país e a venda nas melhores lojas também. Garanto que irá valer a pena gastar algumas horas do seu final de semana para apreciar essa empolgante aventura do maior detetive de todos os tempos.

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