Quando a decepção corta tão fundo, alguém tem que pagar
Por: Pedro Henrique
Antes que se passe a analisar a personagem que protagoniza o Girl Power deste mês, é necessário que se redija uma síntese da série Revenge, criada por Mike Keller e protagonizada por Emily VanCamp, que está longe de ser apenas um rosto bonito típico de uma garota doce e apaixonada como mostra nas fotos.
Assim como o próprio nome sugere, Revenge fala sobre vingança, delimitando a premissa do que se passa na tela desde o título, para que, nas palavras da protagonista “Isso não seja uma história sobre o perdão”, o que se comprova a cada episódio que se segue nesta temporada de inauguração.
A série fala sobre uma garota rica e misteriosa, que se muda para os Hamptons, onde passou a infância ao lado do pai, para dar início aos seus planos de vingança. Emily Thorne (que na verdade é Amanda Clarke) foi cruelmente separada do pai em razão de uma conspiração para que ele levasse a culpa por um crime que não cometeu, resultando na destruição de sua família e lesões irreparáveis ao psicológico de uma garota que, se não fosse isso, talvez tivesse um futuro brilhante, sem precisar se preocupar com retribuição.
Motivada por vingança, Emily se infiltra no cotidiano dos envolvidos, se dando o trabalho de descobrir previamente informações a respeito da vida de cada um para que possa aniquilá-los individualmente. Vemos, portanto, uma personagem extremamente complexa que não se contenta em apenas derrotar o “líder do exército”, mas sim todos que fazem parte dele para alimentar o ânimo que a motiva: vingança. E talvez, o melhor conceito que a defina, seja o de anti-herói (tema tratado em outro artigo da RX deste mês).
Durante a primeira e interessantíssima temporada, participamos do drama e dos conflitos da personagem, evidenciados pela carga dramática interpretada brilhantemente pela protagonista da série, Emily Thorne vivida por Vancamp, que já carrega uma certa experiência em dramas pelos seus papéis anteriores em Everwood e Brothers and Sisters.
Assegurada pelo grande amigo de seu pai, Young Zedd Nolan Ross, interpretado pelo ator Gabriel Mann, Emily encontra nele um protetor e, posteriormente, amigo. Ou talvez um equilíbrio para a complexidade de suas decisões, ou, apenas, para servir como uma bússola para guiá-la de volta ao mundo de sentimentos doces e humanos, que caracterizam o discernimento entre o bem e o mal.
Em contraponto a seus planos de vingança, surge Jack Porter, seu amigo de infância e seu grande amor.
Em decorrência de todos os seus esquemas para derrubar os responsáveis pela culpa infundada jogada nas costas de seu pai, ela se vê obrigada a negar o seu amor por ele, justamente por levar uma vida perigosa, ficando evidente que os eventuais inimigos surgidos nessa jornada não evitariam em fazer mal a quem ela ama para machucá-la.
Os caminhos perseguidos pela protagonistas funcionam na série de forma tão eficaz, que, por mais que saibamos que ela atinge os objetivos de formas pouco aceitáveis, ou até mesmo cruéis, fazem com que simpatizemos com a personagem e torçamos para que ela dê a todos os culpados o que eles merecem.
Os objetivos dela, com uma análise pormenorizada, não se tratam de uma mera vingança, embora essa seja sua meta principal; e sim de uma redenção que ela busca para seu pai: inocentá-lo de todas as acusações e colocar os verdadeiros responsáveis na cadeia; de forma que isso só se torna possível através de vingança.
Esqueçam de vinganças fúteis típicas de séries americanas que surgem no estilo. Para embarcar em Revenge, é preciso compreender e se conectar à motivação da personagem principal.
“Antes de embarcar em uma jornada de vingança, cave duas covas.” – Confúcio (504 a.C).
O grande X da questão é que ela atinge inclusive quem não tem nada com isso e vemos um tutor em lutas com outra ética…
cara, vejo a Callisto reencarnada nessa mina!!!
tava assistindo só por isso
#aloka