Serenity – A Luta pelo Amanhã
Por: Yannara
Yannara Marques
Esse mês foi um tanto difícil escolher um filme para a nossa querida Revista. Assisti muitos, desde aqueles “óbvios” até mais desconhecidos, contudo havia um que me atormentava desde que o assisti há muito tempo, numa galáxia muito distante…não, não é Star Wars.
Por que Serenity?
Porque assim como Xena – A Princesa Guerreia, os fãs do seriado Firefly sonhavam ter um longa como continuação.
Porque foi escrito e dirigido por Joss Whedon, criador de Buffy (outro seriado que atrai muitos Xenites).
Porque conta com a atuação de Gina Torres (a primeira Cleopatra, que também deu o ar da graça em Hercules como Nebula),atriz cujo estilo faz que qualquer trabalho seu seja do tipo que “não se esquece tão cedo”.
Porque tem aventura e ação de tirar o fôlego dignas de To Helicon and Back.
O enredo nos traz uma nave (Serenity) modelo Firefly onde a tripulação do caçador de recompensas, Malcolm Reynolds(Nathan Fillion), que vaga clandestinamente pelo espaço fugindo de Reavers – uma espécie de humanos guiada por puro instinto selvagem e predador (de fazer até Metastopholis tremer as cadeiras) – e ainda fogem da Aliança, a qual os persegue por uma adolescente que “tem muitas habilidades” tanto no aspecto físico quanto psíquico, agora instável devido a experiências do governo.
Meio clichê? Antes de qualquer coisa Serenity se destaca não por sua proposta, mas por seu desenvolvimento.
Um misto de Ficção Cientifica com Western e um toque épico – que se reflete principalmente na trilha sonora -, ganha boa vantagem em não necessitar apresentação de personagens – só isso já me tomaria um artigo inteiro – e pode assim ir direto ao conflito. Não se desespere se ainda não assistiu a série; com uma incrível sensibilidade, Joss, em cada fala ou close-up apresenta uma peculiaridade de seus personagens.
Embora percebamos um leve desconforto por parte do criador ao trabalhar com cinema, não há nada que prejudique o produto final. Ao contrario do que não raramente ocorre, os efeitos de alta definição não roubam o lugar da narrativa, com criticas sociais que correm por uma linha tênue entre o sutil e o mordaz. E muito além de qualquer efeito estão as proezas de River (Summer Glau) no combate corpo-a-corpo, que se não estivesse a anos-luz de distância poderíamos suspeitar que a mesma andou tomando aulas com uma certa Princesa Guerreira e sua Barda.
“Seriados cancelados não se tornam filmes de grandes estúdios a menos que o criador, o elenco e os fãs acreditem além da razão.” – Joss Whedon nos extras do DVD.
Enquanto não perdemos as esperanças por um Xena Movie, Serenity nos convida a embarcar rumo a uma viagem surpreendente.
…atriz cujo estilo faz que qualquer trabalho seu seja do tipo que “não se esquece tão cedo”
Realmente, Nebula roubava a cena e tinha sua própria bagagem anterior como pirata, foi tocada pelas palavras de Hércules revelando seu lado bom. Quando vejo o episódio fico com a impressão que era um teste pra um novo Spin-off.