A linha tênue entre o super-heroísmo e o anti-heroísmo

Comentários

e Mary Anne 

 

Diante do contexto que cerca os conceitos tratados neste artigo, é válido ressaltar que os mesmos são passíveis de diversas interpretações, assim como as características que fazem parte da personalidade dos personagens apontados. Sendo assim, vi por bem convidar a Mary Anne para contribuir com o artigo.

Durante muitos momentos de Xena, podemos ter a sensação de conflito que os dois conceitos geram. Há quem diga que Xena é muito mais do que uma super-heroína, ou até que ela seja apenas anti-heroína. Mas para analisarmos mais profundamente esses conceitos e extrairmos tudo – ou uma boa parte – do que Xena nos apresentou sobre isso, além de citar, obviamente, outros personagens bastante conhecidos na cultura popular, é necessário que conceituemos anti-herói:

“é o termo que designa o personagem caracterizado por atitudes referentes ao contexto do conto contemporâneo, mas que não possuem vocação heróica ou que realizam a justiça por motivos egoístas, pessoais, vingança, por vaidade, por matar ou por quaisquer gêneros que não sejam altruístas, ou seja, é o antônimo da idéia que se tem de herói. A maoria dos anti-heróis da ficção são mais populares que os heróis” (Wikipédia).

 

Como podemos notar, o próprio conceito de anti-herói é bastante complexo. Tão complexo que é passível de diversas interpretações. Este artigo mencionado acima na Wikipédia dá exemplos de quem pode ser conhecido como anti-herói na cultura popular. Apesar de concordar com alguns, acho muito preto e branco defini-los assim, porque a maioria deles possui características, também, de super-heróis.

A proposta deste artigo é analisar, a partir de diversas interpretações, sobre quem é super herói e porquê.

Iniciemos analisando as personagens centrais da nossa trama preferida, Xena – A Princesa Guerreira:

Durante grande parte do seriado, podemos perceber que Xena apresentou características dos dois gêneros, embora, talvez, anti-herói tenha definido mais o seu caráter do que super-herói. Exemplos disso, respectivamente, podemos citar os bem produzidos ‘One Against Na Army’ e ‘A Friend In Need’; no primeiro momento, percebemos claramente a incapacidade, sem reservas, da personagem àquele ponto, de renunciar à vida ao lado da pessoa que mais amava, sacrificando uma cidade, que seria invadida pelos persas: Gabrielle; no segundo, basicamente pelo fato de ter que suicidar-se a ponto de salvar milhares de almas aprisionadas por um super demônio, e renunciar ao que mais amava em troca disso, sendo altamente altruísta e sentindo as consequências disso na própria alma: Gabrielle. O que, por si só, merece um prêmio só por mostrar de forma tão crua o desenvolvimento da personagem, uma das características que fez a série tão marcante. Outros exemplos de anti-heroísmo possíveis de destaque: ‘Death Mask’, ‘The Deliverer’, ‘The Debt’, ‘Maternal Instincts’, ‘The Bitter Suite’, ‘Sacrifice’, ‘Crusader’, ‘The Ides of March’, entre outros. O importante é analisar quando que as ações deixam de ser pelo bem maior, e passam a se configurar por motivos egoístas e fúteis ou de foro íntimo, e passam a fugir da esfera ‘do que se deve fazer’.

Em segundo lugar, é lógico, podemos apresentar Gabrielle. Embora muitos achem que a personagem foi caracterizada para ser absoluta e unicamente um contraponto à Xena, é possível verificar características de anti-herói nela também, muito poucas, se comparadas às de Xena, mas ainda existentes. Em ‘Return of Callisto’, Gabrielle se depara pela primeira vez durante a série com um sentimento de vingança; ela quer, de qualquer maneira, sacrificar sua inocência e sua luz em prol de um motivo categoricamente egoísta: vingança sobre Callisto, personagem que dá o título ao episódio. Embora ela não tenha coragem de concluir com o objetivo apresentado anteriormente, o ânimo da personagem, até certo ponto, caracteriza-se como um típico de anti-herói, pelo fato dela querer isso para satisfazer o seu ódio, e não por um bem maior. Em outros momentos como ‘Who’s Gurkhan’, estão presentes essas características de anti-herói, também, por ter conhecimento de que a mãe e o pai foram brutalmente assassinados; e novamente, podemos verificar que Gabrielle não vai até o final, porque não age com impulso, o que faz com que as características de uma super-heroína predominem em sua personalidade. Mas não é preciso que a gente vá tão longe, já que em ‘The Ides of March’ ela trata de aniquilar alguns romanos para salvar Xena da morte.

 

Além disso, faz-se importantíssimo mencionar o brilhante ‘When Fates Collide’, que nos mostra a figura de Gabrielle como uma anti-heroína, disposta a destruir o tear em prol de sentimentos provenientes de amor, mas totalmente egoístas, mesmo a despeito do alerta feito pelos Destinos de que destruir o tear, destruiria tudo.

Quem eu cito em terceiro lugar, é uma personagem bastante conhecida na cultura popular: Selina Kyle (Mulher-Gato). E aí, deixo um alerta enorme para que quem não assistiu ao terceiro filme da série de Christopher Nolan, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, passe longe do parágrafo que vem depois da foto, pois ele pode revelar fatos fundamentais presentes na projeção.

No que concerne à Senhorita Kyle, apresentada de diversas formas tanto na TV, nas HQs, quanto no cinema, prefiro me restringir à algumas HQs e ao terceiro filme da brilhante trilogia de Nolan, interpretada, brilhantemente, por Anne Hathaway (‘O diabo veste prada’ e ‘Amor e outras drogas’). Tratamos aqui de mais uma personagem onde as características de anti-heroína se sobrepõem às de super-heroína. Vocês devem estar se perguntando: a Mulher Gato como super-heroína? Você deve estar brincando. Não, não estou. Antes da vilã interpretada por Michelle Pfeifer, e outras concepções bastante cartunescas mostradas em desenhos animados e séries de TV, a personagem tinha, sim, um pouco de super-heroína. Em diversos momentos, o Batman tenta regenerá-la e, há alguns em que os dois trabalham, sim, em prol do bem maior, como em ‘O Cavaleiro das Trevas Ressurge’.

Embora tenha contribuído significativamente para o time de vilões durante a projeção, como roubar as digitais de Bruce Wayne para concretizar um plano de fazer com que ele chegue à ruína, e entregar o herói a Bane em uma bandeja de prata (para que encontre sua queda), há um momento no qual decidida a fugir para se salvar, ela acaba voltando e salvando o herói, em um momento crucial do filme, se tornando uma das mais fortes aliadas do Homem-Morcego. O que resulta em um dos pontos mais interessantes e bastante discutido na trama, bem útil para interpretar o conflito causado pelo conceito herói e anti-herói: em que ponto devemos fazer algo para fugir do barco e salvar a si próprio, ou ajudar o próximo? Bem, talvez, esse seja o conflito mais recorrente nos personagens que dividem essas características. A dualidade é evidente quando tanto nas HQs, quanto nos filmes, e jogos do Homem-Morcego, a Mulher Gato se encontra em um impasse, entre se salvar, ou salvar o Morcego e, assim, proteger o bem maior.

Dando continuidade à nossa lista, mencionamos a personagem Cara, de Legend of the Seeker (e Sword of Truth ). Conhecida por muitos fãs das séries de Sam Raimi e Rob Tapert, Cara foi apresentada como a servidora mais leal a Darken Rahl, e, como acabou acontecendo na série, Richard Rahl. Treinada por uma linha de Mord Sith, ela não hesitava em fazer qualquer coisa a mando do Lorde Rahl vigente à sua época (devido ao vínculo que foi gerado por seu laço com a família Rahl).

A personagem ficou conhecida apenas no season finale da primeira temporada, obviamente, como uma vilã, que acabou se convertendo em uma anti-heroína, também com características de super-heroína (na segunda temporada). Seus objetivos ficam claros já a partir de sua primeira participação na série, que são exterminar Richard a mando de Darken Rahl, para evitar o cumprimento de uma profecia. Apesar disso, a personagem demonstra desde então um inclinação a se tornar uma anti-heroína, já que não pensa duas vezes ao tomar decisões em benefício próprio, qual seja, de se aliar a Richard e fazer com que o mundo volte a ser o que era, para evitar que sua raça seja exterminada (e aí, a personagem deixa o posto de vilã, porque, mesmo que por motivos egoístas, ela toma uma atitude que indiretamente beneficia muito mais gente).

Sua personalidade muda de figura, quando na segunda temporada, esta decide seguir e mostrar lealdade ao novo Lorde Rahl, Richard Cypher, auxiliando em sua jornada para encontrar a Pedra das Lágrimas e selar o véu que se abriu entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos. A partir daí, ainda que características de anti-herói tenham sido predominantes na personagem, ela passa a ser uma super-heroína, já que, por acatar ordens do seu mestre, ela cumpre com o dever de lutar pelo bem maior, independente de sua concordância ou não, estando muitas vezes disposta a se sacrificar pelo grupo e criando um forte vínculo de amizade com ele, não se restringindo apenas à sua ligação à linhagem Rahl. Através disso podemos perceber uma grande evolução na personagem, que acabou caindo nas graças do público em geral por ser tão complexa.

É impossível escrever um artigo desses sem mencionar heróis propriamente ditos como Homem-Aranha, Super-Homem, e, ainda, o próprio Hércules da concepção de Sam Raimi e Rob Tapert.

Mas iniciemos a discussão sobre o cabeça de teia: tudo começa, como todo mundo bem sabe, com uma picada de uma aranha, que dá poderes especial ao adolescente Peter Parker. Embora não seja bastante conhecedor do Peter Parker das HQs, o pouco que pesquisei sobre o personagem, notei que, sim, as características de herói se sobrepõem às de anti-herói – ainda que estas existam. Para não adentrar em um território desconhecido e bastante perigoso, prefiro me restringir a tecer comentários acerca da trilogia cinematográfica adaptada por Sam Raimi (‘Uma noite alucinante’, ‘Xena’, ‘Hércules’ e ‘Arraste me para o inferno’) e, posteriormente, por Marc Webb (500 dias com ela).

Quem já teve a oportunidade de conferir ambas adaptações, percebe que a essência do herói permanece: a de super-herói. Porém, nas duas adaptações, somos apresentados a conflitos adolescentes e aos conflitos de super-heróis que, sempre que perdem um ente querido, têm que decidir se vai agir por força de um bem maior, ou por um desejo insaciável de vingança.

O Peter primeiramente interpretado por Tobey Maguire, evidentemente possui uma personalidade mais densa em decorrência dos caminhos que decide percorrer; o que nos permite, por si só, inferir que possui mais características de anti-herói, em determinados pontos, do que o Peter interpretado por Andrew Garfield. Não é a toa que sua jornada resulta nos acontecimentos do patético Homem-Aranha 3, onde a simbionte se apodera do seu corpo e o leva para o lado sombrio da força, despontando em uma batalha interna entre o bem e o mal.

A despeito dos conflitos enfrentados na adolescência, e a partir do incidente que o torna um ser humano com poderes sobre-humanos no desnecessário O Espetacular Homem-Aranha, o Peter Parker de Andrew Garfield, pelo que foi apresentado, parece lidar melhor com esses conflitos. A construção do personagem nos mostra que o desejo de vingança ora presente pelo assassinato de sua figura paterna, Ben Parker, são facilmente superados pelos ímpetos de salvar a cidade, embora para isso, precise, primeiro, salvar seu grande amor, Gwen Stacy, interpretada de forma doce por Emma Stone. Mais uma vez podemos verificar que as características de super-herói se sobressaem em relação ao trilogia de Sam Raimi.

O nosso próximo alvo de análise talvez possua o super-herói estampado em sua mente, pois se trata de um bom samaritano e que vive com um único ideal: proteger os oprimidos. Super-Homem, na pele de Clark Kent, talvez seja o personagem que mais faça jus a esse título. Em todas as histórias do personagem, vemos claramente que seus objetivos se resumem a ser um bom samaritano e nada mais que isso. Enviado para a terra em uma nave após a explosão de seu planeta natal, sua única preocupação parece ser com os habitantes do planeta terra, se tornando, talvez, uma das figuras mais humanas que o universo das HQs já conheceu.

Diversas vezes o intérprete do personagem foi apresentado na TV, no sucesso dos anos 90: Lois & Clark, interpretado por Dean Cain; e mais tarde em Smallville, intepretado por Tom Welling. Mas não podemos esquecer a figura que o imortalizou nos cinemas, Christopher Reeve que, após sua morte, fez a Warner ir à caça de um ator parecidíssimo com ele, Brandon Routh, para vestir a capa do Super-Homem novamente nos cinemas, depois de tanto mento, resultando num fiasco enorme. Um reinício da franquia do Homem de Aço é prometido para os cinemas em 2012, interpretado por Henry Cavill e dirigido por Zack Snyder (‘Watchmen’, ‘Sucker Punch’) e produzido por Christopher Nolan (‘A origem’, ‘Amnésia’ e ‘Trilogia do Batman’).

 

Se tem uma figura que merecia estar nesse artigo, não exatamente pelo sucesso absoluto de sua série de TV, mas mais pelo significado, é o Hércules de Sam Raimi e Rob Tapert, interpretado por Kevin Sorbo. O outro herói que não mata ninguém quase não possui características de anti-herói, foi ‘responsável’ pela regeneração da nossa Princesa Guerreira: Xena.

Seguindo a linha de super-heróis que não hesitam em ajudar, em Hércules temos outro bom samaritano, incapaz de matar alguém com as próprias mãos. O grande problema disso, é que os roteiristas acabaram criando um personagem extremamente raso e limitado, que não é muito suscetível a grandes discussões, mais um motivo pelo qual Xena se destacou entre as séries dos anos 90.

O conceito clássico de herói que teve seu berço nas literatura Grega acabou sendo modificado através dos anos,  principalmente pela ocidentalização do tema. Antes considerado uma criatura de grandes feitos e caráter essencialmente nobre, agora os heróis que conhecemos nem sempre são detentores dessas caraterísticas “super-humanas”, já que passaram a não corresponder mais aos anseios do homem, que passou a valorizar não mais apenas um arquétipo de perfeição, mas também os sentimentos mais íntimos da alma humana, que nem sempre são nobres.

Para que um personagem tenha sucesso, é necessário que o leitor/espectador consiga conectar-se à ele de algum modo, e como nós, na características de humanos sujeitos à falhas, nos identificaríamos com personagens que estão completamente acima de nós?

Como um herói de essência épica, pronto e acabado, sobreviveria numa sociedade que sofre constantes transformações, nas quais muitas vezes os conceitos de certo e errado se tornam confusos?

Talvez seja nesse aspecto que o Hércules de Tapert e Raimi tenha pecado e caracterizado sua “ruína” enquanto programa televisivo.

O herói de hoje é aquele personagem que não se deixa flutuar nas ações do destino, mas movimenta a ação da narrativa usando como combustível uma causa geralmente altruísta. O que não quer dizer que ele não cometa erros ou não apresente fraquezas, que o aproximam dos falhos humanos, e é por isso, que principalmente nas obras contemporâneas a linha entre herói e anti-herói se torna ainda mais tênue, fazendo com que vários personagens acabem apresentando uma dualidade de arquétipo, os caracterizando das duas maneiras.

Um exemplo disso é um personagem presente na cultura britânica há décadas, o Doctor, da série Doctor Who.  O próprio nome escolhido por esse Senhor do tempo, “Doutor” (que é apenas um pseudônimo, o nome do Doutor nenhuma criatura no universo sabe), caracteriza um personagem com um desejo inerente de curar as dores do universo. De consertar o errado e dar uma chance de regeneração a todo ser vivo. No entanto, a exposição à essas dores do universo durante centenas de anos, fazem com que o personagem desenvolva uma grande amargura e um lado “negro” o qual ele tenta sufocar para não ferir as criaturas com a “ira do Senhor do Tempo”, mas nem sempre tem sucesso nessa tentativa. As primeiras encarnações do Doctor, mostravam um ser arrogante com certo desprezo pela raça humana inferior, ainda que se sentisse na obrigação de protegê-la. Através das décadas ele se torna mais humano e mais motivado pela compaixão, contudo essa humanização também traz sentimentos não tão nobres.

As reações emocionais da nona encarnação do Doctor, por exemplo, muitas vezes se mostram fora de proporção, punindo criaturas severamente, muitas vezes motivado por questões pessoais, como é o caso dos Daleks, que fizeram com que o Doctor destruísse seu próprio planeta inteiro para vencer a guerra contra a raça alienígena.

A décima encarnação do Doctor se auto-define “Alguém que não dá segundas chances. É esse o tipo de homem que eu sou”, não hesitando em destruir a carreira da fictícia primeira ministra da Inglaterra após ela lhe contrariar em uma decisão.

Outro caso de personagem que demonstra essa dualidade, é a Noiva, de Kill Bill, porém ao inverso do exemplo acima, suas ações são quase que inteiramente motivadas por ódio e vingança, o que de cara faria ela se caracterizar como uma anti-heroína, no entanto nesse processo ela movimenta a ação, e ainda que não meça as conseqüências, tem um propósito individualmente nobre, que é recuperar sua filha, e mesmo deixando uma trilha de sangue e destruição por onde passa (não poupando nem mesmo uma menina de 17 anos), ela ganha a simpatia do espectador, que torce por seu êxito.

Acredito que todos possuem esse conflito de super-herói e anti-herói, que é um conflito inerente ao ser humano. Muitas vezes paramos para refletir sobre o que é certo e o que é errado, mesmo sabendo que não existe alguém no mundo que seja capaz de definir, realmente, quando estamos certos e errado. Tudo se baseia no caso concreto e em determinado contexto.

Dito isso, nada se torna absoluto. Muito menos a definição de super-herói e anti-herói.


 

 

Leituras complementares:

Quando a heroína deixava de existir – Por Mary Anne

Quando a heroína deixava de existir II  – Por Mary Anne

 

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

10 mistérios do Xenaverse

Comentários

Mesmo para os xenites de longa data que já viram os episódios de Xena 94839579575 vezes, o Xenaverse tem alguns mistérios que nem o Benedict Cumberbatch Sherlock Holmes consegue desvendar.

Então vamos lá listar dez deles!

 

1) Mãos de marinheiro

Afinal, qual o real sentido da “piadinha” sobre mãos de marinheiro em “Paradise Found“?

Existem alguma hipóteses a serem levantadas. Primeiro, obviamente, Xena não queria mãos calejadas encostando em partes sensíveis na cútis guerreira dela, e isso já é subtextual o bastante. Segundo, a palavra “sailor” (marinheiro) é uma gíria antiga pra se referir à homossexuais, mas geralmente se aplica a homossexuais homens, o que faria a piada perder o sentido no contexto de Xena e Gabrielle.

Pra deixar as coisas ainda mais intrigantes, durante o comentário do episódio, presente no dvd da quarta temporada, ao chegar nessa parte do episódio, Robert Tapert e Chris Manheim não contém o riso cheio de mistério, nos dando a entender que existe alguma piada interna mais profunda aí. O problema é que deve se tratar exatamente disso: piada interna. Logo nós xenites nunca vamos entender.

 

2) Pêras esmagadas

No episódio “Takes one to know one“, enquanto Xena e o grupo faziam conjecturas para solucionar o assassinato de Ravenica, Xena afirma que a pessoa que mexeu na bolsa de Ravenica era desorganizada, porque havia deixado as frutas debaixo das coisas mais pesadas. 

Cyrene então dá uma risadinha maliciosa e “Talvez ela gostasse de peras esmagadas”. Gabrielle faz uma cara sem graça e diz para Xena “Ela é sua mãe”, ao que Xena responde com uma cara meio indignada.

Tudo bem que tudo pode não passar de um momento “bobo” de Cyrene por afirmar algo tão absurdo, mas a risadinha maliciosa dela e as reações de Xena e Gabrielle abrem margem para outras interpretações (a não ser que a mamãe sem noção de Xena estivesse fazendo alguma analogia anatômica com as peras de Ravenica. #VIXE ).

 

3) Deuses suicidas

Isso pode se tratar de apenas mais um YAXI (Yet Another Xenaverse Inconsistency) mas é algo que não vi muitas pessoas refletirem a respeito.

Se toda a motivação de Callisto ao ajudar Xena nos eventos de Sacrifice I e II era ser morta com a adaga com sangue de corsa, porque queria o esquecimento, por que ela mesma não se matou?

Pode-se argumentar que isso não seria possível, mas se assim fosse, como Calígula conseguiu? Lembremos que no ponto em que ele fez isso, ele já era um deus completo pois havia terminado de sugar a divindade de Afrodite.

 

4) Como Ares foi parar na tumba

Em The Xena Scrolls, Melinda e Janice encontram a tumba onde Ares havia sido preso por Xena, e somente um descendente de Xena poderia libertá-lo. O problema é que até os eventos de A Friend in Need em nenhum momentos vimos Xena prendendo Ares lá! Então afinal, como ele foi parar lá?

Só nos resta pensar que Xena não aguentou ficar morta por muito tempo e uns seis meses depois de Gabrielle sair do Japão, já acharam um jeito de ela ressuscitar (TODOS COMEMORA). Mas afinal…o que Ares teria feito de tão grave dessa vez para merecer o castigo?

 

5) Screencap misterioso

A qual episódio pertence ESSE screencap?


Na verdade esse não é um mistério tão grande. Ele já foi desvendado e alguns xenites além de mim já devem saber a resposta. Mas não vou entregá-la assim tão fácil! Quero as opiniões dos leitores! Dica: Não é cena cortada de nenhum episódio!

 

6) Dinheiro

Xena e Gabrielle viajavam pra caramba, inclusive de navio. Além disso haviam gastos como ferraduras para Argo, botas, consertos para as roupas e comida. 

Fica difícil imaginar Xena “vendendo” suas habilidades como guerreira para ganhar dinheiro, até porque tanto Xena quanto Gabrielle lançam olhares de reprovação quando Joxer quase aceita uma recompensa em “In the Sickness and in the hell“.

Então afinal, de onde elas tiravam dinheiro para tudo isso?

 

7) Toris

Para que buraco sumiu o irmão mais velho de Xena? Questões familiares em Xena foram tratadas com cuidado. Lila, irmã de Gabrielle, apareceu mais de uma vez. Cyrene, mãe de Xena, aparece diversas vezes. No começo da sexta temporada uma das grandes preocupações era ver o que ocorreu com suas famílias depois de 25 anos passados. E como assim em nenhum momento cruzou pela cabeça de Xena ver o que tinha ocorrido com Toris?

 

 8) The Abyss

Qual o motivo de Xena sensualizar no olhar para Gabrielle no final de The Abyss?

Nossa barda tinha acabado de se recuperar de um baita trauma emocional, uma facada e quase ter sido comida por canibais. Isso é hora de ficar lançando olhar 43, Xena? Um abraço cairia bem, viu?

9) Descendentes

Voltando ao assunto de The Xena Scrolls, Janice e Melinda não era reencarnações de Xena e Gabrielle (como ocorria com Shakti e Arminestra e Annie e Mattie), e sim, descendentes.

Como essas descendentes surgiram? Da parte de Xena é fácil pensar que Eve deve ter rolado como doninhas com algum rapaz meio zen, mas e Gabrielle? Teria ela sossegado e se assentado depois de A Friend in Need? Teria ela tido um affair rápido com algum guerreiro? Mas se Xena voltou (pra prender Ares na tumba), por que ela se envolveria com qualquer um? Ou seria mais uma “criança” mística, como Hope e Eve?

 10 ) Confusões com idade

Na série é deixado claro que Lilah é mais nova do que Gabrielle. Enquanto Gabrielle tinha por volta de 18 anos quando saiu de Potédia, Lilah deveria ter aproximadamente 15 ou 16, o que daria para ela por volta de 20/21 anos na época da quinta temporada. Passados 25 anos de congelamento, ela deveria ter por volta de uns 47, no máximo, contudo aparenta estar mais velha do que isso.

O mesmo ocorre com Joxer. que se supormos que tinha por volta de 35 na época da quinta temporada, deveria ter 60 após o congelamento, o que não é idade para que ele haja como um velho decrépito como foi mostrado.

Além do mais, depois dos 25 anos, Xena encontrou pessoas que a conheciam já do seu passado. Não é estranho que nenhuma dessas pessoas tenha se mostrado surpresa ao ver Xena tão jovem?

 

Então é isso xenites! Vamos ver que discussões vocês levantam sobre esses 10 “mistérios”. Quem tiver mais mistérios, compartilhe nos comentários (ou até mesmo escreva um artigo sobre!).
Um abraço à todos.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

A Sétima Arte, colorida (4)

Comentários

Olá caros leitores guerreiros!

O Sétima Arte, Colorida chega à sua quarta edição, e dessa vez, além de comentários meus, do Tito e da Aryane, temos como convidado do mês o Alessandro Chmiel.

Espero que vocês gostem dos filmes escolhidos, e já sabem! Caso os tenham visto, sintam-se à vontade para deixar seus próprios comentários ali embaixo 😉

Lembrando que assim como neste mês, aceitamos convidados na coluna para meses futuros. Para participar basta enviar um e-mail para [email protected] para se informar sobre disponibilidade e pegar a lista de filmes para o mês seguinte!


IMAGINE ME AND YOU (2005)

“…the lily means…I dare you to love me”

 

Mary

Eu geralmente não sou muito fã de comédias românticas, mas o fato de ter a Piper Perabo no elenco, e de ser um filme britânico, me levou a dar uma chance à “Imagine”.E que filme gostoso de assistir! É claro que a química entre Piper Perabo e Lena Headey deixa tudo melhor, mas além desse elemento ainda temos uma trilha sonora super divertida e Rupert Giles Anthony S. Head. O filme não tem nenhum roteiro surpreendente e brilhante (é uma comédia romântica, afinal), mas a história contada faz a gente ficar com um sorriso na cara quando termina. Mas nem só de melação romântica e clichês é feito o filme. Ele também é recheado de tiradas britânicas que garantem boas risadas. Como elementos paralelos, muito destaque para a pureza de coração de H, e para o altruísmo de Heck.

Nota: 4,5

 

Tito

Pra começar devo dizer que me apaixonei pelo tema do filme,”HappyTogether”, do The Turtles! Pelo menos eu considero como a música tema, já que o nome do filme foi inspirado nela e tal. E que filme mais gostoso de ver num sábado ensolarado de manhã, com essa atmosfera de casamento e flores e tudo mais… Falando em flores um dia antes de ver esse filme eu tinha visto “Luzes da Cidade”, do Charles Chaplin, que também tem uma florista e recomendo também! Mas, voltando ao foco, também é muito bonita a maneira sutil como abordam a vida amorosa da Rachel, sua auto-aceitação e como ela luta pelo o que quer.Ah, o Cooper é um Brian Kinneyhetero, só que mais tonto, mas mesmo assim firmeza viu, meninos? E o mais importante: YOU’RE A WANKER, NUMBER NIIIIIIIIIIIIIIIIIINE!

Nota: 4,0

 

Ary

Filme leve, cheio de descobertas e incríveis  consequências. Em Imagine Me and You, a homossexualidade é  mostrada por um ângulo diferente, sobrepondo ideias preconceituosas. É gostoso de assistir, é fofo, as atrizes possuem uma química deliciosa e percebemos que se descobrir gay e sair do armário pode não ser um bicho de sete cabeças. A música final gruda na cabeça, assim como a vontade de viver um amor igual ao das protagonistas maravilhosas.

Nota: 4,0

 

Alessandro

Já conhecia o trabalho da Piper Perabo da série Covert Affairs, na qual ela interpreta uma agente secreta que fala múltiplas línguas. Qual foi minha surpresa ao vê-la nesse filme, e encarando o sotaque mais doce e britânico do mundo! Não esperava de maneira alguma uma comédia romântica focado em duas mulheres. Uma doce história de reconhecimento e amor com um roteiro estupendo, que te prende até depois dos créditos finais, e personagens secundários bastante ricos, especialmente a menininha H. O filme ainda conta com a presença notória de Anthony Head, o bibliotecário e Guardião Rupert Giles da série Buffy. A maior gratificação do mês. Bravo!

Nota: 5,0

MÉDIA TOTAL: 4,4

 

 

PRAYERS FOR BOBBY (2009)

“I know now why God didn’t heal Bobby. He didn’t heal him because there was nothing wrong with him “

 

 

Mary: 

O filme que toda família de homossexual deveria assistir. A quem estamos enganando. O filme que toda a sociedade deveria assistir.A obra desmitifica a visão bíblica sobre a homossexualidade, desconstruindo essas “verdades” nas quais muitos religiosos se apoiam para condenar os homossexuais.Sigourney Weaver tem uma atuação de cair o queixo, como mãe que “quebra” o espírito do filho além do conserto e depois procura respostas divinas para a tragédia que se segue.Mas e quem consegue odiá-la? Acho que todos que assistem o filme não conseguem sentir raiva, mas sim compaixão para com a dor avassaladora que ela experimenta. O triste é refletir depois que o filme termina e ver que infelizmente o mundo está cheio de “Bobbys” e “Marys”.

Nota: 4,5

 

Tito:

Não sou muito de gostar de coisas emocionantemente tristes, então por isso eu tava meio com o pé atrás de ver esse filme, mas já vou avisando que embora a causa de todo o enredo seja triste, o filme em si passa uma mensagem bonita e feliz podemos assim dizer, além de ter cenas bem felizes estilo Babylon de Queer as Folk e gente fantasiada de “The Rocky Horror Picture Show” LOL – filme que, a propósito, foi comentado aqui na coluna em sua 2ª edição. É triste ver como o que aconteceu com Bobby não apenas no filme como na vida real ainda é super comum nessa sociedade doente, então essa obra é praticamente de cunho social, um must-see, principalmente pra famílias que ainda têm alguma forma de preconceito em relação à essência homossexual de seus filhos, irmãos etc. Lágrimas são garantidas com esse filme, em vários momentos, mas é bom porque mostra que a gente entendeu a mensagem. E espero que se, pelo amor de Deus, algum xenite estiver passando pela mesma situação que o Bobby, ele veja QUE HÁ ESPERANÇA, e não precisa botar tudo a perder, afinal, como diz nossa querida Ary, YOU WILL SURVIVE!

Nota: 5,0

 

Ary:

Oh céus, que filme… Magnífico, chocante, fabuloso… Essas três palavras descrevem tudo! Por Zeus, que filme!!! Alguém me explica como a Sigourney Weaver não ganhou um Oscar de melhor atriz, por favor? Ela rouba toda a cena, principalmente do meio pro fim. O filme mostra mais o lado da descoberta da mãe e da dificuldade que ela tem de lidar com o preconceituo contra a sexualidade do próprio filho. Até onde a religião pode nos guiar?Pobre mãe, essa do filme. Pobre filho, um espelho de uma realidade dolorosa, vítima de uma sociedade fanática. Não deixem de assistir, é uma lição, é um presente, é uma obra de arte. Os momentos finais do filme são impecáveis, como todo o esto, na verdade. 

Nota: 5,0

 

Alessandro:

Há pouco conheci a série cinematográfica Alien, que trouxe fama à talentosíssima Sigourney Weaver no papel de uma tremenda Girl Power. Uma atriz tão sensacional que fez com que me revoltasse com essa personagem fanática tão marcante neste filme feito para a TV. Drama intenso que me fez derramar lágrimas por mais de três vezes em seus percalços. Talvez por ser uma história real – e tão próxima de tantas realidades, o filme choca por sua familiaridade. E por falar em família, o tal nicho elementar na construção de qualquer pessoa, o lar de Bobby não foi o melhor receptáculo para a notícia de que havia algo de “errado” com ele. Sou suspeito pra falar, mas quando a figura materna é a principal barreira na hora da aceitação/compreensão, parece que a dor se duplica. O filme é belíssimo e ao mesmo tempo muito triste, uma redenção tardia que quase não possui mais remédio para a personagem de Sigourney. Uma pena mesmo que muitas pessoas, quando mudam o modo de pensar, mudam tardiamente. A mensagem do filme é um carinho na alma daqueles que de alguma forma ainda se sentem estranhos nesse mundo tão preconceituoso, e um tapa na cara da sociedade que só vê rótulos, que gosta tanto de falar em paraíso e não sabe enxergar a alma alheia.

Nota: 5,0

MÉDIA TOTAL: 4,8

 

TOMBOY (2011)

 

 

Mary: 

Um filme que nem todos conseguem apreciar, em parte pela falta de hábito para com o cinema francês – que tem uma sutileza e um passo narrativo diferente de Hollywood – mas ainda assim uma história com tantos pontos a serem refletidos e com uma delicadeza admirável.
O filme mostra que mesmo os pais que dêem o maior apoio para as decisões dos filhos, podem enfrentar momentos com os quais não sabem lidar, ao mesmo tempo que nos faz questionar: Será mesmo que existem pessoas que nascem no corpo errado, no sexo errado ou elas nascem é na SOCIEDADE errada? Tudo que vemos são individualidades de Mikael/Laurie, ela gosta de carros, de futebol, de azul e de ter cabelo curto. O problema é que a sociedade diz que pra gostar de tudo isso ela precisa ser um menino, e assim ela “acata” o que a sociedade diz, ainda que não tenha idade para discernir o quão complexas podem ser consideradas questões de identidade de gênero. Aparte disso, uma atuação linda e Zoé Héran (e também da Malonn Lévana, que interpreta a irmãzinha dela).

Nota: 4,0

Tito:

Um “BoysDon’tCry” infantil e não violento. Mas ambos relatam a história de uma menina que se veste de menino porque é assim que ela se sente perante sociedade, essa é sua verdadeira forma. É um filme extremamente lento e calmo que se passa num pequeno bairro em Paris, mas as atuações de ZoéHéran (Laure / Mickäel), que na época tinha uns 12 anos, e da MalonnLévana, que deve ter uns 6 anos assim como sua personagem Jeanne, são INCRÍVEIS pras idades deles: não é toda a menina que aceita um papel em que dá um beijo em outra menina – por mais que isso seja simples para os adultos, como por exemplo a Hilary Swank (Boys Don’tCry), deve ser um grande desafio para uma atriz de 12 anos, fora cortar o cabelo curtinho, ficar sem camisa, fazer um pipi (porque quem tem 10 anos ainda tem pipi) de massinha – essa cena eu acho particularmente meio tensa, enfim. E uma coisa engraçada é que vários personagens do filme usaram seus verdadeiros nomes, quem sabe por falta de criatividade da roteirista, quem sabe por tornar a atuação mais fácil para eles, ao passo que a criança Malonn incorpora outra pessoa mesmo, além de ser uma fofa e encarar a crise de identidade sexual da irmã mais velha de forma tão natural, porque sério, se fosse eu, com 6 anos, eu ia sentir aflição de ver isso acontecendo com alguma das minhas irmãs mais velhas, falei. E embora a narrativa do filme seja super devagar, o final é bem intrigante e aberto, com aquela expressão facial da protagonista… Me agradou!

Nota: 4,5

 

Ary: 

Filme lento, com poucos diálogos, porém, aqui vale o ditado “uma imagem vale por mil palavras”. É inocente, verdadeiro… A perspectiva de uma criança, ao descobri que não está no corpo certo. Introspectivo, reflexivo e muito bem dirigido, por se tratar de crianças.

Nota: 2,5

 

Alessandro:

Já havia assistido ao filme antes numa tarde serena, e gostei da experiência. Passei um bom tempo sem saber se se tratava de uma atriz ou um ator mirim no papel principal, tamanho foi o trabalho da produção em deixar Laure/Mickaël com a aparência dúbia. Jamais havia visto essa temática no corpo feminino tentando parecer masculino, e o trabalho foi muito bem executado. Palmas ainda pras atuações das crianças do elenco, que foram verdadeiras e sensíveis, provavelmente resultado de extenso esforço por detrás das câmeras para esclarecer a temática aos pequenos atores. Talvez por se tratar de um filme francês, o ritmo do filme me é incomum, com um passo desacelerado; contudo, o ar contemplativo não prejudica a trama nem um pouco, apenas não faz meu gosto na hora da narrativa. No mais, o filme merece crédito por sua ousadia.

Nota: 3,8

MÉDIA TOTAL: 3,7

 

Dê sua nota!

VN:F [1.9.22_1171]
Imagine me and you
Prayers for Bobby
Tomboy
Rating: 4.3/5 (1 vote cast)

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Quando a decepção corta tão fundo, alguém tem que pagar

Comentários

Antes que se passe a analisar a personagem que protagoniza o Girl Power deste mês, é necessário que se redija uma síntese da série Revenge, criada por Mike Keller e protagonizada por Emily VanCamp, que está longe de ser apenas um rosto bonito típico de uma garota doce e apaixonada como mostra nas fotos.

 

Assim como o próprio nome sugere, Revenge fala sobre vingança, delimitando a premissa do que se passa na tela desde o título, para que, nas palavras da protagonista “Isso não seja uma história sobre o perdão”, o que se comprova a cada episódio que se segue nesta temporada de inauguração.

A série fala sobre uma garota rica e misteriosa, que se muda para os Hamptons, onde passou a infância ao lado do pai, para dar início aos seus planos de vingança. Emily Thorne (que na verdade é Amanda Clarke) foi cruelmente separada do pai em razão de uma conspiração para que ele levasse a culpa por um crime que não cometeu, resultando na destruição de sua família e lesões irreparáveis ao psicológico de uma garota que, se não fosse isso, talvez tivesse um futuro brilhante, sem precisar se preocupar com retribuição.

Motivada por vingança, Emily se infiltra no cotidiano dos envolvidos, se dando o trabalho de descobrir previamente informações a respeito da vida de cada um para que possa aniquilá-los individualmente. Vemos, portanto, uma personagem extremamente complexa que não se contenta em apenas derrotar o “líder do exército”, mas sim todos que fazem parte dele para alimentar o ânimo que a motiva: vingança. E talvez, o melhor conceito que a defina, seja o de anti-herói (tema tratado em outro artigo da RX deste mês).

Durante a primeira e interessantíssima temporada,  participamos do drama e dos conflitos da personagem, evidenciados pela carga dramática interpretada brilhantemente pela protagonista da série, Emily Thorne vivida por Vancamp, que já carrega uma certa experiência em dramas pelos seus papéis anteriores em Everwood e Brothers and Sisters.

Assegurada pelo grande amigo de seu pai, Young Zedd Nolan Ross, interpretado pelo ator Gabriel Mann, Emily encontra nele um protetor e, posteriormente, amigo. Ou talvez um equilíbrio para a complexidade de suas decisões, ou, apenas, para servir como uma bússola para guiá-la de volta ao mundo de sentimentos doces e humanos, que caracterizam o discernimento entre o bem e o mal.

Em contraponto a seus planos de vingança, surge Jack Porter, seu amigo de infância e seu grande amor.

Em decorrência de todos os seus esquemas para derrubar os responsáveis pela culpa infundada jogada nas costas de seu pai, ela se vê obrigada a negar o seu amor por ele, justamente por levar uma vida perigosa, ficando evidente que os eventuais inimigos surgidos nessa jornada não evitariam em fazer mal a quem ela ama para machucá-la.

Os caminhos perseguidos pela protagonistas funcionam na série de forma tão eficaz, que, por mais que saibamos que ela atinge os objetivos de formas pouco aceitáveis, ou até mesmo cruéis, fazem com que simpatizemos com a personagem e torçamos para que ela dê a todos os culpados o que eles merecem.

Os objetivos dela, com uma análise pormenorizada, não se tratam de uma mera vingança, embora essa seja sua meta principal; e sim de uma redenção que ela busca para seu pai: inocentá-lo de todas as acusações e colocar os verdadeiros responsáveis na cadeia; de forma que isso só se torna possível através de vingança.

Esqueçam de vinganças fúteis típicas de séries americanas que surgem no estilo. Para embarcar em Revenge, é preciso compreender e se conectar à motivação da personagem principal.

“Antes de embarcar em uma jornada de vingança, cave duas covas.” – Confúcio (504 a.C).

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

I will Survive (4)

Comentários

Artigo dedicado a Jamey Rodemayer e a todas as vítimas de homofobia…que desistiram.

 

Vários preconceitos nos cercam no dia-a-dia. Milhares deles. E com certeza, você tem algum tipo de preconceito também. É uma das falhas humanas.

Sendo assim, é natural ter sentimentos preconceituosos, mas não é normal agir de forma preconceituosa. Por exemplo, aqui vai uma breve historinha:

“João acha Maria nariguda e por isso não se torna amigo dela. Tem medo de que os outros irão dizer que ele está andando por aí com a “Pinóquio” da turma. Fora que ele a acha feia e certamente desinteressante. Eles nunca conversaram, mas João acha melhor manter não só a distância, como seus conceitos pré-determinados sobre Maria.

Certo dia, a turminha estava zoando todos aqueles alunos “diferentes” e Maria passou por eles, tímida, encurvando-se para não ser vista. Todos gritaram “Aê  Pinóquio!” e Maria correu até a sala-de-aula, entre lágrimas. João também gritou e se sentiu superior, se sentiu mais poderoso, porque todos seus colegas agora o achavam o máximo. Agora, ele faria isso mais vezes.”

É claro que essa história não acaba bem. Provavelmente Maria cresceu, tornou-se adolescente e gastou toda a economia dos pais com uma plástica de nariz. Porém, ela nunca esquecerá que precisou mudar seu corpo para poder viver em paz. E João por sua vez, ainda jovem, foi preso por ter esfaqueado um negro que esperava um ônibus junto a ele.

Isso pode estar acontecendo agora, ali na rua embaixo da sua casa. Ou na sua escola, ou na faculdade e até no ambiente de trabalho. E porque não, na sua família? Ali, entre os primos… Deu pra entender que o nosso tema hoje é Bullying, não é? Acontece que existe um bullying  especial, chamado Homofobia. Que é muito mais grave do que muitos por aí imaginam.

“Homofobia é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não heterossexual.”

 

A história é bem parecida com aquela ali de cima, só precisamos substituir o “nariguda” por “lésbica” e o apelido “pinóquio” por “sapata”. Sofrer homofobia não é menos doloroso do que sofrer por ser gordo, alto, negro, albino, japonês, etc… Machuca da mesma forma e a consequência pode ser fatal, como o suicídio.

Muitas crianças sofrem todos os dias na escola com zoações de outros “colegas”. Isso é um comportamento típico do ser humano quando ainda está na fase infantil, aprendendo o certo e o errado. Quando crescemos, aprendemos certos limites e, na maioria das vezes, mantemos certas “opiniões” para nós mesmos e nos calamos para não machucar o próximo. Porém, há situações onde a intenção é exatamente ferir o próximo. Não se sabe exatamente o motivo, talvez por desordem mental, por falta da educação dada pelos pais, por inveja, por aceitação em certos grupos (ex. o João da nossa historinha) etc.

A criança normalmente não tem ideia de que é homossexual. Ela começa a se sentir estranha, diferente das outras. Mas mesmo assim, demora pra cair a ficha, porque afinal, o “natural” é que ela siga os parâmetros “normais”. E aí ela começa a esconder, a fingir que não sentiu atração pelo amiguinho na hora do futebol, ou que gosta de brincar de bonecas ao invés de carrinhos. Mas os “colegas” percebem logo de cara que algo anormal está acontecendo e usam isso como fator constante dos comentários e brincadeiras hostis.

Devido a isso, infelizmente, cansadas de serem vítimas de tamanha desumanidade, as pessoas simplesmente desistem. Várias apenas tentam, mas depois mudam de ideia. E outras conseguem, de fato, cumprir o plano e acabam dando fim a vida.

Isso aconteceu com Jayme Rodemaiyer, um fã mirim de Lady Gaga que infelizmente, não aguentou tanta pressão. Dias antes ele havia feito um vídeo de apoio às pessoas que sofrem homofobia, para serem fortes e persistirem; uma corrente super conhecida já pelo mundo todo, chamada “It gets better” (Isso irá melhorar). Porém, Jayme se rendeu à situação agonizante que era sua vida entre os “amigos”. Quando soube da Notícia, Lady Gaga se propôs a procurar o presidente americano e lutar pela causa da discriminação por homossexualidade.

Existem vários vídeos de apoio e até famosos já fizeram sua parte, gravando uma mensagem tranquilizante para aqueles que se sentem em um beco sem saída por não serem devidamente aceitos. Postarei aqui alguns.

Max Andler, o Karofski de Glee.

embedded by Embedded Video

YouTube Direkt

http://www.youtube.com/watch?v=ox3Y0v1IfdA

Ke$ha (cantora)

http://www.youtube.com/watch?v=

embedded by Embedded Video

YouTube Direkt

 

Bárbara Miyaji (Vlogger)

embedded by Embedded Video

YouTube Direkt

http://www.youtube.com/watch?v=1TCMHpSDKmg&feature=fvsr

 

Equipe do Estúdio PIxar

embedded by Embedded Video

YouTube Direkt

 http://www.youtube.com/watch?v=QyG-6GORuzc

 

Eu espero que a mensagem esteja clara. Bullying é coisa de otário! Os babacas que praticam esse tipo de idiotice, precisam se auto-afirmar para poder ter um pouco de auto-estima. Ou seja, o problema é com eles, não com você. É claro que zoar com os gays e lésbicas é interessantíssimo pra eles, porque é um assunto tenso, as pessoas se sentem frágeis diante da própria sexualidade e o mundo não está preparado para ouvir que fulano é gay.  

Mas o que você precisa saber é que existe um mundo inteiro por aí, esperando você sair do armário, encontrar um garoto ou garota que te fará feliz, muitas festas pra curtir, muita coisa pra experimentar… E você NÃO pode dar o gostinho de acabar com sua vida, porque é isso que eles querem.

Seja forte, um dia, isso vai melhorar! Eu, alguns amigos e muita gente que eu conheço achavam que era o fim do mundo, mas não é. Vale a pena lutar, continue sendo você. Se acha que precisa mudar a cor do cabelo, ou fazer plásticas, ou até mudar de escola, faça. Não tem problema. Se esse é o caminho para você se sentir melhor, como a Maria, então que seja. Mas por favor, não desanime. Lembre que Xena daria uns belos pontapés nos marmanjos que zoam os fracos e oprimidos não desanimaria. Ela lutaria até o fim! Honre o pensamento Xenítico e faça o mesmo!

Mês que vem teremos um artigo bem mais light, porque esse aqui foi tenso. Mas fazer o que, precisamos dar uns cutucões às vezes, não é? Ficar falando só abobrinha não dá.

Porém, vou guardar segredo sobre o tema!

Obrigada Mary Anne, pela ideia de adicionar o “It Gets Better” no artigo.

Zeus abençoe vocês!

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: +1 (from 1 vote)
Be Sociable, Share!

Possuídas

Comentários

 

 

Desde pequeno, sempre fui doido por livros e filmes que traziam as personagens principais, inicialmente humanas, para o abismo da perdição satânica. Eu não gostava de ver vampiros, lobisomens, fantasmas e múmias entrando em cena já prontinhos: o que eu adorava mesmo era acompanhar a depredação da imagem humana, com os mocinhos perdendo sua face racional pouco a pouco, numa radical degradação. E XWP tinha disso, de brincar com as heroínas e fazer com que elas tocassem o extremo da maldade do Outro Lado. Vamos falar hoje das ocasiões em que Gabrielle e Xena caíram nas trevas, transformando-se em agentes do Mal de formas praticamente irreversíveis.

 

 

1- Gabrielle bacante em “Girls Just Wanna Have Fun”: durante uma balada numa cidadezinha qualquer, Gabrielle se revela uma bacante, ou seja, súdita de Baco, o Deus do Vinho. Se não fosse o chakram para impedí-la de dar um bom gole no vinho do deus chifrudo, a mordida em seu pescoço teria tornado ela uma bacante para toda a eternidade (ou até que viesse a Buffy em 1992…).

 

2- Gabrielle dominada por Tataka em “Devi”: Tataka, a entidade demoníaca que é chegada numa pérola, entra no corpo de Gabrielle e passa a desfilar pelas ruas indianas, envaidecida pelas oferendas do povo que, em sua ingenuidade, pensa que ela é Devi. Xena arranja um exorcismo ministrado por Eli, e Gabrielle vê-se livre de Tataka.

 

3- Gabrielle no Inferno em “Fallen Angel”: depois que Demon Callisto sequestra Gabrielle em seu primeiro vôo com uma turma de sorridentes anjos, a barda é forçada a comer os frutos do Inferno e tranforma-se na pura essência de um diabinho. Foi preciso um banho de purificação nas águas do Céu para devolverem Gabrielle ao seu estado normal.

 

4- Gabrielle sob posse de Mefistófeles em “The Haunting of Amphipolis”: enquanto toma uma refrescante ducha na taberna abandonada, escura e certamente assombrada da falecida Cyrene, Gabrielle é possuída por Mefistófeles, o Rei do Inferno. Depois de um rala-e-rola nua no chão com Xena, Gabrielle ameaça Xena e volta ao seu natural.

 

 

5- Xena bacante em “Girls Just Wanna Have Fun”: a fim de destruir Baco, Xena permite que Gabrielle crave suas presas em seu pescoço, transformando-a imediatamente numa vampira meretriz. Mas parece que tal metamorfose não foi o bastante para corromper a bondade objetiva de nossa Princesa Guerreira, porque, ao lado de Gabrielle, ela salta na direção Baco, que só poderia ser morto pelas mãos de uma de suas escravas, apunhalando-o até a morte.

 

6- Xena fora do equilíbrio do Yin Yang em “Paradise Found”: enlouquecida de ciúme de Gabrielle ao lado de Aiden, Xena vai perdendo a razão pouco a pouco, a ponto de não reconhecer mais sua própria humanidade.

 

7- Xena como instrumento de Krishna a.k.a. Vishnu em “The Way”: após perder os dois braços numa luta contra o maléfico Indrajit, Xena evoca o nome de Krishna, a suprema divindade da Índia, e este encorpora nela, fazendo com que ela assuma a forma de Vishnu, uma divindade guerreira do hinduísmo. Após decapitar Indrajit, Xena volta ao normal.

 

8- Xena líder dos demônios alados em “Fallen Angel”: após dar sua luz para que Callisto ascenda aos Céus, Xena torna-se a comandante de um ataque aos moços de Miguel e Rafael.

 

Alguém se recorda de mais algum momento de Xena e Gaby como capetas? Se lembrarem, me avisem!

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

“Magoá-la… é o seu trabalho.”

Comentários

 

 

 

 

INGLÊS:

Najara: “No. That would hurt her– and I don’t ever want to do that. That’s your job.

 

TRADUÇÃO:

Najara: “Não. Isso a magoaria– e eu jamais quero fazer isso. Esse é o seu trabalho.”

 

Vocês repararam que esse diálogo de Xena e Najara no episódio Crusader tem uma intensidade bem mais assustadora no original em inglês? A versão dublada em português ficou assim:

 

Xena: “Você contou a ela sobre a visão?”

 

Najara: “Não. Isso a magoaria, e eu jamais quero fazer isso. Deixo pra você.

 

O “Deixo pra você” em português que a Najara fala pra Xena tem a ver com o fato de que cabia à Princesa Guerreira, e a mais ninguém, contar para a Gabrielle sobre as premonições da morte na cruz que Alti dera à Xena. Agora, se você assistir ao diálogo original em inglês, Najara não parece estar se referindo à necessidade de Xena abrir o jogo com Gabrielle, há malícia ali… Najara parece estar agulhando a Xena sobre o fato de que é sempre o trabalho de Xena MAGOAR a Gabrielle! Uma alfinetada e tanto da súdita dos Djinn, que provavelmente fora informada por seus “superiores” sobre Xena levando Gabrielle à Britânia, onde Dahak a engravidou, para depois a barda dar à luz uma monstrinha que saía por aí matando o filho dos outros… Najara sabia que o caminho de Xena sempre voltaria a machucar Gaby… e isso não era uma acusação sem fundamento: era um FATO.

 

Quem me ajudou a chegar a essa observação foi o Doug, quando veio me visitar em julho de 2010. Assistimos ao episódio e, juntos, constatamos como XWP pode parecer duas séries diferentes por conta da questão do idioma!

 

Abraços e espero que tenham entendido o nosso ponto!

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Um herói como eu e você, ou talvez nem tão parecido

Comentários

Esse mês quem ocupa (novamente) o posto honrado e disputado de Boy Power é o Batman. Combinado com a estreia de um dos filmes mais aguardados do ano, nada melhor do que analisar amplamente o personagem e conhecer um pouco mais sobre a origem do herói.

Nascido e criado em Gotham, ainda criança, Bruce Wayne viu seus pais serem assassinados a sangue frio por um bandido contratado pela máfia local; fato determinante para que viajasse ao redor do mundo com o dinheiro que herdara de seus pais em busca de conhecimentos acerca dos motivos da mente criminosa, adquirir conhecimentos em diversas áreas, moldar o físico e investir pesado na luta contra o crime, culminando em um dos super heróis mais conhecidos e mais complexos das histórias em quadrinhos.

O personagem foi criado pelo desenhista Bob Kane, e sua primeira participação nas histórias em quadrinhos foi na edição nº 27 da Detetive Comics (DC Comics). Com o passar do tempo, sofreu diversas modificações para adequação à mídia que o divulgava: histórias em quadrinhos que, supostamente, seriam direcionadas ao público infantil. Devido à complexidade do personagem e, também, pelo fato de ser um personagem bastante sombrio, com características de um antiherói, foi necessário realizar diversos retoques no universo do Batman.

Essas principais reformulações definiram e afetaram significativamente o personagem. O símbolo da roupa principal permaneceu no formato de um morcego, mas com uma forma amarela em volta; as histórias do personagem se tornaram menos sombrias, logicamente e, a princípio, bastante fantasiosas, flertando, inclusive, com estilos característicos de ficção científica, e isso gerou uma diminuição (também bastante significativa) para o lucro das histórias de Batman.

Superadas essas mudanças, Bruce Wayne decide adotar um órfão, que teve os pais mortos de forma parecida com os seus: Dick Grayson, que se tornaria o Robin. Robin surge como um contraponto à escuridão do Cavaleiro das Trevas, quase como uma Gabrielle para Xena, e olha que as semelhanças não param por aí. A partir disso, começam a surgir os famosos boatos e especulações acerca da relação do Batman com o seu sideckick, Robin, o que se revelou não passar de especulação do público e dos fãs em geral, já que o objetivo apresentado nas HQs se restringe a ter uma auxílio na luta incansável contra o crime, mesmo apesar do roteirista Grant Morrison ter afirmado categoricamente ser o personagem homossexual:

“A gayzice faz parte do Batman. Não estou falando em gay num sentido pejorativo, mas Batman é muito, muito gay. Não tem como negar. É óbvio que enquanto personagem fictício ele é heterossexual, mas a base do conceito é absolutamente gay. Acho que é por isso que todo mundo gosta. Todas as mulheres querem ele, e saem usando essas roupas provocantes, pulando de telhado em telhado para chegar nele. E ele não está nem aí – quer mais é sair por aí com o velho e o guri.”

O que faz com que fique a pergunta: podem essas especulações ser tratadas como subtextos? Há quem diga que sim, e não; isso sempre foi um fator divisor entre a opinião dos fãs.

Além de Robin, Batman também possui outros aliados, como o doce mordomo Alfred Pennyworth (brilhantemente interpretado por Michael Caine na trilogia de Christopher Nolan – Foto), que representou uma figura paterna para Bruce, além de um amigo e um suporte essencial na trajetória do Herói.

Por outro lado, o comissário Gordon, interpretado por Gary Oldman, aparece como uma figura mais do que necessária no combate ao crime em Gotham, para também servir de auxílio ao homem- morcego.

 Independente disso, Batman se tornou um símbolo fundamental na luta contra o crime na sombria Gotham, o que não impediu que passasse o título para outros personagens, como Jean-Paul Valley, que assumiu quando Batman enfrentou Bane (vilão de ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge’) e ficou paraplégico em “A Queda do Morcego”, vítima de um dos planos do vilão.

Por acepção lógica, Batman figura na lista de um dos heróis mais realistas já criado pela DC Comics, notadamente por não ter nenhum tipo de poder e seu universo ser, atualmente, livre de conteúdos mais fantasiosos. Suas características o tornam um personagem tridimensional e multifacetado e extremamente complexo.

Em diversos arcos de sua história, o Batman lidou, em sua maioria, com vilões psicopatas, dignos de uma vaga garantida no ‘Asilo Arkham’, a clínica psiquiátrica bastante conhecida do universo. Dentre eles, certamente o mais conhecido é o Coringa; um psicopata cujas origens não são claras nem para os diversos roteiristas que passaram pelo universo.

Coringa é um personagem extremamente sádico, que se veste, literalmente, como um palhaço, para causar um terror psicológico inimaginável em todos os seus oponentes. O maior objetivo deste personagem é torturar o Batman e fazer com que este perca a sanidade – como é demonstrado mais à frente, nas HQs, que Batman efetivamente se torna um psicopata, a ponto do governo local solicitar a ajuda do Super-Homem para impedir os atos insanos do herói. Na abordagem mais recente deste vilão, ele foi interpretado de forma que chega a ser chocante por Heath Ledger, que faleceu em 2008.

Surgimento em outras mídias

Com o passar dos anos, além de histórias em quadrinhos, Batman surgiu em outras mídias, como a cômica série de televisão, exibida entre 1966 a 1968, onde Adam West interpretava o personagem principal.

O primeiro filme a ser levado ao cinema pelas mãos do brilhante Tim Burton: Batman em 1989; logo depois, paralelamente ao lançamento da sequência do filme de Burton, em 1992, “Batman – O Retorno, estreava na TV, pela Warner Bros, a série animada, que fez bastante sucesso na época, bem como os dois primeiros filmes de Burton, aclamados pela crítica.

 Quando se pensava que tudo era lucro e material interessante para o Cavaleiro das Trevas no cinema, surgiram, em 1995 e 1997 os filmes do diretor Joel Shumacher, arruinando a arquitetura gótica apropriada aos filmes do Homem-Morcego de Gotham e substituindo por um samba de enredo sem limites com Batman Eternamente e Batman & Robin, respectivamente. Até mamilos colocaram na roupa dos personagens. Só faltavam os desfiles de carnaval propriamente ditos.

Se havia duas coisas que os dois filmes tinham em comum, eram a possibilidade de prosperar, por conta de um elenco estelar e com grande potencial, construído por Tim Burton. O que foi categoricamente provado ao contrário. Os filmes foram um fiasco, o que desacreditou a trajetória de Batman nos cinemas.

Mas nem tudo estava perdido. Um novo diretor, decidido a dar uma nova origem (e digna de aplausos, diga-se de passagem) ao herói surgiu: Christopher Nolan. Quando o personagem foi completamente desacreditado por suas adaptações anteriores, a Warner resolveu se aventurar nesse perigoso que se tornara tão perigoso, o de adaptar, novamente, o herói aos cinemas e para isso, escolheram um diretor com experiência em filmes menores, mas com um potencial (como acabou se tornando verdade posteriormente) para se estabelecer como um dos diretores mais ambiciosos e inventivos da atualidade.

A trilogia de Nolan foi composta por Batman Begins, em 2005, O Cavaleiro das Trevas, em 2008 e O Cavaleiro das Trevas Ressurge, em 2012. Os três foram bem aceitos pela crítica e, até o momento, sucessos de bilheteria.

O ator escolhido para viver o personagem foi Christian Bale, um britânico que já havia sido intérprete de outros trabalhos tão (ou mais) complexos quanto/ do que o do Homem-Morcego. Em 2012, Nolan se despede do herói, apresentando um encerramento mais do que digno para a trilogia, considerada por muitos, a adaptação definitiva do herói aos cinemas.

 

 

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Virgílio, o bardo incompreendido

Comentários

 

 

Poucos membros do clã xenite falam do Virgílio. Grande parte o ignora, uns porque não gostam mesmo dele, outros por acharem que ele não teve importância real para a estória da saga. Mas vou falar pra vocês aqui por que sou defensor desse carinha…

Interpretado por William Gregory Lee, Virgílio foi introduzido na série no episódio 5×20 – Livia, quando Xena e Gabrielle acordam da caverna de gelo onde ficaram confinadas, por culpa de Ares, durante 25 anos. Presume-se, então, que Virgílio tinha por volta de 20 anos quando fomos apresentados ao personagem filho do Joxer com a Meg, sim, aquela Meg oportunista e trambiqueira. Para descrever o Virgílio, seria um crime não começar falando de fatores genéticos: ele não tinha nenhum atributo físico que lembrasse o Joxer, mas se formos considerar que sua mãe era a cópia exata de Xena, a produção teve que caprichar para escolher um ator que fosse bonito, para pelo menos chegar perto das feições divinas de Lucy Lawless.

Virgílio foi criado com a crença no Deus de Eli, e era evidente que isso meio que mexia com a cabeça dele, porque mesmo com o ensinamento de que devemos dar a outra face a quem nos dá um tapa, ele sabia manejar muito bem sua espada para se defender. Isso era um dilema para ele, aquele velho dilema da série, muito bem retratado em Purity e Back in the Bottle: o amor não tem poder para vencer uma guerra.

Mas, afinal de contas, com quem teria Virgílio aprendido a lutar e a conquistar toda aquela musculatura em seu corpão? Com Joxer é certo que não foi, já que o velho pai do moço seguia trapalhão em campo de batalha mesmo depois de duas décadas e meia. No mínimo da suposição, podemos imaginar que ele corria atrás do que queria, talvez tivesse um gosto natural por armas, como todo homem tem, mas nunca fez da espada seu estilo de vida, até mesmo porque o conflito Guerra x Amor devia ter sido algo muito presente em sua criação. Ou talvez ele tivesse tomado umas aulinhas com seu tio Jet, o assassino, hehe!

E falando em lições com tios, teria Virgílio conhecido Jace, seu tio performer? Por mais que muitos xenites gays torcessem para que a delicadeza de Virgílio fosse mais do que um tradicional cavalheirismo, o comportamento dele mostrou-se totalmente hétero em Heart of Darkness, em meio àquele pandemônio de hormônios. Nunca foi da minha opinião que Virgílio de uma hora para a outra passasse a jogar “no nosso time”. Ele era apenas um homem sereno, gentil e educado, movido pelos pensamentos sonhadores de todo bom bardo que deseja provar mais do mundo sobre o qual escreve com tanto fervor.

Já que mencionei que Virgílio era um BARDO, devo frisar aqui que isso devia-se ao fato de ele destacar-se muito pelo domínio da arte de escrever, tanto é que desperta a admiração de Gabrielle quando ela o encontra empunhando uma pena e debruçado sobre um pergaminho. Pelo que pôde-se entender na série, o rapaz cresceu ouvindo as aventuras de Xena através dos pergaminhos de Gaby que Joxer lia para ele. E o gosto por poesia, por registrar estórias no papel, muito provavelmente nasceu daí.

 

 

 

“O amor conquista todas as coisas.”

(Virgílio)

 

Alguns xenites o acham um banana, sem personalidade, insosso, mas eu pergunto: por quê? Será que ninguém lembra que Virgílio foi submetido a uma das mais difíceis provas de toda a série? Qual, vocês me perguntam, e eu respondo: ele foi obrigado a perdoar a assassina de seu pai e teve de conviver numa boa com ela, e digo que ele “foi obrigado” e “teve de conviver” porque a Xena ia matar qualquer um que viesse de maltrato pra cima da filha dela, então Virgílio foi “convidado” a aceitar que Lívia, de uma hora para a outra, havia se tornado a boa papa-hóstia Eva. Esses pequenos sacríficios que todo mundo fazia diante da lâmina da espada de Xena, entendem? Longe de mim dizer que teria sido impossível para ele perdoar Eva, mas certamente ele não teria superado isso tão ligeiro quanto superou na série. Não estou aqui de advogado de defesa do moço, muito pelo contrário. Só peço que vocês façam o que Callisto pediu para que Gabrielle fizesse no Jogo da Verdade ou Consequência diante da fogueira: “Pense lá atrás, quando você era só uma garotinha… e tudo que você conhecia era sua mãe… e sua irmã… E toda a sua fé girava em torno delas. Agora, mate-as. Minha vez.”

 

Como todo bom escritor, Virgílio tinha a lábia da comunicação, e podemos testemunhá-la muito bem quando ele leva Xena ao harém de Gurkhan para vendê-la como escrava. Me lembra bastante o Salmoneus e o Falafel aquela maneira dele de “vender”! E todo bardo é charmoso, tem seu ar de mistério, esbanja sensualidade com aquele jeito humilde e bondoso de ser! Ou vai me dizer que vocês nunca ficaram a fim daquele mais quietinho da sala de aula? E homem que é homem CHORA SIM, porque lágrimas são sinônimo de alma, de gente humana, e nosso Virgílio, por ser sensível, sofreu muito com a morte de Joxer, que deve ter sido um “xenite” e tanto enchendo os ouvidos de seu filhote com as estórias da Xena de Anfípolis e da Barda de Potédia.

 

 

 

“Há pouca razão nas armas.”

(Virgílio)

 

Episódios em que ele apareceu:

5×20 – Livia

5×21 – Eve

5×22 – Motherhood

6×03 – Heart of Darkness

6×04 – Who’s Gurkhan?

6×06 – The Abyss

 

Virgílio apareceu em apenas 6 episódios, e, para mim, ele podia ter sido tão mais bem explorado… Um bardo guerreiro com princípios de pacifista, meio que uma mescla de Xena e Gabrielle em versão masculina. Se tivéssemos uma 7a temporada, garanto que veríamos o amadurecimento da relação dele com a Eva, sua evolução como guerreiro e sua maneira de conciliar isso com seu perfil eliano. Afinal, o que seria de nossos heróis sem seus bardos do lado para perpetuarem seus nobres feitos para as gerações futuras?

Espero que vocês não me apedrejem por ter falado do bardo cheio de saúde de XWP! Abraço!

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 2 votes)
Be Sociable, Share!

Encontro Xenite 2012

Comentários

 

Tava aqui pensando o que escreveria para fazer meu relato do que foi o Encontro Xenite 2012, mas qualquer coisa que Eu diga não será suficiente o bastante para expressar o quão estou feliz e emocionada por rever meus amigos e conhecer outros.

Sem dúvida foi um final de semana para entrar para nossa história de vida. Creio que todos nós que passamos por esse final de semana em São Paulo ao lado de tantas pessoas diferentes e maravilhosas saímos de lá revigorados e com muitas coisas boas apreendidas.

Fazer com que tantas pessoas de gostos e costumes diferentes se entendam é bem complicado, pois cada um tem seu jeito de serem, suas manias, mas por incrível que possa parecer estávamos ali na Pousada dos Franceses, irmanados por um sentimento muito maior, do que nossa imaginação pode descrever. Foram muitas emoções, também tivemos nossas lágrimas de frustração, mas nada que pudesse fazer com que o momento perdesse o seu brilho e aqui estamos nós, postando nossas fotos de momentos felizes capitados pelo olhar de nossas câmeras fotográficas, buscando com isso ainda segurar por mais alguns momentos todas as boas emoções que sentimos ao longo de três dias maravilhosos com pessoas ainda mais maravilhosas.

Ter tido a chance de estar ao lado de pessoas tão queridas por mim, por três e até mais dias em alguns caos, me proporcionou uma emoção tamanha que não há nada nesse mundo que possa explicar. Cada abraço, cada beijo, cada carinho dado e recebido, cada olhar trocado com vocês me deram forças para seguir por mais um ano e ter a certeza de que nossa amizade é uma coisa que o tempo só faz crescer e se fortalecer meus amigos, a quem para mim são meus “Fiotes”. Todos vocês são parte da minha história, da minha vida e sem vocês não sou nada.

Como se esquecer dos olhinhos brilhantes de vocês meus amigos nas rodas que se formaram no hostel quando nos reunimos em frente da TV de olhos vidrados na tela acompanhando cada movimento dos personagens de XWP, emocionados por estarmos ali todos reunido. Alguns pela primeira vez vivendo essa emoção (Yannara, Jac Boy, Mára, Xeila, Mariana, Leila Braum, Aline) e outros revivendo a emoção de poder estar ao lado de amigos (Rob, Ale, Keka, Cris, Deh Ruiz, Marisa, Wladimir, Thalita, Chapo, Herz). Um momento único em nossas vidas, ou quando ainda saímos pela noite de São Paulo a cidade que nunca dorme para descobrir as suas maravilhas e sentávamos nas mesas dos barzinhos para longos papos regados a bebida e boa companhia, isso sem falar do sábado quando rolou o mega churrasco Xenite, o qual reuniu no hostel pelo menos umas 30 pessoas, inclusive amigos que chegaram e nem eram Xenites, mas que ficaram conosco (Beta, Fabrício, Mariana, Flávia, Fabis, Cecília e Jé), no gramado do Ibirapuera quando todos nos reunimos para um dia maravilhoso com um pic nic com a presença de mais xenites e porque não falar da noite de domingo quando reunidos brincamos e nos divertimos com os micos de nossos amigos e nossos mesmos. Um final de semana sem dúvida alguma para entrar para a história do Fandom.

Obrigada amigos (as) por mais um momento único em minha vida. Sai desse Encontro Xenite mais feliz do que entrei, mas experiente (nunca mais bebo vodka), aprendi que amigos são os nossos maiores e melhores bens.

Mesmo na hora da despedida embora seja esse o momento mais difícil para muitos, soubemos entender que não era um adeus, mas sim um até breve e nos prometemos nos rever daqui um ano, para mais um final de semana regado a Xena, amizade, carinho e cumplicidade.

Obrigada Galera, nos vemos em 2013 se o mundo não acabar.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!