Advogado do Diabo – Velasca

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Por Shion Malfoy

 

Seu sonho era se tornar Rainha. Virou Deusa. Mas ela não imaginou o calor onde está reinando.

Hoje, quem senta no banco dos réus é Velasca, a ovelha negra das Amazonas no primeiro Advogado do Diabo da RX.

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Velasca (Melinda Clarke): esses olhos divinos perfuram a alma de qualquer um…

Vou explicar como funciona: eu me propus a defender os vilões que destilaram suas maldades durante as seis temporadas de XWP. Vilão é vilão e todo mundo sabe disso… mas todo mundo precisa de uma chance de provar se estava certo ou não. Principalmente se olharmos pelos outros ângulos! Porque SEMPRE existem outros ângulos!

Vamos começar!

Velasca apareceu primeiramente no episódio 13 da segunda temporada, The Quest, e em sua sequência, A Necessary Evil, episódio 14, ela ‘morre’ após o desenrolar de uma história bem elaborada para o segundo ano da série.

Quem não se lembra da inesquecível primeira morte de Xena, com aquele tronco filho da mãe que bateu na cabeça dela? Então. Nessa época de tristeza e ânimos alterados, nos é apresentado uma bitch entre o clã das guerreiras amazonas.

Começando por aí, temos que Velasca é, antes de tudo, uma Amazona. Ou seja, faz parte de um clã de mulheres poderosas que resolveram ser independentes de qualquer tipo de pessoa desde tempos atrás e buscar por meio da força de guerreira seu espaço no mundo, como nos mostrou mais tarde um episódio da quinta temporada. (Muito feminista?!?)

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De Rainha das Amazonas a Deusa do Caos: altos e baixos numa vida ‘turbulenta’

Sendo assim, desde cedo Velasca aprendeu como lutar – e como vencer também – e sempre pensar no avanço da raça amazona. Ephiny, uma ótima amazona, diz que Velasca é muito apegada a guerra e que quer tomar as terras dos centauros. Sim, não é isso é uma amazona? Guerreira e que pensa no futuro da nação, na busca de novas terras e na eliminação do inimigo?

Os ‘promotores’ caíram matando em cima da ‘pobre’! O Robson colocou bem assim: ‘Manipuladora, calculista, matou Melosa (sua mãe adotiva, porra!) pra poder liderar as amazonas. Não aceita ser submissa, tem de estar no comando […]’

Vamos por partes. Os atributos para ser uma boa guerreira é justamente saber lidar com a situação. Manipular quando preciso (assim como quando Xena manipulou Lúcifer para ele cometer os sete pecados), e calcular a melhor forma de fazer as coisas (assim como as heroínas tantas vezes fizeram para se dar bem em suas ações).

Quanto à relação com Melosa, o que ficou provado é que ela era uma ‘mãe’ negligente, que preferiu colocar sua filha afastada da aldeia principal e centrar suas expectativas em Terreis (que até agora não entendi porque ela era a principal herdeira, seMelosa tinha uma ‘descendente’). No meu ver, Velasca matou a ‘mãe’ para provar que ela tinha sim capacidade de liderar a nação tão bem quanto qualquer uma. Certo que sua ações posteriores não foram das melhores, mas ela tinha um motivo para não crer no amor a outra pessoa,

O último tópico da defesa é sobre Gabrielle. Vou irritar muitos fãs da loirinha, mas pensem: na época Gabby não tinha pouquíssimas condições de chefiar a aldeia e levá-las ao progresso. Velasca era uma alternativa certa de que a nação não morreria. Pois seu sonho estaria concluído, e ela poderia levar as Amazonas além e evitar a extinção. Além do mas, quandoXena ‘acordasse’, ela iria juntar sua caminha e voltar para estrada com a Princesa Guerreira e beijo e tchau para as Amazonas.

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Só ela para unir esse trio aí!!!

Bom é isso! Busquei outros lados da história e procurei mostrar uma versão diferente para uma vilã que eu gosto tanto. Interpretada por Melinda Clarke, nos proporcionou um show de lutas e pirotecnias fantásticas, que deixou os fãs das lutas ligadaços!

Para finalizar, estava assistindo há Naruto esses dias e peguei a luta com o garoto Haku, que lutava com os personagens pelo vilão assassino Zabuza. Com suas próprias palavras, ele disse, após o discurso habitual de Naruto acerca de seu sonho: ‘Então Naruto, você luta pelo seu sonho, e eu luto pelo meu. Essa ponte será o local em que nossos sonhos se chocam, e cada um vai tentar levar adiante seu sonho’.

Os sonhos é o que nos fazem ficar vivos, é o que compensa a tristeza de não ter uma família que nos ame ou de se ver abaixo dos outros. O sonho de buscar evolução é o que move cada um de nós, que busca de todas as formas para vê-lo concretizado. Só que alguns sonhos são contrários e se chocam às vezes… e agora? O que fazer?

Desculpem pelo texto longo. Espero que tenham gostado. Até a próxima com mais uma defesa a alguma bitch ou bad boy desse mundo fantástico de Xena – Warrior Princess.

 

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Qual o real valor de viver?

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Olá Xenítes, trago cá comigo hoje, uma questão que várias vezes Xena  Princesa Guerreira já nos fez pensar e refletir…
Qual o real valor de viver?

E se fosse…
AMAR?
“Não é isso o que todos sonham? Alguém que penetre tão profundamente em nossa alma, que possa encontrar ali algo pelo qual faça valer a pena morrer!” – Gabrielle.
Como começar amar? Será que começamos em casa? Na rua? Com nossas amizades? O que vc mais ama na sua vida?
 É difícil interpretar estes tipos de questões, amar é um sentimento maravilhoso, que ao mesmo tempo deixa e muito as pessoas confusas, e pior quando estas pessoas não sabem lidar com tal sentimento, que acaba se tornando em angústia, amar é uma dádiva, ser amado é prestígio.
No seriado encontramos várias maneiras do amor manifestar-se: Gabrielle que amava a Xena e vice –versa, Eli que amava a tudo e a todos e representava o amor em si, Afrodite – A Deusa do Amor que contribui lá com suas loucuras a ajudar os humanos neste difícil e complexo sentimento, e por aí vai.
Amor é algo difícil de se explicar, e fácil de se sentir.
MORRER?
“A maioria das pessoas pensam na morte como o fim, quando na verdade a morte pode ser o começo!– Gabrielle.
“Gabrielle, se só tivesse 30 segundos de vida, é assim que queria viver. Olhando para os seus olhos. Nunca se esqueça que eu te amo!” – Xena.
Parece “macabro” quando falamos assim, mas principalmente em X.W.P mostrou-se o valor da morte, e que ela pode não significar somente a angústia e sofrimento, esta pode se tornar também uma nova vida.
Em “The Greater Good” por exemplo quando Xena esquece de seu corpo envenenado e pensa em se focar somente em sua batalha a ajuda dos camponeses.
Em “Destiny” também quando Xena morre para ajudar uma criança a não ser morta. Xena mostrou ser muito humana nesta hora, deixando de lado sua própria vida, pela vida de uma criança, mostrou ser realmente corajosa e digna.
Em “Sacrifice 2” é a vez de Gabrielle, que cai em um poço de lava levando sua filha consigo, para salvar principalmente a Xena, a idéia de viver sem ela não éra aceita, e Gabrielle morreu por Xena sem pensar se quer em si mesma.
Há também “The ides of March”, onde Gabrielle se arrisca por Xena e acaba sendo crucificada juntoa  ela, sendo que esta poderia tranquilamente ter escapado, mas não… ela quis voltar e tentar ajudar seu amor Xena, ou morrer por ela.
E finalmente em “A Friend in Need” quando Xena morre pelas 40 mil almas, deixando seu amor Gabrielle seguir sem ela, mesmo prometendo a ela sempre ficar ao seu lado.
No seriado X.W.P a morte pode significar várias coisas e fatos, não só o vazio que todos esperam.
AMIZADE?
“Gabrielle, Nós temos famílias em que nascemos, mas as vezes as famílias mudam, e temos que construir as nossas. Para mim nossa amizade é mais forte que qualquer laço de sangue!” – Xena.
Amizade e Amor são duas coisas quais são unicamente interligadas uma a outra.
Em X.W.P a amizade é um dos principais temas tratados, não só a amizade de Xena & Gabrielle, mas também a amizade delas por Joxer, Virgil, Afrodite, Ephiny, Amarice, Eli e muitos outros quais aparecem e deixam sua marca e lição a cada episódio junto a elas.
Amizade é algo que constrói-se com muito afeto, lealdade, carinho, confiança, parceria e acima de tudo amor, pois sem amor não há amizade.
ODIAR?
“Hate is a star; it becomes who you are
Not the hated, but the hater has a torment that’s greater
It will eat you alive, consume you and spit you out
Hate’s gonna win that there’s no doubt about
Hate doesn’t care who you are- Hate is the Star!
– Ares
Todos Já odiamos ou adiaremos alguém em nossas vidas, o ódio é comum tanto como o amor, só que destrói e consome você por dentro, deixando apenas mágoas e ressentimentos, em “The Bítter Suíte” mostra-se claramente o que o ódio faz e onde ele leva, interpretado por Xena & Gabrielle, neste ep. Elas se odeiam e vão a para Illúsia a um acerto de contas e ser prestados por mentiras e verdades escondias de uma a outra.
O ódio é o oposto do amor, enquanto um desperta o outro adormece, há quem diga que o ódio e o amor já foram parte de si, ou, há quem diga também que por trás de tanto ódio, sempre há um amor reprimido.
SOFRER?
“A dor é apenas a natureza te dizendo: ‘Ei, você está vivo’!” – Ares
Há quem diga que o sofrimento é um sentimento rico em aprendizado, e na maioria das vezes, é um sentimento qual é muito temido por muitos.
Xena & Gabrielle passaram por muitas coisas desde o primeiro capítulo qual Xena tenta recomeçar uma vida nova e encontra uma “loirinha irritante” qual com o passar dos anos não se pode mais seque pensar em viver se ela, até o último capítulo, qual essa ex-loirinha irritante, mostra a guerreira em si, lutando por sua amiga recém-morta para tentar reviver-lhe.
O sofrimento fez muita parte do seriado em si, nas lutas e batalhas, entre as amizades e amores, nas percas e mentiras, na raiva e na angústia, na dor e no desespero, e em muitas outras ocasiões qual retrata-se.
CONQUISTAR?
“Conquistar os outros é ter poder. Conquistar a si mesmo é conhecer o caminho!” – Lao Ma
Quando falamos em conquista logo lembramos de Júlio César, o tirano manipulador e simplesmente inteligentíssimo que até nossa guerreira já foi vítima dele. “Dividir e conquistar”
Xena também já usufruiu deste “poder” quando era sanguinária, mas conquistar não implica só em diversidades negativas, aplica-se também principalmente em cargas positivas.
Conquistar um trabalho, uma reputação, uma dignidade, um amor, uma herança… todas as conquistas para serem bem sucedidas precisam ser cativadas com coragem, louvor, esperança e persistência na luta, e pensar sempre que no final quem será o vencedor será você.
ACREDITAR?
“É mais fácil acreditar em si mesmo depois que alguém acreditou em você primeiro!”  – Gabrielle
Acreditar é algo não muito fácil, conforme vivemos ficamos cada vez mais desconfiados dos outros e de nós próprios, acreditar tornou-se sinônimo de “Fantasiar” e nunca realizar.
Acredite! Em seus sonhos, em suas metas, suas perspectivas, suas tarefas, seus talentos…
O que seria de Gabrielle se ela não tivesse acreditado que Xena poderia mudar?
O que seria se Xena não tivesse acreditado em Gabrielle e simplesmente não a aceitasse para viajar com ela?
Pense bem antes de subestimar a capacidade de acreditar, esta abre grandes portas para uma nova vida.

Terminando aqui este artigo qual você pode achar até confuso, você já descobriu o real valor de viver?
Pois então, se você está procurando uma resposta firma e concreta por volta de uma dessas resposta nunca vai achar, porque o real valor de viver não é SÓ amar, não é SÓ odiar, ou então não é SÓ acreditar. O real valor de viver está em cada uma dessas capacidades citadas, amor, amizade, ódio, sofrimento, conquistar, acreditar e até morrer faz parte de nós e de nossa vida, lembre-se de que para viver não basta estar vivo, é preciso viver a vida intensamente sem ter medo de arriscar.

Obrigada pela atenção, Xenites; Até a próxima edição.
[Natasha T. dos Santos (Nat Lee)]

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Um Dahak da vida real

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Mary Anne M.W.

Esse não vai ser um texto feliz. Não vai contar uma história feliz. Vai contar uma história, que ainda que individual, é a história de muitos jovens. É a história de muitas crianças, adolescentes e adultos.
Meu pai costuma ter idéias fixas, do tipo que quando ele bota na cabeça, ele torra a paciência de todo mundo que for necessário até conseguir concretizar seus planos. A idéia fixa dessa vez foi “Quero assistir Marley e Eu”, ao que eu respondi “já chegou na locadora”. Contudo um dos problemas é que sua disposição para entrar numa locadora olhar por umas 10 prateleiras atrás do filme, não tem a mesma intensidade de sua idéia fixa, e a alternativa que ele acha para isso, é me incumbir de achar o filme, trazer pra casa, colocar no DVD (“porque eu não preciso aprender a mexer com essa tecnologia complicada”) e apertar play.
Nessa odisséia até a locadora após o trabalho, estava eu a andar entre as prateleiras até que me deparo com uma amiga dos tempos de colégio. Gi sempre foi uma menina esforçada ao máximo e feliz. Dotada de uma inteligência imensa, eu posso afirmar. Conheço-a desde meus 13 anos de idade, e dos 15 aos 17, estudamos juntas no ensino médio. Com ela e com Bruna (aquela à qual devo meu atual xenitismo) compartilhei a maior parte das encrencas que uma adolescente pode enfrentar dos 15 aos 17.  Havia mais gente que fazia parte desse grupo, mas foram apenas pessoas que passaram por minha vida e com quem eventualmente perdi contato, mas Bruna e Gi, são as duas pessoas que eu sempre soube que fosse aos 15 anos, seja agora, ou daqui à 40 anos, ainda poderei chamar de amigas. Eventualmente, por intermédio da Gi, acabei conhecendo outra menina que se tornou minha amiga, a qual vou me referir aqui por A. Durante cerca de dois anos, tudo correu perfeitamente bem. Bruna, Gi, A. e eu éramos pessoas sem maiores problemas. Haviam algumas encrencas épicas com questões escolares, professores amebas e “comportamento indesejados” que apareciam vez ou outra, mas tirando isso, sempre fomos adolescentes normais e conscientes. E nós conhecíamos umas as outras. Pelo menos achávamos que conhecíamos.

Um parênteses para falar de amizades que mudam, em Xena Warrior Princess
Ontem assisti os episódios Sacrifice I e II e uma das coisas que eu não havia notado anteriormente é o quanto Gabrielle demonstra um empenho em salvar Seraphin, aquela menina que ela conhecia desde os 5 anos, mas que havia cegamente caído nas garras do culto à Dahak e à Esperança. A menina que um dia ela chamou de amiga e achou que conhecia, era uma criatura malévola, irritante, arrogante e cega pra realidade. Certamente Gabrielle deve ter pensado “Onde está a amiga que eu achei que conhecia?”. Ela não existia mais, e Gabrielle percebendo isso, viu que ela não poderia mais ser salva.

 

Retornando à história triste.
Desde que terminamos o ensino médio, o meu contato com Gi e com A. diminuiu consideravelmente. Com Bruna isso não aconteceu porque fizemos faculdade juntas por um tempo, e trabalhamos na mesma escola de inglês, logo, vejo ela quase todos os dias. Tenho orgulho de ver o que ela se tornou, alguém responsável, competente e esforçada. Gi teve seus momentos de tropeços numa vida “boêmia” de quem foi estudar em outra cidade e desistiu de uma faculdade, mas após ver os prejuízos, resolveu entrar na linha novamente. Coisa que supostamente A. também iria fazer (após se meter com um pessoal “radicalista” que cursava filosofia e ter reprovado em várias matérias) uma vez que ambas iriam dividir uma kit net em outra cidade e levar os estudos a sério. Essas foram as últimas notícias que tive sobre elas em janeiro desse ano.  Torci para que ambas se encaminhassem, para que Gi se recuperasse do seu deslize na vida boêmia, e A. parasse com a atitude idiota adquirida por andar com pseudo-filósofos, de declarar guerra contra crenças alheias e achar que o mundo se divide em ESTUDANTES DE FILOSOFIA = criaturas superiores e RESTO DO MUNDO = criaturas incapazes de pensar.

Voltando ao começo da história.          
Após ter cumprido minha missão de achar o filme que meu pai tinha pedido, olhando alguns títulos na prateleira de épicos, ergo os olhos e vejo Gi me olhando do outro lado da prateleira e sorrindo. Ela jogou a mochila perto do balcão e nos abraçamos expressando a saudade de meio ano sem se falar. Conversamos sobre fatos casuais, ela me contou sobre estar adorando o curso de história e ter conseguido uma bolsa pra fazer nutrição e como conseqüência, estar se matando ao fazer duas faculdades ao mesmo tempo. Disse que quer recuperar o tempo perdido e está levando tudo a sério dessa vez. Imensamente feliz, lhe disse que eu não tinha dúvidas de que ela se sairia bem em ambos os cursos. Conversamos mais casualidades e fatos aleatórios até que perguntei como estava A.
Os olhos de Gi ficaram vermelhos e ela disse “Da última vez que a vi, ela estava se drogando e roubando as coisas do apê pra conseguir dinheiro”. Meu queixo caiu em choque. Eu sabia que A. tinha se desviado e tinha certa fraqueza por bebida, que lhe rendia porres homéricos, mas uma notícia dessa era algo que eu jamais imaginaria. E então Gi me contou sobre a briga, a tentativa de tirar A. daquela vida, de tirar a venda que estava tapando os olhos dela, os conselhos que tentou dar e que foram retribuídos com agressões. Sobre A. e seus amigos viciados terem roubado vários bens do apartamento que elas dividiam, e ter roubado até o dinheiro que o pai de Gi mandava. Contou sobre como a situação ficou insustentável e elas brigaram, brigaram feio. Sobre como ela teve que tomar a decisão difícil, de desistir de A. Desistir de ajudar a amiga que ela conhecia desde os 11 anos. Sobre o ódio que se formou entre as duas. Sobre sua falta de opções… Contar para os pais de A. sobre as “aventuras” da filha com drogas pesadas e correr o risco de ser acusada de “difamar uma menina séria de família”? Ou pior, eles acreditarem, darem um jeito na filha e os amigos viciados de A., por vingança se voltarem contra Gi, que agora mora sozinha e não tem nenhum amigo ou familiar na cidade? A única opção: Desistir de A. Desistir de um monte de lembranças. Desistir de um monte de sonhos. Desistir de se importar. Eu, que convivi com A. por três ou quatro anos, fiquei chocada com essa notícia, porque ela era apenas uma menina normal. Como eu, como Bruna, como Gi. Mas Gi, que a conheceu, a aconselhou, a apoiou por mais de 10 anos, ficou devastada.

A maldita falta de cérebro ao usar o livre arbítrio.
E então eu faço uma retrospectiva mental e lembro-me de cinco anos atrás enquanto passávamos as manhãs partindo a cabeça de estudar, as aulas vagas estiradas no gramado da frente da escola falando de descobertas e planos futuros, as tardes em sessões de cinema em casa, vendo filmes, e falando de tudo. Falando de um futuro. Falando de amores e desamores. Falando de sonhos. E de como éramos privilegiadas por não nos resumirmos a falar de garotos e roupas o tempo todo, como boa parcelas das garotas de nossa idade estavam fazendo.
Aqueles foram “Anos Incríveis”, onde o futuro era distante e promissor. E onde éramos  felizes e normais, dentro de um certo padrão peculiar.
Cinco anos mais tarde tudo aquilo virou pó. Caminhos tortuosos e escolhas erradas, talvez influenciadas por excesso de liberdade, talvez pela necessidade de se fazer parte de algo, destruíram amizades e sonhos.
Por que é tão difícil caminhar direito? Por que é tão difícil entender o bem supremo?

Outro paralelo com XWP…
Gabrielle tentou alertar Seraphin sobre o culto de sangue de Hope e Dahak. Mostrou a ela que eles eram maus. Mostrou que eram nocivos e não trariam absolutamente nada de benefícios a ela ou a humanidade. Tentou salvá-la por tantas vezes. E teve de desistir. Seraphin estava cega. Ela achava que “tinha encontrado sua turma”, que Gabrielle era quem “não entendia” que aquilo não era nocivo, tal qual um adolescente cegado pelas drogas. Nós sabemos qual foi o fim de Seraphin e do culto. E sabemos também, qual é o infeliz destino dos usuários de drogas.

A vida continua…
Hoje minha amiga Gi está morando em outro apartamento, sozinha, e bem longe do inferno que vivenciou nos últimos meses. Ainda chora por não ter conseguido ajudar a amiga, mas teve de seguir em frente com sua vida, porque os “anos incríveis” não voltam mais.
No começo eu disse que essa não seria uma história feliz. A ficção muitas vezes é triste, e de algum modo, arte e vida, se imitam mutuamente.  Perdoem-me pela extensão do texto, mas são apenas alguns paralelos que eu não podia deixar de comentar.
Gi tentou ser a Gabrielle que lutaria pra salvar a Seraphin que A. tinha se tornado. Tentou tirá-la das garras desse “Dahak” que são as drogas, mas sem sucesso, sem um chakram ou um par de sais, teve que seguir em frente. Que falta fazem os heróis na vida real…

 

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Deixando Saudades

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Shion Malfoy

Esses dias parei para pensar na fase da vida que estou passando. Tenho 17 anos e terminando o ensino médio… nossa que viagem! Que jornada percorri até chegar aqui, quantas coisas vou levar… e quantas saudades já está me dando!

Com minha profunda alma xenite, percebi que é a mesma sensação que sinto quando descobri que a XWP acabou na 6ª temporada, e que a TV brasileira resolveu dar um corte nela. Com certeza TODOS os admiradores do Xenaverse sentiram isso, uma sensação que tristeza que mexe lá dentro, como se perdêssemos algo muito importante na vida. E perdemos mesmo! Ou quase.

Então olhei para as fotos dos meus amigos e para os cadernos escolares e senti uma ligação muito forte com a série. Porque Xena e seus personagens estiveram presentes na minha vida acadêmica o tempo todo!

Nunca vou esquecer aquele professor Ares, deus das guerras algébricas e sua perseguição em notas manchadas de vermelho. Ou daquele amigo Joxer, que não aguenta dar um passo sem arrancar risos. Das diversas Varias e seu bando de Amazonas esculpidas desfilando nos corredores. Do Cezar, todo poderoso e popular na turma-nação inteira. Até daquela oriental cdf que nos ensina muito mais do que levitar, ou daquela japinha novata que todos odeiam! Nunca esquecerei dos deuses-diretores-escolares perseguindo os rebeldes que tentam desestabilizar a ordem, que por sua vez, com uma forma bem Alti escapavam com aquele sorriso safado e matreiro…

Percebo agora que Xena é muito mais do que uma série de TV de anos atrás e que alguns ignorantes insistem em dizer que não vale a pena. Pois valeu muito a pena! Cada minuto que passei esperando passar na TV ou baixando na Internet, assim como não esquecerei cada minuto passado em sala de aula, ao lado dos amigos que levarei para minha vida toda.

Porque esses momentos foram únicos e especiais na minha vida, e tenho certeza que todos passaram ou passarão por isso… por que é chegada a hora de dizer adeus – o que espero que seja só mais um ‘até logo’!

Do mesmo jeito que guerreiras que aparecem em nossas vidas nos protegendo e uma ou outra que pensamos – ou realmente é – nossa ‘soulmate’ que nos dá força para continuar, seguiremos nossa jornada, brandindo nossas espadas para os novos caminhos que a vida abrirá.

Para concluir, uma vez me disseram que ‘um dia tudo acaba’. E eu respondi: enquanto existir em minha mente e em meu coração, NUNCA VAI ACABAR!

Amo Xena – Warrior Princess assim como amo a todos os meus amigos, ambos estão em um local especial no meu coração e na minha alma. Ambos fazem parte de mim! Já está deixando saudades viu…

 

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Maternidade

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Aryane Mello

“Sempre essa louca obsessão por Xena!”

Acompanhar essa doce opinião da minha mãe sobre Xena é absolutamente frustrante. E além de frustrante, machuca, fere, incomoda, dói…
Mas por que tudo isso? Por que nos importamos tanto com o “sim” e o “não” delas? Por que não podemos simplesmente tapar os ouvidos e afirmar pra nós mesmos que o que ela está falando é uma loucura sem fundo de verdade?
A resposta é simples: ela é nossa mãe. E não há nada que podemos fazer para mudar tal realidade. Ela sempre vai ter poderes desumanos pra conseguir o que quer, pra escolher onde nos levar e apitar em tudo o que assistimos e ouvimos.
Sair de casa? Criar asas e voar? Ter seu próprio emprego? Pagar água, luz, telefone? Se relacionar com quem quiser? Trazer pra casa quem quiser? Deixar a louça de uma semana amontoada na pia da cozinha? Ser independente? Enfrentar o mundo sem aquele colo aconchegante e quentinho? Não poder correr pra baixo dos seus lençóis quando algum monstro nos atrapalha a dormir?
Gabrielle deixou sua casa e família em busca de exatamente isso! Parece que os desejos adultos não mudaram muito desde a época dos Deuses antigos.

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Na primeira oportunidade ela estava lá, dando milhares de motivos pra que Xena a levasse daquela cidadezinha sem atrativos. Foi fácil para a Barda? Não! Gabrielle fugiu de mala e cuia em uma noite fria, contando por pressão somente a Lila sobre sua futura fuga. E ainda por cima, para viver sob os cuidados de uma – até então – Destruidora de Nações.
Parece que somos exatamente iguais a ela. Incrível isso, não? Lá em Potédia, anos atrás – e coloca anos nisso – alguém sentiu esse mesmo vazio que existe dentro de nós em certa idade. Essa mesma vontade de jogar tudo pro alto e correr atrás daquilo que nos fascina, que nos extasia…
Acontece que não é fácil seguir os passos de uma guerreira que dorme no meio do mato, enfrenta gigantes e warlords todo santo dia.
Vejam, vocês enxergam alguma semelhança nisso? É todo o desenrolar das nossas vidas exibido em um simples seriado!
Como será que a mãe de Gabrielle se sentiu? Entrou em depressão? Chorou por dias? Lila foi aquele tipo de pessoa que disse: “Foi a escolha dela. Você precisa ser forte e encarar isso” ? Com certeza não foi tão simples assim.
Como uma mãe pode encarar isso assim, como se tudo estivesse normal?
Aquele filho que você sentiu crescer e te chutar por nove meses, que te fez engordar 20 quilos, que você colocou de castigo com o coração apertado de tanta tristeza, que fazia homenagens bregas e adoráveis na escola primária… Que você ama, que você cuida, que você protege… Que você não aguenta ver partir.
Eu pensei até meses atrás que o fator determinante de eu permanecer em casa, mesmo depois dos dezoito anos feitos, era o sofrimento da minha mãe com a minha partida.
Doce engano.
Fiquei até hoje porque não me imagino sem ela. Não estou pronta pra encarar aquele mundo de Zeus lá fora. Acho que não sobreviverei. E ao contrário do que eu pensava, quem iria sair correndo pedindo pra tudo voltar como era antes, seria eu.

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Alguns estão prontos e já com as malas arrumadas! Outros ainda não cortaram o cordão umbilical e nem pensam nessa possibilidade remota. 
O fato dela não gostar de Xena? Resolvi hoje no diálogo mais simples da minha vida.

“Porque você não gosta de Xena? Dá-me um motivo!” – eu sempre quis saber isso. Como alguém pode não gostar de algo se nem ao menos se deu ao trabalho de conhecer? É como dizer… “Não gosto de chocolate! Parece-me meio marrom demais…”
Enfim, ela respondeu:
“Eu não sei…”
“Pelos Deuses, como assim não sabe? É por causa do nome?” – ela disse que o nome era meio parecido com o órgão genital feminino em outra ocasião. – “Saiba que Xena se pronuncia ’Zina‘ em inglês. Foram os brasileiros que inventaram esse som de X.”
“Ah é? Agora sim! Já comecei a gostar dela…”

Estranho, não?
Mas me diz que mãe não é estranha?
Afinal, elas são todas iguais.
Iguais até demais!

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[Poesia]Mamãe De Xenite

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Robson Cardoso dos Santos

a

“Para Sempre”

 

“Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.”

Carlos Drummond de Andrade

 

aa

 

Quisera eu ter o poder de convencer a Deus
do meu imenso agradecimento a Ele
por ter me dado uma mãe como a minha.
Mãe, o maior tesouro da minha vida
que acariciou o barrigão durante 9 meses,
que escolheu meu nome,
que sofreu para me dar à luz,
que balançava meu bercinho,
que cantava baixinho canções de ninar,
que perdeu noites por causa do meu choro,
que me dava de mamar de madrugada,
que se emocionou ao ouvir minha primeira palavra,
que orgulhosa guiou meus primeiros passinhos.
Mãe, que dizia: “Estudou pra prova?
Cadê o boletim?
Quero ver esse prato limpinho!
Leva um agasalho!
Já pra cama!
Não chegue muito tarde!”
Que não dormia enquanto eu não chegava…
Mãe,
que sempre dá conselhos,
que compreende meus erros,
minha melhor amiga,
que sempre esteve comigo,
e que nunca permitirá que eu deixe de ser seu pequenino!

 

Deus não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo,
por isso Ele criou as mães.
Seja mãe biológica,
seja mãe de criação,
não importa:
o que interessa é que existe
uma mulher que é tudo na vida da gente.

 

– 10 de Maio de 2009 –
dia daquela mulher que,
assim como Xena,
é mãe e é guerreira.

Mamãe Claudete,
obrigado por tudo.
Te amo pra sempre.
Teu – só teu e de mais ninguém! – filho Robson.

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Lyre, Lyre, Hearts on Fire” (A batalha musical) de onde eles tiraram as músicas?

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Por SSENAT

 

“Lyre, Lyre, Hearts on Fire” (A batalha musical) é o décimo episódio da quinta temporada de XWP, foi escrito por Adam Armus e Nora Kay Foster e dirigido por Mark Beesley. Sendo exibido pela primeira vez em 17 de janeiro de 1999.
É o segundo episódio de gênero musical em todo o seriado. Ocorre que o primeiro, “The Bitter Suite”, foi inteiramente montado com temas musicais especificamente criados para ele. Já em “Lyre, Lyre” foram aproveitadas diversas músicas consagradas em todo o mundo, se bem que meio distante das mais recentes gerações de fãs do seriado XWP.
Lyre, Lyre carece de simbolismos ocultos, porém é repleto de referencias musicais, temas cinematográficos e estilos musicais. As relações humanas também são amplamente exploradas neste episódio, abortando temas como preconceito, ciúmes, amores mal resolvidos e a busca da paz e da liberdade de todos.
O episódio começa com Xena, Gabrielle e Joxer impedindo uma batalha entre Draco, Lord da guerra e seus guerreiros contra uma tribo de amazonas. Os dois grupos disputam a posse de uma Lira de Ouro que havia sido deixada oculta pela Musa Terpsichore com o propósito de espalhar a magia da música pelo mundo mortal.

O céu de fundo é vermelho; metaforicamente representa um clima de guerra no ar, mas também pode ser em referencia a uma música: “Red skies at night” da Banda Inglesa The Fixx.(1982) A letra é um alerta ao provável holocausto nuclear da guerra fria que ainda assombrava o mundo naquela época.

Para impedir o combate Xena, Gabrielle e Joxer cantam uma soul-music originalmente criada em protesto à guerra do Vietnam: “WAR” de Norman Whitfield e Barett Stong gravada originalmente por Edwin Starr (1969).
 
A letra contém uma mensagem de alto teor pacifista. Basicamente nos questiona: afinal, para quem serve a guerra? E a mesma dá a resposta: absolutamente para ninguém!!! Até parece um tanto paradoxal que uma princesa guerreira cante esta música, no entanto a mensagem de paz primeiramente contagia as guerreiras amazonas e finalmente acaba também por convencer a Draco sob certa pressãozinha.
Xena sugere que a Lira de Ouro seja disputada em uma batalha musical entre bandas para determinar quem a terá e ambos os lados concordam. O concurso da Lira de Ouro, bolado por Xena, na verdade é uma grande paródia do “New Zeland Gold Guitar Awards”, um festival neozelandês de country music, um dos estilos musicais preferidos de Lucy Lawless.
http://www.goldguitars.co.nz/index.cfm/fuseaction/events.goldGuitarAwards

Eles então rumam para a cidade de Melodia, a capital musical da Grécia. Não demora muito a notícia da disputa pela Lira de Ouro espalha-se por toda a cidade. Com isso todos os habitantes de lá também querem participar da competição. Nesta cena, a música “Getting Ready” que a população de Melódia canta foi inspirada pelo filme musical “Bye Bye Birdie” (1966), especificamente a cena “The Telephone Hour” 
 
Em determinado momento desta canção existe uma referencia ao ídolo do rock, Elvis Presley. Ocorre que o filme musical “Bye Bye Birdie” também é uma grande referencia ao impacto que o Rei do Rock provocou em seus fãs quando foi obrigado a afastar-se temporariamente de sua carreira, em pleno auge, para ter quer servir ao exercito.
Cabe a Gabrielle a amarga missão de selecionar os competidores. Desesperada pela falta geral de talento e afinação de todos os candidatos em Melodia ela se afoga em tequila com limão. Então milagrosamente surge um concorrente com certo talento. É Jace, irmão musical e mais velho, por uma hora, de Joxer e Ace, o seu outro irmão trigêmeo, este do mal.

Jace faz uma entrada triunfal ao estilo Elton John, anos 70, ele canta e dança em ritmo de disco dance “Dancin’ In the Moonlight” de Sherman Kelly e Wells Kelly gravação original da banda King Havest (1973)
 
Joxer sente-se envergonhado pela presença do irmão com tendências a ser um tanto “diferente” dele. Apesar disso, Ace aparenta provocar certo fascínio entre as mulheres em função do seu charme hispânico-fake.
Em Melódia, Xena também encontra ou é encontrada por Cirene, sua mãe. Xena também sente certo embaraço em como explicar-lhe e sua inesperada gravidez, especialmente pelo fato dela não poder exatamente dizer quem seria o pai do seu bebê. Cirene não tendo a mesma clareza de Xena do que seria a composição de uma família ideal passa a buscar um marido para sua filha. 

Irritada pelas constantes investidas inoportunas dos pretendentes a marido, arrumados por sua mãe, Xena vai até Cirene em uma sauna para torcer-lhe o pescoço. Para convencer a sua mãe que não necessita de um homem em sua vida. Xena canta para ela uma música de teor feminista em ritmo de espiritual jazz: “Sisters Are Doing’ It for Themselves”, sucesso de 1985 de Areta Franklin com Annie Lennox dos Eurythmics.

Xena, Cirene e as demais mulheres cantam e dançam na sauna; dançam ao estilo grego, de mãos dadas alinhadas lado a lado. Ocorre que até bem pouco tempo, certas danças folclóricas gregas, por terem origem no treinamento bélico, eram restritas aos homens; mulheres não podiam dançá-las. Quando no ambiente da Grécia antiga, Xena e as demais mulheres assim dançam, simbolicamente estão quebrando um tabu machista demonstrando a sua emancipação perante os homens da sua época.

 
Draco ao reencontrar Gabrielle fica desesperado de amor. Ocorre que no episodio “Comedia de Eros”, da segunda temporada ele foi flechado pelo bebê cupido (filho de Eros) caindo em paixão pela primeira mulher que encontrou pela frente, Gabrielle. Ao final deste episódio todas as vítimas do bebê foram devidamente saradas, menos Draco, pois Xena sentia que ele necessitava sofrer deste sentimento para melhor viver.

 

Em meio a alucinações, onde Draco compartilha múltiplas cenas românticas com Gabrielle de tirar o sono de qualquer fãsubber. Ao final de cada delírio ele apenas obtém objetos que fazem apenas ele lembrar iradamente dela: um buque de flores, um sapato e um sutiã dela. Dracocanta em ritmo de Heavy Metal a letra da baladinha romântica de Burt Bacharach e Hal David “Theres Always Something There To Remind Me” – originalmente cantada por Sandy Shaw (1964). O ritmo alucinante que Draco confere a canção torna a melodia original praticamente irreconhecível.

Gabrielle por sua vez passa a sentir certa insegurança ao perceber que uma guerreira amazona anda arrastando suas penas para os lados de Joxer e ele prontamente corresponde esquecendo-se dela. Confusa, ela não tem certeza se está sentindo ciúmes dele ou se é apenas raiva pela perda da atenção que ele lhe dispensava.

No dia do grande evento, Draco, desesperado de amor, resolve capturar Gabrielle. No momento da competição ele canta expressando o seu desejo de chutar alguns traseiros contando “Kick Out the Jams” em ritmo de punk rock. Música original da banda MC5 (1969) 
 
No palco, Draco toca fogo na sua lira guitarra em referencia ao histórico concerto de Jimmy Hendrix no Monterey Pop Festival de 1967.

Em pleno espetáculo ele exibe Gabrielle em uma jaula vestida de go-go girl de franjinhas bem ao estilo anos 60. 
 
Louco de paixão ele pretende sacrificar Gabrielle no palco. Mas Xena entra no palco tocando o seu tema musical em acordes dissonantes de guitarra ferindo os tímpanos de Draco.

Ela passa a disputar com Draco um duelo de RAP. (Rhythm and Poetry) e algumas porradas.
Presa na jaula, Gabrielle pede ajuda ao público:- Eu preciso de algo pesado (Heavy) e alguém lhe oferece ajuda: – Você quer uma pedra? (Rock) Assim, ela escapa da gaiola se atirando sobre a platéia sendo carregada sobre as cabeças do povo. Tal brincadeira se popularizou durante os primeiros concertos das bandas de punk rock inglesas.
Xena e Draco passam a duelar sobre as cabeças da platéia, numa disputa similar ao combate que eles tiveram no primeiro episódio da série. Em determinado tempo ela olha para baixo e reconhece um mesmo figurante que também a havia sustentado na cabeça no primeiro episódio do seriado.
Vencida a batalha, Gabrielle vê sua auto-estima retornar ao perceber que a amazona das penas não mais se interessa por Joxer e sim por um dos soldados arrebentados de Draco.
 
– Ela não passava de uma “groupie.” (gíria inglesa dada às mulheres fãs de rock que ficaram célebres por colecionar noitadas de sexo e drogas com os mais variados ídolos de Rock.)
O povo aclama Xena como sendo a grande vencedora da batalha musical. Xena agradece a todos e declara que pretende deixar a Lira de Ouro em Melodia para que o poder musical dela pertença a todos. Misteriosamente o seu chakram aparece encaixado dentro da Lira de Ouro.
Então Xena canta um verdadeiro hino à liberdade: “People Got to Be Free” de Felix Cavaliere e Eddie Brigati, música original de The Rascals (1969). 

Todos os demais acompanham onde finalmente Joxer assume perante todos que pode amar ao seu irmão do jeito que ele é.

Vale a pena também conferir a cenas dos créditos finais onde Lucy Lawless exibe a sua barriga de grávida com as vestes de go-go girl de Gabrielle.

DISCLAIMER: Nenhuma lira ficou “chapada” durante a produção deste filme.

 

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Esses Ubers que povoam a mídia

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Mary Anne M.W.

 

Olá galera xenite!

Depois de alguns meses sem escrever estou voltando com um assunto que condiz com o momento: Ubers.
Como vocês sabem, está ocorrendo a promoção ABRX – Academia de Bardos RX, onde a missão dos nossos bardos brasileiros é escrever uma fanfic UBER que concorrerá aos DVDs de Xena.
Mas até então, uma parcela limitada do fandom entendia o que realmente eram UBERS – aquelas duplas ou casais que tem como característica serem uma versão diferente de Xena e Gabrielle, seja como um descendente, uma reencarnação, ou apenas um personagem que as lembre fisicamente.
Uma coisa engraçada e interessante que acontece quando a gente é exposto ao conceito de UBER, é o fato de podermos entrar em contato com diferentes duplas ou casais dentro da mídia ou da literatura e fazer uma relação de o quanto eles poderiam muito bem ser uma reencarnação ou uma dupla de descendentes das nossas guerreiras favoritas.
E nesse artigo, é exatamente isso que vou fazer: Listar 3 casais e duplas que eu particularmente considero como “muito Xena e Gabrielle”. Coincidentemente os 3 listados “nasceram” em livros pra passar posteriormente para as telas…Então recomendo aos leitores que antes de verem a versão das telas, considerem também conhecer os livros.

Mas cuidem com spoilers!

Idgie Threadgood e Ruth Jamison – Tomates Verdes Fritos.

Cena do Filme de 1990.

Quem conversou comigo nos últimos meses sabe da minha não tão recente paixão por Tomates Verdes Fritos. Eu já havia tido contato com o filme ano passado, mas depois de ler o livro é simplesmente impossível não ver uma versão alternativa de Xena e Gabrielle ali.
Nessa visão, Idgie seria a uber Xena e Ruth a Uber Gabrielle. Para quem não conhece a história aí vai uma prévia: Imogene Threadgood, mais conhecida como Idgie sempre foi uma criança diferente das outras, uma menina que tinha um espírito selvagem, de sede de liberdade. O único que conseguia lidar bem com isso era seu irmão Buddy, mas tragicamente os dias de Buddy são abreviados, o que faz a cabeça de Idgie virar – COF, não vão me dizer que vocês não notaram nada de familiar aqui -. 
Idgie se torna uma pessoa fria, e melancólica, que procura se afastar dos demais familiares e amigos, e num desespero de fazer a filha voltar a ser o que era, a mãe de Idgie pede a ajuda de Ruth, uma doce menina filha de pastor que veio passar o verão em Whistle Stop catequizando crianças junto do reverendo Scroggins.
Ruth com seu misto de teimosia e doçura, começa a quebrar a parede de gelo que a burrenta Idgie construiu em volta de si mesma. – COF ², vocês já viram isso antes, não?.
Ali nasce então uma amizade e amor sem precedentes na vida de ambas, mas nem tudo são flores, porque as meninas da década de 20 tinham de casar e constituir família. E é aí que entra um Pérdicas da vida, conhecido como Frank Bennet, que trás alguns momentos de angústia para Idgie.
Não farei maiores revelações sobre o que ocorre, mas a paixão de Idgie pelos seus ideais é admirável e o bom coração dessecasal par disposto a ajudar qualquer um que precisem de seu auxilio é algo que lembra muito Xena e Gabrielle.
Outro ponto marcante são os sentimentos extremos de amor/amizade, proteção e lealdade que uma demonstra pela outra e embora esse romance tenha ficado no subtexto enquanto adaptação fílmica, no livro ele é trazido a tona de uma maneira tão natural, simples e delicada que o leitor, independente de suas “preferências subbers ou shippers na vida”, não  vê como uma história que tem a homossexualidade como tema, mas sim uma história que tem o amor e a amizade como tema.

 

Robert Jordan e Maria – Por quem os sinos dobram.

Cena do filme de 1943.

Podem me chamar de nerd leitora de Ernest Hemingway. Mas quando li Por quem os sinos dobram me senti acompanhando a história de reencarnações de Xena e Gabrielle jogadas num episódio do estilo The Price, A Good Day ou To Helicon and Back. De Hemingway pode se esperar GUERRA, e é guerra que ele nos dá. Mas no meio dessa guerra tem duas pessoas que se encontram e, como se já se conhecessem previamente, se apaixonam, passando a serem o apoio um do outro.
Robert Jordan, ou Roberto como é chamado pelos espanhóis é um soldado Americano frio, estrategista e fechado, que no meio da Guerra Civil Espanhola recebe a tarefa de explodir uma ponte, pouco antes dos republicanos lançarem um ataque aéreo ao local. Lá conhece um grupo de guerrilheiros que se tornam seus aliados. Entre eles está Maria, ma moça que tinha sido capturada pelos soldados e violentada, mas conseguiu fugir para então se juntar ao resto do grupo. Ela e Roberto acabam se apaixonando, e Maria representa uma importante parte nas decisões e escolhas difíceis tomadas pelo mesmo.
Como é uma história de guerra, Por Quem os Sinos Dobram está cheio de escolhas difíceis, sacrifícios,  mas também uma história de renúncia em prol do “Bem Maior”.
Alguns críticos podem dizer que Hemingway era um típico “machão” que escrevia sobre temas masculinos como guerra, bebida, mulheres e toradas, mas quem ler essa obra perceberá o quanto se sensibilidade esse escritor atormentado depositou na história.
“Mas eu vou contigo. Enquanto um de nós  existir estaremos os dois juntos. Estás a perceber?”
“Não há despedida, guapa, porque não estamos separados.”

Richard Cypher e Kahlan Amnell– Legend of the Seeker.

Cena da série “Legend of the Seeker”, de 2008.

Lá vem a Mary falar de Richard e Kahlan de novo, vocês devem estar pensando. SIM, venho eu falar sobre eles, porque deixá-los de fora dessa seleção seria um sacrilégio, uma blasfêmia, um atentado ao gênero da fantasia. Tem um monte de meninas por aí que estão se dizendo “Gay For Kahlan”, mas eu, nesse momento, estou me dizendo “Shipper por Richard e Kahlan”, ou, como a nomenclatura do fandom Seeker traz, Conseeker, Richlan e derivados.
É difícil definir entre os dois quem seria Uber Xena e quem seria Uber Gab porque quando a gente acha a resposta, percebe que ambos são uma espécie de fusão de ambas, mas eu ainda penso que Richard, sendo um simples guia da floresta que não fazia idéia dos perigos do mundo tem uma tendência maior a ser Uber Gab, enquanto Kahlan, que foi treinada desde nova para lutar, entre outras responsabilidades, e é a responsável por tirar o inocente Richard do seu ambiente seguro e levá-lo para explorar o mundo dando porrada nos bandidos, está mais para Uber Xena. Mas não se pode ignorar quem em determinados momentos da história Richard tem comportamentos bem típicos de Xena, e Kahlan tem comportamentos típicos de Gabrielle.
Porém, nenhuma relação, seja de amor, seja de amizade é feita somente de alegrias. Sempre existem conflitos, decisões difíceis, crises, sacrifícios e elementos surpresa que povoam essas histórias e com Richard e Kahlan não é diferente. Talvez uma das frases que mais define esse casal como um Uber em potencial, é aquela proferida por Mistress Denna em determinada parte da obra – enquanto livro – “Conhecer Richard, é conhecer Kahlan”…Assim como conhecer Idgie é conhecer Ruth, conhecer Robert é conhecer Maria e por fim, conhecer Xena é conhecer Gabrielle.

Fico por aqui, e convido vocês leitores a falar sobre casais, duplas, pares que vocês consideram Ubers em potencial. Soltem o verbo.

 

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O mundo está de cabeça pra baixo

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Danielle Coelho.

– Beyonce fará show no Brasil (Uhulll)
– Haiti teve um desastre horrendo (Oremos)
– Hebe Camargo está no hospital (Melhoras gracinha)
– Faustão está de dieta (Que?)
– Renee O’Connor e Lucy Lawless cortaram franja de novo (Ai meu Zeus)
– Os filmes só conseguem grandes bilheterias se colocarmos aquele óculos brega 3D (E o ingresso é mais caro)
– Renee O’Connor veio ao Brasil, mas não deu data de retorno (Me abana)
– Xena está passando na Record todo dia (Milagres acontecem)
– Ana Maria Braga refez os dentes (AFFF)
– Spartacus estreou e Lucy mostrou coisas apenas imaginadas antes (Rob Tapert é amigo dela..só pode)
– BBB 10 está multicolorido (Boninho sacou que o mundo está rosa chiclete)
– Lucy e Renee darão selinho na convenção (Sonhei)
– A Fazenda 2. Alguém ainda vê depois de BBB 10? (Nem eu)
– Zeus e Poseidon estão brigando e o mundo está um caos (Façam as pazes galera)
– Vocalista do Eagle-Eye Cherry podia pedir esmola no sinal (Fato que ficaria rico)
– Galera Hollywoodiana doando milhões ao Haiti e Madonna doando milzinhos (Abre a mão amiga)
– 2012 o mundo acaba e ainda não tivemos um filme de Xena (Pensemos positivo)

Enfim….esses são alguns motivos do mundo estar assim! Vamos melhorá-lo galera!
Agora de verdade: Pra 2010, muita saúde, paz e amor. Não querendo ser chata, mas o undo depende de nós!

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“The Bitter Suite” – Afinal, onde exatamente estão os Arcanos do Tarô?

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Por SSENAT

 

Não é novidade alguma para nós, fãs de XWP, que “The Bitter Suíte” (O Reencontro), 12º episódio da terceira temporada, é repleto de cenas que representam os Arcanos Maiores do Tarô. Isto primeiramente nos foi revelado pelo site “The  Tarot Imagery of The Bitter Suite”de Victoria Meredith. (http://www.whoosh.org/issue19/meredith.html)
Na época, quando eu descobri tal fato fiquei com uma baita raiva de mim mesmo – Mas como foi que eu não vi este elefante a mais tempo? Até então percebia Illusian apenas como uma mera referência ao livro “Aventuras de Alice através do espelho”; mas que Lewis Carol que nada! Estavam lá sim… todos os Arcanos do Tarô… ou quase todos.
Este site abriu-me os olhos… porém, não fiquei totalmente contemplado com muitos pontos que lá estavam descritos. Em muitas explicações, percebi que haviam alguns erros de interpretação, Arcanos trocados e umas certas “invenções” que a autora tirou não sei bem de onde.
Mas tarde, no meu curso de Pós, foi-me pedido um exercício para desenvolver a descrição crítica das cenas de um filme. Escolhi “The Bitter Suite”, onde elaborei um resumo de todas as cenas e suas simbologias ocultas. Creio eu que o resultado final deste trabalho esteja muito mais completo e acertado do que o do site estrangeiro. Embora hoje eu perceba que tal texto merecia umas certas correções.
A pedido da nossa querida Chapo, e com o intuído de efetuar a devida revisão deste meu trabalho, resolvi escrever este artigo para a RX contendo a fusão de dois projetos meus resumidos: 1 – O da descrição de todas as cenas do episódio “The Bitter Suite” de XWP com a exata localização dos pontos onde cada um dos 22 Arcanos Maiores do Tarô aparecem; 2 – Resumo de uma antiga pesquisa minha sobre a simbologia bíblica presente nas imagens dos Arcanos Maiores do Tarô de Marselha.

 “The Bitter Suite” As cenas e os Arcanos

Prólogo

Para melhor compreensão do público, o filme começa com cenas de episódios anteriores: Fragmentos que mostram como Xena e Gabrielle perderam respectivamente seus filhos e romperam relações. Como, por descuido de Gabrielle, Hope,(sua filha maligna) matou Solan (filho de Xena com Bórias) e como Gabrielle ao perceber o seu erro envenenou Hope. Entretanto, este ato não foi suficiente para que Xena a perdoasse e as duas separam-se diante das piras fúnebres de seus filhos.

Cena 1

Gabrielle submete-se por três dias ao ritual de purificação das guerreiras amazonas para tentar purgar  sua culpa. (A câmara executa um “traveling” por todo o seu corpo nu até enquadrar seu olhos em lágrimas). O enquadramento muda para uma concha d’ água saindo poço. (Relação do elemento água com a lágrima de Gabrielle da cena anterior.)

Do lado de fora, Ephiny, (Guerreira amazona, amiga de Gabriele) discute com Joxer (Amigo trapalhão das heroínas) que demonstra estar preocupado com o estado de saúde de Gabrielle.

Cena 2

Isolada no cume de uma montanha nevada, Xena canta a sua dor. Surge Ares (Deus da Guerra) que aproveitando-se do seu estado, insufla no espírito da guerreira mais fúria e desejos de vingança contra a sua ex-amiga.

Cena 3

Gabrielle está meio consciente quando Callisto (Inimiga de Xena) desperta-a com um tapa no rosto. Como Ares, Callisto convence Gabrielle que ela não é a única culpada, mas sim Xena seria a grande responsável por tudo.

Cena 4

Do lado de fora, Joxer escuta os gritos de Gabrielle e corre até a cabana para socorrê-la. Cavalgando Argo, Xena, cega pela ira, entra na vila das amazonas em busca de vingança. Ela ameaça passar por cima de Ephiny e das demais guerreiras amazonas.

(Entra o tema de abertura)

Joxer sai da cabana com Gabrielle no colo, Xena vê os dois e tenta atingi-la com o chakram, mas é impedida por Ephiny. Xena entra em combate contra as amazonas, mas estas não conseguem impedi-la de capturar Gabrielle. Xena amarra os pés da ex-amiga à sela de um outro cavalo. (Eu interpreto que Xena troca de cavalo por saber que Argo se recusaria arrastar o corpo de Gabrielle.) Xena sai a galope da vila arrastando o corpo da barda, violentamente vai arrastando-o pelos campos até atingir a beira de uma falésia.
Ela desata os pés de Gabrielle, ergue-a acima da cabeça e tenta atirar o seu corpo inerte para a morte, no entanto, Gabrielle desperta a tempo e reage. Ela ergue-se envolta em uma túnica branca toda ensangüentada. (Ela aparenta a figura de uma santa martirizada.)

Cena 5

As duas olham-se, Gabrielle irada ataca Xena e ambas acabam caindo no precipício.
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A partir deste momento começa o desfile dos Arcanos Maiores do Tarô: Ao longo de uma cachoeira (uma torre de águas) as duas caem ao mar e seus corpos são separados pelas águas. Eis a primeira representação de um dos Arcanos: A Torre.

Arcano 16 – A Torre

Descrição do Arcano:

E composto pela figura de uma torre sendo partida por um raio de fogo oriundo dos céus; A sua volta, dois corpos humanos caem ao solo e do céu chovem pedras estilizadas sob a forma de pequenos círculos.

Simbolismo oculto:

Biblicamente representa a Torre de Babel; Representa o desastre, o inesperado,o imponderável; A magnitude do poder da natureza diante a fragilidade da existência humana. É um alerta que uma tragédia, imprevisível pode acontecer a qualquer momento.
Raio de fogo – Ira de Deus, a força da natureza;
Corpos que caem – Fragilidade do ser humano perante as força de Deus ou da natureza;
Chuva de pedras – Materialização da vontade Divina, destroços da torre, chuva de granizo ou meteoritos;
Presença de chão – Mundo dos homens.

Cena 6

Em “off”, na voz da atriz Hudson Leick (Callisto) é declamado um texto proferido por alguma divindade indeterminada que declara que elas primeiro devem perder-se para poderem reencontrar-se. A entidade identifica-se como o grande criador de todas as coisas. (Interpreto que seja a voz do mestre do jogo.)
O corpo de Xena é retirado das águas por Callisto e esta, em close, desperta-a com um beijo. (Contraste com o tapa anterior que ela teria dado no rosto de Gabrielle para despertá-la.)

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Xena ergue-se assustada e encontra Callisto representando o Arcano número zero do Tarô, O Louco. Ela carrega um bastão, na ponta dele existe uma bolsa com um olho, um cachorrinho a acompanha. Seus gestos são acrobáticos, cantando ela dá suas boas vindas à Illusian (Terra da Ilusão) continuando a cantar, ela explica que naquele local a comunicação não é falada é cantada, nada é real, tudo o que se vê é ilusão, tudo que é mentira pode ser verdade e toda verdade pode ser uma mentira. (O chão do cenário quadriculado como um jogo de xadrez faz uma certa referência ao mundo mágico de “Alice através do espelho”, onde a história passa-se em um tabuleiro de xadrez.)

The ugly results of watching SINBAD one too many times. 

A indumentária da Callisto Louca foi inspirada nesta figura.

Arcano 22 – O Louco

Descrição do Arcano:

Apresenta a figura de um homem que vaga errante, ligeiramente ele olha para traz carregando nas suas costas uma sacola de pano; Ele segura um cajado, mas ao contrário do cajado do Arcano 9, A Prudência, este aparenta ser usado como se fosse uma muleta; Um cão o persegue mordendo-lhe as pernas.

Simbolismo oculto:

Biblicamente representa o homem sem fé, o infiel. O caminhar do ignorante, da alma imprevidente;
Caminho errante – Destino incerto, caminho das trevas. Em algumas versões do Tarô ele caminha cegamente em direção a um abismo;
Olhar voltado para traz – Arrependimento, mentalidade voltada ao passado;
Trouxa nas costas – Apego doentio aos bens materiais;
Cajado usado como muleta – Sofrimento adquirido sob o domínio dos vícios: gula, luxúria e preguiça. Os atos incontinentes, causadores dos pecados culposos;
O ataque do cão – Sofrimento adquirido em função dos pecados causados pela irracionalidade: ira, inveja, avareza e soberba. Pecados causadores dos crimes dolosos.

 

 

Cena 7

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A louca, tapa com a mão olhos de Xena e quando ela libera-lhe a visão esta está vestida como a figura do Arcano 2, A Gran Sacerdotisa ou A Papisa. Sentada num trono usando uma coroa lunar e uma túnica egípcia com motivos iconográficos. (Representação do livro da Sacerdotisa.) O trono é cercado por de duas colunas, uma branca e outra negra.

After years of practice, Mabel finally keeps the bowling ball balanced. 

A indumentária de Xena Papisa foi inspirada nesta figura.

Arcano 2 – A Grande Sacerdotisa ou a Papisa

Descrição do Arcano:

Apresenta uma senhora sentada num trono, seu olhar é voltado para a direita e em sua cabeça encontra-se uma coroa papal bizantina; Ela tem em seu colo um livro parcialmente encoberto por seu manto; Logo acima do livro, em seu peito, uma cruz é formada pelas cintas das vestes; Ao fundo, um manto encobre parcialmente duas colunas.

Simbolismo oculto:

Representa o saber, a natureza feminina do poder Divino;
A senhora – Possível representação bíblica de uma a sibila;
Trono e a coroa papal bizantina – Representação terrena do poder divino. O fato de apresentar uma mulher ocupando o trono de São Pedro ressalta o caráter contestador revolucionário do Tarô para a época em que foi criado;
Olhar para a direita – Escolha pela racionalidade o caminho do bem;
O livro – Representação dos textos sagrados da Bíblia, o fato de estar parcialmente oculto representa que o saber das verdades bíblicas é revelado para poucos;
A cruz – Símbolo universal da fé cristã;
As colunas ocultas por um manto – Representam os dois pilares da igreja Cristã.(Católica Romana e a Católica Ortodoxa)

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Enquanto isso, a Louca, continua a cantar e a dançar. A partir de um chakram vermelho começa a montar um painel que aos poucos vai compondo o Arcano X, A Roda Fortuna. Ela cerca a Roda de outros elementos simbólicos de referência cristã, Os ícones dos evangelistas, O leão (S. Marcos), a Águia (S. João), O Boi (S. Lucas). (Originalmente estes ícones encontram-se no Arcano 21 O Mundo.) Também entram: a serpente ereta (o cajado de Moisés) e outras a figuras mitológicas: a esfinge (símbolo do mistério e do saber oculto) e o deus Anúbis do antigo Egito, juiz dos mortos. (Alusivo à “provável” origem do Tarô.)
Os amimais que cercam a Roda da Fortuna convidam Xena a apostar no destino e ter a chance de apagar seus erros passados, pois em Illusian nada do que teria sido feito ainda estaria escrito em definitivo pelo destino. 
Pode-se ler na parte vermelha do corpo da roda os caracteres da palavra TARÔ intercalados por letra gregas.

Hey! Get that sword out of my nose, Egypt-boy. 

A Roda da Fortuna foi inspirada por esta versão da figura deste Arcano.

Arcano 10 – A Roda da Fortuna

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta a figura de três animais alados que parecem brincar na estrutura de uma roda de madeira; Uma se localiza em seu topo, coroada e de posse de uma espada; Uma segunda desce, enquanto a terceira parece subir para tomar o lugar da que está no topo; A roda encontra-se apoiada ao chão.

Simbolismo oculto:

A aparição de uma grande roda é descrita no Livro do Profeta Ezequiel. A essência deste Arcano simboliza a Divina Providência, a imprevisibilidade do destino, a que acarreta constantes instabilidades das posses terrenas;
Aquele que hoje está por cima, amanhã poderá estar por baixo e visse versa;
A roda – A transformação do mundo em função do tempo;
Animal coroado com uma espada no topo – Atual detentor do poder, da riqueza, aquele que está em estado de estabilidade;
Animal que desce – Perda do poder, o que empobrece, aquele que teve azar;
Animal que sobe – Ascensão ao poder, o que enriquece, aquele que teve sorte;
Figuras com formas de animais – Denotam seres humanos dominados pelos pecados e vícios;
Chão – Mundo terreno.

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Em meio a música, Xena com um braço estica o corpo de uma serpente em referência ao Arcano 11, A Força.

Arcando 11 – A Força

Descrição do Arcano:

Uma jovem segura, sem muito esforço, as mandíbulas de um leão mantendo-as imobilizadas; Seu chapéu tem a forma de um oito deitado; Sob seu longo vestido se revela que seus pés estão descalços; O fundo da figura não apresenta chão.

Simbolismo oculto:

Representação bíblica dos anjos que protegeram Daniel na cova dos leões;
A Força é uma das quatro virtudes cardeais;
A jovem – A força da saúde juvenil;
A fera – A irracionalidade, os vícios, o pecado;
Chapéu em forma de oito – Simboliza que a fonte do poder infinito da força provém da mente;
Pés estão descalços – Desapego aos bens materiais, simplicidade, humildade;
Ausência de chão – Mundo do divino.

 

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(Inicialmente eu acreditava que a presença do deus egípcio Anúbis ‑ de corpo humano com cabeça de chacal ‑ faria referência ao Arcano 5, O Sumo Sacerdote. Somente bem mais tarde fui perceber a presença mais concreta deste mesmo Arcano em outro episódio da série. (Forgiven, também da terceira temporada.) Quando Gabrielle e Tara ajoelham-se diante um sacerdote para serem ungidas com as águas de um vaso sagrado. Este vaso também é presente em outro Arcano, o 14 – A Temperança que também não é explicitamente representado em “The Bitter Suite”.)

Arcano 5 – O Sumo Sacerdote ou o Papa

Descrição do Arcano:

O Arcano apresenta um senhor sentado num trono, ele tem uma coroa papal bizantina na cabeça, seu olhar é levemente direcionado para a esquerda, os dedos da sua mão direita executam um gesto de benção, enquanto a sua mão esquerda segura uma cruz de três hastes (7 extremos); Nas suas costas duas colunas e a sua frente dois devotos se ajoelham em sua direção.

Simbolismo oculto:

Este Arcano é inteiramente alusivo ao detentor do poder da Igreja Católica, o Santo Papa, Aquele que está sentado no trono de São Pedro;
Refere a uma das três virtudes divinas, a Fé;
Coroa bizantina – Cora do Papa;
Trono – Como ao fundo do Arcano este apresenta um fundo com chão, o trono pertence ao mundo dos homens; Trata-se da representação da cátedra de São Pedro;
Olhar para a esquerda – Escolha pelo lado da emoção, da fé;
Gesto de benção – Ato divino do poder carismático de cura espiritual e/ou física, concedido por Cristo aos seus discípulos;
Duas colunas – Representação das duas cidades santas;(Roma, sede da Igreja Católica do Ocidente e Constantinopla sede da Igreja Ortodoxa do Oriente.)
Cruz de três hastes – Santíssima Trindade;
O cajado – O cajado do Papa; a chave dos Céus;
Os sete extremos da cruz – Denotam as sete virtudes: As três virtudes Divinas: a Fé, a Esperança e a Caridade (três Arcanos do Tarô representam estas virtudes.) e as virtudes cardeais: Justiça, a Temperança, a Fortaleza e a Prudência. (quatro Arcanos do Tarô representam estas outras virtudes.)
Fiéis ajoelhados – Como as colunas referem-se a subordinação das igrejas católicas: a Romana e a Ortodoxa ou que a doutrina da igreja deve ser dirigida igualmente para os cristãos como para os povos gentios.

Xena discute com a louca e esta expõe à Xena a última figura que faltava para completar a Roda da Fortuna, Gabrielle.(Esta assume o lugar que deveria ser o ícone do Anjo (S. Mateus)) Xena descobre que Gabrielle ainda permanece viva em Illusian e demonstra querer encontrá-la em busca de vingança. A louca diz que ela tem um preço a pagar se quiser saber mais. Para tanto, deverá girar a Roda. Xena gira-a e a louca toma-lhe pela mão para conduzi-la pela Terra da Ilusão.

 

“The Bitter Suite” – Afinal, onde exatamente estão os Arcanos do Tarô?

 

Por SSENAT

 

Cena 8

Retornando às águas onde o corpo de Gabrielle flutua a deriva (em “off” a Divindade Mestre do jogo declara a infinita pureza e estabilidade das águas profundas, origem de toda a vida.)

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Joxer, aparece pendurado de cabeça para baixo com os braços cruzados para trás encarnando o Arcano 12, o Enforcado ou o Pendurado.

Arcano 12 – O Enforcado ou o Pendurado

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta a figura de um homem suspenso de cabeça para baixo por uma corda pelo calcanhar; Seus braços aparentam estar amarrados para trás e os seus pés encontram-se cruzados; Seu olhar é frontal e sereno; Os troncos estão dispostos sobre duas pequenas colinas; Ele se encontra sustentado por uma tora que se apóia entre dois troncos; Cada um dos troncos apresenta seis galhos podados.

Simbolismo oculto:

Biblicamente é a representação do martírio de Jesus Cristo;
Braços atados – Referência a estarem imobilizados, presos ou pregados;
Pernas cruzadas – Referência à cruz;
Olhar frontal: Pleno equilíbrio entre a razão e a emoção;
12 galhos podados – Referência a perda da fé dos doze apóstolos no momento de sua morte;
Presença de chão – Mundo dos homens;
É interessante notar que quando este Arcano se apresenta de cabeça para baixo, a figura do homem parece estar dançando, flutuando no ar (Ressurreição, ascensão e glorificação de Cristo.) e os troncos laterais mortos passam a ter a aparência de duas árvores frondosas. (Frutificação das Igrejas Cristãs: Católica Romana e Católica Ortodoxa.)

 

Ele estica-se e puxa para fora das águas o corpo nu de Gabrielle que girando no ar é atirado para trás de um arbusto. Meio confusa, Gabrielle julga-se morta e nua nos Campos Elíseos. Então Joxer surge das árvores, tocando alaúde e cantando seu tradicional tema musical com letra alterada.

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Na canção ele defini-se como mercador e mestre em geografia assumindo o Arcano 1, O Mago. Gabrielle, aflita por estar completamente nua tenta fugir, mas Joxer encontra-a. Envergonhada ela repele-o, então o Mago Joxer retira um pedaço da grama e transforma-o num vestido verde para que ela possa encobrir sua nudez.

Arcano 1 – O Mago

Descrição do Arcano:

Apresenta a figura de um homem ereto atrás de uma banca; Ele usa uma roupa bufante e multicolorida, usa um chapéu de abas largas e abauladas em forma de um oito deitado; Seu olhar é levemente voltado para a sua direita; O seu braço esquerdo se ergue segurando um pequeno bastão; Enquanto que o seu braço direito pousa para baixo segurando uma moeda; Sobre a banca os seguintes objetos: moedas, um punhal fora da sua bainha, um copo ou cálice, dados, pelotas, uma pequena sacola de onde provavelmente estes objetos estariam guardados. Sob os seus pés, pequenas mudas de plantas brotam da terra.

Simbolismo oculto:

Este Arcano representa o Genesis, a imagem do Deus no momento da criação do universo. Como é o primeiro Arcano é o que contém a figura do introdutor. Um prestidigitador, um mascate, um contador de histórias. Ele chama a atenção de todos no meio da praça anunciando que vai contar uma grande saga; Tem a sua frente uma pequena banca, palco da criação: a terra onde são expostos os símbolos dos quatro naipes ou os elementos primordiais;
Roupa bufante – Roupa de época medieval característica dos bufões da corte e artistas nômades;
Roupa multicolorida – Multiplicidade de idéias, espírito livre de preconceitos;
Chapéu em formato de um oito deitado – Símbolo de origem grega do infinito;
Bastão ou varinha mágica na mão esquerda – Instrumento de comando das leis universais;
Moeda na mão direita – Riqueza mundana, instrumento de comando das leis do homem;
Banca – Palco da criação – a terra, na Idade Média, a crença geral ainda era que o formato da terra seria achatado;
Gesto – O mascate tem a mão esquerda uma varinha mágica que se ergue nas alturas (Apontando para o mundo divino de Deus.) enquanto que a seu braço direito aponta para a banca; (Mundo terreno dos homens.)
Olhar para a direita – Escolha do caminho da razão;
Objetos sobre a banca: moedas (Ouros – elemento fogo); um copo ou cálice (Copas – elemento água); um punhal (Espadas – elemento ar e sua bainha); pelotas ou bastão (Paus – elemento terra); dados (elemento sorte – destino);- bolsa; (útero Divino – Ponto de origem de todas as formas e objetos do universo)
Plantinhas no solo –  Germinação da vida no mundo terreno dos homens.

 

Cena 9

O Cãozinho da Louca, com latidos, abre um grande portão por onde Xena e Callisto passam. Do outro lado Xena é alegremente recebida por um exercito formado por guerreiros um tanto trapalhões que a aclamam como rainha.

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Lá ela também encontra Ares, sentado no trono assumindo o Arcano 4 O Imperador.

Arcano 4 – O Imperador

Descrição do Arcano:

Um senhor sentado num trono tem sobre a sua cabeça uma coroa; Em sua mão direita segura um cetro com um globo na ponta adornado por uma cruz; Seu corpo esta totalmente voltado para a direita, aos seus pés um escudo contendo o emblema de uma águia; Ele tem um cordão com um medalhão, onde se encontra a letra “C”. Seus pés estão dispostos em forma de cruz.

Simbolismo oculto:

Simboliza o Rei Salomão ou o poder terreno hereditário concedido por Deus aos vários reis presentes na Bíblia e na história do Cristianismo.
Coroa – Símbolo de poder mundano concedido pelo poder Divino;
Trono – O fato de estar representado sobre o chão, denota que este trono é utilizado por alguém que apenas detém o poder mundano;
Cetro com um globo na ponta adornado por uma cruz – Símbolo de comando do mundo Cristão;
Corpo voltado para a direita – Escolha incondicional pelo lado da razão;
Escudo adornado por uma águia – Arma de defesa, símbolo do guardião;
Águia – Os gregos atribuíram a águia como um dos símbolos de Zeus, símbolo de poder celeste. Nota-se que a águia é representada com suas asas extremamente abertas como se estivesse sendo crucificada;
Pernas cruzadas em forma de cruz – Símbolo oculto da fé católica;
O fato de escudo estar próximo as pernas cruzadas ressalta o poder de Cristo.
Presença de chão – Poder sobre o mundo dos homens

 

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Com a espada, Ares despe Xena e os seus soldados a vestem com a indumentária de uma rainha guerreira. Xena então passa a assumir o Arcano 3, A Imperatriz.

Arcano 3 – A Imperatriz

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta uma outra senhora sentada num trono, ela tem sobre a sua cabeça uma coroa adornada por doze estrelas; Seu olhar é voltado para esquerda; Ao seu lado direito, próximo ao ventre ela abraça um escudo contendo o emblema de uma águia e em sua mão esquerda um cetro com um globo na ponta adornado por uma cruz; Nas suas costas duas asas angelicais.

Simbolismo oculto:

Possível representação da Virgem Maria entronizada;
A essência deste Arcano se refere a uma das três virtudes divinas, a Caridade;
Coroa adornada por doze estrelas – Signos do zodíaco; doze tribos de Israel, Representação de poder celeste;
Olhar para a esquerda – Escolha pela sensibilidade;
Escudo – Arma de defesa, símbolo do guardião;
Ato de abraçar o escudo – Denota proteção materna;
Águia – Os gregos atribuíram a águia como um dos símbolos de Zeus, símbolo de poder celeste; Nota-se que a águia é representada com suas asas extremamente abertas como se estivesse sendo crucificada;
Cetro com um globo na ponta adornado por uma cruz – Símbolo de comando do mundo Cristão;
Escudo adornado por uma águia próximo ao ventre – Representação da gravidez de um ser muito poderoso;
Asas angelicais – Denota que a personagem pertence ao mundo do Divino. Também podem ser alusivas as asas do arcanjo Gabriel.

(Erroneamente o site de Meredith atribui as representações de Xena e Ares nesta cena também à Rainha e ao Rei de Espadas. Entretanto, julgo que em “The Bitter Suite” existem apenas representações dos Arcanos Maiores.)

Cena 10

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Gabrielle e Joxer chegam a uma cidade, ela reconhece o lugar com sendo a sua aldeia natal, Potidaea (Potédia). Trajando um vestido verde (cor da esperança) decorado com bordados de estrelas e usando na cabeça uma tiara ornada com uma estrela Gabrielle passa a assumir o Arcano 17, A Estrela. A população de Potédia reconhece-a e todos cantam-lhe boas vindas.

Arcano 17 – A Estrela

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta uma estrela em destaque no topo rodeada por sete estrelas menores; Em baixo, uma mulher nua semi-ajoelhada segura dois vasos. Com seu braço direito ela derrama o conteúdo do vaso sobre as águas. Porém, com o braço esquerdo ela derrama a água sobre a terra seca; Ao fundo encontram-se plantas e em uma delas existe um pássaro pousado.

Simbolismo oculto:

Este Arcano descreve várias cenas do momento do Genesis;
Estrela maior – Criação da luz; virtude da Esperança;
Sete estrelas menores – Corresponde aos sete dias da criação do universo;
Mulher – vontade Divina; a grande Deusa, mãe natureza;
Água derramada – Momento da separação das águas e das terras;
Plantas e o pássaro – Representação da criação das plantas e dos animais.

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Então Gabrielle encontra Pérdicas (Seu ex-marido, morto por Callisto.) e a sua mãe. Os três personagens por um breve momento formam o conjunto do Arcano 6, O Namorado.

(Erradamente o site de Meredith atribuí a uma cena de confronto de Xena e Gabrielle como sendo a representação do Arcano dos Amantes (The Lovers). No entanto, tal nome (Os Amantes) para este Arcano não existe no Tarô clássico de Marselha.)

Arcano 6 – O Namorado

Descrição do Arcano:

Este Arcano representa um momento de escolha; Na parte superior do Arcano encontra-se a figura mítica do cupido sobre o sol radiante. Com seu arco ele aponta para a figura da mulher mais jovial; Na parte inferior do Arcano, um jovem de roupa bufante e multicolorida é cercado por duas mulheres, a sua expressão é de dúvida; A mulher localizada a direita do jovem aparenta ser mais velha, ela pousa sua mão sobre o ombro do jovem; A segunda, localizada a esquerda do jovem é bem mais jovem, esta pousa uma das suas mãos sobre o peito do jovem e com a outra sobre o seu próprio ventre.

Simbolismo oculto:

Refere a um momento de escolha, uma encruzilhada. A dramática escolha humana entre seguir o amor sacro ou o amor profano; Oo livre arbítrio;
O cupido – Provindo da mitologia grega, Eros, deus das paixões, filho da deusa do amor, Afrodite;
Sol radiante – Luz divina, ao contrario da flecha do cupido, seus raios apontam indistintamente para todas as direções;
A direção da flecha do cupido – Apontada para a mulher mais jovem revela que a humanidade está sempre mais propensa a seguir o caminho dos desejos fisiológicos em detrimento aos motivos regidos pela razão;
Expressão de dúvida do jovem – O jovem parece indeciso entre optar entre a senhora que lhe guia (amor sacro) e a jovem que lhe seduz;(amor profano)
Cada pé do jovem aponta para direções opostas – Tendência a optar por seguir qualquer um dos dois caminhos;
Roupa bufante – Roupa de época medieval característica dos bufões da corte e artistas nômades;
Roupa multicolorida – Multiplicidade de idéias;
Mulher mais velha – Amor sacro; a mãe; a conselheira;
Localizada a direita – Lado da razão;
Mão pousada sobre o ombro – Ato de quem guia; conselheira;
Mulher mais jovem – Amor profano; a esposa; a amante;
Localizada a esquerda – Lado da emoção;
Mão pousada sobre o peito – Toca-lhe o coração, o órgão dos sentimentos;
Mão sobre o próprio ventre – Sedução, desejo carnal, ato de procriação.

 

Então ela encontra Lila (sua irmã) Que também dá-lhe boas vindas, as duas colocam-se em meio a uma coluna espiralada.
Lila também aproveita para atiçar o rancor de Gabrielle contra Xena pela morte de Hope.
Em outra música os aldeões cantam e dançam declarando-se amantes da paz. Eles montam-na num burrico, talvez o velho Tobias.

Cena 11

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Agora Xena e Ares estão numa carroça puxada por duas bestas quadrúpedes com cabeças humanas. É o Arcano 7, o Carro oua Carroça. Ares e os soldados incentivam Xena à luta em busca da glória e vingança.

Arcano 7 – O Carro

Descrição do Arcano:

Neste Arcano, um jovem coroado com armadura e cetro conduz uma carroça de forma retangular coberta por um toldo fixado por quatro colunas; Um brasão com as iniciais “S”e “M” adorna a frente da carroça; Dois cavalos estão atrelados a carroça; Tanto o jovem como os cavalos têm seus olhares voltados levemente para a direita; Cada roda da carroça aponta para uma direção e o solo é recoberto por pequenos ramos.

Simbolismo oculto:

A representação bíblica da Arca da Aliança;
O jovem com o cetro e a coroa – Representa Josué, o sucessor de Moisés;
A armadura – Denota a preparação para a guerra; (A guerra dos Hebreus contra os Filisteus pela posse das terras de Canaã ou referência às guerras santas dos cruzados)
O cetro – Representação do cajado que ele recebeu de Moisés; bastão de comando dos reinos terrenos;
A coroa em sua cabeça – Denota o poder herdado;
O ato de conduzir uma carroça e empunhar o bastão – Denota o poder de comando;
O brasão – Denota o poder hereditário das castas dominantes;
Olhares do jovem e dos cavalos voltados para a direita –  Escolha pelo caminho da racionalidade;
A carroça – A representação da Arca da Aliança, os dois cavalos são a representação dos dois querubins guardiões que adornavam o tampo da Arca;
O toldo – Proteção divina, o Primeiro Templo de Jerusalém;
As quatro colunas da carroça – Representa as colunas do Templo ou os alicerces do Novo Testamento, os livros dos quatro evangelistas: Mateus, João, Lucas e Marcus; bastões de sustentação da arca;
Rodas apontadas para direções opostas – Expansão da igreja católica tanto no ocidente como no oriente;
O solo com as plantas – Denota que a figura retrata uma cena que se passa no mundo terreno dos homens.

Cena 12

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Gabrielle recebe de Lila uma foice e ela passa a assumir o Arcano 13, A Morte ou o Ceifeiro, enquanto o aldeões a incentivam a ir combater pela paz em determinado momento formam um campo de cabeças.

Arcano 13 – A morte

Descrição do Arcano:

Este arcano trás a temida figura da morte. Seu corpo semi-recoberto de pele e carne apodrecida deixa mostrar partes do esqueleto; Ela manipula uma foice, instrumento agrícola usado para ceifar e colher cereais; No solo se espalham partes de corpos retalhados, onde se encontram duas cabeças, uma nua e a outra coroada.

Simbolismo oculto:

Este arcano trás a figura alegórica mais temida do Tarô, a morte;
O ceifador – Durante toda a Idade Média a peste negra e outras pragas assolaram a Europa dizimando milhares de vidas. A constante presença da morte e a aproximação do ano 1000 da era Cristã, quando então se acreditava que esta seria a data do Juízo Final, atiçou ainda mais o sentimento religioso, o arrependimento e o desejo de salvação da alma para a eternidade. Neste aspecto, a temida alegoria da ceifadora de vidas se difundiu por toda a Europa. 
Cabeça nua (corpo de um pobre), Cabeça coroada (corpo de um nobre) – Seguindo as suas leis, a morte não poupa ninguém, sejam pobres ou ricos;
Chão – Mundo terreno dos homens.

Cena 13

Cenas entre o ambiente bélico dos Imperadores, e o ambiente colorido de Potédia, vão se alternando rapidamente até que elas reencontram-se ao abrir uma porta. Mas ainda cega pelo ódio, Gabrielle ataca Xena com a foice. Xena desarma-a e com a espada mata Gabrielle.

Cena 14

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Joxer, vestido de negro e soturno surge com uma vela (a luz da vela faz referência à lanterna do Ermitão) para certifica-se de que Gabrielle realmente estaria morta. Neste momento ele representa o Arcano 9, O Ermitão. Xena começa a demonstrar arrependimento, mas Ares toma-a pelo braço e a conduz numa dança sensual sobre o cadáver de Gabrielle.

Arcano 9 – A Prudência

Descrição do Arcano:

Este Arcano é alusivo a Diógenes de Sinope (413-323 AC), filósofo grego que na velhice resolveu viver nu em um tonel. Este também costumava sair pelas ruas de Atenas erguendo uma lanterna acesa durante o dia gritando: “Eu busco por homem de verdade! Eu busco por um homem honesto!”; Ele está inteiramente voltado para a sua direita, e segura um cajado.

Simbolismo oculto:

Refere a uma das quatro virtudes cardeais, a Prudência;
Biblicamente é também uma referência a Parábola das Mulheres Previdentes.
Ato de Diógenes viver nu em um tonel – Exemplo de escolha ao desapego de bens materiais;
Ato de iluminar o caminho – A representação de um ancião que ilumina um caminho também pode ser alusiva a Moisés guiando seu povo para a terra prometida;
A lanterna – A luz guia da fé que ilumina o mundo das trevas;
Seguir o caminho da direita – Caminho da razão;
Cajado – Outro símbolo da fé, um instrumento que atua como um terceiro ponto de apoio para o corpo auxiliando o caminhante a seguir o seu destino.

 

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Surge Callisto portando uma espada, com um chapéu e uma balança bordada na roupa. Ela passa a assumir o Arcano 8, A Justiça.
Ela questiona a Xena se a morte da amiga foi suficiente para aplacar toda a sua dor. Cantando ela revela que a dor somente acabará quando ela deixar a ira e desejo de vingança partir. Xena então repele Ares. Joxer e Callisto somem, Ares também parte afirmando: “ ­ Não há mais nada a dizer… ding, dong. A cadela está morta.”

 

“The Bitter Suite” – Afinal, onde exatamente estão os Arcanos do Tarô?

 

Por SSENAT

Arcano 8 – A Justiça

Descrição do arcano:

Este arcano contém a figura mítica de Hebe, a deusa grega da justiça.
Ela empunha uma espada; Na outra mão, ela pende uma balança; Ao contrário da tradicional representação da Justiça, esta não é cega, seus olhos estão bem abertos e centrados; Ela está sentada num trono cujo encosto apresenta forma de asas.

Simbolismo oculto:

A essência deste arcano se refere a uma das quatro virtudes cardeais, a Justiça Divina;
Espada – Poder de punição, possível referência a espada flamejante do arcanjo Miguel ou ao poder da justiça, a espada do rei Salomão que ameaçou repartir ao meio uma criança disputada por duas mães;
Olhos abertos – A Justiça Divina não pode ser enganada, pois tudo vê.
Balança – Instrumento de ponderação entre o certo e o errado;
Olhar centrado – Pleno equilíbrio entre a razão e a emoção;
Encosto apresenta forma de asas – Referencia as asas do arcanjo Miguel.

 

Cena 15

Xena fica sozinha com o corpo de Gabrielle nos braços, tal como uma Pietá demonstrando arrependimento. Por detrás uma porta é aberta revelando na luz a silhueta de Gabrielle ainda viva. Surpresa, Xena busca a morta em seus braços mas esta some juntamente com o resto dos soldados e aldeões. Gabrielle passa a acusá-la de tê-la matado e Xena tenta defender-se afirmando que tudo não passou de ilusão. Então elas vêem a Roda da Fortuna que solta um relâmpago que as captura.

Cena 16

O mesmo raio atinge a cúpula redonda de um templo transferindo-as ao seu interior.
No céu a lua é presente e um animal não identificável passeia lá fora. (Esta cena é tão rápida que mal se pode perceber estes detalhes.)

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O Interior do templo é formado por um ambiente escuro de luz fria azulada, alusão ao Arcano 18, A Lua, ou A Noite. Lá elas continuam a trocar acusações, mas o som de suas palavras passam a reverberar bem forte machucando os seus tímpanos. Xena percebe que naquele local elas não deveriam mais discutir assuntos do passado, apenas discutir o que sentiam naquele exato momento. Gabrielle afirma que está ferida por dentro e pergunta se a Xena também não estaria. Elas separam-se mais uma vez e isoladamente cantam suas mágoas e mutuamente vão progressivamente se acusando.

Arcano 18 – A Lua

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta no topo a lua radiante com uma face humana de perfil com ar indiferente ao mundo terreno; Logo abaixo, em cada canto a representação de duas cidades e entre elas dois lobos ou cães uivam para a lua; No céu, gotas de orvalho ascendem ao céu; Na base do Arcano, um lago oculta uma lagosta.

Simbolismo oculto:

A escuridão da noite em si representa o mistério, um segredo;
A lua radiante – A dona da noite, noite que com sua escuridão oculta muitos segredos e mistérios;
Duas cidades – Conforme for a interpretação; podem simbolizar as cidades amaldiçoadas, Sodoma e Gonorra ou as duas cidades santas, Roma e Constantinopla;
Dois lobos ou cães uivando para a lua – fé irracional e pagã; adoração aos falsos ídolos;
Lagosta – A forma e posição da lagosta aparenta ser um candelabro hebreu de nove velas, símbolo da grande diáspora;
Ato de a lagosta se encontrar submersa – Ato de se ocultar; fé proibida; (Na idade média, era praticamente proibido ser um hebreu na Europa.)
Gotas que sobem – Orvalho; purificação da matéria; transmutação da matéria física em força espiritual.

 

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A Roda da Fortuna reaparece explodindo em uma grande labaredas. É a entidade do mal Dahak que volta a atacar. Um chicote de chamas captura Gabrielle pelo pé. Xena tenta libertá-la, mas também é capturada por um outro chicote que arrasta-as para o interior da roda da fortuna. Dahak, neste momento, representa o Arcano 15, O Demônio.

Arcano 15 – O Demônio

Descrição do Arcano:

Apresenta como figura central uma criatura demoníaca de frente sob um pedestal. Ela tem sobre a cabeça uma coroa ornada com chifres, nas costas asas de morcego, mãos e pés em forma de garras, ela tem seios femininos e seu pênis está exposto; A criatura segura uma lâmina de uma espada e seus braços parecem adquirir a forma de uma serpente; Esta tem aos seus pés dois seres humanos animalescos; Ao pedestal uma corda prende-os pelos pescoços e seus braços aparentam estar imobilizados para trás.

Simbolismo oculto:

Criatura demoníaca: O Satã;
Pedestal – Lugar de destaque, altar, representação do apego ao poder;
A espada – Arma do dominador;
Coroa de chifres – Domínio da irracionalidade;
Asas de morcego – Vestígios das asas angelicais corrompidas;
Seios femininos e pênis – Bi-sexualidade (O mal não tem exclusividade de gênero);
Ato de estar em posição frontal: Domínio de ação sobre a ração e a emoção;
Criaturas animalescas – Representação de Adão e Eva dominados pela irracionalidade e corrompidos pelo pecado original;
Ato de estarem presos pelo pescoço – Escravização ao mal através dos vícios e pecados;
Ato de estarem com os braços imobilizados – Impotência, prisioneiros dos vícios.

 

Cena 17

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As duas são transportadas ao templo em ruínas de Dahak. Gabrielle é posta sobre um altar de sacrifícios, ela então percebe suas mãos sujas de sangue. Gabrielle apavora-se ao perceber que estaria no mesmo lugar onde antes teria sido possuída por Dahak. Xena tenta tranquiliza-la.
Então uma tumba abre-se e dela sai um ser fantasmagórico. O ambiente passa representar o Arcano 20, O Julgamento ou O Juízo-Final. A música aparenta o toque de trombetas e surge um coro de encapuzados formado por: Júlio César, Khrafstar, Callisto e Ares que cantam o tema do julgamento enquanto uma força invisível aprisiona Xena a uma cruz e Gabrielle ao altar de sacrifícios. Aterrorizadas, elas percebem que seus algozes são respectivamente suas ex-amigas.

Arcano 20 – O Juízo Final

Descrição do Arcano:

Do céu, numa nuvem radiante, um anjo toca uma trombeta com a bandeira cristã;
Na base, três figuras humanas saem de suas covas elas se encontram em atitude de prece.

Simbolismo oculto:

Simboliza o Livro do Apocalipse, o momento do Juízo Final;
Anjo tocando trombeta – Anunciando a volta do Salvador;
Mortos saindo das suas tumbas e rezando – Momento da preparação de todas as almas para o recebimento do julgamento final.

 

Cena 18

É o momento do clímax do episódio. Após sofrerem a dor da execução suas vozes unem-se numa canção de arrependimento e reconciliação com o propósito de unidas, poderem superar todas as suas mágoas. Neste momento as heroínas começam a reverter a situação. Uma a uma, os vultos de seus inimigos explodem e elas libertam-se das amarras que as mantinham sob tortura. Contudo, um fantasma continua a pairar escapando rindo.

Cena 19

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Novamente a Roda da Fortuna aparece para as duas e abre-se em um novo ambiente. A saída de uma caverna onde jorra em cascata uma cortina d’água, o ambiente representa o Arcano 14, A Temperança, que aponta a saída daquele lugar.
Do lado de fora da caverna elas vêem Solan, que as espera. Gabrielle consegue passar pela cortina de água mas do outro lado não consegue mais ver Solan. Quando Xena tenta passar pela cortina de águas sente sua mão queimar. Percebe então que por algum motivo ela continua presa ao labirinto. Olha para trás e reconhece então de quem era o fantasma que havia escapado; era Ming Tien. (O dragão Verde) Ela então percebe que não pode passar porque ainda tinha uma dívida do passado para com Gabrielle: a confissão de uma mentira. Para redimir-se Xena canta a Gabrielle pedindo perdão, e esta aceita o seu pedido. A imagem de Solan retorna, então Xena de joelhos canta pedindo perdão a Solan, por não tê-lo criado. Ele também a perdoa e só assim o fantasma do Dragão Verde explode. Xena então consegue atravessar a cortina d’água para poder abraçar Gabrielle e o seu filho mais uma vez. Neste ponto da trama as heroínas finalmente conseguem transpor a sua situação inicial e voltam a ser amigas.

Arcano 14 – A Temperança

Descrição do Arcano:

Refere a uma das quatro virtudes cardeais, a Temperança; Apresenta a figura de uma jovem com asas angelicais que empunha dois vasos; Um de cor azul derrama um líquido para o outro vaso de cor vermelha; O olhar do anjo está voltado para o vaso que está na sua mão direita. Apesar deste anjo ser um ser celeste seus pés se encontram firmados ao solo.

Simbolismo oculto:

Biblicamente representa o milagre da transmutação de água em vinho;
Anjo – Mensageiro da vontade Divina;
Vaso de cor azul – Sinaliza que o líquido em seu interior é simples água;
Vaso de cor vermelha – Sinaliza que o líquido em seu interior é vinho;
Ato de transpor o líquido de um vaso para o outro. – Transmutação da matéria física para matéria espiritual;
Ato de olhar para o vaso da direita – Preferência pela racionalidade;
Presença de solo – Mundo físico dos homens.

 

Cena 20

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O abraço de Xena em seu filho torna-se um abraço em Gabrielle à beira mar. Elas então percebem que retornaram ao mundo real. Aliviadas, tornam a se abraçar. Num enquadramento superior percebesse que elas estão deitadas na areia envoltas numa espécie de grinalda de algas, referencia ao Arcano 21, O Mundo.

Arcano 21 – O Mundo

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta em destaque central uma figura humana com características sexuais mistas envolta por uma grinalda de louros; A figura tem parcialmente sua nudez coberta por uma faixa de pano, esta segura um bastão e se apóia com as pernas cruzadas sobre um solo; Enquanto as figuras de um anjo, um leão, um touro e uma águia, se localizam cada uma em um dos cantos do Arcano, estas apresentam aureolas nas cabeças e apóiam-se em nuvens.

Simbolismo oculto:

Figura com características de ambos os sexos: igualdade entre homens e mulheres;
Pano encobrindo o corpo – Consciência do pecado original;
Bastão na mão – Símbolo de comando sobre o mundo, livre arbítrio;
Grinalda de louros – A humanidade protegida pela glória divina;
Pernas cruzadas – Alusão a uma cruz, símbolo do cristianismo;
Aureolas e presença de chão – Mundo dos homens;
Nuvens – Mundo do Divino;
Nos cantos do Arcano encontram-se os ícones dos quatro evangelistas:
O anjo – S. Mateus;
O leão – S. Marcos;
O touro – S. Lucas;
A águia – S. João.

 

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No ultimo enquadramento elas, como duas crianças, brincam sob o sol do horizonte, referência ao último Arcano apresentado, 19 O Sol.

Arcano 19 – O Sol

Descrição do Arcano:

Este Arcano apresenta no topo o astro rei radiante com uma face humana frontal entristecida, esta parece observar o mundo terreno; Do céu as gotas caem; Na base do Arcano dois meninos seminus; Enquanto um pousa a sua mão sobre o ombro do outro num gesto de aproximação, o outro entende o seu braço ao ventre do outro num gesto de repulsa; Ao fundo, encontra-se um muro.

Simbolismo oculto:

Representa Caím e Abel ou Esaú e Jacó. Este Arcano representa a decepção Divina diante os descaminhos seguidos pela humanidade;
O sol –  A expressão Divina perante a sua criação;
Águas que caem – Chuvas do dilúvio, ao contrário do orvalho que se encontra no Arcano anterior, estas águas simbolizam a materialização do espírito divino;
Dois meninos – Imaturidade da humanidade;
Ato de um dos meninos colocar a mão no ombro do outro – Busca de entendimento amistoso;
Ato do outro menino afastá-lo – Desentendimentos; guerras fratricidas;
Muro – Marca delimitadora de posse causadora de separações.

 

Fim

Disclaime: Nenhum gênero musical foi ferido durante a produção deste filme.
De fato, os produtores sinceramente esperam que todos sejam inspirados por este episódio.

 

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