A Guerreira Dentro De Nós

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Por Alessandro Chmiel

            Antes de mais nada, eu, Alessandro Chmiel, xenite de corpo, alma, espada e chakram, gostaria de esclarecer minha ausência da GIRL POWER desse mês. Eu cedi meu espaço ao nosso tão popular Robson, para falar da estimada Buffy, a Caça Vampiros,  história da qual eu sou um completo ignorante.
            Sem deixar de meter o dedo (ou todos) nessa tão amada revista, eu resolvi postar um texto que escrevi em maio de 2007 para uma cadeira da faculdade de Letras, Leitura e Produção Textual. O objetivo era escrever um texto sobre emoção forte ou sobre um aprendizado, e não sei ao certo em qual dos dois contextos o que escrevi se aplica.
            Pra ir direto ao ponto, acho que as últimas linhas explicam um pouco o motivo de escrever sobre outras heroínas na seção GP. Divirtam-se e emocionem-se, e comentem, por favor!
            Abraço, e até o próximo mês com uma noiva bem fora do comum.

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A guerreira dentro de nós

 A música de encerramento tocou, e os letreiros desciam na tela escura. Deitado no sofá, eu chorava sufocadamente pelo final de uma verdadeira era. É incrível como algo que parece tão simples pode significar tanta coisa para uma pessoa, ainda mais se se tratar de um programa de televisão.
Houve uma época em que tudo que eu começava a gostar, logo acabava. Eu, na minha infância, já me dava conta de que as coisas não duravam para sempre; e mesmo conhecendo esse rumo, era frustrante. Fossem amigos que iam para longe, ou grupos musicais que simplesmente encerravam sua carreira sem darem maiores explicações, entre o resto das perdas pessoais que se têm quando a adolescência dá o ar de sua graça. E foi quando eu percebi que a vida tinha mudado definitivamente, eu conheci uma mulher.
Era mais um dia do ano 2000, e me encontrava na quinta série do ensino fundamental. Naquele ano, a turma passou de dezoito para trinta e cinco alunos, e juntamente com a bagunça vieram revelações de que a vida era algo mais do que dar as mãos, estudar e brincar de qualquer coisa com os amigos. Namorar não era só para beijar na boca (namorar nem era mais namorar), existiam várias outras matérias escolares complicadas, e amigos não serviam somente para brincadeiras. Cheguei em casa estressado como normalmente, e à noite fui até a sala para assistir televisão junto ao meu pai, que estava pulando os mais de duzentos canais da recente TV paga. De repente, durante o canal de amostras, vejo uma bela morena bronzeada, cabelos longos de uma franja charmosa, profundos olhos azuis, revestida em armadura encouraçada, fazendo acrobacias no ar e malabarismos com uma espada e um disco cortante em um cenário montanhoso deslumbrante. Encantei-me à primeira vista, e dei um berro quando meu pai passou o canal novamente. Ele retornou, mas só pude ouvir as palavras “…Xena, no USA (como se pronuncia no inglês)!”.
Encontrei o canal na mesma noite, e na mesma rapidez com que eu a vira, o ritual de assistir o seriado americano virou rotina: todo dia útil, às dezenove horas, eu sentava no sofá da sala e conhecia um pouco mais da heroína dos tempos antigos. Além de linda, Xena era forte, ágil, habilidosa, inteligente, cheia de bravura, nobreza e bondade. Não notei, entretanto, a grandiosidade que aquele encontro resultaria na minha vida. Eu era um garoto muito controlado nas atitudes, mas a pré-adolescência me deixava completamente indefeso, sem domínio de mim mesmo. De onde mais eu poderia tirar coragem para as coisas, senão da única inspiração à minha volta? Ao invés de focar o lado bom, porém, eu me espelhei no mais empolgante.
Mudei totalmente de comportamento. Achei que podia lidar com qualquer um, a qualquer hora, mesmo sem grandes motivos para confrontos. Tomei vício do seriado da forma mais errônea possível. Virei um menino arrogante, baderneiro, brigava com todos que me olhavam feio, inclusive com meus amigos, até quando não mereciam. Durante quase dois anos eu representava o lado cruel e maligno de Xena, tamanha a influência dela. Quando me dei por perdido, e só me sobrou o mesmo programa de televisão de consolo, resolvi prestar atenção e ver tudo novamente.
Sim, Xena estava além de seus saltos impossíveis e seu característico grito de guerra. A Princesa Guerreira tinha um passado que a condenava, por anos de maldade que causara. Entretanto, após sofrer por suas atitudes, decidira trilhar o caminho do amor. Foi incrível como minha concepção mudou, e finalmente fui percebendo a alma daquele seriado que tinha feito minha vida cambalear. Em meio às suas aventuras mitológicas unida à sua fiel amiga Gabrielle, fui aprendendo junto às duas as mais diversas lições sobre convivência, honra, sabedoria, e tudo o mais que eu precisava naquele momento.
Não foi de uma hora para outra que a mudança teve fim. Perdi meus melhores amigos, enfrentei as pessoas que conheciam meu jeito antigo e não acreditavam na minha reconstrução, e volta e meia pagava pelos meus pecados passados. Inspirando-me na minha heroína, não me deixei abalar e continuei insistindo, aprendendo, tomando seus ensinamentos como filosofia de vida.
No meio dessa verdadeira batalha contra mim mesmo, me dei conta de que o seriado havia acabado nos Estados Unidos, e em breve o Universal Channel (o nome do canal havia mudado) passaria a sexta e última temporada, e por conseqüência o derradeiro e último episódio. Entrei em processo de perda, pois eu estava de fato perdendo duas verdadeiras amigas. Não acredito que a televisão é uma verdade a ser alcançada, e sim na essência das boas mensagens, e o que elas podem acrescentar à minha vida. E com certeza aquele seriado era especial, por ter sido ao mesmo tempo minha cruz e minha ressurreição.
Lembro de ter visto o último episódio junto aos meus pais, no horário nobre, na expectativa de saber o que realmente aconteceria com Xena, e o que talvez aconteceria comigo. Lia sobre rumores dela morrer, e era incabível essa hipótese. “Ela dá um jeito de voltar. Já morreu antes, sempre volta de alguma maneira”, eu dizia.
A introdução, a apresentação extática, a música dando o ritmo. O medo ia crescendo à medida que o episódio ia terminando. Ela arquitetava, lutava, Gabrielle ajudava, uma última esperança… sem resultados. E naquele dia, depois de morrer, a imbatível guerreira não pôde mais voltar, pois morrera em sacrifício de uma causa nobre.
Eu chorei muito, desesperadamente, angustiadamente, dolorosamente. Outra coisa de que eu gostava levou fim. Talvez a coisa que eu mais tivesse me apegado até então.
Xena se fora.
Saí desembestado de bicicleta pela cidade olhando para o céu, pensando o que faria dali pra frente. Seria cômico se fosse um sentimento fictício. Não foi exagero, foi a culminância das minhas emoções.
Acredito que ela teve que morrer porque nossa história só se encerra na morte. Enquanto continuamos vivendo, nossa jornada neste mundo ainda não terminou. Eu morrerei um dia, e partirei feliz se houver lutado por um mundo mais justo e por um “eu” mais digno.
Hoje em dia eu ainda assisto às aventuras de Xena e Gabrielle pela Internet, prestando mais atenção nos diálogos e sempre aprendendo uma coisa nova. Podemos mudar a cada segundo da nossa vida, e me orgulho de saber que essa e outras tantas lições saíram da história da eterna Princesa Guerreira. Se não consegui expressar com clareza o que representou assistir ao último episódio, o significado dessa mulher na minha vida, talvez uma frase se expresse melhor, a qual diz que “Hércules é o herói que esperamos encontrar lá fora. Xena é a heroína que esperamos encontrar dentro da gente”. E se por acaso esse herói não for a Xena, que encontremos outros que revelem o melhor de nós.

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A Friend In Need

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Por Diéssica Duarte Ribas

Bem, antes de mais nada, quero confessar aqui a surpresa que foi para mim ver todo o sucesso da 1ª edição da RX. Estava, com certeza, rezando para que os xenites gostassem, pois esse é nosso único objetivo, mas sinceramente não esperava tantos elogios! Queria, acima de tudo, agradecer a vocês, leitores, os comentários e as sugestões que nos deram, e, além disso, parabenizar todos os que fizeram dessa Revista um sucesso! Bom, agora vamos ao que interessa: Neste mês, julho, comemoramos no dia 20 um dos pontos que mais deu certo para que XWP conquistasse milhares de fãns: dia 20 de julho é o Dia Internacional da Amizade. Como todos sabemos, a amizade entre Xena e Gabby, e até, para alguns, mais que amizade, é algo realmente fora do comum. Além de amigas, são, sem dúvidas, almas gêmeas. Compartilham segredos, histórias, conflitos, enfim… tudo o que uma verdadeira amizade permite. Mas será que nós, pobres mortais, seríamos dignos de tal felicidade? Bem, todo mundo sabe que não é nem um pouco fácil encontrarmos amigos verdadeiros passeando na rua, né?! Por isso mesmo, a ilusão de termos encontrado nosso “melhor amigo” vem em nossa vida constantemente. E até o tempo em que nos damos conta de que essa pessoa realmente não poderia ser nossa “alma-gêmea”, nos contentamos com momentos alegres, felizes, em que você pensa que por nada no mundo você trocaria aqueles momentos. E, quando achamos que encontramos nossa alma-gêmea, nosso melhor amigo e confidente, nos damos conta de que tudo não passava de uma ilusão, de uma história passageira com triste final. Que final? Bom, com certeza não o mesmo de XWP, mas um final cujo suposto melhor amigo te apunhala pelas costas, fazendo coisas que você nunca, jamais pensaria que ele fosse capaz… quem nunca passou por uma situação assim, que atire a primeira pedra! Uma das coisas mais raras que existe é um amor verdadeiro, uma amizade verdadeira, como a de Xena e Gabrielle. Está aí, mas um motivo para amarmos tanto essa série… quem não gostaria de estar no lugar de uma das gurias, e encontrar sua “soulmate”? Pois é… enquanto idealizamos quem seria a nossa “Gabrielle”, nos decepcionamos a cada dia, com falsos amigos, com falsas palavras, enfim… Agora com meu pouco lado subber falando: acima de tudo, quem nunca ouviu um “eu te amo” de um namorado(a), como aqueles profundos e verdadeiros que a Gabby dizia à Xena e vice-versa, e mais tarde acabou descobrindo que aquelas tão belas palavras não significavam nada, que tudo era uma grande mentira, uma grande ilusão? A coisa mais fácil de acontecer é sermos enganados pelas outras pessoas, não é? Eu, pelo menos, já me decepcionei com tantas, que até perdi a conta. No final, você vê que mesmo estando 40 anos com uma pessoa, você nunca poderá dizer que ela não te fará mal… O jeito é você ir confiando aos poucos, porque a amizade com certeza é um dom que poucas pessoas conseguem conservar, e acima de tudo valorizar.
Em contrapartida, tem sempre o argumento: ninguém é perfeito. Isso até nossas heroínas tiveram que descobrir praticamente a força, principalmente Gabrielle em relação à Xena… aos poucos, e até me A Friend in Need, Gabby foi tomando conhecimento de uma “Xena” que não conhecia, a que matava, a que torturava muito no passado, mas que acima de tudo se arrependia de todos os seus pecados do passado. E foi esse arrependimento pelos seus erros que despertou Gabby à sua admiração por sua alma-gêmea. Porém, além da ficção, temos sim que aprender a lidar com os defeitos das outras pessoas, o que não significa que falhas horríveis (ao meu ponto de vista) como fofoca, mentiras (de certo modo) e inveja devem ser esquecidas; perdoadas, sim, lógico, pois todos teríamos que ter a humanidade de perdoar, mas a ser esquecida, não. Pois esses fatos podem repetir-se, e na hora de levar em conta essas atitudes para escolhermos nossos verdadeiros amigos, com certeza ninguém irá querer pessoas invejosas ou fofoqueiras, não é mesmo?! Mas mesmo assim, quanto mais aberta for a nossa alma (sem subtexto, claro), mais propícios estamos a encontrar amigos verdadeiros, bem como os falsos.
Apesar de tudo, seguindo fielmente a cada lição que XWP nos dá, a esperança é a última que morre (literalmente), e se a Xena encontrou sua “soulmate”, por que nós não?!? Lembrando, amigo não significa perfeição, e sim alguém com quem nos identificamos e amamos, acima de tudo. Decepções? Sim, haverão várias. Diversas. Mas com cada situação, por qual inclusive ninguém gostaria de passar, levamos uma lição enorme. Além disso, com experiências do tipo aprendemos que ninguém é perfeito, porém existem defeitos que não podem existir numa amizade verdadeira. Todo mundo um dia vai encontrar sua alma-gêmea ou um verdadeiro amigo, é só questão de ter paciência e entregar-se aos poucos. E enquanto não vem os amigos certos… que tal divertir-se com os errados??? Beijos.”

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Sins Of The Past

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Por Diéssica Duarte Ribas

Bom, queria primeiramente anunciar que nunca tive experiência como colunista, tanto quanto com crônicas, mas foi e é a seção que mais me chama a atenção. É um modo das pessoas refletirem sobre casos da vida, aqui, relacionados ao Xenaverse. XWP é um seriado reconhecido pela amplitude de seus temas, e hoje, para estrear com um clássico tema do Xenaverse, comentarei sobre uma fala de um episódio (Who’s Gurkhan) que me chamou a atenção; Gabby havia perguntado a Xena como Eve tinha tanta facilidade de falar de seu passado, e Xena respondeu: “Porque ela sabe o que eu sei, Gabrielle, não se pode mudar o passado”. Fiquei pensando: mesmo depois de tanto mal feito para centenas de pessoas, Xena realmente passou o resto de sua vida aprendendo com Gabrielle o verdadeiro sentido da palavra arrependimento. Depois de tanto mal, Xena conseguiu, inclusive frustrando seus fãns, trocar sua vida para salvar 40.000 almas; isso realmente é atitude de uma guerreira, mas será que todos nós teríamos essa coragem? Vejam bem: todos nós sabemos que não podemos jamais mudar o nosso passado, afinal, como já diz o ditado, há três coisas que não voltam atrás: A flexa lançada, a palavra proferida e a oportunidade perdida. Mas nem todos fazem algo para que mudasse essa situação. Por exemplo: estamos cansados de saber que o tempo não volta, e tudo mais, porém, só passando por uma situação grave saberemos realmente o que isso quer dizer. Só entenderemos que não podemos voltar atrás no momento em que mais desejarmos voltar atrás, no momento em que experimentarmos o amargo gosto do remorso, como experimentara Xena.
É fácil dizer que se está arrependida, como o fez inclusive várias personagens da série (Najara, Ares, Hope,…). O difícil mesmo é realmente se arrepender, e mais difícil ainda é fazer com que os outros acreditem em você. Sei disso por experiência própria. O remorso é o pior dos sentimentos, o saber que você não mais poderá voltar no tempo e corrigir seus erros. O saber que você ‘pensou direito’ tarde demais. O saber que a oportunidade que você teve há um tempo atrás, não terá mais…
Por essas e muitas outras que XWP nos brinda com confortos, no momento em que vemos a Xena se deparando a série inteira com conseqüências horríveis de seus feitos no passado, sentimos a segurança de que não somos os únicos a se arrepender de nossos “sins of the past”… Então, o que me resta dizer pra vocês é que não esperem o remorso chegar até vocês… PENSEM BEM antes de fazer qualquer coisa, inclusive de não faze-la. Ah, foi um acaso o título da primeira crônica da RX ser o mesmo do primeiro episódio de XWP, ok! Beijos.”

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Que a luta Komece! E não é que de um game sangrento sai uma grande heroína?

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Por Alessandro Chmiel

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Meus amigos Xenites, mais uma RX e mais uma GP! Que honra escrever e ler os artigos todos os mes Get Your Ex Back es. Fico orgulhoso de verdade como fã. No mês de novembro, outra grande heroína saída dos games engrandece nossa GP.
Por meados de 1992, das mentes inacreditáveis de Ed Boon e John Tobias, nasceu a série sem compromissos Mortal Kombat(com K mesmo para ficar mais bonitinho – mentira, é coisa de marketing). O jogo era mais que inovador: não igual aos outros do gênero luta, MK apresentava seus personagens sem serem “desenhados”, e sim fotografias de pessoas reais em inúmeros movimentos, que depois eram unidos para cada um dos 11 personagens (8 deles jogáveis) realizarem seus golpes. O detalhe mais marcante daquele jogo e atualmente, contudo, era a quantidade de sangue, e dos chamados Fatalities, que com uma “senha”, ao final da luta, cada lutador realizava um golpe final e fatal, como o nome já diz. Inúmeras críticas caíram em cima daquele jogo despretensioso, mas isso possivelmente tenha sido uma publicidade negativa – tornando-se algo bom para chamar a atenção e incentivar os produtores a um MK II e outros mais.
Entretanto, ainda falando do MK I (que eu jogava no meu nostálgico Mega Driver), os personagens eram pra lá de carismáticos. E lá no canto superior direito, aparentemente “perdida” entre tantos guerreiros ninjas, fortes e sanguinários, havia uma mulher! Sim, uma lutadora marcou presença no primeiro MK de todos os tempos: a agente americana da Special Forces (Forças Especiais) Sonya, Sonya Blade.
Vestida de verde e preto, algo entre roupas de ginástica e apresentação de dança, a bela loira dava um toque feminino – como o próprio Boon afirmou – ao jogo. Inspirada na personalidade Cynthia Rothrock, Sonya não era nem um pouco inferior no “kombate”, lutando de igual para igual com homens e mulheres, seres humanos e de outros mundos.

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Sonya Blade, no jogo e em quadrinhos: uma verdadeira Girl Power.

            Na história oficial, Sonya Blade entra no torneio de luta enquanto ia atrás do seu arquiinimigo Kano, um criminoso com fama mundial que já entrara no torneio por interesses financeiros e de poder. Ela e sua equipe tática entram escondidas no navio que levava para Outworld, o mundo oculto onde o torneio se realizaria. Quando sua equipe é seqüestrada pelo grande vilão Shang Tsung, um feiticeiro cruel que se alimenta das almas dos “kombatentes”, Sonya se vê obrigada a entrar no torneio para conseguir fugir e liberar sua equipe das garras pútridas de S. Tsung. Consequentemente, envolvida de corpo e alma no torneio – e ainda com a missão de aniquilar Kano -, Sonya, juntamente ao monge chinês Liu Kang e do astro de cinema americano Johnny Cage, a guerreira se torna parte dos defensores da Terra, pois logo ficou claro que havia outras intenções por trás daquele obscuro e violento torneio.

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Bridgett Wilson (esq.) e Sandra Hess, interpretando Sonya em Mortal Kombat – O Filme (1995) e em Mortal Kombat – A Aniquilação (1997): a primeira é parecida fisicamente, mas não sabe lutar; a segunda sabe lutar, mas parece uma magricela passeando na praia.

Desde o primeiro torneio (e em seqüência o MK III, MK IV, MKDA, MKSM e MKA – fonte Wikipedia -), Sonya se mostra uma mulher durona e determinada. Ela entrou no torneio com o único propósito de salvar seus parceiros da SF, o que lhe dá a honra de uma guerreira de verdade, prezando os valores da amizade e companheirismo como a nossa idolatrada Xena. Sonya foi vítima na primeira ocasião, e em todas as outras vezes, sob a guia do deus do trovão Raiden, entrou nos “Kombates Mortais” para servir de defensora da Terra.

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A evolução da personagem: na foto à esq., as 4 versões até o MKDA, e à dir. em MKSM

A agente Blade faz sucesso não só entre as garotas. Seus golpes charmosos – e por que não suas curvas? – chamam a atenção nessa Girl Power boa de briga entre muitos marmanjos – quem vos fala entre eles. Nos últimos jogos, Sonya tem estilos de luta como Kempo e Tae Kwon Do, com golpes firmes e ágeis, dando flexibilidade ao jogador e segurança no porte de Sonya.

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Sonya Blade, no jogo a ser lançado em novembro para PS3, MK vs DC Universe: aplicando um Leg Grab e um Bycicle Kick na Mulher Gato, acima; abaixo, dando uma surra no Super-Homem! Dá pra imaginar?

            Quanto às curiosidades, Sonya Blade é um dos personagens favoritos de Boon – e meu também! -, que pôs o nome de Sonya em homenagem à própria irmã. A ânsia quanto a seu futuro persiste, já que nada de muito revelador foi publicado na internet sobre suas intenções para os próximos torneios. Ah! Para quem não conhece o Fatality clássico da agente Blade, uma dica: um beijo feminino pode ser muito mais poderoso do que se pensa. Enfim, uma informação a ver com o Xenaverse: em um possível próximo filme da série, a atriz alemã Brittney Powell, a Brunhilda de XENA, pode vir a encarnar a personagem.

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Sonya, Jax (parceiro na SF), Liu e Raiden em MK vs DC: presença de Sonya garantida!

Para terminar, uma boa dose de humor: http://www.animationarcade.com/music/sonyadancesession_movie.php. No vídeo, Sonya e suas “Bladequetes” Mileena e Kitana, com visual do MK II, dão um show com a música feita exclusivamente para nossa heroína.
A todos um ótimo mês de novembro, e não deixem de comentar e votar! As críticas são muito bem-vindas. Ah, sim, já ia me esquecendo: mês que vem, uma outra “kombatente” que, como Xena, também carrega o título de Princesa. Abraços e beixenites!

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Sonya na base militar da Special Forces: não há Batman, Mulher Maravilha, Flash ou Super-Homem que pare essa mulher!

 

More: Get Your Ex Back

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A Noiva não está satisfeita.Ela MERECE vingança.

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Por Alessandro Chmiel

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(contém spoilers de KILL BILL)

Amigos e amigas Xenites! Bem vindos a mais uma nova edição da RX e de uma edição DUPLA da GP!
Sim, pois é: relendo a edição passada, a pessoa que vos fala percebeu que por mais que se tratasse de um bom texto, a GP n. 4 falou pouco da heroína em si, e muito mais do filme. Com medo de jogar spoilers sobre quem ainda não havia assistido, me foi tirado o “direito” de falar de quem A Noiva realmente é. Farei um giro sobre suas atitudes, para em seguida analisar suas habilidades de heroína.

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A Noiva: ela merece uma atenção tão especial quanto sua vingança.

           Para quem já viu o filme, o bom seria começar de uma parte quase no final do Volume 2, durante o capítulo 10. Na cena, Bill (David Carradine) atira um dardo em (agora com o nome revelado) Beatrix Kiddo (olhem o K e o B do título!), contendo uma substância que não a permite mentir.
O vilão conta a ela o quanto adora histórias em quadrinhos e faz uma comparação entre o Homem-Aranha e o Super-Homem, dizendo que o primeiro precisa vestir uma fantasia para ser um herói, e que o segundo veste a fantasia de humano como Clark Kent, sendo um herói a todo o momento. Nesse ponto, o antigo amor de Beatrix lhe pergunta se ela gostou de matar cada uma de suas vítimas durante sua jornada sangrenta de vingança. Para possível surpresa de muitos telespectadores, a até então heroína da história confessa que gostou SIM! Ela gostou de matar cada uma delas, provando ser uma assassina por natureza.
Sentiu-se traído ao ver o filme? Não sinta-se. Convido novamente os leitores que, agora, espero que tenham assistido ao filme, reflitam sobre a conduta de Beatrix.
Já falei na GP passada de que Beatrix não tinha nenhum objetivo na vida a não ser se vingar. Será?

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“Você aceita Beatrix Kiddo como sua legítima esposa?”. Eu, hein…

            Usarei uma comparação com o episódio Remember Nothing (02×02) de XENA. Suponhamos que A Noiva acordasse dos quatro anos do coma e resolvesse se esconder. Fugisse pra longe, vivesse em algum lugar remoto, recomeçando sua vida. Uma casa, um carro, as compras, um cachorro, talvez um novo namorado. É bem plausível que desse certo, até porque antes do coma Beatrix fugira grávida do Esquadrão Assassino de Víboras Mortais. A única coisa que poderia arruinar um recomeço de sucesso talvez fosse o mesmo: Bill.
Beatrix talvez seja melhor comparada com Xena em questão de “vítima do Destino”. Não se sabe, ao assistir os filmes, o que a fez se tornar uma assassina profissional. Só se vê, no filme, sua essência de mulher determinada a alcançar seu objetivo. O choque entre ser uma heroína ou ser uma assassina sanguinária fica explícito na tela quando ela aponta a arma para Bill e vê sua filha (que até então julgava morta) brincando de “arminha”.
É conturbado e dificílimo definir Beatrix como uma heroína vendo o banho de sangue que ela fez e a impiedade com que tratou certos inimigos. Ao mesmo tempo, como vê-la como uma mulher má se ela só está lutando por algo que é dela de direito? A sua vingança, por pior que seja (e sendo uma VINGANÇA), é justa. Repito o que disse na GP passada: Beatrix não tinha nada a perder. Ela não afetaria ninguém (a não ser a filha e o marido de Vernita Green – Vivica A. Fox -), e em seu pensamento honraria seu bebê, tão vítima da crueldade de Bill quanto ela própria.

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Beatrix no treinamento com Pai Mei: a aluna mais disciplinada do excêntrico mestre.

   Julgamentos à parte, vamos para a hora boa! O que torna Beatrix Kiddo uma guerreira? Para quem viu os filmes, vemos o treinamento duríssimo que ela teve com Pai Mei (Gordon Liu). No duelo com sua antiga companheira Elle Driver (Daryl Hannah), é possível comprovar o quanto Beatrix foi uma boa aluna, e mais ainda quando ela aplica o golpe final e fatal em Bill.

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B. K. vs Elle (Melhor Luta no MTV Movie Awards de 2005): lindo e nojento ao mesmo tempo.

            Em termos de técnicas marciais, Beatrix é insuperável (ao menos em sua época). Sua espada, uma legítima Hattori Hanzo forjada pelo próprio mestre espadachim (Sonny Chiba), também entra na lista da maior espada feita para um guerreiro: uma mulher!
Analisando cada luta, Beatrix mostra habilidade com facas, espadas, armas de tiro, antenas de TV (me lembrou Xena lutando com os objetos mais absurdos), agilidade, resistência a dor, fôlego (haja fôlego para enfrentar 88 malucos!), inteligência, destemor, paciência, honra e coragem. Ufa!

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Beatrix Kiddo em ação: ninguém segura essa mulher.

 O melhor de Beatrix (e é o grande fator que me faz colocá-la na GP como heroína) é seu senso de honra nos seus combates. Pode-se ver nas conversas entre seus inimigos o quanto eles a respeitam e que, de alguma forma, se sentem culpados por tudo que fizeram a ela. E mesmo no meio de todo esse universo louco em que ela está inserida, há espaço pro perdão e pro agradecimento. Não há nada mais lindo do que a cena do banheiro, onde Beatrix agradece a algo ou a alguém pelo objetivo ter sido alcançado e por ter sua filha de volta. Uma fé invisível até aquele momento, mas fé que a fez ser quem ela é: determinada, forte, heroína e… mãe.
Peço perdão àqueles que vieram até a GP e disseram “Mas de novo!”, mas fiquei com um terrível peso na consciência em tê-la tornado apenas mais uma personagem de KILL BILL. Ela é, sozinha e sem fantasias ou máscaras, a essência do filme, e um exemplo (ok, extravagante) de uma heroína contemporânea.
Obrigado, comentem e não deixem de ler a reportagem especial sobre Lady Croft!

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Um Indiana Jones de saias?Muito mais complexo e poderoso do que isso!

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Por Alessandro Chmiel

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Amantes e admiradores da Girl Power, bem-vindos a edição dupla deste mês! A reportagem sobre A Noiva (e seu verdadeiro nome!) cobriu o gostinho de quero mais, e este que se segue eu espero que desperte em alguns certa nostalgia, em outros curiosidade e para todos um bom divertimento.
Apresento a vocês (apesar de muitos já a conhecerem ou terem ouvido falar), cumprindo o pedido da Mary Anne, uma das maiores heroínas do nosso tempo: Lara Croft! A Tomb Raider (Escavadora, Exploradora de Tumbas) surgiu em 1996 paraPlaystation e PC, e desde lá já protagonizou 10 jogos de sucesso e 2 filmes estrelados pela única e aclamada Angelina Jolie.

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Lady Croft: muito mais do que uma bela mulher.

            Segundo a Wikipedia (abençoada seja): “Lara é geralmente apresentada como uma inteligente, atlética e às vezes imprudente inglesa de nobre origem que viaja pelo mundo em busca de artefatos inestimáveis. Conhecida como arqueóloga e aventureira, ela frequentemente se aventura em antigas, e muitas vezes perigosas, tumbas e ruínas. Além de armadilhas e quebra-cabeças, Lara encontra uma variedade de inimigos, incluindo rivais, gangsters, animais perigosos (incluindo dinossauros), criaturas lendárias e seres sobrenaturais. A natureza fantástica de suas aventuras arqueológicas tem recebido comparações com Indiana Jones”. Rápido demais?

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Referência ao primeiro filme: “Angie”, na pele de Lady Croft, fez praticamente todas as cenas.

            Lara Croft foi projetada inicialmente por Toby Gard para ser um arqueólogo masculino (!), mas depois de ver seu original fracassar como aventureiro, surgiu a idéia de tornar o homem em uma bela mulher sob o nome de “Laura Cruz” (eca!), uma sul-americana. Graças a muita discussão, foi feita a escolha do nome final e da sua nacionalidade inglesa. Enfim, para quem quiser informações sobre todos os jogos e as origens de Lara Croft, é só dar uma pesquisada nas locadoras, no Wikipediae num site super exclusivo (em inglês) passado a mim pela Mary Anne:http://www.tombraiderchronicles.com/lara/index.html .

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A evolução em polígonos: mais real, mais feminina (e sem peitos em forma de cone)

            Partindo para uma análise psicológica, Lara vê a si mesma como Xena enxerga a si. Nenhuma das duas tem ambição de ser uma heroína. No caso de Xena, o que ela busca com todo o coração é fazer tudo ao seu alcance para se redimir, ao menos para ela mesma. Já com a Escavadora de Tumbas a coisa acontece meio sem querer. Lara, como foi parcialmente explicado pelo Wikipedia, é uma mulher autêntica e de vasto conhecimento histórico e arqueológico, e é no meio de suas buscas e aventuras que se vê a Lara como uma heroína. Mesmo correndo, pulando, caindo, se pendurando e girando (no mundo e pelo mundo) ao ir atrás da maior variedade de artefatos que, primordialmente, seriam de posse dela como colecionadora, Lara sempre termina disputando suas relíquias com outras pessoas interessadas nos poderes místicos e sobrenaturais dos objetos. Consequentemente, Lara cai no meio de todas as tramas terroristas e banditismos em geral, defendendo as peças e os possíveis poderes dentro delas para impedir que o mundo decline sob um poder grandioso. Ou seja: no final da história, Lara acaba agindo como mocinha contra algum(ns) vilão(ões) para salvar o mundo. Ainda que tenha consciência do bem que faz, Lara não quer levar crédito algum, simplesmente deseja livrar o universo de todo e qualquer mal.

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Angelina Jolie como Lara Croft: tirando os olhos naturalmente azuis da atriz, ela É a encarnação de Lara. Até o sotaque britânico a belíssima imitou.

            Apesar de tudo, agir com o intuito de fazer o bem pode caber a qualquer um. Tomando um distanciamento da personagem, ainda assim se vê uma mulher “arrogante”, “implicante” e “humor desgostoso”, “cheia da grana” e um tanto (ou completamente) egoísta. Se engana, contudo, quem pensa assim. Para quem se divertiu durante os últimos dois jogos da série (sendo o Anniversary um remake do primeiro título) e assistiu os filmes que, mesmo com certos detalhes diferenciados, mostraram um pouco mais da Lara como ela é no seu interior, viu que a arqueóloga é muito preocupada com os amigos e com vidas humanas. O Anniversary, inclusive, gira em torno de todo o conflito de Lara ao ver sangue humano em suas mãos e a responsabilidade que seus atos, necessários para o Bem Maior, lhe trazem. Impossível não lembrar de Gabrielle em suas lutas mais sangrentas e seu remorso conjunto ao lado racional de que certas coisas são precisas para se fazer o que é certo. Nos filmes, principalmente no primeiro, sente-se o quanto Lara é sensível quanto ao fato de sempre estar sozinha, da solidão que preenche sua vida e quão resguardada ela é na vida pessoal, amargurada com a perda dos pais e sempre correndo atrás da verdade sobre eles. Imagine: haja habilidade paterna e materna para criar uma filha assim!
E por falar em habilidades, Lara Croft, assim como Xena, poderia competir brilhantemente em qualquer olimpíada. Lara é uma ginasta de primeira (o que lhe salva a pele diversas vezes), alpinista, motorista ágil, atiradora de elite (ninguém pode com ela com duas pistolas nas mãos!), saltadora, nadadora, maratonista… Saindo das habilidades físicas, Lady Croft é expert em diversos (e nem sempre divertidos) quebras-cabeça e passagens sem saída. Lara é a atleta que todo treinador gostaria de ter e a aluna perfeita no imaginário de todo mestre que se preze, além de ser o sonho de consumo de milhões de game-maníacos e o tipo de mulher que muitas meninas gostariam de ser.
Lara Croft, independentemente de suas buscas pelo mundo, é um artefato vivo, jóia criada no mundo virtual e que das telas da TV e do cinema entrou no coração de muitos apaixonados por histórias brilhantes, magias antigas e mistérios que dão sabor especial à vida (lembra alguma Princesa Guerreira?).
Fecho aqui a GP de Lara Croft, considerada uma das maiores heroínas da atualidade moderna. Mês que vem tem mais com uma agente americana que não entra em qualquer combate: só se for um combate mortal!
Abraços xenites e comentem!

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A vingança é um prato que se come frio…

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Por Alessandro Chmiel

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Sirvam o banquete para A Noiva!

 

Caros amigos e leitores Xenites (com X maiúsculo!)! Estou de volta depois de ser muito bem representado pelo amigo Róbson – muito obrigado! Na GP nº. 2 eu havia dito que falaria de uma heroína dos seriados, mas como estou reassistindo à série ainda vai levar mais algum tempo até falar da protagonista.
Em homenagem ao pôster gigante que tenho aqui no meu quarto, a heroína deste mês é ninguém menos que a explosiva A Noiva, espetacularmente interpretada por Uma Thurman nos volumes 1 (2003) e 2 (2004) da saga “KILL BILL”.

1
A Noiva (Uma Thurman): literalmente, vestida para matar.

            A idéia do filme surgiu durante as gravações de “Pulp Fiction”, outro grande sucesso do irreversível Quentin Tarantino. Como qualquer outra obra sua, “KILL BILL” é um show do início ao fim.
Para quem não conhece a história direito, o filme é dividido em 10 capítulos entre os dois volumes, que originalmente seria apenas um. Sem ordem cronológica (característico de Tarantino e fazendo referência ao caminho tumultuado da vingança), entramos num mundo louco, sangrento e desconfortavelmente assustador. A personagem A Noiva (que não tem o nome revelado até o segundo filme propositalmente) era uma assassina (reparem as semelhanças com Xena!) do Esquadrão Assassino de Víboras Mortais, sob o codinome Black Mamba (Mamba Negra) acompanhada de mais três mulheres e um homem, liderados pelo excêntrico Bill (David Carradine). Saindo do grupo sem mais explicações – assim se entende no vol. 1 (não quero dar spoilers) – ela toma uma vida nova. No dia do seu casamento, contudo, a trupe a qual pertencia mata brutalmente todos no seu casamento e a espanca sem piedade, mesmo estando grávida (!). Para aumentar a crueldade, o próprio Bill dá um tiro na cabeça da noiva ensangüentada.

2A noiva ensangüentada: primeira cena de um dos filmes mais populares de Quentin Tarantino.

            Acordando quatro anos depois do coma (com uma placa de metal na cabeça), ela vê-se sem seu bebê e parte para o único objetivo em sua vida: matar a todos que fizeram mal a ela, e principalmente, matar Bill. O nome do filme já diz tudo, além de ser um trocadilho com “acerto de contas” (“bill” seria “conta”, e “kill” como “matar” – as contas -). Ainda há uma terceira referência, que só quem assiste pode saber.
Para quem curte ação, suspense, adrenalina, muito sangue, drama pesado e trama bem elaborada, “KILL BILL” é um prato cheio (e frio) para o cinéfilo. “KILL BILL”, assim como “XENA”, esbanja referências e homenagens a outros filmes e histórias, dos filmes de caubói até os samurais japoneses. Além disso, o filme conta com uma excelente fotografia, e o colorido das cenas é fantástico, em trechos em preto e branco, no jogo de sombras, cenas em anime, movimentação de câmeras e freqüentes flash backs. As atuações são dignas de palmas, e o figurino é nota mil.
Dentre as curiosidades do filme, a nossa idolatrada Mary Anne (obrigado!) me fez a fofoca de que a dublê que ajudou Uma (que fez a maioria das cenas) nas coreografias de artes marciais era Zoe Bell, que participou nas gravações de “XENA” na pele da Princesa Guerreira.
Para o Xenite, “KILL BILL” é ainda mais interessante de ser assistido por tratar de um tema tão polêmico e tumultuado como a vingança. Como bons Xenites que somos, a série da Princesa Guerreira preza bem ao contrário da ética d’A Noiva (apesar do conturbado e severamente discutido “Friend in Need”). O curioso, porém, é pensar se há, de fato, alternativa para a personagem do filme, que era apenas uma assassina, sem nada no mundo a não ser um bebê prestes a nascer que lhe foi tirado, querendo uma redenção que talvez jamais conseguisse. Um conselho meu, como fã de “XENA” e de “KILL BILL”: assista, reflita, e forme sua opinião. Eu tenho a minha, e digo que A Noiva teve seus motivos para fazer o que fez.
Sem mais, “KILL BILL” não é, com toda certeza, apenas um filme bom: é uma obra de arte.
Até a GP de outubro, amigos Xenites, com a arqueóloga mais famosa dos games e do cinema! Abraços, e comentem!

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Buffy, a Caça- Vampiros

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Por Robson Cardoso dos Santos

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Primeiramente, devo agradecer ao amigo Alessandro, que gentilmente me cedeu seu espaço na Girl Power deste mês para que eu pudesse falar sobre uma das mulheres que mais amo no reino da ficção: Buffy a Caça Vampiros!

A série Buffy the Vampire Slayer foi ao ar nos EUA pela primeira vez em 10 de março de 1997. Baseada no pouco aclamado filme homônimo de 1992, nem o criador da personagem, Joss Whedon, nem os Estúdios Fox depositaram muita fé no projeto: uma jovem de 15 anos, típica patricinha do colegial, loira e mimada, é eleita a Caça-Vampiros de sua geração, uma escolhida para herdar a mística força, resistência e agilidade das guerreiras (sempre mulheres) destinadas a exterminar vampiros, demônios e outras criaturas das trevas. E sua tarefa deveria ser executada sem que ninguém mais soubesse sobre sua missão!

Buffy Anne Summers se muda com sua mãe para Sunnydale, cidadezinha da Califórnia situada exatamente em cima da Boca do Inferno! Nesse cenário peculiar, ela ingressa no Colégio Sunnydale High, onde conhece a doce nerd Willow Rosenberg; o metido a malandro, porém nada popular, Alexander Harris, o “Xander”; e o simpático bibliotecário britânico, Rupert Giles, o qual logo se apresenta como o Sentinela da Caça-Vampiros, um homem apontado pelo Conselho para treinar e educar a Escolhida.

Assim sendo, Buffy revesa seu dia entre tirar boas notas nos exames e patrulhar cemitérios e becos escuros à procura de vampiros. Estaca + coração = pó. Buffy prefere tornar a equação simples assim, mas conforme vai amadurecendo ela aprende a duras penas como é difícil e solitária a vida de uma Caçadora, e, para aliviar esse peso de responsabilidade, ela compartilha seu segredo com aqueles que nunca mais a abandonariam: seus amigos!

Em 7 temporadas, os roteiristas de BtVS sempre souberam criar ganchos para que a estória não se arrastasse. Cada temporada é bem singular, distinta das demais. Vilões nada caricatas, personagens capazes de zoar consigo próprios, efeitos visuais belamente aplicados e roteiros repletos de reviravoltas.

As taglines da séries eram muito chamativas:

“In every generation, there is a chosen one. She alone shall stand against the vampires, demons, and forces of darkness. She is the Slayer.”
“Get home before dark” 
“Love is immortal”
“Buffy lives.”
“What is it about dangerous woman?”
E a de divulgação dos boxes de DVD: “Fight evil, bring Buffy home.”

Como era delicioso ouvir Buffy e seus amigos se auto-denominando de Scoobies! Isso porque toda vez que pintava um monstro diferente na cidade, eles reviravam a biblioteca (os volumes que Giles trouxera da Europa, claro) em busca de pistas para atingirem o ponto fraco do bicho! Cada função era bem distribuída na gangue, que teve várias formações diferentes ao longo da série. Mas embora Buffy tivesse um baita grupo de amigos (capazes de morrer, matar e trazer de volta da Morte – tudo por ela!), ao seu auxílio, Buffy era atormentada por um imenso vazio interior.

Buffy nunca teve muita sorte com seus relacionamentos amorosos (alguém aí se identificou?). Namorou um vampiro com alma (portanto, do bem!), mas entrou em conflito com seus amigos por estar amando justamente aquilo que ela era destinada a exterminar! Teve perdas significativas de entes queridos, liderou amigos a combates dos quais não mais retornaram, chegou a duvidar de seus poderes, e quis desistir. Mas ameaça de apocalipse após outra, ela acabou se convencendo de que não era à toa que ela sempre tinha engatilhada uma resposta malcriada na ponta da língua!

A série bebia na fonte da ficção, ação e comédia, mas o drama era épico! As personagens tão bem desenvolvidas, a gente sofria com elas! Jovens numa realidade de monstros infernais, mas o que mais os assustava não era nada sobrenatural: eram suas desventuras amorosas, a perda de amigos, e a incerteza do amanhã. Era a estória de uma menina que aos 15 anos chorou por não aceitar que a profecia dizia que ela tinha de obrigatoriamente morrer pelo Bem Maior!

Os coadjuvantes também cresceram muito dentro da história. De nerd entendida de informática e nada popular, Willow passou a wicca até se tornar uma poderosíssima bruxa! Até a própria Buffy dizia que sua melhor amiga era o elemento mais forte dos Scoobies! Willow também se descobriu homossexual com o passar dos anos, grande polêmica na série, mas delicadamente abordada com a moral de que o amor que recebemos de nossos amigos é incondicional. Ah, e é impossível não amar essa ruivinha, seja ela hetero ou homo! E não mexam com a namorada de uma bruxa como a Will!

Xander era o “irmaozão” de todos no time, conhecido por ser aquele que “tinha olhos” para tudo, ou seja, sabia exatamente como cada amigo precisava dele e em que momento. E era quase como o Joxer: sempre falando abobrinhas! Giles, por outro lado, era o cérebro da equipe, paizão, expert em línguas mortas, sempre disposto a aconselhar e repreender.

Sarah Michelle Gellar (a Buffy!) tem um longo curriculo no cinema, algumas produções intercaladas na época das gravações de BtVS nos anos 90. Mas mesmo interpretando a vilã Kathryn Merteuil em Segundas Intenções, ou a patricinha Daphne Blake em Scooby-Doo o Filme, ela parece ter nascido para viver Buffy na TV!

À exceção de Xena Warrior Princess, Buffy é a única série que defendo com unhas e dentes! Duas das melhores séries dos anos 90, cuja ÚNICA semelhança entre elas é o fato de terem uma mulher linda e poderosa como protagonista. Buffy me fez vibrar, rir, chorar, torcer, viciar meus amigos, produzir estacas com lascas de madeira! Até hoje tenho um crucifixo à la Buffy no meu quarto, sem falar nos 5 boxes de DVDs que a Fox já lançou em território nacional (faltam 2 temporadas ainda, dona Fox Brasil!)

Buffy deu origem à série Angel (seu spin-off), que teve 5 temporadas de sucesso supervisionadas por Whedon. Ambas as séries continuam agora em 2008 em HQs (8a temporada de BtVS e 5a de Angel), também com roteiro de seu criador. Mas não é a mesma coisa que escutar aquela guitarra brava em cada abertura de Buffy, e ver Buffy sempre com uma roupa diferente em cena, sempre apanhando e tendo a vantagem de rápida cicatrização, e rolar de rir e se acabar de tanto chorar no mesmo episódio!

Anos 90 que não voltam mais… Vida longa à Caçadora!

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Girl Power – No outro lado da rua, mais uma mulher de trancinhas: e nada inofensiva.

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Por Alessandro Chmiel

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No outro lado da rua, mais uma mulher de trancinhas: e nada inofensiva.
Por Alessandro Chmiel

Tá certo que a personagem feminina mais lembrada da série Street Fighter é a Chun-Li, da GP de junho. Mas foi na versãoSuper Street Fighter II Turbo que surgiu a que muitos gamers consideram uma rival à altura da guerreira chinesa.

Ao lado: Cammy White: inglesa, linda, forte. Um futuro indefinido, um passado obscuro.

            Apesar da beleza avassaladora, essa menina baixinha e bastante séria esconde em sua história um dos maiores trunfos do grande vilão da saga SF(observação: sua história, como de muitos outros personagens, foi escrita e reescrita para adaptação, e alguns dados podem não estar completamente corretos). O malvado M. Bison teria criado Cammy como um corpo perfeito para ele mesmo, ou seja: Cammy seria fruto de experiências genéticas que a tornaram uma arma mortal nas mãos do chefão da Shadaloo (grupo criminoso controlado por Bison).
Ela pouco sabe do seu passado, mas o mistério por trás dela torna a personagem ainda mais interessante. Ao que sua limitada biografia na internet indica, Cammy era controlada mentalmente por Bison, e realizava as mais diversas missões às suas ordens (há versões que dizem ter sido Cammy a assassina do pai de Chun-Li, a mando, logicamente, de Bison). Sendo uma perfeita escrava sem sentimentos ou personalidade, Cammy era sem dúvida um poder quase inestimável para Bison. Em uma das suas missões, Cammy teria se ferido gravemente, e perdido a memória. Sem saber quem é, ou o que fazia, ela parte em busca de mais informações sobre a Shadaloo, a única coisa de que se lembra. Unindo forças com a equipe Delta Red, que objetivava a caça a Bison, Cammy mostra-se habilidosa, e o encontra. Após uma luta entre os dois, Cammy descobriria todo seu injusto histórico, onde nunca teve uma escolha, onde todo o sangue que estava em suas mãos era culpa dela, mas fora do seu controle. Sentindo-se responsável por parte do poder de Bison, Cammy recusa bravamente o domínio mental do vilão tailandês e parte para a Inglaterra e, sem muitas opções, acaba unindo-se definitivamente ao Delta Red e colaborando para que a justiça seja feita.
Numa comparação com Xena, Cammy também é dona de um passado negro. A diferença é que a soldado jamais teve controle dos seus atos, o que pode ser ainda mais difícil para um caminho de redenção. Nunca sabendo ao certo o que fez, quem feriu, em que mal contribuiu, quem matou. Cammy, ao meu ver, é uma pessoa completamente infeliz e desgraçada, e não se sabe ao certo até que ponto ela pode ser considerada humana.
Um argumento ao seu favor seria o de que, antes de fugir da Shadaloo, Cammy enfrenta outras criações de Bison, 12 meninas apelidadas ironicamente de Dolls (bonecas), no intuito de alertá-las sobre quem elas realmente são. Enquanto muitas das Dollsrevoltam-se contra Bison, Cammy ativa a destruição da base militar de seu antigo mestre, salvando algumas Dolls. Ao que parece, Cammy ainda retornará para enfrentar Bison de igual para igual: como dois lutadores de rua em uma luta justa. 
Com esse artigo, fecho a série Street Fighter. No próximo mês da RX, cedo a autoria para nosso amigo xenite Róbson, que falará de uma série contemporânea à XENA e que fez um sucesso considerável no mundo real e vampiresco.
Espero que tenham gostado da Cammy, mesmo que pouco se saiba de concreto dela. Divirtam-se com Buffy, e na RX nº 4 eu estarei de volta na sessão GP com outra grande heroína de seriados, porque como manda o roteiro aqui: depois de Xena, ainda há heroínas a serem idolatradas – jamais para substituí-la.
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No Girl Power desse mês…

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Por Alessandro Chmiel

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Na indecisão de qual Girl Power – GP – (“Garota Poderosa”, literalmente traduzindo) deveria colocar na edição nº01 da nossa revista xenite, optei pela primeira heroína que fez parte da minha própria história.
Não apenas a primeira para mim, como para os jogos de luta em geral: Chun-Li é um marco na história dos games. Surgida na série Street Fighter, da CAPCOM, Chun-Li era a única mulher no meio de outros combatentes masculinos, mas nem por isso a mais indefesa. Apesar de visivelmente mais fraca que outros personagens, sua rapidez era inegável, dando agilidade e versatilidade ao jogador.


Seu nome vem do mandarim, e significa “bela flor da primavera”. Seu sobrenome varia de acordo com as fontes: Chung (fonte original), Zang/Xiang (no filme americano adaptado da década de 1990), ou mesmo Li (implícito no pequeno anime baseado na série). Além do nome curioso para uma forte mulher, sua vestimenta não deixa por menos. O que mais chama a atenção certamente são seus “chifres de boi”, enfeite comumente usado em meninas chinesas para decorar os cabelos, “vestindo-os”.
Não só de belas curvas e estilo próprio que é feita essa lutadora chinesa. Sua história é forte, apesar das inúmeras contradições a respeito, pois os jogos da série SF, sendo inúmeros, nunca mantiveram uma linha concreta.
Um resumo: Chun-Li seria uma bela jovem chinesa, filha de um agente da Interpol. Ela amava muito seu pai, e recebeu diversos treinamentos de combate de amigos dele mesmo. Mesmo com potencial, Chun-Li decidiu trilhar o caminho dos estudos, mais simples e seguro. Com o súbito desaparecimento de seu pai, Chun-Li sai em busca de informações sobre seu paradeiro. Aparentemente, o pai dela andava atrás de informações de uma organização misteriosa intitulada Shadaloo. Hábil, Chun-li retoma a missão de seu pai até encontrar M. Bison, o chefe da organização. Em uma luta breve, Bison diz que é o culpado da morte de seu pai, e que ela é muito jovem e inexperiente para seguir o caminho do pai na destruição de Shadaloo. Não convencida, Chun-Li treina com a determinação de um dia reencontrar o assassino de seu pai, na busca de vingança (nada muito xenite, não é?). O lado bom da história é que, ao que parece, Chun-Li se torna, ao longo de seu trajeto, uma treinadora de artes marciais, com o intuito de um mundo melhor através da bondade (“O amor é o caminho”?).

 

Na foto acima, Chun-Li: a primeira das lutadoras de rua – ou a primeira lutadora de todas!

Nos jogos, seu ponto forte, além da rapidez, são seus famosos golpes com as pernas, em chutes alternados e repetitivos. Ela também conta com poderes da arte Chi, energia semelhante ao famoso Hadouken, do personagem Ryu, também de SF.

Atualmente, a série SF sofre com a concorrência, mas, para Chun-Li, o destino está para mudar: com as gravações iniciadas em 2008, o filme Street Fighter – The Legend of Chun-Li conta a história do jogo com a heroína como protagonista, renovando a história com toques de nostalgia. Mesmo sem o filme, entretanto, Chun-Li jamais seria esquecida como a precursora das GP nos jogos eletrônicos, assim como a nossa Princesa Guerreira no quesito seriados de televisão.

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