(IN) tolerância para todos os (DES) gostos

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 Lucas Lorenzo

          A intolerância surge em nossas vidas e em nós das maneiras mais disfarçadas possíveis, podendo tomar contornos muito fortes e serem perpetuados numa espécie de caractere genético, sócio-culturalmente arraigado, passado como se fosse natural e não historicamente construído. Conceitos e preconceitos.

          As pessoas possuem uma necessidade de encontrarem outras e a isso chamamos de sociabilização e entendemos como um traço de humanidade. Então o que fica quando este traço desaparece? Uma estrutura rígida e robótica, pré-programada de comportamentos definidos como aceitáveis? Uma desumanidade?

          Por muitos séculos a congregação religiosa tem alternado com o Estado, atuando por vezes ao mesmo tempo, para ditar a moral e o comportamento adequado nas sociedades e os que fugissem deste padrão eram convidados a sair do convívio daquele meio, seja por ostracismo ou por morte pura e simples. Vários tipos de morte: Morte do corpo; morte da alma; morte do indivíduo social. Lembremo-nos que Sócrates foi condenado por ensinar sobre consciência, pensar por si em detrimento dos Deuses do Panteão. Muitas pessoas foram condenadas à morte na história da humanidade por sua sexualidade; pensamento religioso; filosófico; político; cultural; cor da pele; classe social ou apenas por acreditarem que a vida é muito maior do que era determinado por quem detinha o poder.

     A discriminação institucionalizada é terrível, mas aquela que advém dos seus iguais é astronomicamente violenta e assustadora, pois não tendo sequer um arcabouço de justificativa falida, é basicamente o discriminar você por não ser discriminador.

          Macros e micros intolerâncias.

       No episódio 6 da 4ª temporada quando a intolerância e policiamento contra a dança, tendo o respaldo da lei  era sobre algo que não se poderia fazer.  [Advogado do Diabo por Shion Malfoy e  Tainara Nogueira 12/8/11].  Resolveu-se com uma melhor reflexão sobre a lei e posterior mudança da mesma para melhor atender aquela comunidade No episódio 24 da 1ª temporada novamente a discriminação é chamada, de forma sutil, quase imperceptível e desta vez algo relativo sobre o ser.

          Ephiny e Phantes estavam  indo para Atenas porque lá  eram mais tolerantes, e esta procura resultou na morte de Phantes. Um relacionamento inter-racial, de nacionalidades, classes, sistemas políticos e sociais diferentes, em que o amor resolveu e deu forças para superar buscando um caminho melhor, mais harmonioso para convivência e princípio de uma nova vida.

          Nos Fóruns e Grupos de discussão muitas vezes o contraditório é entendido como agressivo e expor diferente ponto de vista pode ser visto como provocativo. Os episódios, personagens e mensagens apresentam-se de vários ângulos e é o congraçamento destas correntes e abordagens que formam a essência viva do mundo Xenite , um mundo tão vasto e diverso.

          Nem todo Xenite  é homossexual e não ver romance com subtexto não é ingenuidade ou preconceito, mas ausência de identificação. Esta identificação, se presente,  poderá levar à uma interpretação subtextual e ainda há aqueles que mesmo identificando-se com um “lado” conseguem enxergar o outro sem problemas.  

          A dança que Xena e Gabrielle fazem para Lúcifer sentir-se atraído e cometer o pecado da luxúria em uma festa onde tudo parece estar liberado,  pode ser vista como um lindo quadro  de fantasia erótica hétero por parte do não tão angelical convidado ou não. O mesmo acontece nos demais contextos onde alguns vêem um casal e outros apenas uma dupla e este tema pode ser discutido com embasamento e “provas” para ambos os enfoques, todos válidos. 

          Isto é verdadeiro. Então o que separa a discussão do tema proposto de uma briga? Uma briga sobre o assunto de uma desavença pessoal? Um ponto de vista saudavelmente apresentado de provocações ?

          Acredito que seja a noção e a definição que cada Xenite  possuí sobre o que é um argumento saudável. A tolerância com o pensar diferente, com o conhecimento, experiência, interesse, a arte e a abordagem do outro. Alguns gostam mais de imagens, outros de palavras. Alguns acompanham os artistas, outros esmiúçam a série. Alguns criam piadas e outros elaboram histórias, mas temos espaço até para criticar a arte, debater o texto e compartilhar novidades e antiguidades. Respeitar não é calar, concordar, mas ponderar, trocar ideias e informações, criações.

          Nesta convivência não há ranking, disputas, mas somente um grande reconhecimento .

         Podemos ser heteros, homos, jovens ou não, ter longa estrada ou pouco tempo de atuação no fandom e isso não nos tornará menos ou mais Xenites. 

Xena e Gabrielle…                                    Tão diferentes, tão iguais, tão humanas!

 

 

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Gabrielle “DEDOS LEVES” de Potédia.

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Mára Núbia da Silva

 O Episódio The Royal Couple  of Thieves nos apresenta Autolicos, o rei dos ladrões num visual que  lembra muito o alegre galanteador fora-da-lei das florestas inglesas, tendo sido recomendado por Hércules como o indicado para tão delicado trabalho .  Desde o inicio Autolicos se mostra um atleta e competente manejador de cordas,  não apresentando nenhum receio de Xena, inclusive declarando não aceitar sua postura de mercenária e mais adiante lhe rende elogio quanto ao ser um diamante que Hércules, podendo ter a mulher que desejasse,  deixara passar.

Autolicos diz que ganhou de uma princesa

 Na busca do disfarce ideal para a empreitada, Autolicos  percebe a incrível inocência de Gabrielle ao admirar uma jóia que o mesmo teria ganho de uma princesa e durante o episódio inteiro ele procura atuar num jogo de assediar romanticamente a princesa guerreira. Xena enfatiza tratar-se de um resgate para o qual precisaria da ajuda dele, o que mostra a incrível habilidade de nossa heroína em saber de sua capacidade, mas também das próprias limitações .

Começando aí o festival de contradições.

concumbina

Concumbina para um assassino

 

 

Um ladrão contratado para roubar um artefato que fora roubado de um povo amigo da princesa guerreira. Povo pacífico, cujo artefato tem  importância fundamental em sua identidade, mas é  a mais poderosa arma que já existiu.

Esta arma é disputada por vários senhores da guerra e mercenários em um leilão realizado por Malthus em sua ilha e para evitar

que tal artefato caia em mãos perigosas a princesa guerreira se expõe em um disfarce pra lá de minúsculo , quando ela e Autolicos  embarcam no navio-transporte  disfarçados como um assassino amplamente conhecido e sua concumbina. 

Neste papel o rei dos ladrões coloca a princesa guerreira em trajes reveladores e comportamento submisso, um tanto a revelia , o que rende cenas hilárias para nós que sabemos a rnatureza da relação dos dois. 

 

Na ilha várias peripécias eatribulações são enfrentadas por nossos amigos, e a    arma que seria leiloada é encontrada por eles em seu próprio quarto após seu anfitrião ter sido assassinado, momento em  que Xena descobre a inscrição no baú  : “Não tema a verdade, encare-a. Pois afastar-se da verdade é a morte.”Quem se afasta da verdade …

Raio da Verdade

RAIO DA VERDADE

 

 

bau

A INSCRIÇÃO DA VERDADE

 

Xena revela a gratidão aos seus novos amigos e recebendo também a confissão do rei dos ladrões sobre seu passado para sobreviver às perdas de entes queridos resolvem continuar na missão.  São capturados e ameaçados,  inclusive com a presença do próprio Sinteres  de quem Autolicos roubara a identidade, grande conhecedor dos “pontos de pressão” e por fim nossos amigos são utilizados como alvo em uma demonstração do funcionamento e eficácia da poderosa arma dentro do baú.  Enfim, postos em contato com o baú, ao abrir o mesmo sai uma luz e poderíamos entender que por radiação desintegra as pessoas, mas não todas as pessoas ao redor e sim as que se afastarem dele fazendo jus à inscrição.  (Um precursor do sensor de movimentos??????)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

                      o dinheiro

uma discreta boa ação…

Somos surpreendidos quando terminada a luminosidade nos deparamos com inscrições em pedra com mandamentos como “não matarás” , “não roubarás”…    ao que Autolicos  manifesta ser impossível viver sob tais normas.

observando boa ação

Observando uma boa ação

 

Quando a arca é devolvida ao povo amigo de Xena o rei dos ladrões disfarçadamente deixa sua recompensa na carroça e parte, sendo tal ato observado e comentado apenas por nossas duas amigas e  a princesa das amazonas menciona que se soubesse que ele era assim [tão legal]  não teria ficado com o anel 

         

  Gabrielle era uma grande contadora de histórias e sua habilidade de traçar um enredo com muita convicção livrou-a de grande apuro quando foi capturada pelo ciclope no primeiro episódio e no mesmo episódio livrou Xena de ser lapidada (morta por apedrejamento). Durante toda a série a capacidade Barda de Gabrielle tem se manifestado auxiliando e contrapondo à praticidade de Xena, como um caminho alternativo para encontrar um equilíbrio entre o que parecia o caminho natural, tradicional e o justo, no entanto no episódio 17 da primeira temporada, nos deparamos com uma habilidade que não julgaríamos digna de uma princesa e muito menos de nossa querida e ingênua camponesa de Potédia: Gabrielle tem a habilidade de furtar e sem que Xena perceba, sem ninguém mais perceba, Gabrielle furta o anel de Autolicos, o rei dos ladrões e acredita seu gesto como justificado, lógico, engraçado e adequado.

          Não era o caso de falsear uma entrada na Academia, furtar uma chave de calabouço ou uma arma numa tentativa de salvamento, mas talvez um simples e típico caso do faça o que digo mas não faça o que faço .

       Gabrielle se deu o direito de Julgar o seu companheiro nesta aventura, o direito de ser Juri, Juiz e Oficial de Justiça, Executora da sentença num julgamento das atitudes de Autólicos.

anel roubado

MOSTRANDO O ANEL ROUBADO

              Fica a questão sobre onde, como e quando a jovem camponesa adquiriu tal habilidade, pois esta dualidade moral sobre ser bom ou mau, com uma ética circunstancial  e totalmente própria que abrange todo espaço de variações entre estes dois extremos , acompanha a série inteira.

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Um Xenite Pequeno e a Compreensão da Morte

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Por Robson Bardo

 

 

Um Xenite Pequeno e a Compreensão da Morte

 

morte

 

Acho que eu tinha 9 anos quando tive minha primeira compreensão da existência da Morte. Até essa idade, nenhum parente meu havia falecido, e Duque, meu cachorro que ganhei no meu aniversário de 4 anos, exibia-se ainda muito moço e bem disposto, ou seja, nem um pouquinho inclinado a bater as botas. Não, meu primeiro esbarrão com a Dona da Foice não foi dado fisicamente… foi através da TV… por meio de uma notícia que vi depois que um episódio de Xena terminou no canal USA… uma notícia que nunca mais me saiu da cabeça…

 

Não posso dar muitos detalhes da notícia, minha memória não me ajuda, eu era muito pequeno e não me recordo da riqueza de informações com que ela foi veiculada. Tudo que eu posso dizer é que essa lembrança implantou-se na minha cabeça numa bela noite de verão, quando terminei de assistir ao episódio “Mortal Beloved” (1a temporada, episódio 16) no USA Channel. Eu sempre assistia Xena de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h, na TV da cozinha. Acho que por eu sempre ter sido um bom aluno e um filho único educado e caprichoso, eu acabei por conquistar o direito de ficar de proprietário do controle-remoto neste horário enquanto meus pais distraíam-se na mesa ao jantar. Nesta noite em questão, o episódio havia acabado e eu já ia me levantando pra ir brincar no pátio, a fim de aproveitar os últimos raios de sol do dia (era horário de verão, isso eu me lembro bem), quando meus ouvidos foram puxados para uma notícia que estava sendo transmitida no Jornal Nacional…

 

Meu pai havia sintonizado a Rede Globo, e, com o sensacionalismo típico do Jornalismo brasileiro, podíamos ver cenas de um homem num tribunal sendo escoltado por vários seguranças… Os repórteres em alvoroço diziam que, pelo crime que ele havia cometido, sua sentença seria a Morte. Obviamente, não me vem à memória o crime que ele cometeu para receber tal penalidade. Mas o que eu me lembro com uma intensidade assustadora é que ele seria executado naquela mesma noite, às 20h em ponto, numa cadeira elétrica… Olhei para o relógio de parede da cozinha: 19h55, Xena sempre acabava uns minutinhos antes das 20h. Não impactado (ainda) pela notícia, eu saí para brincar lá fora…

 

Brinquei por alguns minutos. Eu estava fazendo uma coisa que eu gostava muito, que era pegar um pedaço de vidraça, colocá-lo sobre uma pedra e, munido de outra pedra pontiaguda, ir esmigalhando o vidro em minúsculos caquinhos (certa vez, quase perdi a visão de um olho numa destas minhas estranhas brincadeiras quando uma lasca saltou na minha cara). Foi aí então que, entre uma batida e outra no vidro, eu parei com o braço no ar, a caminho de produzir mais estilhaços, e uma certeza tomou conta dos meus sentidos: “Já passou das 20h. O cara da notícia já deve ter morrido…”

 

Posso jurar pra vocês que essa lembrança meio monocromática ainda surge na minha mente às vezes, e fica comigo em meus pensamentos durante várias noites, me fazendo companhia enquanto não caio no sono. Não sei a razão disso. Talvez eu estivesse muito feliz, como eu sempre ficava após assistir a um episódio de Xena, e de repente eu tivesse me dado conta de que alguém, muito longe de mim, naquele momento não podia estar feliz… alguém que eu sabia que jamais iria ser feliz novamente… alguém estava ocupado perdendo a vida. Um cara que muito provavelmente, por mais horripilante que fosse o crime que ele tinha cometido, deixava para trás amigos e família.

 

Engraçado que no mesmo episódio de Xena que passou naquela noite eu estava diante do tema da Morte. Hades, ou Celesta, o Destino, o que fosse, algo impedia Xena e Marcus de ficarem juntos para viverem uma história de amor. A morte de Marcus era obrigatória. A Morte, aquela que vinha pra impor que travessões não fossem mais colocados, matando diálogos, pintando o império do silêncio por todos os lados. A Morte, que proibia que aspas fosse abertas, tolerando somente pontos finais. Mas eu não ficava encucado com esses dilemas. Não ainda. No meu íntimo, eu sabia que Xena era fantasia, não era de verdade. Ela sempre resolvia tudo no final porque era poderosa, uma heroína, diferente de nós mortais do século XXI. O que era real era aquele moço sentando numa cadeira com interruptor e virando churrasco debaixo de sabe lá Zeus quantos volts… AQUILO era realidade, e mesmo na noite quente que falei pra vocês eu senti frio, aquele gelo que sempre me acompanha quando fico em estado de profunda reflexão. Tristeza? Por um estranho? Não podia ser isso. Mesmo eu já estando bem ciente de que a violência existe  tanto dentro quanto fora de um episódio de Xena, eu fiquei triste. Me parecia doloroso ficar indiferente. Eu não sabia por que o cara havia sido condenado, eu não tinha a versão dele da história. E se fosse inocente? E mesmo que ele tivesse matado alguém, o que provavelmente mais me assustava era o fato de que foram necessárias muitas, muitas pessoas para escolherem que aquele cara tinha que ter sua vida interrompida em cima de uma cadeira elétrica. Me dava calafrios imaginar que muita gente iria se deliciar com o assassinato daquele homem, o prazer e a falsa paz de espírito daqueles que obtiveram sucesso em sua vingança mascarada de justiça. Pessoas que se tornavam tão bárbaras quanto o montro que empenhavam-se para aniquilar.

 

Muito novo eu era para entender como a Morte poderia ser dada como castigo para as pessoas. Imaturo, ingênuo eu era para compreender que algumas pessoas fazem por merecer punições extremas como ter o próprio corpo eletrocutado. Assassinos, estupradores, terroristas… O que aquele cara era, eu não sei dizer, mas o que eu me tornei depois daquela noite, é só vocês me perguntarem. Depois das sensações daquela noite, posso garantir que nunca mais brinquei de estraçalhar vidro. De repente, como que um recado anônimo de alguém não deste mundo, eu estava sabendo que aquela brincadeira era perigosa. Do nada, eu soube que a vida da gente é uma coisa muito delicada, frágil, que pode ser tomada tão facilmente por uma descarga de alta voltagem. Ou por uma lasca de vidro esmigalhado.

 

 

 

 

 

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Os fãs de/em Xena Warrior Princess.

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FANGIRLS: Onde elas habitam? Do que se alimentam? Que língua falam? Essa sexta, no Globo Reporter.Só que não.

Nos anos recentes, mais um meio virtual entre os já existentes Orkut, Facebook, Twitter, Live Journal, se popularizou. O Tumblr.

A princípio, o Tumblr pode parecer apenas mais um sistema de blogs assim como Blogspot, WordPress.com ou qualquer outro, mas acredito eu (não fiz uma pesquisa pra confirmar) que ele tenha sido o primeiro a estabelecer o sistema de “Seguir” blogs. Enquanto os outros sistemas se tratavam de adicionar links amigos, o tumblr – talvez a exemplo do Twitter – apresentava pela primeira vez uma timeline dos posts de blogs que você segue.

A princípio, a função do sistema era a postagem de coisas mínimas, como imagens ou curtos comentários, mas logo essa comunidade virtual de tornou o reduto dessa espécie peculiar da internet: a fangirl (e o fanboy, em menor escala).

O Tumblr é uma espécie de terra mágica, o que pode ser legal e ao mesmo tempo extremamente irritante a depender dos “vizinhos” que você escolhe ter nessa terra. E estando nele, é praticamente impossível não ter uma fangirl ou um fanboy como vizinho.

Mas afinal, o que tem de tão peculiar essa tribo?

Ser uma fangirl ou um fanboy, não é hoje em dia apenas ser fã de alguma coisa. Existe toda uma postura entre a pessoa e o objeto de adoração, que às vezes incluem sintomas como pulinhos, gritos estridentes, falta de ar, arritmia, encher o saco da Lucy Lawless no twitter e vômito de arco íris. Brincadeiras à parte, espero que nenhuma auto-intitulada fangirl ou algum auto intitulado fanboy se ofenda com esse artigo. É apenas uma brincadeira.

Existiam uma vez os fãs de Xena, que colecionavam coisas da série, assistiam episódios em doses moderadas (ou não) e tinham discussões saudáveis (ou não) sobre a série. Então surgiram as fangirls e fanboy de Xena…que vendem o fígado, um rim e metade do coração pra comprar 29843248204 coisas sobre a série, seguem o Lawlessísmo e o O’Connerismo como religião e tem todos aqueles sintomas descritos ali acima quando recebem um reply de seu ídolo no twitter/facebook (depois de mandar cinquenta mil mensagens de assuntos que variam da previsão do tempo na Nova Zelândia até cor de calcinha). Ah, sem esquecer…se você falar mal do seu objeto de adoração, seja ele o personagem, o ator ou o casal, eles rastrearão seu ip, descobrirão seu endereço e partirão numa missão de busca e destruição pro seu lado, tacando fogo na sua casa, na sua família e NO SEU CACHORRINHO TAMBÉM. CORRA. Mas CORRA MUITO.

Mais ainda teriam que correr os pobres produtores das séries que contém o objeto de adoração dessa espécie, porque se xingar matasse, mais da metade dos roteiristas e produtores da Hollywood e adjacências estariam à sete palmos (alguns casos, teriam sido revividos e mortos de novo, só pelo prazer sádico da vingança). Alguns exemplos para citar, podem ser os seguidores de séries como Once Upon a Time, Glee, Supernatural, Doctor Who, Sherlock, Warehouse 13, qualquer produtor de qualquer série da ABC STUDIOS entre muitas outras.

Até dentro do fandom xenite internacional e nacional (em menor proporção), fica claro que os fãs mais antigos chegam até mesmo a ficarem assustados com o comportamento da geração mais recente de fãs e seus extremismos. Falando por experiência pessoal, eu frequento alguns “círculos” do fandom gringo, como foruns de discussão, e até o próprio tumblr, onde gerencio o xenaconfessions.tumblr.com com ajuda de alguns xenites. Vejo nas gerações mais novas um comportamento bem mais incisivo e até mesmo agressivo em relação às suas opiniões e as causas que defendem. Talvez os xenites mais antigos já tenham lutado suas batalhas e hoje sejam veteranos de guerra cansados de bater em pedra dura, talvez sejam uma geração que valorizava mais o respeito, não sei. Mas o fato é que há uma discrepância muito grande de comportamentos, se comparados. Embora nos tempos antigos, os fanáticos de Xena assumissem seu fanatismo se auto-intitulando Hard Core Nutballs (algo como “malucos da pesada”), o seu nível de fanatismo ainda me parecia mais saudável do que aquele dos dias de hoje.

Mas é claro, que existe N tipos de fangirls e fanboys. Nem todos são monstrinhos que tentarão arrancar sua cabeça à golpes de katana se você discordar do seu ponto de vista. Nem todos habitam essa terra mágica e temida chamada tumblr. Fangirlzar e fanboyzar (essas palavras ridículas foram uma tentativa de mostar que NO INGLÊS, existe o verbo to fangirl. Assustador, eu sei.) pode ser um ato saudável e comedido, se a pessoa tiver cérebro juízo, e sejamos sinceros, quem nunca se empolgou com algo completamente incrível que ocorreu com o seu personagem preferido de alguma série/filme que você assistia? Todos temos nossos momentos de fangirl ou fanboy, até mesmo alguns personagens de XWP. Querem ver?

A primeira fangirl de Xena

A primeira fangirl de Xena, foi sem dúvida Gabrielle na sua época inocente e sonhadora. Gabrielle com seus olhos brilhantes, vontade de estar perto de Xena, e discurso apaixonado ao falar das façanhas da guerreira, deixam bem claro: Gabrielle, de admiradora, passou a Fangirl de Xena! Mas quem se atreve a discordar dela sobre o quão incrível Xena era?

A primeira fã “Hardcore Nutball” de Xena.

“Eu finalmente conheço Xena, a Princesa Guerreira! Eu ouvi tudo sobre suas aventuras, como você libertou a Morte, e liberou Prometheus, e acabou com aquela bruxa da Callisto! Você é pra valer, a maioral, sabe? A atração número um! E você….deve ser…hm..Lariel? Como é viajar com a guerreira mais quente em chutar bundas, hein? Ela dorme em um…?”

Aí, na segunda temporada em “A Day In The Life”, aparece Minya, outra fangirl empolgadíssima, representando aqueles fãs que só tem olhos para a protagonista e sequer prestam atenção em Gabrielle (muitos dos quais, a acham irritante e gostariam que ela tivesse morrido. Que Zeus lhes acerte as bundas com um raio). Além disso Minya foi a pioneira no negócio do cosplay vestindo couros para ficar igual a Xena, e adquirindo (por meios ilícitos, que naquela época não era o eBay) o chicote da princesa guerreira.

Apesar de Minya ser uma personagem cômica, e até mesmo carismática para alguns, RJ Stewart (o escritor do episódio) foi criticado por uma parcela do fandom, por de certa forma representar os fãs de Xena com uma personagem que foi retratada como uma “caipira ignorante que sequer sabia ler”.

Contudo, “A Day in the Life” não foi a única aparição de Minya. Ela volta “fangirlzando” por Afrodite e Ares, em “The Quill is Mightier” e posteriormente em “The Play’s the Thing” onde mais uma referência ao fandom é feita. Minya na ocasião tenta a vida como atriz e tenta conseguir o papel de Xena numa peça de Gabrielle, mas acaba tendo o papel tomado por outra atriz, Pauline. Apesar de muita birra, no final ela fica grata.

“Gabrielle, eu queria te agradecer! Eu nunca teria conhecido Pauline se não fosse por você! Na verdade, vocês duas me fizeram perceber algo muito profundo sobre mim…que eu acho que sempre soube, mas não ousava assumir…SIM, eu sou….ATRIZ”.

Aqui vale mencionar que algo se perdeu na tradução. O termo em inglês que Minya usa é THESPIAN (um tipo de atriz antiga) o que tem uma sonoridade muito semelhante à LESBIAN. Na quarta temporada já estava muito claro que a série tinha uma grande parcela gay como seguidores, e acredite você no que acreditar, não se pode negar que muitos fãs afirmaram que o relacionamento de Xena e Gabrielle lhes abriram os olhos para sua própria sexualidade. O “incidente” com Minya foi uma maneira subtextual, mas muito clara de retratar isso.

 

Mais uma fangirl para Xena…

Na sexta temporada Xena e Gabrielle, após sua sonequinha de 25 anos vão para o deserto e encontram Kahina, que a principio não as reconhece mas depois de achar que ambas são duas impostoras, se convence de quem está a sua frente são Xena, a Lendária Princesa Guerreira, e Gabrielle a Barda Guerreira de Potédia. Kahina fica com o queixo caído ao Xena lançar o chakram pra provar sua identidade. Pudera, imagina você, fangirl de Elvis, acreditar que depois de tanto tempo, ELE NÃO MORREU.

 

Xenite que virou Gabbynite

Nos episódios Nórdicos, conhecemos Brunhilda, uma Valquíria de Odin com verdadeira devoção por Xena.

“Xena…estudá-la tem sido a paixão da minha vida.”

Brunhilda ao descobrir que Gabrielle é a companheira/ajudante de Xena, a ataca, na tentativa de provar que ELA tem valor pra lutar ao lado de Xena.

“Se o que você está me dizendo é verdade e Xena ainda está viva, estou prestes a realizar o sonho da minha vida. Poderei encontrar a Grande Xena. “

Contudo, ao encontrar Xena pessoalmente e ver que ela mudou muito, o encanto se quebra, e logo Brunhilda vira a casaca, se apaixonando por GABRIELLE. Sim, se apaixonando mesmo! A ponto de querer lutar com Xena pelo amor da Barda. 

E nós achando que aquele povinho lá do fandom brasileiro era fanático…

 

Os Hardcore Nutballs…

Na reta final da sexta temporada, temos esse episódio bem peculiar que se passa no tempo atual onde três fãs completamente doidos, Polly, Clea e Mac, decidem usar seu nerdismo científico para CLONAR Xena e Gabrielle. Notem que Clea (a fã de Gabrielle) e Polly (a fã de Xena) são interpretadas pelas mesmas atrizes que interpretaram Minya e Pauline.

Polly é aquele tipo de fã que não está nem aí pro sentimentalismo e pra comédia da série. Ela quer ver é ação, sangue e bundas sendo  chutadas. Clea por sua vez, aparenta ser gay e toda favorável ao subtexto chegando a sugerir que o clone de Xena, sedenta de sangue, assista episódios de Ellen, pra se suavizar um pouco. E Mac…bom, Mac é fã de Joxer, representando aquele grupo não muito destacado do fandom.

 

E a representação final dos fãs…

Essa finalmente ocorre em Soul Posession, que se passa em parte no tempo moderno, e mostra uma reunião de estudiosos sobre Xena.

Nesse episódio, o Whoosh (o maior site internacional de Xena) é mencionado, e somos apresentadas a mais duas fãs maluquinhas que tentam invadir a convenção dos estudiosos para descobrir sobre o mais recente achado sobre a história de Xena Warrior Princess.

Durante um dado momento, as duas fãs dão voz à todos os fãs da época da reta final da série:

“NOVOS PERGAMINHOS SIGNIFICAM NOVOS EPISÓDIOS! Sétima temporada! Rob Tapert, nos dê o que nós queremos, a sétima temporada de Xena!”

No fim, após elas terem a chance de verem ao vivo uma demonstração dos poderes reais de Ares, o Deus da Guerra, as fãs concluem que “os efeitos especiais estão muito bregas”, mostrando o quão exigentes e críticos nós fãs podemos ser até mesmo com nossa série preferida.

 

E aí, que tipo de fã é você, leitor? Conte nos comentários!

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O CHAKRAM

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Gabrielle conversa com Xena

hehehehehe

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Chegou Novembro com uma edição quentinha!

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Xenites do meu Brasil (e exterior)! Olha só que coisa boa, os colunistas sobreviveram ao novo sistema de publicação! Não apenas sobreviveram, como temos uma edição bem recheadinha de material super legal! A começar, pelo que vocês acabam se ver ali em cima na capa! Sim, dessa vez a Revista Xenite traz algumas palavrinhas de Jacqueline Kim, a nossa amada Lao Ma nos contando um pouco mais sobre sua carreira, seu projeto musical This I Heard, seu contato com música brasileira e é claro, seu papel em Xena: A Princesa Guerreira! 

Espero que ao ler essa entrevista, vocês tenham as mesmas sensações que o Alessandro e eu tivemos ao editá-la, encantados com toda a atenção, acolhimento e simpatia dessa pessoa iluminada que é a intérprete de uma das maiores mentoras de Xena.

Além da entrevista, temos toda uma relação de artigos super legais, tirinhas e inclusive o lançamento da versão em Inglês do Artigo “Passado Cronológico de Xena”  escrito há duas edições pelo Pow e pela Chapo, para que possamos divulgá-lo no fandom internacional.

Então é isso, se deliciem com os textos, e já sabem, qualquer dúvida basta entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou usar o ask (www.ask.fm/revistaxenite) da RX. Esse é um espaço aberto pra vocês se expressarem, e novos escritores serão sempre bem vindos!

Um abraço e até Dezembro.

Mary

 


Confiram nesse mês!

Entrevista com Jacqueline Kim – Por Mary Anne

Asgardas, as amazonas do século 21 -Por Mary Anne

A Opala do mar – Por Chapo

10 Provas de que Tóris era um personagem bundão – Por Chapo

Ca ven meu amiiigo – Por Titus

A perigosa paródia pornô de Xena – Por Robson

A Sétima Arte, colorida (7) – Por Titus, Mary, Aryane e Marina

Alice que virou Mingau – Por Lorenzo

Um Xenite novo, um novo Xenite – Por Lorenzo

Prazer em grupo – Por Mára Núbia

Tirinhas – Por Gabriel Amorim

 

ENGLISH: 

RX interviews…Jacqueline Kim – by Mary Anne

Xena Chronology – by Pow and Chapo

 

 

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A Opala do Mar

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Poucas pessoas sabem, ou sequer se deram conta de como o Chakram da Xena é fantástico. Entre seus inúmeros traços de medidas certas, square e jaggeds que só muita habilidade na ponta do lápis nos permite desenhar sem assitencia de réguas e medidores, existe a pedra de Paua. 

A pedra de Paua é uma espécia de abalone encontrada na Nova Zelândia. O molusco que a carrega transforma açúcares,proteínas, cálcio, nutrientes e calor em uma obra prima divina repleta de cores e nuances.  Do azul ao verde com toques suaves de rosa e vermelho. Não ha maravilha igual.

 

 

Os moluscos moradores de tais conchas são verdadeiras iguarias entre os orientais. A indústria do abalone virou uma máquina de fazer dinheiro. Suas conchas raras e sua carne suculenta são fonte de renda para muitas famílias Neozelandensas. As tribos Maori também encontravam sustento em sua carne e parte de sua cultura de jóias e adornos vinha desse molusco. 
Hoje a ciência tenta driblar a natureza tentando pelo método de fabricação de pérolas (introduzindo um grão de areia na concha fazendo ela tratar como um corpo estranho e envolvendo o grão com o material de sua concha para que possa ser expelido em forma de pérola) os moluscos tem sido criados em piscinas com ambientes artificiais e temperatura controlada. Mas com o desaparecimento da espécie existem leis que estão entrando em vigor para o controle e não desaparecimento de mais um animal que está sendo devorado pelo predador chamado ganância humana.

 

Fatiado e servido com limão. Também muito servido como sushi em Hong Kong

 

E agora que você ja sabe um pouquinho mais sobre pedra de Paua, por favor NÃO FAÇA como este cidadão que comprou pelo E-bay e recebeu em casa uma peça falsa achando que era real. Percebam a diferença:

Com pedra de Paua que são sempre coloridas

 

E pedra de MADREPÉROLA que é completamente diferente

 

Além do fato de a peça não ser afiada. Mas isso é assunto pras próximas matérias.

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A perigosa paródia pornô de Xena

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NÃO ACONSELHADO PARA MENORES DE 16 ANOS.

 

Por Robson Bardo

 

A perigosa paródia pornô de Xena

 

 Tanto pedimos por um Xena movie….

 

título 

 

Vocês devem estar se questionando a respeito do título deste artigo: por que perigosa? Bom, porque um seriado como Xena Warrior Princess, que ficou 6 anos no ar nos apresentando mulheres de traços angelicais e homens que eram verdadeiros deuses gregos (sem trocadilho) tinha tudo para receber uma versão da indústria pornográfica que fizesse jus às belezuras do elenco original. Mas não foi o que aconteceu aqui na paródia pornô de muito mau gosto de XWP, tema deste artigo que eu em minha jornada xenite jamais teria sonhado em algum dia escrever…

 

Assim como sua outra colega de anos 90, Buffy – a Caça Vampiros, Xena – a Princesa Guerreira não escapou de ser “homenageada” pelos produtores de filmes adultos. A razão das aspas empregadas ali todo mundo sabe qual é: a criatividade do ramo cinematográfico pornô anda em queda do Olimpo há muitos anos, então assim como no cinema terror viraram moda os filmes found footage (onde toda a construção da película se dá por meio de câmeras de filmagem caseiras), a vez no cenário pornô é parodiar clássicos da cultura nerd (Scooby-Doo, Os Simpsons, Batman, Avatar, Superman, Homem-Aranha, etc). Tributos deste quilate resultam, como qualquer Joxer poderia ter previsto, em filmes de qualidade técnica muito ruim.

 

O pornô de XWP vinha sendo aguardado pelos xenites de todas as partes do globo terrestre há mais de 6 meses, e a notícia do início das filmagens caiu como uma arma nuclear no fandom, dividindo preferências: teve aquele pessoal sedento de tesão de curiosidade para ver como ia ficar a paródia, público este composto, em sua maioria, por lésbicas e subbers de Xena e Gabrielle que há 17 anos sonham em ver a morena e a loira se pegando na cela da Argo. Outra fatia do fandom mostrou-se com nojo e deprezou totalmente a ideia de assistir a este filme, alegando que ele sujava a imagem do seriado neozelandês, orando para que os produtores do pornô caíssem da barca de Charon e sumissem no fundo das águas de Tártarus. Mas não sejamos radicais e admitamos que até mesmo o mais conservador dos xenites sentiu uma coceirinha para dar uma conferida nesta “obra”, e, se não o fez ainda – o filme já encontra-se disponível para download -, a culpa certamente é da velocidade de sua Internet em casa.

 

O filme começa com uma Gabrielle de expressão adocicada como o mel dizendo para uma Xena preocupadérrima em fazer voz de macho que adoraria passar um dia com ela, as duas sozinhas, ao que Xena diz que primeiro precisam resolver um problema envolvendo aldeões, e que Gabrielle não deve ficar desapontada porque elas logo terão o “momento” delas. Clara maneira dos roteiristas caras-de-pau de fazer os punheteiros e siririqueiras de plantão aguentarem o filme até o final para então verem as duas se pegando com força, e quando digo aguentar, é aguentar MESMO, uma vez que esta paródia possui 180 minutos, 3 horas, minha gente! Phoenix Marie é indiscutivelmente um mulherão, com sua comissão de frente graúda, e Lexi Belle é mais catita, branquinha e lorinha, bem diferente da morenice violenta de Phoenix, mas não se preocupem, meus amigos, porque ambas têm sim uma química, algo em comum: as duas são péssimas atrizes.

 

Vamos em seguida para a cena de Autolycus numa taverna jogando carteado com duas vagabundas que, por azar (azar? De quem?) perdem a partida e se desculpam pela falta de dinheiro para pagar ao Rei dos Ladrões. Mesmo com o juramento delas perante os deuses de que irão quitar sua dívida, é óbvio que Autolycus pensa em outra forma das duas pagarem o que devem, e temos um ménage à trois sem graça, já que as duas anônimas nem personagens de XWP são, e o Autolycus de Tommy Pistol (sugestivo?) nem o bigodinho característico do personagem de Bruce Campbell possui, nem as vestimentas à la Robin Hood. E essa cena insuportável de chata dura VINTE E CINCO MINUTOS, gastando tempo para a utilização de outras personagens muito mais interessantes e profundas (as palavras tão ficando perigosas neste artigo…).

 

 autolycus

 

A cena posterior nos traz a Afrodite de Nicole Aniston e o Ares de Tommy Gunn no Monte Olimpo, e, com eles, mas uma decepção: Kevin Smith era o ator mais bonito de XWP, e neste pornô o cara escolhido para dar vida ao Deus da Guerra é o mais horroroso de feio que puderam catar nos esgotos da pornografia. A moça que interpreta a Deusa do Amor faz uma Alexandra Tydings com louvor, já que sabemos que a deusa era ninfomaníaca e usava sua genitália com a mesma frequência com que você usa seus olhos para enxergar. Quando Ares ameaça levar para Zeus a notícia de que Cupido anda aprontando na Terra, Afrodite oferece seus “trabalhos” para subornar o irmão, e acontece a cena de incesto que nenhum de nós xenites esperava!

 

afrodite

 

 

ares 

Agora é a vez de entrarmos num covil de Alti e Draco para vê-los confabulando sobre a parceria que eles têm com Cupido (sabe lá Zeus por qual razão) para usar uma flecha do amor em Xena e deixá-la sob o poder deles. Alti duvida que Cupido possa realizar o disparo perfeito, já que o Cupido de Seth Gamble – a.k.a. pernas de pelicano – nesta paródia é, por razões desconhecidas, um bêbado cambaleante. Quando ele tropeça e finca por acidente uma flecha nas costas da vilã, ela cai de amores e tesões por Draco, dizendo que ele é mais belo que todos os deuses juntos, e mais uma dispensável transa acontece. A caracterização desta Alti de Juelz Ventura não lembra EM NADA a Alti maléfica de XWP, tanto é que muitos xenites pensaram que tratava-se de Velasca! Quanto ao Draco vivido por Lee Stone, até que o Jassa deste filme esforçou-se bastante para lhe fazer um penteado similar ao de Jay Laga’aia.

 

alti

 

draco

 

Hércules, vivido pelo rodado do cinema pornô gay Rocco Reed, visita Afrodite no Olimpo e ela lhe conta que Ares está prestes a contar a Zeus sobre o que Cupido anda fazendo na Terra. O semideus mostra-se desinteressado no assunto, até que a Deusa do Amor insinua que Xena pode estar em apuros por conta da trama que Cupido está envolvido, e ele corre para verificar a situação. É aí que temos Xena e Gabrielle chegando à taverna onde Autolycus transou com as vagabundas e lá são surpreendidas por Alti e Draco. Após um leve bate-boca de Alti e Gabrielle sobre ética amazona, Draco ordena que Cupido dispare a flecha em Xena (pra que avisar, meu Zeus?¬¬). Esta desvia, e o encanto de amor cai sobre Gabrielle, que fica perdidinha de vontades pela “flecha” do filho de Afrodite. E o absurdo acontece: Draco empurra Cupido para fora da taverna e Gabrielle o segue saltitando de felicidade, e somente depois de um intervalo de vários segundos é que Xena resolve se impor, gritando o tradicional: “GABRIELLE!”. Parece que a atriz de Xena tem suas reações com relação ao que acontece em cena sempre retardatariamente, como quando ela enfia a espada em Alti, matando-a, e fica contemplando o cadáver da shamanesa no chão por segundos intermináveis, para então ter um click e sair correndo atrás da barda loira! Legítima faísca atrasada!

 

O Cupido não conseguia se manter de pé por conta da bebedeira, mas não apresenta problema nenhum para colocar outra coisa de pé e transar com a Gabrielle enfeitiçada.

 

gabrielle

 

cupido

 

A cena mais não-Xena acontece agora: Hércules encontra Xena na taverna (novamente a taverna, numa nítida homenagem ao seriado sobre economia de cenários, haha!), e a Princesa Guerreira está toda chorosa e dengosa pelos cantos, se lamentando que Draco raptou Gabrielle. Santa que pariu, vocês já viram a Xena de Lucy Lawless numa atitude de tamanha impotência, se fazendo de incapaz, aquela Xena do “não aceito a derrota”? Claro que antes de partirem ao resgate da barda, Xena e Hércules dão uma trepada da época dos deuses antigos.

 xena

 

hercules

 

Depois de fazerem o que consideraram prioridade, Hércules e Xena saem em busca de Gabrielle e a encontram acorrentada por Draco. Novamente sob ordem de Draco, Cupido dispara uma flecha na direção de Xena e Hércules a captura no ar. Hércules apanha o sobrinho beberrão e o carrega nas costas para levá-lo de volta ao Olimpo (por que não rolou uma cena íntima dos dois, hein, HEIN???), deixando que Xena cuidasse de Draco sozinha. Nem ao menos soltar Gabrielle o Hércules se propôs a fazer, e todos sabemos que o enteado de Hera teria pulverizado Draco em apenas um segundo. Xena e Draco então atracam-se na pancadaria: temos um arremesso de chakram, sabem? Bastante amador, como já era de se esperar, nada auxiliado pela sonoplastia risível do filme, mas ele pelo menos arranca a espada da mão de Draco para que ela possa correr rumo ao seu colo dando o grito que imagino que Phoenix Marie deve ter treinado durante uma masturbação às pressas no chuveiro. Draco acaba finalmente ferido em cima de Xena, e cai agonizando lentamente (lerdo como tudo neste filme).

 

Na floresta, Xena diz para Gabrielle que é o seu amor que a deixa mais forte, e sugere que partam para casa para terem o “momento” que estavam combinando ter lá no início. A cena que as lésbicas estavam esperando pinta a tela: quatro peitões duelando, dedos enfiados em orifícios oleosos, velcros colando, gemidos estridentes e gays do sexo masculino fechando o player do vídeo.

 

hot

 

Numa visão geral, o filme é uma perda de tempo sem tamanho (os tamanhos aqui são pequenos mesmo). Pelo que comentam nos fóruns da Internet, um xenite esteve por trás da concepção do roteiro, mas se esta informação é verídica mesmo, ele devia estar sob efeito de pão de nozes, porque não é possível que um xenite em seu auge de saúde mental tenha permitido que uma estória tão sem sentido como essa fosse filmada – mesmo sendo pornô. Num filme onde tudo é ruim, entretanto, devemos reconhecer que o figurino das personagens é bastante caprichado. Qual frequentador de Xenacons não adoraria ter o traje de Phoenix Marie para usar?

 

Uma curiosidade é que aqui a Xena transa de livre e espontânea vontade com Hércules, ao passo que Gabrielle só tem relação sexual com Cupido porque está enfeitiçada. Hummm, enfim uma coisa fiel à série? (MALDADE!).

 

A trilha sonora é medonha, medonha… Também, não podemos exigir a qualidade das músicas concebidas por LoDuca, certo? Nada de “whoosh” quando as personagens viram o rosto de sopetão. Nada de lógica na parceria de Cupido com o álcool e com Draco. A Alti aqui é extremamente sensual, coisa que Claire Stansfield não nasceu para conseguir, o que me leva a perguntar por que não colocaram Callisto no lugar dela? Bom, algo me diz que se tivessem inserido titia Call no roteiro eles a teriam feito ruiva, pra dar uma contrastada com o loiro de Gabrielle e o preto de Xena.

 

Quando o filme acaba com dois “EU TE AMO”, a sensação que fica no xenite é que tudo poderia ter sido mais ousado, com casais mais bombásticos fazendo sexo, e a suruba não precisava ser tão “limpinha” e comportada como a que fizeram aqui, e sim mais hardcore. Sim, sou exigente até com filmes pornográficos, é aqui que as coisas não têm que ser tímidas, e creio que não vou ser o único a torcer para que a continuação desta paródia seja gravada, a fim de que possamos ver mais personagens bacanas, como Virgil, Ephiny, Eve e César em cenários mais diversificados e estórias mais animadas.

 

 

 

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A sétima arte, colorida (7)

Comentários

Olá pessoal! Nesse mês de Novembro temos a Marina como convidada especial, e também responsável pela escolha de dois dos três filmes.

Espero que vocês gostem das escolhas, e já sabem! Caso os tenham visto, sintam-se à vontade para deixar seus próprios comentários ali embaixo!

Lembrando que assim como neste mês, aceitamos convidados na coluna para meses futuros. Para participar basta enviar um e-mail para [email protected] para se informar sobre disponibilidade e pegar a lista de filmes para o mês seguinte!

ATENÇÃO: As resenhas abaixo contém spoilers e assuntos/linguagem adequados a maiores de 16 anos. Leiam por sua conta e risco.

 

CIRCUMSTANCE

 

Titus

Eu achei que ia ser uma espécie de Os Sonhadores versão iraniana, ou seja, altas viagens sexuais entre Shireen, Atafeh, e o irmão de Atafeh, Mehran, mas eu me enganei. Desde o começo o filme me surpreendeu porque, na relação das jovens Atafeh e Shireen, eu podia jurar pelos rostos delas que a Shireen era a mais safadinha e a Atafeh a mais santa, mas é mais o contrário, mas isso não importa, só citei porque essa foi uma das primeiras coisas no filme que eu reparei. No começo do filme ainda, o irmão de Atie, Mehran, volta pra casa, depois de muito tempo, porque estava numa rehab devido às drogas e ele age normalmente, mas várias horas ele vai pro computador e fica lá, usando headphone, assistindo a imagens captadas por câmeras instaladas EM TODO O LUGAR na vida de sua família – essa parte, especificamente, é MUITO esquisita, já que em determinados momentos do filme, a história, que é normalmente exibida na visão do metanarrador fílmico, mudava sua visão para a de uma câmera de baixa qualidade, como se elas estivessem sendo filmadas, e essa é a mesma qualidade das câmeras instaladas por Mehran na casa dele. Até aí tudo bem, eu acho, porque câmeras são instaláveis numa casa, agora… COMO ELE INSTALOU CÂMERA NA RUA ANTES DA CHEGADA DELE? Não sei se foi erro técnico dos caras, mas foi muito assustador sabe, enfim -, muito bizarro, mas eu achei ele bonito, se é pra falar de algo bom.  Outro ponto que eu achei bem interessante no filme, que na verdade é a mensagem dele inteiro, é o lance do controle. Ele é mostrado de duas formas: na opressão que a polícia exerce sobre os rebeldes, de forma autoritária mesmo, suja, o que é muito ridículo em um governo, devia rolar uma revolução e acabar com toda essa palhaçada #revoltas; e a opressão que um casal lésbico sofre ao ter que lidar com as circunstâncias (daí o título do filme) de um casamento arranjado pela família (controle dentro de controle) e Shireen tendo que se adaptar à vida de casada, com um homem, e Atafeh tendo que conviver com o fato de que seu amor está nos braços de outro, e pior, seu irmão, Mehran. Ela não aceitou conviver com isso, na realidade. Enquanto a Shireen tomou uma atitude que ninguém esperava no final do filme, pois é, cagaram no final. Mas é irônico e triste ver que 3 pessoas, que deviam estar unidas sempre de um jeito, acabaram unidas, mas sob outras circunstâncias, infelizmente.

PS: Kudos pra música iraniana que me lembrou da música indiana e o povo dançando feliz do nada!

Nota: 3,5

 

Marina

Eu sempre me perguntei  como  pessoas de culturas não ocidentais e mais radicais que a nossa lidam com sua sexualidade. Bem, isso foi que despertou meu interesse por Circumstance. Independente do enredo em si, o mais interessante é ter a oportunidade de conhecer o comportamento dos jovens na cultura Iraniana (Mano, ter que lidar com os pais brasileiros é difícil, imagina os iranianos?).  Apesar de se passar no Irã o filme foi todo filmado no Líbano. E tiveram que mandar um falso script pra autoridades libanesas para poder filmar com liberdade. Depois que o filme foi lançado, Sarah Kazemy (Shireen) e a diretora Maryam Keshavars foram banidas no Irã.

A Maryam teve o cuidado de ser mais fiel possível a cultura iraniana ( Eu não sabia que eles falavam persa). O fotografia é açúcar pro olhos daquele jeito lindo de propaganda de dia dos namorados. Afinal é uma história de amor com direito a drama adolescente além daquelas partes dramáticas que fazem o estômago embrulhar de ansiedade.

Nota: 4,0

 

Mary

Entendo o mérito do filme por sua conotação política e até mesmo a sua qualidade como produção, contudo, pra mim ele passou uma sensação de algo faltando,  que falhou na transmissão da mensagem aos 45 do segundo tempo. Também achei as personagens sem sal, não são identificáveis, e pelo menos falando por mim, eu não me prendi a nenhuma delas.
Tratar da temática homossexual num país do oriente médio é um ato de ousadia, mas foi uma ousadia incompleta, que inevitavelmente serviu pra dizer: Se você é  uma mulher muçulmana, o patriarcalismo vai te ferrar e não há nada que mude isso, nem uma família liberal.

Nota: 3,0 

 

 Aryane

Influências culturais, étnicas, e muita covardia…  O filme é bem clichê. É realístico em certas partes e o fato de não ter um final feliz aflora a realidade, ainda mais dentro do contexto.  O filme consegue ser atual, cheio de questões políticas e as iranianas são bonitas. Porém, deixa a desejar.

Nota: 3,0

 

MÉDIA: 3,3

BREAKFAST WITH SCOT

  

Titus

Geeente, eu nunca vi uma criança tão gay, LOL. Sério mesmo, e, embora tenha sido super estereotipado, a personagem é super natural – pra falar a verdade, eu me identifiquei em partes, tipo, ele ter preferência por umas roupas / acessórios femininos tipo pluma, se maquiar enfim, e por ouvir do casal que ficou cuidando dele (um casal gay por sinal, logo logo comento mais sobre eles) toda a hora como ele devia ou não agir, tentando transformar ele num menino “normal”, ou seja, não afeminado, pra não sofrer o preconceito da sociedade etcetc – e é interessante ver a quebra de paradigmas de uma sociedade hetero, utilizando como lente os olhos de uma criança, inocente, que não consegue compreender porque um menino não pode gostar de rosa, afinal, é apenas mais uma cor. E de fato o casal gay que cuida de Scot concorda com a visão do garoto, afinal, sendo gays, é praticamente impossível ter preconceito. Mas a droga da sociedade os molda, molda a gente, de tal maneira, que acabamos por ter de nos submeter à posição de heteros, não dando pinta para não sofrer as consequências, enfim, e isso afeta Eric McNally (do casal) tanto, que ele foi deixando de viver os momentos de um casal mesmo, uma cena em particular denota bastante esse comportamento: Eric e seu parceiro, Sam, estavam saindo de um bar, e andando na noite fria, Sam quis botar seu braço em volta de Eric, coisa normal de namorado, e o Eric ao invés de curtir o momento romântico, desvencilhou-se do pseudo-abraço, porque afinal, alguém poderia ver né… Senti até uma raiva dele nessa hora, pela falta de coragem de mostrar seu amor pelo Sam. E o Scot, o Scot está acima dessa mentalidade. É um bom filme pra passar o tempo por ser tranquilo, e pra refletir sobre esses valores citados acima.

PS: Kudos por citarem o Brasil, de uma forma meio chata, mas mostraram pelo menos E pra atuação do NoahBernett (Scot): não sei se ele é gay naturalmente, mas se não for, ele atuou MUITO bem, e se for, é um mini gay bem legal.

Nota: 4,0

 

Marina

Com um T mesmo. Esse é pra descansar dos outros dois filmes tensos. Comédia que te faz pensar que “estar no armário” e “ser gay”é um conceito mais sutil do que se pensa. Tipo, é aquela mensagem de que você tem que se aceitar do jeito que é, ensinada pelo mais puro, que não faz a menor ideia do que é ser gay.
Eu gosto desses filmes independentes. Tem um visual e um humor diferentes. Acho que as pessoas ficam mais palpáveis também.

Nota: 4,5

 

Mary

O filme parece ser aquelas produções bobinhas que só querem explorar um pouco de humor, mas traz uma mensagem muito pertinente sobre família e preconceitos.Scot, é quase um Kurt Hummel criança, só que ainda mais afeminado. E a complexidade do filme já começa aí, já que o debate sobre as “causas” da homossexualidade persistem até hoje e os argumentos variam entre idéias behavioristas e genéticas. Como definir “o que fez” um garoto em tão tenra idade “virar gay”, né sociedade? A lente da inocência e da simplicidade que nos é proporcionada a partir do olhar ingênuo de Scot é um choque com a lente social que estamos acostumados. Rosa é só mais uma cor. Roupas são simples acessórios. Maquiagem é apenas um ornamento. Por que tudo isso precisa de rótulos “masculinos” ou “femininos”?

Outra questão pertinente é a do auto-preconceito, que fica muito claro a partir do personagem Eric. Infelizmente muita gente ainda tem o modo de pensar “tudo bem ser gay, apenas não se comporte como tal” e esse preconceito estava tão grudado em Eric que ele acabava se tornando escravo dele mesmo, já que boa parte das pessoas de quem ele tentava esconder sua sexualidade, já a conheciam. Ah, e claro, os desafio a assistir esse filme sem vomitar arco íris com e pelo Scot.

Nota: 4,0

 

 Aryane

Oh meu Deus, eu quero um Scot pra mim!
O personagem escancara ao mundo que ser gay não é uma decisão e sim algo genético, biológico: nasce com a gente. Gays são gays desde o momento em que a gravidez começa. Isso fica explícito e obviamente, é a magia do filme. Scot é cativante e ao mesmo tempo, chocante. E mais incrível ainda é a presença do preconceito entre os próprios gays: efeminados x machões.
Não é uma obra prima, mas é estonteante!

Nota: 3,5

 

MÉDIA: 4,0

XXY

 

Titus

Perturbador. Eu vi esse filme num dia que eu estava péssimo, tipo, cheio de ódio e tristeza e frustração e cansaço, e esse filme é tão tenso que me ajudou a liberar parte desses sentimentos ruins, quase como um desabafo. E nossa, a protagonista é uma menina de 15 anos, hermafrodita, mas que foi criada como menina até então, chega àquela fase de descobrimento sexual, e ela não sabe o que quer da vida, nem o que ela é. A cena de sexo, que começa normalmente, com beijos, e aí de repente a Alex (InésEfron) vira o Alvaro de bruço e começa a penetrar ele é perturbador por muitas coisas óbvias: ela, como mulher, desejou um homem, e vice-versa, então o esperado era que ele ficasse por cima, se é que me entendem; e como o Alvaro não fugiu enquanto ela começou a comer a traseira dele? Isso o torna gay, pelo menos bi, e até onde eu sei, ele se considera hetero; e o pior, O PAI DA ALEX VIU A CENA, e imagina pra uma adolescente o que é ser pega fazendo sexo pelo pai, ainda mais da maneira mais estranha possível. E mais: depois de serem pegos, Alvaro saiu correndo pra floresta pra terminar o serviço, ou seja, se masturbar, e chorando… Chorando por ter sentido prazer como gay? Chorando por ter deixado uma hermafrodita tocar ele dessa maneira? Chorando de vergonha, com certeza, do pai de Alex, de si mesmo, dó dela, o prazer é simplesmente necessário naquele momento, e a mais profunda tristeza o consome – eu acho essas cenas, embora horríveis, muito belas, até porque um dia já pensei numa semelhante para um filme, mas enfim, acho extremamente humanas – acho que é a cena mais forte do filme, seguida pela cena do quase estupro da Alex pelos colegas de escola, credo, essas crianças… Enfim, é um filme tenso, não veria de novo, só recomendo se você estiver num dia muito ruim, mas não vou negar a grande qualidade do filme, afinal seu objetivo era chocar, perturbar etc, e ele conseguiu, ainda mais com a ÓTIMA atuação da Inés Efron.

Nota: 5,0

 

Marina

Acho que o ritmo que é usado pra se contar uma história é a chave pra prender o espectador. No caso de XXY, a coisa acontece de um jeito bem lento. Apesar do tema ser muito interessante, o filme é entediante, tenso, vago e azulado (vago de um jeito que mal tem diálogos e você tem que ir subtendendo e completando um monte de coisa. Só que as coisas não acontecem nunca). Eles usam aquele filtro comum em filmes independentes que ajuda a aumentar a dramaticidade da coisa. Funciona. Quer dizer… menos em Twillight. Enfim, lá pelo meio da história as coisas realmente começam a acontecer e você descobre realmente qual é a da menina/o. Mesmo assim, acho que faltou compaixão da minha parte. Não consegui simpatizar com a Alex. Ela é um pé no saco. Sejamos francos.

Nota: 2,0

 

Mary

Achei esse filme argentino por acaso há alguns meses e seu tom alternativo me chamou a atenção. O tema é difícil e complexo, e foi tratado com muita sutileza, tanto a ponto de algumas pessoas acharem o filme lento demais. O passo da narrativa não me desagradou, afinal não era a proposta mostrar ação externa, mas sim a ação de um círculo de pessoas e como elas lidam com a questão do hermafroditismo. No momento em que o roteiro não deixa escancarado o sexo dominante no personagem, e levanta sua escolha de não se submeter à cirurgia, traz a tona com muita força toda essa questão super complexa da identidade de gênero, afinal, recentemente muito se tem debatido sobre a identidade não se limitar a homem X mulher. E claro, vale dizer que Inês Éfron é uma ótima atriz!

Nota: 4,0

 

Aryane

XXY é aquele tipo de filme que não temos vontade de assistir pela segunda vez. O roteiro é completamente diferente de todos os filmes que já vi. Temos a aparência física x a sexualidade mental… Complicadíssimo! E uma adolescente machucada, super agressiva, devido aos rumos que sua vida tomou. Sinceramente, eu me assustei com o filme. Não imaginava que uma situação como essa pudesse acontecer… E pode, porque não? Há tanta inconscistência educacional no mundo, que desenvolve preconceitos e soluções dúbias, doentis… Louco. Esse filme é louco!

Nota: 3,0

 

MÉDIA: 3,5

 

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Alice que virou Mingau

Comentários

Num destes intervalos para alongar as pernas, entre um trabalho criativo e outro, conversávamos sobre animais de estimação Isadora, uma colega pra lá de positiva, me relatou a seguinte situação:

Trabalhando com um grupo unido, daqueles que pegam junto e topam qualquer parada, foi em socorro de Cristiana, cuja gata tivera vários filhotes. Conseguira doar cinco mas uma gatinha, cruza de angorá com siamês não obtivera logro. Não arrumara casa.

Assim Isadora aceitou o convite e levou a gatinha pra casa.

Maria, sua filha pequena, rapidamente se apegou ao bichinho e eram afagos, talcos, carinhos e cuidados o tempo todo. Foram a uma petshop comprar caminha cor-de-rosa, mas só tinha xadrez azul com riscos verdes e amarelos bem fininhos. Isso não desanimava Maria que cuidava da gatinha com topes, fitas e colares.

Em homenagem uma de suas personagens preferidas, nomeara a gatinha de Alice. Era Alice pra lá, Alice pra cá.

Alice foi brincando, comendo, dormindo e se lavando como todo o felino. Num destes banhos uma grande surpresa aguardava Maria e Isadora: Alice foi lavar-se como se lavam os gatinhos. Alice era um “menino”. Rapidamente sua rotina teve pequena adaptação e Maria cuidava dele com o mesmo carinho e afeto, porém os laços e fitas foram substituídos por gravatinhas. Sorte que ele era muito pequeninho e o nome ainda não tinha “pegado”.

Assim Alice virou Mingau.

E Mingau ficou muito tempo fazendo estripulias pela casa e adoçando a vida de Maria.

Os animais de estimação muitas vezes passam por poucas e boas em virtude da falta de conhecimento dos seus donos. Tem aqueles poodles que são “tosados” no inverno, o pastor que é criado em pátio minúsculo ou os gatos que não recebem lugar para afiar suas unhas.

Quem desejar um animal de estimação deve procurar se informar sobre ele, para não passar decepções ou colocar o bichinho numa situação difícil.

Mingau foi muito amado por Maria. Conta Isadora que um dia , como acontece muito, Mingau se perdeu e não tiveram mais notícias dele.

Maria ficou triste, desconsolada. Já teve outros animais de estimação, mas nunca esqueceu seu primeiro gatinho.  

Alice que virou Mingau.

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