Um Ano Depois….

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Por Yannara Marques

        

Tarde ensolarada, 2008.
– Não. Não. Chato. Já vi. – Eu, passando os canais da televisão, quando de repente, ouço uma voz grossa durante uma abertura que, embora não soubesse, ainda ia ouvir muito.
– “Xena, a Princesa Guerreira”.
Juntando umas informações adicionais que eu tinha, o recém-assistido A Day in the Life, e uns primeiros episódios já baixados, um veredicto: achei uma nova série.
Apenas mais um seriado de ação, aventura, ficção para eu devorar os episódios, e distrair-me da vida tediosa aonde eu tinha ido parar.
Rever aquelas imagens de uma morena alta dando chutes e montando em seu cavalo dourado era o mesmo que arrancar lembranças do fundo da minha infância. E segui acompanhando a primeira temporada mesmo ouvindo comentários do tipo “é Trash” – algo que nunca levei a sério -. Meu interesse dependia um mínimo da qualidade de efeitos especiais.

“C’mon, dont leave meDont you leave meDont leave me….Dont leave meWake upWake upWake up …” Era agonizante ver aquilo sem poder dar um pulo na TV (ou PC) e dar uma sacudida e uns três tapas em Gabrielle, “ACORDA, MULHER!”. Não seria novidade vindo de alguém que se envolvia demais em tudo lia, via, ouvia, e facilmente imaginaria ao vivo e a cores ao lado de Xena tentando salvar sua (até então) amiga.
Qual seria a diferença dessa vez? Eu me via naquela cena, não como espectadora que via tudo por cima, ou figurante vendo tudo a distância, eu estava lá, sentindo o que a heroína passava, o que as pessoas ao redor dela exprimiam, de alguma fora eu era onisciente dos fatos não como se eu entrasse na história, mas como se essa tivesse entrado dentro de mim.
Loucura? Efeito de uso abusivo de café e noites mal dormidas, talvez. Mas de alguma forma eu percebia que não era só um novo seriado de TV que havia sido adicionado à minha vida.
As paisagens eram tão reais, quase tocáveis. Joxer, Gabrielle, Xena, Callisto, pareciam ter saído de algum louco sonho, e eu estava dormindo. Foram uns 5 meses assistindo religiosamente.
E quando acabou, era simplesmente impossível de acreditar, acabou…
A minha diversão que tinha se tornado paixão. Simplesmente acabou. Aquele meu refúgio secreto de um mundo de mudanças físicas, psicológicas, sentimentais, companhias, cobranças, concepções, tinha se perdido. E, como para muita gente, perdas não são facilmente toleráveis, passei a devorar tudo que pudesse, direta ou indiretamente, dentro desse Universo Expandido de XWP. Passava boa parte de meu tempo lembrando de algo que, teoricamente, acabou.

7 % da população americana acredita que Elvis não morreu. E por que haveriam de estar errados? Sua fama, música, estilo, atravessaram décadas, e mesmo gerações que não viveram na época conhecem ou admiram seus feitos.
Enquanto eu seguisse vivendo tudo que eu tinha aprendido naquela que não era mais somente uma série na minha vida, aquilo não acabou… e não acabará. Sou Xenite – faço questão de escrever com X maiúsculo -, palavra que há um ano nem estava no meu léxico.

Quando me sentei para escrever algo sobre meu primeiro ano como Xenite, pensei que sairia algo como os depoimentos de “How Xena Changed Our Lives”, mas esse feliz ano não passa de um primeiro capítulo de uma história “escrita” diariamente.
“Você gosta mesmo de Xena!?  Não vejo a lógica disso.”
Sempre perguntam isso com cara incrédula. Eu, com cara mais incrédula ainda (talvez um pouco sarcástica), respondo:
“Sinceramente… Não sei.”
Aos outros, raciocínio ou lógica; aos Xenites, a paixão.
E que venham os anos…

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Lembram daquele episódio de XENA??

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Por Emanuelle Costa

 

Aquele em que a Gabrielle é raptada… (ih.. .isso num ajuda muito, né?) Aquele onde o Joxer atrapalha o plano de Xena, põe tudo a perder e… (Piorou, não foi?)

Mas vocês lembram, né… é um dos meus episódios favoritos…

Aquele em que Gabrielle some misteriosamente durante a noite e Xena sai de forma alucinada à sua procura após passar o braço sobre as cobertas de Gabrielle e sentir sua falta.

Aquele em que a ausência de Gabrielle causa no espírito de Xena uma dor que ela não pode suportar, e ela percebe que não pode viver sem a sua outra metade. Xena não pode dormir à noite sentindo o vazio ao seu lado. Ela não pode fechar os olhos sem ver aquele sorriso de Gabrielle que lhe franze o nariz.

Aquele em que para revê-la Xena enfrenta exércitos, gigantes, deuses, titãs e a própria morte. Aquele em que Xena deixa tudo para resgatá-la, abandonando até sua família.

Aquele em que Xena luta até a exaustão, até o esgotamento completo para salvá-la.

Aquele em que Gabrielle tem que fazer uma difícil escolha entre sua própria vida e a de Xena, e ela não hesita ao escolher morrer por Xena, que acaba tomando o lugar de Gabrielle.

Aquele em que no fim, após vencer o mal, Xena agonizante recebe de volta a vida dos lábios de sua alma gêmea.

Aquele em que elas ficam juntas para sempre no final.

Acho que era o último episódio da sétima temporada… lembram?

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Não somos apenas o que pensamos ser.

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                                                                                     Tainara Nogueira de Souza

Amigos Xenites, conversando com minha mãe sobre personalidade eu me lembrei muito de personagens de XWP, enquanto minha mãe me explicava eu achava tudo confuso e foi quando pensei que analisar alguns personagens seria um jeito fácil onde todos pudessem aprender mais, além do mais XWP também é cultura. Cada edição será um personagem e comecei com Callisto comparei ela com Flora da novela A Favorita exibida pela Globo. Na novela Flora interpretada pela atriz Patrícia Pillar realmente deixa qualquer um revoltado, por ser uma pessoa fria e sem valores. Callisto era dominada pelo sentimento de vingança. Sentimentos negativos são “normais”, desde que não prejudiquem sua rotina. A diversidade de sentimentos é aspecto característico da condição humana, ninguém bonzinho ou malvado o tempo todo, esses comportamentos se misturam. Encarar tudo com normalidade, entretanto, não é a saída. É importante distinguir os sentimentos das ações. Somos humanos, mesmo as reações dos seres humanos mais histéricos e maníacos podem ser monitoradas num certo grau para o bem maior, se nos recusarmos a ceder a exigências. Os Transtornos da Personalidade caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas), mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno mental franco. Callisto e Flora eram pessoas normais que tiveram alterações no Ego Patológico. Callisto queria se vingar de Xena, e ela teve o ego ferido quando culpa Xena por matar a família. Flora também teve o ego ferido quando ganhou uma irmã que recebia toda a atenção.O normal é quando alguém tem um pouco de tudo, agora quando isso passa a ser uma maneira de existir já passa dos limites. E isso se torna um traço marcante daquela pessoa. Caso ainda esta característica responsável por sua classificação, prejudique a liberdade desta personalidade ser livre e desimpedida de qualquer estigma limitador de sua maneira de ser, caso ainda essa característica faça sofrer seu portador ou outras pessoas, aí então, ao invés de estarmos diante de apenas certo tipo de personalidade, ou de certo traço, estaremos diante de um Transtorno de Personalidade. Callisto era obcecada por Xena e Flora obcecada por Donatela.Seria certo afirmar que Callisto e Flora não sentem culpa pelos atos que fazem, são pessoas perversas.O psicopata não tem o arrependimento, nunca. Callisto ajudou Eli à ressuscitar Xena e Gabrielle, ela teve um certo arrependimento, mas ela só se arrependeu depois que Xena trocou a alma dela pela de Callisto. Até então não posso afirmar se Flora terá um arrependimento, mas tudo indica que não. São pessoas perversas, porém a partir do momento que se tem o arrependimento elas não são classificadas com a patologia do transtorno de personalidade. 
Callisto seria mesmo uma psicopata?
Ou ela apenas vivenciou o que fez com que o ego dela se desintegrasse assim tendo ações e obsessões vingativas sem vínculos emocionais, mas teve o arrependimento.

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Apenas pessoas

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Por Mary Anne M.W.

Fica difícil vocês acreditarem que eu não goste de telenovelas, depois desse artigo, considerando que é o segundo que escrevo tocando nesse assunto, mas mesmo correndo o risco de destruir minha reputação, eu não podia deixar isso passar.

Sobre meu artigo passado, é, parece que Stela e Catarina já eram. Catarina deu uma de Gabrielle de segunda temporada e achou um Pérdicas do bem sem graça pra ela. Justo? Justo.Afinal novela retrata vida real, e isso acontece.
O que tenho observado contudo, é o público tacando pedras no autor alegando o seguinte : Se o Orlandinho pode virar hétero, por que a Catarina não pode virar gay?

O fato do gay alegórico da novela ter resolvido desgayzificar parece ter despertado o descontentamento de algumas pessoas. Mas será que desgayzificou mesmo?
Ontem com a tv ligada na sala escutei o seguinte diálogo:

Personagem chata da Déborah Secco: Você é gay ORLANDINHO!!!!!!
Orlandinho: Eu sou GAY mas eu te AMO Maria do Céu!!!!

Aí, o que tem gente chamando de preconceito, fazer um gay se apaixonar por uma mulher na trama, eu chamo de revolução.
Como assim, vocês devem estar se perguntando, o que de tão revolucionário existe nisso?
Simples: a quebra dos paradigmas instalados na mentalidade da nossa sociedade.
É fato que o preconceito não se faz tão presente como há décadas atrás se fazia, contudo não quer dizer que ele não exista. E a sociedade heteromormativa em que estamos todos inseridos leva algumas idéias, que embora muitas vezes não apresentem preconceito propriamente dito, apresenta uma mentalidade petrificada.

Exemplos? Não é comum manifestações de surpresa quando se comenta que aquela garota super-feminina é lésbica? Não existem homens que carregam um jeito meio delicado sendo chamado de “bichinhas” mesmo sendo heteros?Não existe gente que acha que só se descobre gay na adolescência, depois da idade adulta isso não é possivel? Ou alguém dizer que o fulano não deve ser gay porque tem o maior jeito de macho – sem parar pra pensar que tem gay que é mais macho que muito heterossexual frouxo – ?

Enfim, o pensamento social está cheio de fósseis , onde se confunde principalmente Orientação Sexual e Identidade de Gênero.Não vou aprofundar aqui as explicações desses dois conceitos( visto a complexidade do assunto, foi necessário 3 horas numa oficina sobre o assunto para que meus colegas de faculdade entendessem e ainda assim, uns sairam nao tendo entendido nada) , mas seria legal se todo mundo procurasse se informar sobre as diferenças.

Vocês devem estar pensando que eu escrevi, escrevi, escrevi, mas não citei Xena até o presente momento.Bom, chegou a hora de explicar o que todo esse bolo tem a ver com Xena.
É comum ver pessoas que discordam que Xena e Gabrielle tenham tido uma relação romântica, utilizando como escudo de batalha a velha e manjada frase “Xena e Gabrielle não eram lésbicas.Elas se envolveram com homens”. E aí tem gente que ficar surpresa quando eu, subtexter declarada digo “claro que não, mas isso não impede ela de amar Gabrielle num grau romântico”. Tem gente que entende meu ponto de vista.Tem gente que fica confusa. E tem gente que acha que estou falando uma sandice.

Em resumo, o que eu tento expressar é uma desvalorização da rotulação ao falar de orientação sexual e identidade de gênero.
Deixando de lado a maluca escala de Kinsey, fica bem mais fácil pensar que não somos heterossexuais, homossexuais, bissexuais, transsexuais, panssexuais ou assexuados, mas SIM, somos PESSOAS. Pessoas cada uma com suas emoções, com seus desejos, com seus anseios, em busca de sua outra metade.

Será que o amor – romântico, é desse que falamos aqui – nasce da característica sexual física? Não. O que nasce disso é a atração e ambos são duas coisas muito bem distintas. Atração não leva necessariamente ao amor. Amor, eventualmente levará a atração que dará origem ao meio de interação. Mas amor é coisa de alma, de química – não física -, de emoções, de personalidade. E isso, pode MUITO bem acontecer com duas PESSOAS, independente do que cada uma carrega em seu corpo.

É isso que vejo quando penso em Xena e Gabrielle como um casal. E na novela das oito, não tem um gay que está virando hétero porque se apaixonou por uma mulher.Tem uma PESSOA, que descobriu em outra PESSOA seu objeto de afeição.
Não é simples?

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Homenagens de Xena a Cultura Popular

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Por Mary Anne M.W.

PRIMEIRA TEMPORADA

Cradle of Hope

O bebê Gabriel foi resgatado por Xena, uma PRINCESA guerreira e Gabrielle. O destaque em princesa é pra nos levar até a história Biblíca onde o bebê Moisés é resgatado por uma PRINCESA Egípcia, também encontrado num rio.
Ambas as crianças cresceram como príncipes, curiosamente.
Várias adaptações fílmicas foram feitas da história bíblica.

Outra curiosidade fica por conta do nome do episódio que é o mesmo que o de um centro de Adoções europeu.

SEGUNDA TEMPORADA

Return of Callisto

A cena de Callisto presa na cadeira na prisão reflete a Hannibal Lecter em “Silêncio dos Inocentes”.
Hannibal, o canibal, é um personagem literário criado por Thomas Harris, protagonizando os contos “Dragão Vermelho”, “Silêncio dos Inocentes”, “Hannibal” e “Hannibal – A Origem do Mal”.

Assim como Callisto, o personagem tem tendências psicopatas, e foi forjado ainda enquanto criança, pela sede de vingança.

Callisto, se tornou a personagem psicótica que era ao perder sua família para um ataque do exército de Xena.

Hannibal se tornou o psicopata retratado por perder seus pais na Segunda Guerra ainda criança, lhe restando somente sua irmã. Posteriormente assistiu sua irmã ser devorada por soldados insandecidos pela falta de comida.Anos depois, retorna ao local, obtém os nomes dos soldados e parte para a busca pela vingança.

Um dos carcereiros diz a frase “Luck be a lady tonight!”, que é uma referência a uma música de Frank Sinatra de 1963.

TERCEIRA TEMPORADA

Fins Femmes and Gems

Na cena onde Gabrielle se enxerga na água e tenta beijar seu reflexo ela incorpora a versão feminina de Narciso, o lindo jovem da mitologia que se apaixonou por seu reflexo

Attis, o homem macaco personificado por Joxer nos trás uma grande lembrança de “George o Rei da Floresta” que antes de ganhar os filmes, também foi um desenho animado de 1967 a 1970.George era uma paródia de Tarzan e famoso por não ver onde ia com o cipó, o que lhe fazia sempre bater nas árvores.

A música que Gabrielle canta sua música tema numa paródia ao tema do seriado Beverly Hillbillies.

Já os métodos de pescaria de Xena, é uma homenagem a Nova Zelândia, onde a pesca com pipas é comum.

QUARTA TEMPORADA

Paradise Found

Além da alusão óbvia ao poema de Milton, Paradise Lost, as inferências com intenção de homenagem nesse episódio não param aí.

Todo o clima do episódio, o paraíso de aspecto mágico onde Xena e Gabrielle vão parar, é bastante semelhante a Shangri-La , descrito por James Hilton, em sua obra, Horizonte Perdido, que já teve duas adaptações fílmicas, uma de 1937 e uma de 1973.

 

 

 

 

QUINTA TEMPORADA

Punchlines

As cenas da trágica infância de Joxer foram retiradas do filme Intolerance, Love’s Struggle Throughout the Ages de…pasmem, 1916!
O filme contra quatro histórias de diferentes períodos históricos.A de Joxer é chamada “The Babylonian Story”, sobre um a conquista Persa da Babilônia no século VI.A personagem da mãe de Joxer, no filme era chamada de “Mountain Girl”.Uma lutadora que matou vários homens antes de ser morta.Ela foi interpretada por Constance Talmadge.

A guerra de tortas se assemelha a de “Great Race”, entre Tony Curtis e Jack Lemon.
A frase de Joxer “Heheh você esqueceu de se abaixar” a qual Gabrielle responde com “Você também” tacando-lhe uma torta na cara é uma alusão aos “Três Patetas”, personagens que foram constantemente aludidos durante os episódios.

SEXTA TEMPORADA

You Are There

No episódio Grinhilda diz a Nigel “Follow the love” (Siga o amor). A frase foi parodiada do caso Watergate.
O caso Watergate ficou famoso por ter sido o turbilhão de escândalos políticos que culminaram com primeira renúncia de um presidente dos EUA: o republicano Richard Nixon.
Os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do jornal americano Washington Post, desempenharam um papel-chave na revelação do escândalo, auxiliados por informações cruciais de seu misterioso informante, que se escondia debaixo do codinome Garganta Profunda.Uma das pistas dado pelo misterioso homem foi “Follow the Money”( Siga o dinheiro).

Havia também um programa de tv que levava o mesmo nome do episódio “You Are There” e que além disso seguia o mesmo formato do episódio, entrevistado pessoas famosas da História.

 


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A Higiene na época dos Deuses Antigos

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Por Yannara Marques

 

Uma tarefa deveras árdua é “enquadrar” o enredo de XWP em algum contexto histórico, pois além de brincarem com mitologia, história e religião, nossas heroínas não vivem num contexto pré-determinado.
Os fatos, contextos, personagens se misturaram não seguem a seqüência linear dos livros de História e se misturam nessa divertida “salada”: o Xenaverse, onde, como bem sabemos, tudo é possível.
Para quem se interessar o Whoosh fez uma lista mais detalhada de alguns eventos apresentados ao longo das seis temporadas e suas respectivas datações: http://www.whoosh.org/faq/faq07.html

Segundo a MCA / Universal o show está definido como “… durante a Idade do Ouro da Mitologia, muito antes da Grécia antiga ou de Roma, na distante fronteira do conhecimento civilização”, como o termo é vago fiz uma pesquisa pela história da higiene desde os povos antigos até a atualidade. Já aviso: vem sujeira pela frente.

Os antepassados sacrificavam animais nos lugares que iam erguer suas cidades observavam o fígado desses, se fosse escuro indicaria água impura e possível transmissora de doenças. Dirigiam-se para outro animal e se o falhassem novamente, para outro terreno.
Caso algum de nós fosse transportado ao período íamos sentir na pele (e no cheiro) o que Afrodite passou em The Quill is Mightier. Banheiros eram pouco comuns e restritos à elite, os excretos eram despejados pela janela, azar de algum Joxer que estivesse passando. A água usada em tais instalações era o reaproveitamento da água do banho. 
Os Egípcios sempre apresentaram grande preocupação sobre o assunto. Em suas pirâmides construíam banheiros na esperança de tomar a pós-vida dos faraós mais confortável. Também se tem noticia que os mesmos usavam uma espécie de pente, feito de ossos de animais, e uma primitiva escova de dentes.
Na Grécia e em Roma tem-se registro de casas com sistema de água canalizada e visitas às termas e aos banhos públicos. Principalmente para os romanos os banhos tinham uma importância social que higiênica, nas grandes termas ocorriam festas, encontros e negociações (coisa para 3 mil pessoas ao mesmo tempo).
Segundo a lei de César, cada proprietário seria obrigado a manter limpos os arredores de sua residência para evitar que os dejetos se acumulassem. O que não impediu a futura incidência de pragas durante a Idade Média.
Vemos nos filmes as pessoas sendo abanadas. Calor? Frescura? Não! A explicação está no mau cheiro que exalavam pela boca e por debaixo das saias, feitas propositalmente para conter os odores das partes intimas. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, além de também espantar os insetos que eram atraídos para aqueles seres fétidos.
As casas não eram foradas, apenas sustentadas por colunas de madeira onde animais se alojavam. Quando começava a chover eles pulavam rapidamente para o chão, o que deu origem à expressão em inglês “It’s raining cats and dogs” – Hallelujah? – cuja variante em português “Está chovendo canivete” é usada até hoje.
No quesito Higiene, os povos antigos vivam realmente In Sickness and In Hell.

 

FONTE:

http://www.hidropura.com.br/hidro2.htm 
http://www.medio.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=352&Itemid=39 
http://banhomix.com.br/banheiro-na-historia-antiguidade/ 
http://www.historiadetudo.com/pente.html 
http://www.historiadetudo.com/escova-dente.html

 

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Comande-me, minha Girl Power! Seja confessado pela Madre da verdade – sirva à alma do amor.

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Por Alessandro Chmiel

[email protected]

GIRL POWER – n. 22

0000000Dedicado às Girl Powers do mundo real, pelo Dia Internacional da Mulher. Que Xena e Gabrielle, e também Lao Ma, Ephiny, Afrodite, Eva, Cyrene, Mynia, Meg, Lilá, toda essa massa de seres incríveis a quem chamamos de MULHERES, poderosas em cada jeito de ser, estejam sempre com vocês, inspirando a todos.                                            Obs.: Sem spoilers que estraguem seu prazer de ler a saga Sword of Truth e assistir a série Legend of the Seeker. Boa GP pra você!                                                   

Em parceria com nossa ídola Mary Anne no comando da Bitch Powerdeste mês, a Girl Power traz outra personagem da vastidão de Midlands (onde? Calma.). E não é uma personagem qualquer: seu criador afirmou certa vez que a história toda foi criada a partir da ideia desta personagem.

Vamos dar nome aos fulanos: a GP apresenta a vocês Kahlan Amnell, a Mother Confessor (conhecida pela tradução da Aulyde Soares Rodrigues, tradutora de A Primeira Regra do Mago, por “Madre Confessora”) dos livros de Terry Goodkind. Goodkind é autor da saga Sword of Truth (“Espada da Verdade”), escrita em doze volumes gigantescos – começando pelo A Primeira… – e cheios de narrativa brilhante, dramas interdimensionais, amores infinitos, ódios eternos, e o que quase todo mundo gosta: magia. Os (ór)fãs de Harry Potter vão encontrar um novo mundo a acolher, podem apostar. Baseada na saga literária, a série Legend of the Seeker (ainda sem título definido no Brasil) está na sua segunda temporada, e claro, não podia deixar de trazer à vida uma das mais incríveis GP’s que já vi.

0000000            Um pouco da história, para quem ainda não conhece: o herói central é Richard Cypher, um simples guia florestal que vive em Hartland, na área oeste do mundo criado por Goodkind. Acostumado com uma vida pacata e pequenos perigos que alguém pode se deparar com uma vivência mais rural, sua história muda por completo quando Kahlan Amnell surge direto de Aydindril em seu caminho. Em fuga, Kahlan mal explica sua situação quando ambos são atacados por quatro homens fortemente armados com músculos e espadas (D’Harans), querendo a cabeça da jovem “indefesa”. E isso é apenas o começo de todos os problemas dos dois. Richard se vê de face para o maior perigo do mundo de Midlands: Darken Rahl, um tirano que mexe com magia do submundo disposto a conquistar o poder sobre todos. Profecias antigas dizem que o Seeker – um guerreiro que busca pela verdade e age com sabedoria – derrotará o temível Rahl. O que Richard não sabia é que um velho amigo, o qual acabou de revelar sua identidade como Mago da Primeira Ordem, lhe nomearia como o Seeker da Verdade.
Mas e qual a função da tal Kahlan nessa história? Trazer problema para o coitado do Richard? Pode ser que sim, mas ao longo da leitura (focando, por enquanto, o livro) percebe-se que o Destino sempre contou com Richard empunhando a Espada da Verdade pela salvação do mundo. No que se restringe a Kahlan, o título que ela carrega nos ombros é um fardo tão ou mais pesado do que o de Richard.

0000000

            As mulheres Confessoras foram criadas há muitos anos pelos antigos magos, de modo a equilibrar a justiça no mundo. A linhagem delas é sempre carregada do poder confessor. Para começar, ninguém mente para uma Confessora. O que torna Kahlan tão temida é a utilização do poder como ultimato para se descobrir a verdade de alguém – um criminoso, alguém prestes a ser julgado, um condenado à morte. Com apenas um toque, Kahlan corrompe a existência da pessoa tocada pelo poder confessor, tornando-a serva leal de Kahlan para o resto de sua vida, ou enquanto Kahlan viver. A explicação para o poder se define por um amor incondicional da vítima sobre Kahlan, que se torna sua Senhora: nada mais importa, a não ser fazer a Senhora feliz realizando o que quer que ela deseje. Apesar de grandioso, o poder confessor traz uma culpa irreversível ao bom coração dessa Girl Power, pois nascer com o poder demanda a responsabilidade de atuar para o bem do mundo sem objeções. Sendo a Madre Confessora, a mais importante entre todas as outras, sua posição a eleva a um cargo maior do que até mesmo o de uma rainha, e ai do reino que não obedecer a palavra dela.
Um adendo especial em parceria com a Bitch Power deste mês: quando uma Confessora confessa uma Mord Sith (explicações na BP, corre pra ler!), não há julgamento: é morte certa, de dor incomparável. O próprio mago Zedd afirma ter sido uma das coisas mais horríveis que já presenciou, assistir à morte de uma Mord Sith por uma confissão. “O fenômeno se fundamenta no encontro de dois poderes opostos, sendo o poder de uma Confessora advindo do amor, e o da Mord Sith advindo da raiva que é implantada em seu coração desde criança”, complementa a Mary Anne.

Mary Anne, que já avançou consideravelmente na leitura da saga (e sempre muito bem informada que só ela), fala um pouco a respeito das outras facetas da Madre Confessora: “Kahlan Amnell é o tipo de personagem que faz a gente se apaixonar por ela logo de início – talvez isso explique muitas meninas enlouquecendo por nossa Confessora e ostentando avatares de ‘Gay For Kahlan’ no fandom internacional. Eu, como a maioria dos fãs ‘confessados’ por Kahlan, tive acesso à personagem primeiramente através de Legend of the Seeker, e como Xenite que sou, me encantei por aquela mulher cheia de Girl Power, fugindo dos soldados em cima de um cavalo, desviando de flechas e atirando facas – e pelos deuses, ela lutava com um estilo parecido com o de Gabrielle e seus sais. Era demais pro meu coração. Mas assim que embarquei no universo dos livros Sword of Truth, percebi que AQUELA Kahlan da série tinha muito da mão de Robert Tapert, já que ela era muito mais temida, decidida, e até mesmo ‘dura’ do que a Kahlan dos primeiros capítulos de A Primeira Regra do Mago. Avançando na leitura, percebi que tudo se tratava de uma personagem que tem a mágica como essência, se sentindo um pouco deslocada no território de Westland (a terra de Richard), uma terra sem mágica. Quando a Madre Confessora deixou a sua máscara de insegurança cair, ela faz cair junto o queixo do leitor, e o responsável em grande parte por isso é o chamado ‘Con Dar’ ou ‘Blood Rage’, a Raiva do Sangue.
“Esse grande poder hoje conhecido como TPM, que tem elementos de mágica subtrativa, aquela do Submundo, tem o diferencial de vir do ódio e do desejo de vingança, enquanto o poder usual de uma Confessora vem do amor. Somente as Confessoras mais poderosas podem atingir o Con Dar, e o mesmo só pode ser ensinado à Confessora por sua mãe, na idade certa. Não foi bem o que ocorreu com Kahlan. As suas origens mágicas proíbem o poder de ser usado para ganho pessoal da Confessora, sendo o Con Dar invocado somente para a defesa ou vingança de alguém amado por ela. Devido a ser um poder proveniente da raiva, a Confessora que o invoca, na maioria das vezes, acaba morrendo após usá-lo. Mas antes disso, ela pode usar seus poderes sem tocar uma pessoa, não precisando nem mesmo se recuperar entre uma vítima e outra.
“Uma vez o escritor William Congreve disse que ‘O Inferno não tem tanta fúria quanto uma mulher rejeitada’, eu peço licença aqui pra adaptar essa citação dizendo que o inferno não tem nem metade da fúria de uma Confessora com sede de vingança. Não quero soltar aqui spoilers sobre as obras de Terry Goodkind, então não farei maiores menções diretas a fatos ocorridos nos demais livros sucessores de A Primeira Regra do Mago, mas se vocês acham que Kahlan esbanja Girl Power na série, não deixem de conferi-la no segundo volume da obra de Goodkind, Stone of Tears, onde nossa delicada Madre Confessora tem cenas liderando um exército, dignas de uma Princesa Guerreira com seu modo ‘Kill them All’ ativado. E olha que ela nem no Con Dar estava”.

De certo modo, enxergo Kahlan em um plano de maior semelhança com Gabrielle (apenas um plano maior que o de Xena, veja a seguir). Possivelmente Gabrielle teria se tornado parecida com Kahlan após todo o tempo que compartilhou com Xena: austera, sábia, ponderante, uma mulher que carrega responsabilidades acima de si mesma e sabe se defender sozinha. Alguém que Gabrielle poderia gostar de ser um dia.
O romance que surge entre a Madre Confessora e o Seeker da Verdade é proibido, mas consideravelmente longe dos amores mexicanos: se Kahlan algum dia expressar seu amor por Richard, o Seeker será confessado e estará perdido para sempre. Como dialogar entre o amor de duas pessoas e o destino do mundo todo? Entende-se, assim, que a relação de Kahlan e Richard é de um amor tão devastador quanto o das nossas amadas guerreiras; não é para menos que sua história foi trazida às telas da TV pelas mãos de Robert Tapert e Sam Raimi – tudo gravado na Nova Zelândia, com a música nas mãos do abençoado Lo Duca! Grosso modo, Richard seria uma espécie de “Gabrielle forçada”, uma pessoa obrigada a trilhar um caminho que o Destino ordenou, o caminho do guerreiro; em contrapartida, Kahlan seria uma espécie de “Xena em Gabrielle”, ou seja: o caminho do guerreiro flameja dentro dela, mas sua posição de Confessora (desse modo, social e política) exige uma postura que nem sempre exige empunhar uma espada. No caso de Kahlan em LOTS, a personagem carrega duas adagas (um pouco diferente de Gabrielle, que porta sais), e não hesita em matar quando preciso. Essa apimentada dos produtores de LOTS em cima de sua personagem só serve para encantar ainda mais quem assiste. Não bastasse a ação, a atriz Bridget Catherine Regan (28) incorpora Kahlan com excelência. Sua fúria em combate, sua voz delicada e sua face de Madre Confessora são inigualáveis.
A atriz norte-americana adora seu trabalho, e é fã de carteirinha dos livros. Ao ser perguntada sobre os efeitos de Kahlan em sua vida e de que modo a Confessora, que passa por tantos percalços, a inspira para novos desafios, Bridget Regan solta o verbo: “Nunca pensei sobre isso! Acho que talvez sim. Hoje mesmo estava gravando uma cena onde Kahlan batia na porta da morte. Me faz pensar sobre o que realmente importa. Acho que eu digo ‘eu te amo’ para as pessoas muito mais do que costumava dizer. Mais do que me inspirar a novos desafios, interpretar Kahlan me tornou mais forte. Mantenho-me firme com maior facilidade do que antes dela estar todos os dias na minha vida” (<http://news.popstar.com/Article/1628>).

Uma das maiores lições que Kahlan nos passa é o amor incondicional que ela leva dentro do peito. Amor pela vida e amor pela verdade. Quantas vezes não subjugamos o valor da palavra sincera, a grandeza de uma atitude realizada apenas pelo bem do próximo? Talvez não estejamos sendo falsos com os outros o tanto quanto somos com nosso coração. Reconhecer o que sentimos, enaltecer nossas qualidades e criar um mundo de alegria não é apenas missão para quem é Confessora, é dever de cada um de nós, Xenites ou não. Já aprendemos com XWP, e tenho certeza que inovaremos nossas lições e absorveremos ainda mais sabedoria com a caminhada de Kahlan, sempre em busca da verdade.

Em abril, a Girl Power espera por vocês – em Silent Hill! Já ouviu falar? Ainda não??! Pegue sua passagem de ida por aqui – e retorne se conseguir. E não esqueça dos comentários! O esquema mudou, mas está bem mais fácil, não? Ah, está sim, confessa.Confessar?! É apenas um fato: enquanto formos seguidores da verdade, seremos todos filhos de Kahlan. Um obrigado à Mary Anne e um abração pros Xenites.

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A Princesa que vê a todos nós. De Avatar, uma Girl Power para não se esquecer.

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Por Alessandro Chmiel

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GIRL POWER – n. 21

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Dedicado a Grazielle Ruzzante, roommate e amiga letranda desde sempre! Por mais que vejamos o mundo de maneiras diferentes, a gente sempre consegue “se enxergar”. NÉ?!!

Obs.: Sem spoilers relevantes do filme Avatar [2009]. É ler pra ver!

            Verão covarde assolando nosso Brasilzinho, clima propício para ar condicionado, e nada melhor para refrescar o corpo e a mente do que uma sala de cinema. Horas em frente à tela grande e uma bela história para se ver. Mas nem todo filme dessa estação garante momentos prazerosos, não é mesmo Sr. Sherlock Holmes que nunca foi nem nunca vai ser o famoso detetive? Após Bastardos Inglórios, um tesouro das mãos de Tarantino, minha grande surpresa em 2009 foi o brilhante Avatar, do já conhecido diretor James Cameron, que também dirigiu anteriormente o maior sucesso de bilheteria do mundo até então, Titanic [1997]. Claro que você já viu. Não?! Então veja o que está perdendo, afinal, esse também fará seu coração ir além.
            Nessa esplendorosa aventura digital surge nossa Girl Power, mais uma princesa guerreira desfilando por aqui. Seu nome é Neytiri, princesa dos Omaticaya. Ela tem origem em Pandora – não a caixa de 01×04 – Cradle of Hope –, um mundo de maravilhas explorado pelos humanos nesse novo épico da ficção científica. Retratando a “realidade” do ano de 2154, Avatar conta a história de um soldado humano, Jake Sully (Sam Worthington [33]) explorando esse planeta (que na verdade se trata de uma lua com características terrenas) parcialmente conhecido pela humanidade. Interessada nas riquezas naturais de Pandora, uma imensa força de elite é enviada na missão de estudar esse mundo novo. Um dos principais trunfos dos humanos é a tecnologia de se criarem avatares, ou seja, personificando seres humanos em Na’vis, os seres azulados habitantes naturais de Pandora. É quase como em 05×08 – Little Problems, quando a mente da barriguda Xena controla o corpo da garota Daphne – exceto que com uma considerável dose de tecnologia e sem dedos maliciosos de Afrodite. É através de um avatar que Jake Sully inicia sua fantástica jornada, guiado pela primariamente selvagem Neytiri (Zoe Saldana, 31). 
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             Filha do líder dos Omaticaya, o clã central do longa-metragem, Neytiri é fortemente ligada à espiritualidade de seu povo e sua terra, e acreditando em um “algo a mais” na persona do agora “Jakesully”, atua como sua guia e mentora ao longo da história, criando grossos laços afetivos com ele. O que ela tem para ensinar? Muito. O foco principal nesse processo de ensinamento é a compreensão da natureza como um bem sagrado, e o modo como os Na’vi conectam-se a ela e, assim, se fortalecem e vivem em uma comunhão mística linda de se ver. E nenhuma professora poderia ser melhor do que Neytiri, uma Na’vi que respeita as leis do lugar onde vive e aprende a lidar com tudo que uma guerreira precisa, ainda mais no momento crítico quando os terráqueos resolvem reclamar o que não é deles.

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            Cansado dessa ladainha de laços encantados com a natureza e espiritualidade? Pois saiba, para sua satisfação, que Neytiri mete porrada ensandecida sabe brigar quando preciso! A GP é dura na queda: ela sabe cavalgar e voar nos animaispra lá de exóticos de Pandora; tem mira precisa com seu grande arco e flechas que, ao atingirem um humano, o matam rapidamente; agilidade acima do normal, até mesmo para uma Na’vi; possui um nível de ferocidade que lembra muito a nossa Princesa Guerreira no momento da batalha, entre tantos outros traços de sua personalidade. No fundo, Neytiri é um tanto de Xena e outro tanto de Gabrielle.

0000000000000000           Neytiri representa, no filme, através de todo o seu comportamento e crenças na justiça e equilíbrio, todas aquelas pessoas que assistem às atrocidades alheias e tentam de alguma forma contornar o caótico e o que não faz sentido para a vida. É de uma pureza tocante e sensibilizadora. Uma curiosidade dos Na’vi é o modo como eles se cumprimentam, dizendo “I see you” (“Eu vejo você”), gesticulando da fronte em direção ao outro, numa singela demonstração de respeito e compreensãodo próximo – algo que os humanos poderiam adotar, não é mesmo? Melhor do que um “Oi, tudo bom?” desinteressado. Nas minhas palavras pode soar absurdo, mas assistindo Avatar se compreende melhor essa magnanimidade.
Nas palavras de Zoe Saldana, “ela [Neytiri] está dividida entre fazer o que se espera dela e seguir seu coração”; desse modo, Neytiri é similar a Gabrielle nessa complicada bifurcação, onde a escolha de ambas define o destino de todo o resto. Sim, Destino. Nada mais Xenite que isso (passa na Bitch Power desse mês: essa palavrinha que nos persegue dá o ar da sua graça por lá também).

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             Por falar em Zoe, a atriz norte-americana passou por longas horas de treinamento, que incluíram artes de luta e maneiras de mover-se como uma Na’vi, e precisou adaptar-se às roupas para captação de movimentos, que eram registrados e em seguida artisticamente “plantados” em computação gráfica.

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            Espero que tenham gostado dessa bela e curiosa guerreira, e aos que não assistiram o filme, que marquem uma sessão-cineminha. O filme é uma revolução na história do cinema, tanto em recordes de bilheteria quanto no quesito de fazer a sétima arte acontecer. É tudo muito bonito, e a visualização em 3D se torna um mero detalhe adicional nessa história tão belamente contada.
Na GP do mês que vem, em conjunto com a BP, a principal heroína da saga Sword of Truth (A Espada da Verdade), saga de Terry Goodkind, também vista na série Legend of the Seekercomandando por aqui. Eu já vou confessando: adoro ela demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais!!!

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            Vejo vocês em março. Votos e comentários são sempre bem-vindos. Abraços e beixenites!

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A Disney esconde uma Princesa pra lá de Guerreira! O coração da China pintando a GP!

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Por Alessandro Chmiel

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GIRL POWER – n. 20

000Dedicado a Cristina Bordinhão, a Kizzy. Colega das Letras, Ivo, parceira de UNO, leitora assídua e rápida como ninguém, Agente Paróquia nos sábados, AMIGA; e, claro, a princesa que a Disney não soube inventar. Se um dia eu puder, te dou um castelo encantado e acho um príncipe pra ti. Amo você, guria.                                                                                                                                          Obs.: Possíveis spoilerzinhos ao longo do artigo. Mas como falamos de Disney, nada que vá estragar qualquer surpresa. Você ainda vai querer ver o filme – assim espero. Curtam!                                                                         Se em 2009 a RX alcançou façanhas internacionais, 2010 não tem razão alguma para ser menos que isso. Nosso trabalho é cada vez mais grato por toda a admiração que recebemos de Xenites e não Xenites, mas simpatizantes do nosso amor tão fiel à nossa série. E é sobre a admiração de um país frente à sua heroína que venho falar agora.

A Disney resolveu se puxar criando essa princesa exótica, que em semelhanças com Xena tem até no nome da nossa musa: afinal, “xeno” é referido a quem vem de terras estrangeiras, e a nossa GP Fa Mulan é 100% made in China(China, Xena… Zina, China… Lao Ma… hã?). A história do filme homônimo de 1998 (direção de Tony Bancroft e Barry Cook; 90 minutos) é comovente, com músicas divertidas e um cenário belíssimo, mas o notório do filme ainda é sua princesa, longe dos estereótipos de Cinderela e Branca de Neve.
Tudo começa quando o Imperador da China convoca toda a nação para enfrentar o exército dos Hunos, que invade seus territórios e ameaça a vida pacífica chinesa. Para tanto, o imperador exige que um membro masculino de cada família se apresente ao exército para lutar. Sendo filha única, Mulan testemunha seu velho e adoentado pai Fa Zhou alistando-se. Temendo pela vida do pai, Mulan reúne toda a sua coragem e rouba as armaduras e a espada de seu pai, corta os cabelos para evitar qualquer traço feminino e parte atrás do exército no lugar de seu pai, deixando sua família inconsolável.

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            Na companhia de seu cavalo Khan e de seu dragãozinho protetor Mushu, Mulan, com apenas 16 anos e agora atendendo ao codinome Ping, inicia seu treinamento sob as ordens do Capitão Li Shang. Tudo era mais difícil do que ela podia imaginar, mas sua determinação a coloca em destaque aos olhos de Shang, considerando-a um “guerreiro” honorável. Para dificultar ainda mais a situação, o coração de Mulan começa a bater mais forte por seu comandante – mas como demonstrar isso em meio à guerra e à sua condição? E é desse modo que Mulan deve mostrar todo seu potencial no combate aos inimigos, na força de seu corpo e de sua alma, e na amizade e confiança em seus amigos.

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            Uma das curiosidades sobre Mulan é que ela foi inspirada em uma personagem lendária, Hua Mulan, descrita em um famoso poema chinês intitulado Ballad of Mulan, e a personagem que veste-se de homem para entrar em um exército é presente no folclore da China. Além dos dois filmes animados (o segundo, Mulan II, lançado em DVD em 2005), Mulan está presente no jogo Kingdom Hearts, fazendo uma pontinha em algumas batalhas. A novidade é que, no ano passado, uma produtora chinesa adquiriu os direitos de filmagem de uma versão cinematográfica com atores reais. Ainda não assisti, mas já estou correndo fazer meu download e conferir. Os pôsteres prometem!

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            Como já disse no início, Mulan é inegavelmente um espelho de Xena. Para começar, não é qualquer mulher que consegue lutar de igual para igual contra um homem, nem entrar em um exército lotado deles. Suas habilidades de luta incorporam toda a graça chinesa e, apesar disso, a Xena “voa” mais que ela, pode comparar (possivelmente, nesse quesito, Mulan lembre mesmo a sábia Lao Ma, que também vem da terra da muralha). Sob outros aspectos, a nossa GP une Gabrielleao time ao observar-se, logo nos primeiros minutos do longa, o quanto Mulan deseja ser diferente, sem viver abaixo das normas que a sua cultura, sempre tão forte, a impõe. Foi impossível não lembrar da cena da fogueira em XWP de 01×01 – Sins of the Past e as declarações inconformadas de Gabrielle, que só alguém como Xena poderia compreender. Mulan também não pertencia àquele mundo, estando destinada a feitos muito maiores do que simplesmente casar, ter filhos e, como segue o roteiro da Disney, ser feliz para sempre – ou até a próxima sequência.

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            Mulan é daqueles clássicos que nunca se esquece. É a magia de ser quem se deseja ser, é ver o sonho de mudar o mundo sob nossas ações, é servir de motivo de orgulho para o lugar que a gente pertence, nosso chão e nossa família. É mais do que a busca do amor de um príncipe encantado, é a procura do amor-próprio. Uma história digna de uma princesa guerreira.
No mês que vem, uma GP que está bombando nos cinemas do mundo inteiro; um pouco diferente, mas com a valentia que só o mundo de Avatar pode oferecer. Se você ainda não assistiu, não perca tempo e cavalgue para o cinema, pois a RX de fevereiro já está quase aí. A todos o meu muito obrigado, votem e comentem, e até a próxima. Abraços e beixenites!

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Ela está na borda do desconhecido, do inexplicável e do impossível! É a GP investigando uma agente do FBI e seus casos improváveis!

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Por Alessandro Chmiel

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Dedicado a Mary Anne (que nem deve gostar de FRINGE, mas gosta da seção que eu sei!), por ser tão prestativa para comigo e com todos do fandom. Por ser parceira de Legend of the Seeker, por aturar minhas crises e atrasos frequentes, por ser uma grande amiga mesmo virtualmente, por ser uma diva da minha realidade e por ser a melhor Xenite que eu conheço. Guria, teu lugar é garantido no meu coração!

Obs.: Possíveis – mas leves – spoilers da série FRINGE.

0000Sejam mais que bem-vindos a um artigo novinho em página de internet da GIRL POWER! Para quem perdeu a última GP, corra lá na edição de novembro e confira as inusitadas “aventuras” da heroína nipônica Patrine. Risadas garantidas!
Preparados para mais uma mulher de ferro? É pra já!
Uma nova série a ter início. O episódio piloto prometia. O seriadoFRINGE, mais uma criação do aclamado J. J. Abrams (FelicityLOST,ALIAS), causou furor antes mesmo de começar. Anunciando uma mistura de Arquivo X e LOST que apetecia os fãs de mistério e viajeira totalsurrealismo, a série destacava-se entre as estreias de 2008 nos Estados Unidos. Fui um dos muitos a baixar o episódio assim que ele saiu on-line, considerando que milhares de viciados em seriados pessoas já haviam assistido a uma versão que escapou antes da exibição oficial na FOX. A expectativa era grande, por se tratar de mais uma série sem-noção de suspense colocando uma mulher na liderança. Que saudades de Sydney Bristow (GP n.09 <http://revistaxenite.vndv.com/girlpower9.html>), a criação antecessora de J. J. em ALIAS! Minha ansiedade resumia-se a uma reinvenção de Sydney, uma outra perspectiva do que é ser uma heroína na atualidade. Porém meu ânimo foi caindo ao passar dos minutos, tamanha enrolação e falta de envolvimento entre os personagens. Onde foi parar a profundidade de J. J.?
Eu insisti. Afinal, muitas foram as séries em que os episódios pilotos foramhorríveis ruins ou não tinham nada a ver com o resto dos episódios, mesmo que a função do primeirão seja viciar a galera logo de cara divulgar o que vem pela frente. Assim como o anime Naruto, foi lá pelo episódio 9 que fui compreender aquela atmosfera sombria, inundada em questionamentos sobre o que é(são) a(s) realidade(s) e o que parece ser mentira e, claro, passar a admirar os perigos que a heroína Olivia Dunham enfrentava!

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            Protagonizada pela pouco conhecida Anna Torv (31 anos – Mistresses), FRINGE arrebatou mais de 40 mil fãs na comunidade oficial do Orkut nas primeiras semanas, confirmando o fenômeno que viria por aí. Na trama, Olivia é uma agente do FBI com excelente reputação e casos bem resolvidos que é traída por seu parceiro de trabalho – com quem mantinha um relacionamento sigiloso –, supostamente envolvido nas inimagináveis corrupções. Convocada por seu chefe Phillip Broyles(Lance Reddick, LOST), Olivia é ordenada a reunir dois membros para seu time de investigação: o suspeito espertalhão e aproveitador criminoso Peter Bishop, interpretado por Joshua Jackson (31 – Dawson’s Creek); e o pai de Peter, o Dr. Walter Bishop, brilhantemente atuado por John Noble (61 – The Lord of the Rings II – III), um médico interno em um hospício após ter iniciado uma série de projetos misteriosos que poderiam ameaçar o mundo todo. A razão de tudo isso é a abertura de uma nova seção no FBI, a seção FRINGE, que investigaria os acontecimentos bizarros e indiscutivelmente incomuns que sobrevinham envolvendo a Ciência de Borda (uma possível tradução para Fringe), área de pesquisa onde o tal Dr. Walter Bishop atuara. Resumindo, “Olívia reuniu uma força tarefa para investigar The Pattern (“O Padrão”) – uma misteriosa sequência de fenômenos inexplicáveis que sugerem que alguém ou algo está realizando experimentos no mundo” (fonte do site oficial americano, tradução minha), ou seja: o laboratório deles é exatamente onde você vive.

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            Confusa de início e tencionando a ficar cada vez mais complicado, Olivia está metida na bagunça toda até a alma. A bela mulher de lindos e longos cabelos loiros se descobre em meio de uma rede de mentiras, onde a verdade pode estar até mesmo dentro de sua cabeça, em planos neurológicos ou fisicamente falando. Ao que se viu até aqui, Olivia fez parte de um projeto que treinava crianças a desenvolverem habilidades e capacidades especiais desde cedo, o que a torna alvo de alguns cientistas agora que ela já é grandinha. Pouco se viu sobre quem Olivia realmente é. Do que consigo observar, a agente Dunham é superprofissional, capaz de trabalhar por horas ou dias a fio. Inteligente e articuladora, Olivia é arguta e perspicaz, o que auxilia no seu trabalho de maneira fundamental. Fora isso, suas qualidades pessoais colaboram no decorrer da trama ao lidar com bandidos; com vítimas dos acidentes mirabolantes provocados pela então Ciência de Borda; forçar uma convivência pacífica entre pai e filho, vulgos Peter e Walter, que não se viam há anos; e ainda sobra tempo para atender de ouvinte da irmã em apuros e dar atenção para a sobrinha, uma das poucas alegrias de sua vida estritamente profissional.

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            Olivia sabe ser durona também! Ela é a única do time que tem permissão de portar uma arma de fogo. Além dos tiros, Olivia demonstrou, ainda que pouco, que sabe se defender no corpo a corpo. Foi uma briguinha aqui, outra ali, mas ainda aguardo para ver bem mais. O seriado tem tudo para ser ainda melhor. Atualmente, a trama gira em torno de uma possível e aparente realidade alternativa – na qual Olivia teve a oportunidade de cruzar os limites de seu próprio universo existencial, a princípio muito bacana. Fora isso, um dos fatores mais intrigantes de FRINGE são os Observadores: homens albinos e completamente carecas que parecem estar presentes em todas as cenas da série. Já virou até brincadeira ficar procurando por eles por detrás dos focos da cena principal. Tudo indica que Olivia está sendo atentamente observada, como mostrado no penúltimo capítulo lançado, 02×08 – August (19 de novembro), e mais perigos vêm por aí.
Acredito que Olivia seja séria demais, o que consigo compará-la remotamente com Xena. Se parar para refletir, a agente do FBI poderia ser uma versão de Gabrielle após os 30 anos, não pelo fato das madeixas amarelas, mas pelo conjunto todo de profissionalismo, justiça e valor humano que Olivia nunca dispensa. Retratando o seriado como um todo, FRINGE se assemelha e muito com XWP por ser um mundo onde tudo – TUDO – é possível. Oportunidades para roteiros mirabolantes e fantásticos não faltam!

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            Espero que a GP de novembro tenha despertado a atenção de vocês para esse seriado com grande potencial que é FRINGE. Se não, quem não conhecia agora já pode saber um pouco mais do que está rolando dentro da série e, quem sabe um dia, assisti-la. Ainda dá tempo, afinal a série conta com 20 episódios da primeira temporada e com parte da segunda temporada, ainda em exibição e divulgação. Votem e comentem, relatem seus argumentos sobre a série, sobre J. J. Abrams e sobre o artigo em si. Concordam? Gostaram? Não? A palavra é sua.
No mês que vem, ou melhor, no ano que vem (!), a GP começa presenteando a todos que pediram por Disney. Alguém tem um palpite? Não perca! Muito obrigado por esse ano acompanhando a coluna. É uma felicidade enorme poder fazer parte da RX e escrever para vocês. Como sempre digo, a RX é a prova viva de que Xena e Gabrielle VIVEM. Vivem em você, em mim, e cabe a nós perpetuá-las para o resto do mundo. Abraços e beixenites!

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