Mês das Bruxas | Top 30

Comentários

 

Por Robson ALTI

 

TOP 30

 

 

 

 


 

 

 

 

Olá, meus altinites devotos e seres inferiores. É Outubro, e sabemos que Halloween é coisa lá nos States, mas que tal comemorarmos por aqui também? Colocando uma pimentinha malagueta no docinho que aquela praga filha do vizinho vem pedinchar batendo no seu portão? Ou quem sabe um laxantezinho no chocolate, pra deixar esses pequenos infelizes sentados por horas num canto onde não incomodarão ninguém? Esse é o espírito da coisa! O importante é que vocês não deixem de homenagear a mim, a poderosa shamanesa Alti, nesse mês tão especial. Estou aqui preparando o chá das 5 para receber minhas “amigas” feiticeiras para uma boa troca de fofocas. Infelizmente, tive uma visão futura e descobri que haverá penetras em minha casa: bruxinhas da geração cor-de-rosa, benfeitoras e bonitinhas, quase princesas. Argh! Enquanto espero por elas, vou lhes contar um pouco sobre cada uma dessas lambisgóias e, se vocês me ofertarem uns pingos de sangue de amazona no meu chá, eu talvez dê a vocês a receita da massa dos biscoitinhos envenenados que darão cabo dessas bruxas amadoras. Vamos ao…

 

TOP 30

 

30 – Jadis, a Feiticeira Branca

Atriz: Tilda Swinton

Filme: As Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

Época: 2005

 

Raio-X(enite): Acha que tá abalando com esse modelito branco, sua albina magricela? Quis quebrar o clichê do preto ser a cor das bruxas, mas travestiu-se num iglu ambulante. Não devia ter abandonado o bom e velho preto, querida, porque ele disfarça a silhueta. Com você assim de branco, seus quilos a mais são tão discretos quando Sarah Brightman feat. Andrea Bocelli.

 

29 – Ninfadora Tonks

Atrizes: Natalia Tena

Filme: saga Harry Potter

 

Raio-X(enite): Tonks é uma auror (policial do mundo bruxo criado por J. K. Rowling), e eu simpatizo muito com o cabelo dela (leia “não gosto de problema com as autoridades”). Tonks é uma metamorfomaga, isto é, uma bruxa que tem a capacidade de modificar sua própria aparência sem o auxílio de feitiços ou poções.

 

28 – Madame Min.

Filme: A Espada Era a Lei

Época: 1963

 

 

Raio-X(enite): Madame o quê? Acho que divulgaram que nossa festinha de Halloween seria dentro duma clínica geriátrica. Francamente, bruxas senis fedorentas que deixam o cabelo ficar mais duro que a piaçaba com que voam, especialmente as que se auto-entitulam “madames”, eu não tolero. Existe asilo para espantalhos?

 

27 – Bruxa “E lá vou eu!”

Série animada: Pica-Pau

 

 

Raio-X(enite): Reparem nos lábios dessa demônia: deve usar um batom da grossura de uma salsicha pra aplicar esse efeito na cara. E pra deixar uma ave insignificante como o Pica-Pau lhe causar problemas, esse estrupício de mulher deve ser uma negação em magia.

 

26 – Maga Patalógika

Nome Original: Magica De Spell

HQ’s e série animada: Ducktales

Época: 1961-atualidade

 

Raio-X(enite): As bruxas estão no mundo animal também. Nunca comi carne de pato, você já? Peruca e bonequinho vudu, Maga? Que originalidade…

 

25 – Bonnie Bennet

Atriz: Katerina Graham

Série: The Vampire Diaries

Época: 2009-atualidade

 

 

Raio-X(enite): Se me atacar a enxaqueca no meio da festa, não vou precisar nem olhar pros lados pra saber que tem dedo, ou melhor, olho da Bennet em cima de mim. Juro que cutuco os globos oculares dela com minhas agulhas de tricô se eu a pegar olhando pra mim, porque os talentos dessa crioula se resumem a isso: infligir dor aos outros apenas com o olhar, e essa técnica é MUITO MINHA!

 

24 – Morgana

Atriz: Rosi Campos

Série: Castelo Rá-tim-bum

Época: 1994-1997

 

Raio-X(enite: Só podia ser brasileira mesmo uma vadia que usa cimento de resto de reforma do puxadinho pra cobrir sua cara murcha. Baixa-renda faz assim, no improviso, quando não tem verba pra comprar cremes faciais.

 

23 – Irmãs Sanderson: Sarah, Winnie e Mary

Atrizes: Sarah Jessica Parker, Bette Midler e Kathy Najimy

Filme: Abracadabra (Hocus Pocus)

Época: 1993

 

Raio-X(enite): A exemplo das divas da magia-negra dos filmes de Walt Disney, confirmou-se a teoria de que bruxas não podem trabalhar em equipe. O intelecto bruxístico não necessita de companhia na hora de praticar maldades. As Irmãs Sanderson, juntas, nada mais são que três gralhas patetas e estúpidas.

 

22 – Bruxas francesas: Brianna Withridge, Condessa Margaret Isobel Thoreaux e Madelyn Hibbins

Atrizes:Erica Durance, Kristin Kreuk e Allison Mack

Série: Smallville – 4×08 – Spell

Época: 2004

 

Raio-X(enite): Lois, Lana e Chloe ficaram deliciosas como bruxas, e dominavam o único poder (além da kryptonita) contra o qual o Superman não é capaz de se defender: magia. Mas sei que elas estão meio perdidas agora que reencarnaram no século XXI, tadinhas! Preciso ensinar muita coisa pra estas frangas da Idade Média.

 

21 – Cuca

Obra: Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato

Época: 1920-atualidade

 

Raio-X(enite): Uma bruxa jacaré? E que usa peruca e espartilho? O que esse bicho come? Carne, aposto, e EU sou feita de carne! Cadê, CADÊ?!, o número do telefone do zôo?

 

20 – Samantha Stephens

Atriz: Elizabeth Montgomery

Série: A Feiticeira (Bewitched)

Época: 1964-1972

 

 

Raio-X(enite): Sam é a típica Bruxa Amélia, vive para dar jeito nos afazeres domésticos, na cueca do marido e na fralda cagada da cria. Acho esplêndido que virá alguém para lavar a louça ao término da festa.

 

19 – Hermione Granger

Atriz: Emma Watson

Filme: saga Harry Potter

 

Raio-X(enite): Sacramento, eu mereço isso: vai ter até sangue-ruim na minha festa. Já tô até vendo essa guria rolando pelo carpete atracada em unhas e cabelos com uma certa outra “celebridade” do mundo de Harry Potter. Bom, briga de mulher é sempre um espetáculo prazeroso de se assistir. Vou já botar as pilhas da digital pra carregar, porque na certa vou ter material pra upar pro Youtube depois.

 

18 – Sabrina Spellman

Atriz: Melissa Joan Hart

Série: Sabrina, a Bruxa Adolescente

Época: 1996-2003

 

Raio-X(enite): Sem sal ao extremo, a loura Sabrina pretende enganar a quem? Sabemos que seu seriadinho escroto só sustentou-se no ar durante 7 temporadas por causa de Magia Branca aplicada ao ibope. Ah, espero que não traga aquele Salem, porque gatos pretos como mascotes estão tão ultrapassados! Quero é usá-lo como pantufas se ele aparecer miando nas minhas canelas.

 

17 – Lamia

Atriz: Michelle Pfeiffer

Filme: Stardust – O Mistério da Estrela

Época: 2007

 

Raio-X(enite): Chegou a gerascofóbica… Bacante que pariu, só excentricidades na minha comemoração. Se acha a moçoila, deve viver numa realidade onde dança a “Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar” com a professora Helena na escola Carrossel.

 

16 – Shota

Atriz: Danielle Cormack

Série: Legend of the Seeker

Época: 2009-2010

 

Raio-X(enite): É exatamente disso que eu tô necessitada: uma boa Shota na minha vida. Vocês já encontraram a Shota de vocês? Me disseram que elas são dotadas de uma profunda beleza interna…

 

15 – Bruxa do Mar

Nome Original: Sea Hag

Série animada: O Marinheiro Popeye

Época: 1929-1988

 

 

Raio-X(enite): Eu acho que esta “beldade” aqui é homem… Reparem no queixo e na barba. Terei de apalpar os “países baixos” pra ver se estou certa (e cortar a mão fora após a confirmação). Acho que o espinafre que Popeye ingeria tinha a finalidade de torná-lo capaz de encarar jaburus como este bagulho de bruxa.

 

14 – Bellatrix Lestrange

Atriz: Helena Bonham Carter

Filme: saga Harry Potter

 

Raio-X(enite): Vou acionar meu escudo mágico, porque não pretendo cair babando no carpete atingida por nenhum Avada Kedavra desgovernado que a varinha dessa psicopata homicida lance por aí. Espero que nenhuma tola metida a prestativa ofereça tônicos capilares para Lestrange…

 

13 – Matilda Wormwood

Atriz: Mara Wilson

Filme: Matilda

Época: 1996

 

Raio-X(enite): Matilda na minha festa? Houve algum equívoco, só pode… Estão pensando que aqui é berçário? Pelo amor de Dahak, terei de providenciar vendas para os olhos desta menor de idade, senão depois vai ter gente por aí sendo acusada de pedofilia… Hum, pensando melhor, tenho um vidrinho de clorofórmio embaixo da pia e…

 

12 – Tara Maclay

Atriz: Amber Benson

Série: Buffy, a Caça-Vampiros

Época: 1999-2002

 

 

Raio-X(enite): A wicca gaga e tímida até a medula óssea Tara entrou para a Scooby Gang de mansinho, e nela se estabeleceu porque é lésbica e porque a garota Rosenberg também decidiu que é. Tem uma cara de cachorro sonso que caiu da mudança.

 

11 – Elvira: a Rainha das Trevas

Atriz: Cassandra Peterson

Filme: Elvira: a Rainha das Trevas

Época: 1988

 

 

Raio-X(enite): Valha-me Dahak! Se essa potranca chegar com sutiã aqui em casa, direi que a festa é aberta somente a nudistas, daí além das tetas trevosas dela, poderei ver também sua bu…

 

10 – Eva Ernst

Atriz: Anjelica Huston

Filme: Convenção das Bruxas (The Witches)

Época: 1990

 

Raio-X(enite): Gente, se fosse cobrado imposto por feiúra, Eva teria de penhorar até as cuecas da múmia de seu avô. Aquele nariz de gancho deve proporcionar algum benefício na região da virilha. Vou dizer que é festa das máscaras, assim não precisarei sofrer olhando pra fuça dessa ratazana de esgoto de vestiário grego.

 

9 – Úrsula

Filme: A Pequena Sereia

Época: 1989

 

 

Raio-X(enite): Úrsula é obesa e quarentona. Espero que não passe nem pela porta, pois não terei frutos do mar para servir. E juro que vou costurar seus tentáculos asquerosos caso ela me venha com algum refrãozinho barato de musical Disney… Eca!

 

8 – Bonnie, Rochelle, Sarah e Nancy

Atrizes: Neve Campbell, Rachel True, Robin Tunney e Fairuza Balk

Filme: Jovens Bruxas (The Craft)

Época: 1996

 

Raio-X(enite): Venerando o capeta desde jovens! Não é admirável? Mas como falei acima, essa de bruxas andando em grupos não dá certo: até pode render bacanal, mas nunca é bacana: uma sempre vai querer passar a outra pra trás e… tá, parei.

 

7 – Minerva McGonagall

Atriz: Maggie Smith

Filme: saga Harry Potter

 

Raio-X(enite): Minerva merece respeito. Afinal, essa é a única vantagem que a velhice lhe deu. Não a privemos disso. Os idosos existem para que possamos ver como somos belos e saudáveis.

 

6 – As Encantadas Halliwell: Prue, Piper, Phoebe e Paige

Atrizes: Shannen Doherty, Holly Marie Combs, Alyssa Milano e Rose McGowan

Série: Charmed

Época: 1998-2006

 

Raio-X(enite): Irmãs? Alguém aí gritou “clichê”? Na boa, o que dizer de um quarteto que nem incesto pratica? Outro exemplo de seriadinho que ficou 8 anos no ar somente por causa de litros da Poção da Audiência.

 

5 – Willow Rosenberg

Atriz: Alyson Hannigan

Série: Buffy, a Caça Vampiros

Época: 1997-2003

 

Raio-X(enite): Essa aí quando viu que não era nada original aquela sua gadeia ruiva, resolveu voltar ao tradicional tom escuro. Morena Wellaton… Namorou lobisomem e lésbicas insossas, numa tentativa desesperada de entrar para o hall de bruxas ousadas.

 

4 – Bruxa Malvada do Oeste

Atriz: Margaret Hamilton

Filme: O Mágico de Oz

Época: 1939

 

Raio-X(enite): Por que a pele dela é desse tom verde azedo? Parece uma alface.

 

3 – Malévola

Nome Original: Maleficent

Filme: A Bela Adormecida

Época: 1959

 

Raio-X(enite): Essa se veste bem, mas pelo volume da roupa, não parece dispor de uma vantajosa comissão de frente. Falo sério, século XXI, silicone tá aí, minha filha. Tem bem cara de socialite que vive se lamentando de dor de cabeça, mas nem percebe que aquele par de chifres é a causa do desconforto. E ela também é meio esverdeada… Aquele corvo de estimação deve feder…

 

2 – A Rainha

Nome Original: The Queen

Filme: Branca de Neve e os 7 Anões

Época: 1937

 

Raio-X(enite): Vou jurar pra vocês: se eu escutar uma vezinha que seja “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?” durante a minha festa, eu vou descer a tamanca nessa rainhazinha. Tá pensando que shamanesa é bagunça?

 

1 – Clotilde

Atriz: Angelines Fernández

Série: Chaves

Época: 1971-1992

 

 

Raio-X(enite): Reparem na cara de surpresa de nossa primeira colocada! Dona Clotilde esperava um pedido de casamento vindo de Seu Madruga, mas jamais sonhou em aparecer encabeçando a nossa lista. E por que ela está aqui? Porque esta jararaca certamente fez parte da infância de todos nós, aqueles diabinhos que, igual Chaves, Quico e Chiquinha, ficavam imaginando se o 71 era mesmo habitado por uma bruxa que mexia num caldeirão e voava de vassoura! Outra razão pra ela estar em nossa primeira posição é o fato de que nunca descobriu-se se Clotilde era mesmo uma bruxa! Ela sempre foi discreta quanto à sua identidade, à exceção da vez em que batizou seu mascote de Satanás!

 

°oOo°

 

Vou me despedindo agora porque acabo de lembrar deixei o bardo dono desta coluna em cativeiro, e tenho de deixá-lo bem apresentável e gostoso para servir de sobremesa para minhas convidadas!

 

Happy Halloween!

 

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Tudo sobre ser aLegre com L maiúscuLo!

Comentários

Pedro Henrique

 

“Glee, em sua maior definição, é estar aberto à alegria”. Essa frase, certamente, é a melhor forma de definir a série que vamos tratar por aqui.

        

Quem hoje em dia nunca ouviu falar sobre Glee? Aquele show que sem querer se tornou um fenômeno de audiência, conquistou muita gente – e tudo garante que vai conquistar mais ainda; possui uma premissa genial, consistindo em um grupo de adolescentes inseguros e espalhafatosos com o “loser” estampado na testa?; cheios de talento e carisma, que sofrem horrores no ensino médio nas mãos dos mais populares da escola, mas que não perdem a força de vontade por nenhum segundo, insistindo em um único sonho: brilhar? Bom, se você nunca ouviu falar, definitivamente você pertence a Marte.

Tudo começa quando o professor Will Schuester, (interpretado por Matthew Morrison), o professor de Espanhol, decide liderar o coral da escola e manter o “Glee Club” que, aliás, fez muito sucesso quando o próprio estudou em McKinley High.

          

O seu apreço ao New Directions demonstra que ele não teve muito sucesso na sua época de Glee, motivo pelo qual luta com unhas e dentes para proteger aquela galera que sofre bullying na escola. É óbvio que isso muda a partir do momento que o artilheiro do time de futebol da escola se junta ao grupo, bem como as líderes de torcida mais populares da escola.

Glee é uma série completamente despretensiosa, com sátira a vários acontecimentos do dia-a-dia, mas que trata pormenorizadamente de assuntos inevitavelmente passíveis de identificação. A diversidade de personalidades que fazem parte da história torna impossível a quem está assistindo não se identificar com pelo menos uma personagem. E o grande barato disso tudo é que cada um de lá tem/está tendo/ teve uma barra muito grande para enfrentar, mas o coral da escola mostra que você só precisa manter a cabeça erguida e enfrentar os seus problemas de uma forma muito peculiar: cantando.

Em Glee, são encontrados diversos tipos de personagens clássicos que geralmente passam por séries americanas, tais como a estrelinha da escola, Rachel (Lea Michele); o artilheiro popular do time de futebol, Finn (Cory Monteith); o homossexual que sofre preconceitos, Kurt (Chris Colfer); o cadeirante, Artie (Kevin McHale); a “Oprah” adolescente, Mercedez (Amber Riley); as populares lideres de torcida da escola, Quinn (Dianna Agron), Brittany (Heather Morris) e Santana (Naya Rivera); o famoso bad boy bonitão, Puck (Mark Salling); a menina gaga, Tina (Jenna Usher); a orientadora virgem, Emma (Jayma Mays); e, por último, mas não menos importante (não mesmo), a esposa do Will, Terri (Jesalyn Gilsig); o Will, professor de espanhol; e a última, mas não menos importante, Sue Sylvester (Jane Lynch);

 

Sue Sylvester possui um papel fundamental na trama, já que é a inimiga no. 1 de Will Schuester, fazendo de tudo para acabar com ele. Interpretada brilhantemente por Jane Lynch, sempre deixa bem claro que vai fazer o que for preciso para ser sempre a vencedora. Coitado de quem estiver no seu caminho!

 

Incluindo, também, personagens muito queridos (ou não) pelo público, em participações especiais, como a April (Kristin Chenoweth), Jesse (Jonathan Groff a.k.a Lea Michele’s BFF), Shelby (Idina Menzel) e Bryan Ryan (Neil Patrick Harris, no episódio dirigido pelo Joss Whedon [pai da Buffy, do Angel, do Malcom, da Echo, lol]). Na segunda temporada, novos personagens são introduzidos à trama, como Sam (Chord Overstreet), Sunshine (Charice), Beiste (Dot Marie-Jones), Holly (Gwyneth Paltrow), Carl (John Stamos), Blaine (Darren Criss) Lauren (Ashley Fink), Karofsky (Max Adler).

É muito fácil qualquer pessoa que se depare com o conceito inicial da série comparar com High School Musical, e outras séries no estilo. Mas a verdade é que Glee está longe de ser superficial como esses outros objetos de comparação, alem de guardar um diferencial muito grande em relação à essas outras, já que os membros realmente possuem um talento impressionante, coisa que nenhum Zac Efron ou Vanessa Hudgens da vida tem, ao menos para cantar. Não me entendam mal aí os fãs de High School Musical, mas Glee é vida.

Com a primeira temporada e grande parte da segunda já  exibidas, a série já prestou homenagem a diversos nomes muito conhecidos da musica, e conta com mais de 200 músicas executadas durante essas duas temporadas, além de músicas originais que foram apresentadas no episódio “2×16 – Original Songs”, último inédito que foi ao ar na terra do Obama.

 

        Dentre essas tão faladas homenagens, o destaque fica por conta de episódios tributos, tais como “1×15 – The Power of Madonna”, “1×22 – Journey”, “2×02 – Brittany/Britney” e “2×05 – The Rocky Horror Glee Show” (homenagem ao filme muito popular chamado “The Rocky Horror Picture Show).

       

        Outro ponto muito positivo da série está no fato de que, episódios ou outros, eles fazem uma repaginada de grandes hits que se tornaram clássicos com o passar dos anos, tais como “Don’t Stop Believin’”, do Journey, “Somebody to Love” e “Bohemian Rhapsody”, do Queen, “Highway to Hell”, do AC/DC, “Don’t Cry For Me Argentina”, da Madonna, “Proud Mary”, do Van Halen, “Hello” do Lionel Richie, “Dream On” do Aerosmith, “I Want To Hold Your Hand”, dos Beatles, “Thriller/Heads Will Roll”, do Michael Jackson, e mais uma lista interminável de grandes sucessos entre os anos 70, 80 e 90. Alem de abrir espaço para musicas que andam fazendo sucesso na mídia, tais como “Firework”, da Katy Perry, “Tik Tok”, da Ke$ha, “Sing”, do My Chemical Romance, contando também com várias homenagens a filmes musicais de sucesso.

Como em uma série nessa temática que se preze, em Glee não poderiam faltar as desventuras amorosas, a descobertas em relação ao álcool, gravidez na adolescência, entre outros assuntos que ao mesmo tempo que presentes em séries, estão muito presentes na vida real, como o preconceito, o bullying, etc… Todos esses temas abordados de forma muito polêmica, mas, ainda assim, bastante realista, já que o criador da série, Ryan Murphy (Nip/Tuck), deixou bem claro que não tem medo de abordar qualquer coisa fora dos padrões que vemos na TV.

Glee é um prato cheio para quem curte uma série descontraída, feliz, com momentos tristes, lições de vida, com personagens interessantes e musicais, mas acima de tudo, pessoas que têm uma mente aberta o suficiente para aceitar as diferenças.

É fato que a série se tornou a mina de ouro dos da Fox e já tem produção garantida até a quarta temporada. Tanto isso é verdade, que já planejam uma série musical para concorrer com ela.

        Glee vai ao ar nos Estados Unidos toda terça-feira. Na quarta-feira pela Fox Brasil. E em breve pela Rede Globo.

        E então, o que está esperando? Ponha o “L” na testa e seja feliz.

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: +1 (from 1 vote)
Be Sociable, Share!

Zangief Kid

Comentários

CHAPO

 

Recentemente tivemos um despertar para a realidade com o super -mega- ultra divulgado e reverenciado vídeo de Casey Heynes AKA Zangief que sofreu bullying na escola por anos e que um dia resolveu colocar um fim nisso revidando contra seu agressor.

A opinião pública é quase unânime, Casey estava certo. Se te batem você deve bater de volta. Chama-se auto defesa, chama-se força, chama-se inteligência, chama-se coragem.

 

E ver o vídeo certamente choca. Quem um dia sofreu bullying sabe como é triste passar pelos dias sem viver. Quem sabe a rotina da angustia não sorri nem pros ventos.

E Casey se cansou. Decidiu dar um basta. Decidiu ser responsável por sua própria liberdade.

Não sei qual foi a educação que ele teve em casa, isso certamente será mais explorado, mas seria ele “adepto” dos ensinamentos de ELI ou ele simplesmente abaixava a cabeça por medo?

Lembro-me de uma vez ter escutado uma história de elefantes de circo. Como eles mantinham preso um animal daquele porte sem grandes equipamentos. Correntes normais jamais agüentariam tamanha força. Já pararam para pensar nisso? Pois bem:

Quando o elefante ainda é filhote eles amarram o animal com correntes normais, dessas que compramos em qualquer depósito de material para construção (na melhor das hipóteses é só isso). E apesar da pouca força ele é persistente em suas tentativas de escape. Tenta por semanas sem sucesso. Então ele se conforma de que sempre estará preso nas tais correntes e que não importa o tamanho de seu esforço, as correntes são mais fortes. O elefante cresce e as correntes continuam as mesmas. Porém o elefante, embora agora com força descomunal, continua amarrado. Preso em sua própria desistência. Atado à sua própria derrota e incapacidade.

 

Bullying funciona dessa forma. Você está sozinho, excluído, atado a correntes mais fortes que você e em certo ponto seu único modo de se libertar é aceitar os nós ou sair disso, de uma forma ou de outra. Geralmente é de outra…

Não é novidade para ninguém uma notícia de que um adolescente atirou nos colegas de sala e então se matou. Infelizmente isso é corriqueiro.  Mas alguém que revidou? ISSO é novidade. ISSO é heróico. Quantas pessoas enquanto viam o vídeo não pensavam: Sinto-me vingada! Ele esta certo!  Eu mesma fui uma dessas. Vi tudo chorando e pensando: Como eu queria ter tido coragem de fazer isso. Por que nunca fiz isso?

Eu estava com correntes a minha volta. Muitos ainda estão nesse exato momento. Quantos agirão como Casey? Quantos puxarão o gatilho?

Só que hoje sou adepta dos valores ELIanos. Sou da paz e tento não viver em função do ego ou do orgulho. Tento fazer o certo, como muitos outros. Não só porque XENA me tocou e me ensinou que violência é em ultimo caso. Adie o quanto puder. Mas também porque os resultados de um ato violento, ainda que em auto defesa, podem ser carregados eternamente. A exemplo de Gabrielle e seu primeiro assassinato. A exemplo de Xena que se vingou do mundo pela morte de seu irmão e também carregou o fardo do arrependimento. Ainda assim assisto ao vídeo e sinto alívio. Sinto alívio porque alguém se mexeu, alguém fez alguma coisa. Alguém se libertou por mim.

E então vem na minha cabeça Seeds of Faith – Sementes da fé – onde os discípulos de Eli pregam: os deuses governam através do medo! E não é que eu queira debater métodos de pregação e adoração. Somente ressaltar que o medo é o que permite os fracos agirem.  Eis as frases que marcam o centésimo episódio da série:

 Não é preciso uma adaga sagrada, o amor é a única arma que precisamos.

Eli

 

 Meu coração diz que tudo que você fala está certo e faz sentido.  Mas então minha cabeça também diz que às vezes a única resposta é lutar.

Gabrielle

 

Eli pensa que pode parar um exército com palavras amáveis. Bem, ele não pode.

Xena

 

A única razão que leva pessoas como Eli existirem é porque pessoas como nós estamos ali para defendê-las quando elas não podem.

Xena

 

Então Ares está certo? O futuro sempre será moldado pelos guerreiros.

Gabrielle

 

Então qual seu papel na sociedade, qual MEU papel? Como devo me portar ante a violência? Puxo o gatilho? Enfrento o deus da Guerra? Dou a outra face ou beijo a de meu inimigo?

E pra quem ainda não entendeu o que uma coisa tem a ver com a outra. Ou ainda se eu acho que Casey agiu certo ou não. Bem, eu realmente não sei se agiu. De fato ele REAGIU. Ele se tornou um herói mundial, recebeu apoio de todos. Foi a única saída que todos viram.

E não é que eu recrimine nem nada. O triste é ver o vídeo e perceber o extremo que Casey teve de chegar para ser ouvido, para receber a devida ajuda e atenção. Triste é ver pais pensando o que o fariam se fosse com seus filhos. O que teriam dito. Triste é ver que ainda haverá muitos sempre presos às correntes. E no dia a dia não há princesas guerreira para defender esses oprimidos. Então o que nos resta?

Lembro-me que há algum tempo atrás um desses casos de estudantes das escolas dos EUA era fã de Marilyn Mason. E resolveram pegar o artista para Cristo. Praticamente todo país colocou a culpa nele e a mídia sufocou-se de dinheiro em cima do tema. Então um dia resolveram perguntar o que o Marilyn teria DITO para esses jovens tão perturbados. O que ele falaria de diferente que ele acha q faltou dizer por parte dos pais. Então ele deu a resposta que acredito ser a mesma para esse caso e para tantos outros:

-Eu não teria dito nada… Eu os teria ESCUTADO.

 

Link do Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=6r23jIeb_Q8

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

ENCHENDO A CARA EM XWP

Comentários

 

Por Robson

 

 

Uma análise do álcool

  

 

Embora muita gente não saiba, o álcool é considerado uma droga psicotrópica, ou seja, ela atua sobre o nosso cérebro, alterando dos mais diversos modos o nosso comportamento, além de ter potencial para desenvolver dependência.

 

Psico = vem do grego: psiquismoo que sentimos, fazemos e pensamos, enfim, o que cada um é.

Trópico = tropismoter atração por.

 

O álcool é uma das poucas drogas que tem seu consumo admitido e até mesmo recomendado pela sociedade, através de propagandas atraentes repletas de modelos sensuais.

 

FATORES QUE LEVAM AO PRIMEIRO CONTATO COM O ÁLCOOL

 

Espírito de grupo: principalmente na adolescência, onde ninguém deseja ser apontado como “freak” ou “nerd“.

 

Curiosidade: “O pessoal fala tanto no assunto, como será que é?”. Típico caso de maria-vai-com-as-outras.

 

Cultura: em algumas sociedades começa-se a beber ainda criança.

 

Incentivo dos pais: os velhos bebem e dão aos filhos para que provem. (Muito bonito! # Xuxa Verde feelings)

 

Orientação médica: lembram de quando você era pequeno e comia pouquinho? Aí a mamãe vinha e dava uma colherinha de Biotônico Fontoura a fim de abrir o seu apetite. Por incrível que pareça, Biotônico estimula dependência!

 

Outros fatores sociais: anúncios de TV são exemplos da estratégia da indústria do álcool para seduzir seus consumidores.

 

FATORES QUE LEVAM À CONTINUIDADE DO CONSUMO ALCOÓLICO

 

Predisposição Orgânica: caracterizada principalmente pela tolerância. Quanto mais se bebe, maior resistência se desenvolve, e mais difícil se torna abandonar o consumo.

 

Benefícios: fatores sociais que reforçam o uso, ou seja, para firmar a imagem, a reputação do sujeito, como se este fosse membro de uma classe elitizada: “Eu bebo, saio no volante da minha máquina, com minha gostosa do lado, cabelos ao vento!”

 

 

AS FASES DO ÁLCOOL

 

1ª fase: ALEGRIA – você começa a rir de coisas banais, como o cotovelo do garçom. Passa a explicar as piadas, como se ninguém mais além de você tivesse entendido a graça. Então o espírito humorista baixa em você: agora você é o palhaço, a mesa é o seu picadeiro e acha que seus amigos têm de aplaudir seu notável talento para comédia;

 

2ª fase: NEGAÇÃO – apesar de você estar pra lá de Bagdá, você continua jurando diante da cruz que está sóbrio, enquanto tenta fazer um 4 com as pernas;

 

3ª fase: AMIZADE – você já virou amigo de todo mundo: do barman, do tio mendigo, dos inimigos…

 

4ª fase: CEGUEIRA – essa fase é muito crítica, pois nesse momento você já começa a achar todo mundo bonito;

 

5ª fase: INVISÍVEL – nesse ponto, você acha que ninguém está te vendo, portanto, faz cagadas achando que ninguém nem percebeu, quando na verdade todo mundo está te olhando!

 

6ª fase: MOMENTO DA VERDADE – estágio perigoso, a bebida entra, a verdade sai: você começa a dizer tudo que pensa na cara de todo mundo;

 

7ª fase:NOSTALGIA – nessa etapa, você chora dizendo que todo mundo ali é seu amigo do peito e não sabe o que faria da vida sem eles. É nessa fase também que as pessoas começam a ligar para os ex-namorados;

 

8ª fase: LÍNGUAS – é a hora de falar inglês, espanhol, aramaico…

 

9ª fase: DEPRESSÃO – ninguém te compreende, você é a vítima das situações, nada dá certo na sua vida…

 

10ª fase: AMNÉSIA – depois de TODAS as merdas feitas e ditas, você não se lembra de nada!

 

MOTIVOS QUE LEVAM A PESSOA A BEBER

 

Integração em tribos: a criatura entra na adolescência, e seu maior medo é ficar de fora dos grupinhos populares. Convencido de que é suicídio social ficar “sobrando”, o moleque passa a absorver o estilo dos glamourosos das seitas, praticando seus hábitos, e o mais recorrente pra se mostrar descolado é virar o gargalo na goela.

 

A mãe se despede da filha comportada, que diz que vai dormir na casa da amiga para uma Noite do Pijama e de estudos. Mães, acordem, século XXI aí! Papo furado que sua filha vai passar a noite vestindo pijamas ou pegando em livros! Ela vai é pra balada, usando a menor quantidade de peças de roupa que ela puder. E vai beber até esquecer o próprio nome.

 

 

O álcool opera metamorfoses: anjos guardam a auréola no bolso e metem a coroa de chifrinhos na cabeça. Os “certinhos”, no final das contas, perdem toda a diversão.

 

 

Pobreza: o que mais se vê nas ruas populares das grandes cidades são homens atirados nas calçadas, em camas de jornal e papelão, homens que até dão um jeito de ganhar uns trocados, mas investem tudo em pinga, privando-se, muitas vezes, até de comer. Preferem embriagar a mente do que rechear o estômago.

 

 

Luto: a morte de uma pessoa querida obriga seus parentes e amigos a buscarem meios de lidarem com a dor da perda, e o álcool acaba sendo o refúgio a que muitos se entregam para não mais sofrerem, uma vez que ele funciona como agente entorpecente dos sentidos. Joxer optou por cair de trago depois que Gabrielle “morreu” no poço de lava.

 

 

 

Resistência ao frio: dependendo do tipo de bebida, o álcool aquece o corpo. Há misturas que descem queimando, e foi justamente de uma dessas que Xena precisou no frio de Higuchi enquanto carregava as cinzas de Akemi.

 

 

 

Estímulo para a coragem: existem pessoas que têm sua libido elevada quando bebem bastante, e há outras que simplesmente “murcham”. Ares, no caso da foto abaixo, viu uma Xena completamente nua na sua frente, e deu uma boa golada antes de partir pra ação!

 

 

 

Traição:

 

Garçom! Aqui!

Nessa mesa de bar

Você já cansou de escutar

Centenas de casos de amor…

 

Garçom!

No bar todo mundo é igual

Meu caso é mais um, é banal

Mas preste atenção por favor…”

 

Sempre tem aquele infeliz que recebeu uma galhada na cabeça em função do comportamento promíscuo de seu cônjuge, e vai afogar as mágoas na tentativa de resgatar seu orgulho no fundo de um copo de cerveja barata.

 

Táticas de persuasão: existe uma máfia que embebeda os outros, a fim de extrair “benefícios” da pessoa indefesa (confissões, carinhos, etc). Xena deu um jeito de fazer Lúcifer pecar 7 vezes, e o álcool obviamente apareceu como instrumento de seus métodos.

 

 

Já Virgílio, que de bobo só tinha a cara, resolveu embebedar Gabrielle para que pudessem ficar mais à vontade… Sempre bom tirar a camisa para deixar a conversa mais “leve”.

 

 

Como ferramenta de defesa/ataque + técnica artística: esta opção requer certa habilidade física, prática mesmo, então não tente reproduzir isso em casa. Uma das coisas mais radicais que Xena faz é ingerir uma golada de álcool e cuspir contra uma tocha, para botar fogo em seus oponentes. Além de dar-lhe uma boa vantagem na luta, o Breath of Fire é visualmente belo.

 

 

 

A VISÃO DISTORCIDA: um dos efeitos do álcool no organismo

 

Imagine se aquele mulherão passa por você na balada, te lançando aquele olhar 43, e você está tão mamado que só enxerga uma névoa diante da cara! Se deu mal!

 

E já pensou se teu anjo da guarda desce na sua frente para te dar uma mensagem de importância vital, algo tipo “a salvação do mundo depende de você”, e você nem está com suas faculdades mentais em ordem para notar que aquele ser celestial ali presente, incumbido de te proteger, não é um mero baladeiro de festa à fantasia.

 

 

O álcool também é chamado popularmente de “embelezador”. Isso porque ele tem o poder de transformar tudo à sua volta em elementos de fantástica beleza… Visualize a seguinte situação:

 

A festa atingiu seu auge, e você está se esfregando naquele deus grego gostoso. No dia seguinte, caminhando com seu amigo pelo shopping, vocês passam por um grupo de jovens, onde um deles, mais feio que barraco carioca descendo o morro em dia de dilúvio, fica abanando cheio dos sorrisinhos pra você. E você pergunta pro teu amigo: “Da onde é que aquele tribufu me conhece?” Até que seu amigo, gargalhando, te diz: “Então o São Jorge aqui não se lembra dos dragões que mata? Esse cara que passou ali foi aquele que você pegou noite passada!” Aí você corre pra casa e lava a boca (e o resto do corpo) com vinagre!

 

Portanto, CUIDADO: a bebida OBRIGA você a sair fazendo caridade por aí! Lembre-se que você tem uma reputação a zelar!

 

 

E se você é do tipo que seleciona as pessoas que você beija pela idade delas, novo alerta sobre os efeitos do álcool: quando você bebe exageradamente, corre o risco de perder a percepção da fisionomia dos outros, de modo que pensa estar abraçado com aquela gatinha, mas as pessoas ao seu redor vão dizer que você está estudando geriatria enquanto segura aquela múmia nos braços. Isso porque o álcool te faz enxergar as pessoas como se elas fossem um “pouquinho” mais jovens do que na realidade são.

 

 

A festa tá passando, e você não pegou ninguém, por uma série de razões: ou você é covarde, ou é tímido, ou panaca, ou cagão, ou… Daí chega uma hora que você se cansa dessa seca, vira litros de álcool na goela, e de repente você é o Popeye fazendo a digestão do espinafre: você é másculo, corajoso, um verdadeiro vicking. Daí, tropeçando nos próprios cadarços, você se aproxima daquela moça com quem você ficou trocando olhares na última meia hora. Ela parece ser do tipo difícil, esnobe, com as mãos na cintura, rodeada de amigos. Mas você é Conan, o bárbaro, e vai pegar aquela galinha. Mas lá pelo meio da pegação, você nota que a galinha… TEM UM PINTO!!!

 

 

Então, uma moral pra essa história: prefira passar sua noite de balada deparando-se com barangas, do que encher a cara e enxergar princesas em toda parte! Você pode estar recebendo crédito divino dando felicidade a urubus, mas sua reputação aqui na Terra desce pelo ralo!

 

 

O AMIGO BÊBADO: todo mundo tem um¬¬

 

Sai pra lá, se manca ,vê se me esquece

Não aguento mais, já estou com stress

 

Se dou a mão, quer logo o pé

Isso me aborrece

Sai pra lá, bicão! Sai pra lá, mané”

Vê se desaparece…

 

Sai da minha aba, sai pra lá!

Sem essa de não poder me ver…”

 

Você está lá, no bem-bom, e aquele seu amigo chato aparece e fica grudado em você: quer a sua comanda emprestada, um gole da sua bebida, pede pra ser apresentado ao seu ficante… P#%*!, vá abraçar a Alti! E depois é você quem tem que juntar do chão o miserável e metê-lo dentro de um táxi.

 

 

DE COPO NA MÃO: a pose do socialite e a do baixa-renda

 

O socialite é aquele que chega na festa, agarra uma taça e fica a noite inteira com ela sempre junto dos lábios, distribuindo olhares de desprezo para a roupa de todo mundo, e fazendo a egípcia para os menos abastados.

 

 

Já o baixa-renda é o típico arroz de festa. Vai ter balada open bar? Lá está ele. Folia com entrada liberada até a meia-noite? Olha ele lá. Esbarrando em todo mundo, dando vexame no banheiro, vomitando nas próprias canelas enquanto tenta manter o equilíbrio do copo na mão… E você rezando pra que ninguém perceba que você conhece aquela figura simplória…

 

 

OS APORRINHADORES MORALISTAS

 

Existe aquele pessoal que não bebe. Geralmente são uns malas-sem-alça que ficam policiando a taxa de álcool que você manda pra dentro do seu organismo. Se acham governadores no palanque, discursam sobre ética e moral, e passam 80% da festa chupando canudinhos coloridos de suas bebidas cheias de glicose arco-íris.

 

 

BEBENDO ENTRE AMIGOS

 

Vâmu simbora

Prum bar

Beber, cair e levantar!

Beber, cair e levantar!

Beber, cair e levantar!”

 

Coisa boa é ir pro barzinho com os amigos e jogar conversa fora. Melhor ainda é se o papo é sobre Xena! Tá certo que barzinho nem sempre é sinônimo de álcool, mas para aqueles que não dispensam uma birita, a vantagem de estar num grupo de conhecidos é que um deles pode se manter sóbrio para levar a galera pra casa depois. Lembrem-se: SE BEBER, NÃO DIRIJA.

 

 

 

UM BRINDE!

 

Álcool está presente em muitas datas comemorativas, mas consumi-lo requer certo requinte. Seja no Natal ou no Reveillon, uma boa sidra com os familiares sempre cai bem. O que não pode cair é você! Beba com moderação para não se tornar fardo para seus parentes. E só por garantia, mantenha-se longe da sarjeta.

 

 

 

Vou ficando por aqui, e já que o texto foi sobre ÁLCOOL, faço um brinde a 3 grandes amigas minhas do fandom, às quais dedico este artigo: Déh, Diéli e Thalita! Gurias, sei que vocês entendem do assunto! Até o próximo papo de bar!

 

DISCLAIMER: nenhum bafômetro foi necessário durante a produção deste artigo.

 

Robson

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

A sonoplastia de Xena

Comentários

 

Por Mary Anne 

[email protected]

Xena Warrior Princess se tornou uma série única e com grande destaque por vários motivos. Alguns dizem ser a mistura de estilos, a ousadia em “quebrar regras”, a salada mitológica, ou ainda as beldades que apareceram na tela por 6 anos chutando as bundas de marmanjos e bitches.

Seria difícil definir qual foi o elemento X (sem trocadilhos) responsável pelo destaque, mas vale afirmar que se apenas um deles fosse retirado, a série não seria o que foi. E um desses elementos importantes que contribuiu para a formação de Xena, foi sua sonoplastia.

Sabe aquele som típico de movimento? O famoso “whoosh”? Adorado por uns, odiados por outro que o consideram brega e tosco, todos tem que convir que XWP sem whoosh não é a mesma série. Assim como o som das armas batendo, o som do chakram ricocheteando e tantos outros que fazem essa salada sonora que a série se tornou.

Foi no episódio Callisto que a equipe produtora passou a tomar um cuidado mais especial com a sonoplastia de Xena.  Numa discussão entre Bernadette Joyce, Liz Friedmann e os técnicos da Digital Sound and Picture, Jason Schmid e Tim Boggs, chegou-se num acordo que a introdução de uma nova vilã da série devia ser marcante e uma das ferramentas para isso estava nos sons que a rodeariam.

O crepitar das fogueiras, os gritos de aldeões, o galopar dos cavalos… Tudo era cuidadosamente trabalhado para tornar Xena não apenas um conjunto de imagem e enredo, mas uma verdadeira experiência de sensações.

Às vezes os sons estão lá e até nos passam despercebidos, mas se fossem retirados as cenas perderiam 50% da graça. Quem não se lembra de Gabrielle “maltratando” o nariz de Joxer no episódio Callisto?

Basicamente, os únicos sons originais das filmagens mantidos eram os diálogos, e mesmo eles muitas vezes precisavam ser refeitos em estúdio devido a interferências da natureza como vento, trovões ou barulho de veículos próximos e aviões passando.

De acordo com Joyce “A redublagem é difícil para os atores porque você tem duas coisas pra lidar: Uma é a sincronia e a outra é a performance. É muito difícil conseguir aquela espontaneidade e emoção que se tem na produção entre as quatro paredes de um estúdio com um microfone.”. Daí já dá pra ter uma idéia de porque nossos dubladores brasileiros merecem tanto reconhecimento né?

Em Xena, um grupo de 4 ou 5 artistas de som eram responsáveis pelos mais variados efeitos, como bater de asas, barulho de tecido voando ao vento, cavalgar, batidas, metal de espadas tinindo e o famoso WHOOSH  das cenas de ação, o qual era feito com nada mais nada menos do que uma varetinha de bambu.

 

Mas por que WHOOSH? O som foi produzido especialmente para ecoar os movimentos de produções de Hong Kong, sim, aqueles de artes marciais onde mãos e pés são armas letais e fazem muito barulho em cena.

Um exemplo disso pode ser visto no vídeo:

A propósito, as cenas lembram de algo?

Bernadette Joyce explica aos fãs: “Por Xena não ter os superpoderes e a força de Hércules, nós adicionamos whooshes pra acelerá-la. Ou se alguém está prestes a ser morto e ela vira a cabeça pra salvá-lo, nós também colocamos um whoosh. Nós não colocamos whooshes pra qualquer coisa, mas fazendo em momentos chaves ou quando é necessário fazê-la parecer mais rápida e forte”.

Em algum ponto da segunda temporada, temendo banalizar o som, os produtores concordaram em diminuir sua incidência, guardando-o apenas para momentos mais dramáticos, mas nos fóruns de internet da época surgiu a conversa de que “Xena começava a soar como as outras séries”  o que causou entre os técnicos de som um longo debate de “usar ou não usar o whoosh”.

Um dos mais complexos efeitos sonoros de Xena, sem dúvida foi o som do chakram enquanto corta, bate, ricocheteia e faz todas suas peripécias. Ele é uma mescla de cerca de 50 a 60 sons diferentes, modificados em velocidade e som. Entre os mesmos,  até mesmo o som de bombinhas (conhecidas como traques) e pasmem, até gritos de lêmures.

 

O processo de mixagem de diálogo, música (sob a responsabilidade do mestre Lo Duca) e toda essa parafernália de sons durava cerca de três dias para cada episódio.

Uma curiosidade um pouco engraçada são os murmúrios de multidão de extras, como por exemplo a multidão de Sins of the Past ou até mesmo a platéia de Here She Comes miss Amphipolis. Quem acha que o burburinho não compreensível que todo aquele povo fazia tinha algum sentido, engana-se. Se tratava apenas de algumas palavras específicas repetidas aleatóriamente como “walla, walla, walla” ou “rubarb”.

Era crença geral entre os produtores que o som certo ou a música certa poderia melhorar (ou até salvar) qualquer cena. Um exemplo disso era quando eles filmavam algo em cima da hora e alguma cena não saia exatamente como era pra ser, e Tapert, despreocupado, apenas diziam “Deixa pra lá, o Lo Duca dá um jeito nisso”.

E a gente não pode concordar mais!

 

Bibliografia:

WEISBROT, Robert. The Official Guide to the Xenaverse. Double Day: New York, 1998.

 

 

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Curso de estrutura de roteiro capítulo 4

Comentários

Aprendendo linguagem cinematográfica com Xena

SSenaT

Aula 4 – Compondo a sua história

O Tempo Dramático

Na ficção, a relação de tempo e espaço é diferente a da nossa realidade. Lembremos que a linguagem cênica busca retratar a vida, porém o que ela nos oferece é apenas uma ilusão dela. Também já sabemos que toda história tem o seu começo, o seu meio e o seu fim e que o modo mais comum de uma história ser contada é seguindo esta mesma ordem. Mas, quando contamos uma história somos como deuses e temos a liberdade de dispor os eventos e as ações em uma ordem cronológica não-linear, ou seja, o roteirista pode, em qualquer momento, manipular o tempo retrocedendo ou avançando o olhar do espectador.

Tempo linear

É quando o tempo, o espaço e os personagens são apresentados seguindo a lógica do tempo real e as ações ocorrem cronologicamente nesta ordem: o começo, o meio e o fim. Numa narrativa de tempo linear os fatos obedecem esta ordem.

Tempo não-linear

A estrutura de enredo não-linear é quando uma história segue uma linha de tempo irregular. As cenas desenvolvem-se descontinuamente, com saltos, antecipações, retrospectivas (flash-baks), cortes e rupturas efetuando saltos de tempo e espaço. Estes efeitos deslocam o olhar do espectador para o passado, para o presente ou para o futuro conforme for a necessidade da trama.

 

Muitos roteiros podem começar a contar uma história pelo seu meio ou final. Jorge Lucas começou a contar-nos a saga de “Star Wars” pelo capítulo IV; O filme “Amores possíveis de Sandra Werneck (2001)” conta-nos as diversas variantes da história de um casal em um tempo dramático que avança e retrocede o tempo todo.

Estruturas de roteiro montadas em tempo não-linear podem exigir muita atenção, pois podem se tornar o enredo muito complexo acabando por confundir o público ou ocasionando erros estruturais de lógica e continuísmo.

Elipse – Salto no tempo e no espaço (Leapfrog)

Muitas vezes também o roteiro salta no tempo e no espaço, não por estilo do roteirista, mas por medida de funcionalidade. Por exemplo: em “Purity” – XWP, quando Xena está na Grécia e decide ir até a China com Gabrielle, Joxer e Argo certamente naquela época uma viagem deste tipo levaria meses ou anos. Neste espaço de tempo é bem provável que elas enfrentariam muitas outras aventuras na estrada até chegar à China. Porém, estes fatos são totalmente descartados, pois a trama central deste episódio é centrada apenas nos fatos que ocorrem na China. É por isso que de uma cena para outras elas saltam de um continente para outro num piscar de olhos sem precisar nem ao menos trocar de roupas. Os roteiristas americanos chamam estes deslocamentos no tempo e no espaço de leapfrog (salto da rã).

Passagem de tempo

 

No cinema, e bem comum as passagens de intervalo de tempos serem marcadas por letreiros como: “Três anos mais tarde…”; “No dia seguinte…”; “Seis meses depois…” etc. Mas, às vezes os diretores e roteiristas conseguem ser bem criativos: No filme “Notting Hill” (1999), para demonstrar ao público que um ano inteiro se passou, enquanto o personagem de Hugh Grand vaga solitário, enquadrado num travelling contínuo, de sua casa até a livraria o ambiente da rua visivelmente vai alterando conforme o clima das estações do ano. É interessante notar que a grávida do início da cena é a mesma mulher que está com uma criança no colo ao final dela.

Narrativa Inversa

 

É quando a narrativa cronológica corre linearmente de trás para frente. O filme “Amnésia”(2000) a história é contada em narrativa inversa. Também o curta de animação “T.R.A.N.S.I.T”.(1997) narra a história real de um assassinato passional sendo a trama contada de trás para a frente.

Tempo Psicológico

No processo de montagem de um filme podem ser aplicados diversos efeitos visuais que transmitem ao público a noção do tempo psicológico. Assim, demonstrando a distorção da percepção de um personagem provocada por determinada ação.

Por exemplo: em “The Matrix” (1999), quando Neo alcança o seu pleno poder dentro da Matrix, os golpes dos agentes Smiths tornam-se para ele tão lentos que ele demonstra estar entediado com a luta.

 

E em “Ides of March”, quando Xena é fatalmente atingida, Gabrielle observa-a caindo lentamente ao solo e sendo atacada por um soldado romano. A cena ocorre em câmera lenta para enfatizar o clima angustiante da cena. Mas, quando Gabrielle reage atirando uma lança no soldado a câmera dispara efetuando um efeito chicote para ampliar a noção do impacto da lança no corpo do soldado.

Tempo Pleonástico

 

Uma determinada cena ou som é repetido para enfetizar uma ação na trama. Em “Terra em Transe”(1967) Glauber Rocha repetiu por três vezes a entrada da personagem de Glauce Rocha na redação do jornal para enfatizar o impacto da entrada daquela mulher na vida do protagonista. Na época muitos críticos de cinema acharam que tratava-se de um erro de montagem, porém Glauber Rocha já havia aplicado este mesmo efeito em “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) na cena da morte de Corisco. Quentin Tarantino em “Pulp Fiction” (1994), repetiu este efeito em uma cena de execução para enfatizar o efeito dramático da cena. Também em “Kil Bill” (2003), certa música de fundo possui tons agudos, longos e repetitivos que retomam o célebre efeito sonoro que antecedia as facadas de “Psicose” (1960) de Alfred Hitchcock.

Tempo Paralelo

Normalmente um filme apresenta uma história principal sendo composta por diversas histórias paralelas. As diversas ações destas histórias vão se revezando na tela para estruturar um mosaico final. Muitas destas ações podem acontecer em tempo simultâneo. Para isso, as ações são mostradas com recursos de efeito de tempo paralelo.

Por exemplo:

 

É bem comum na série “24 Horas” que num mesmo momento em que Jack Bauer está na rua detonando alguns terroristas a sua amiguinha Chloe está na UCT bisbilhotando com seu computador e o presidente está na Casa Branca planejando mais alguma tramóia. Para demonstrar que estes eventos estão ocorrendo ao mesmo tempo a cena vez por outra é dividida em diversos quadros, cada uma com uma cena distinta.

 

Outro bom exemplo ocorre em “Grease” (1978) na célebre cena da canção “Summer Nighits”, quando o rebelde Danny gaba-se a respeito da sua última conquista nas férias e a ingênua Sandy relata o seu romance do último verão. Na série XWP, o efeito de tempo paralelo pode ser visto em “The Bitter Suite”: Nas cenas alternadas em que Gabrielle está na Potédia de Ilusia sendo conclamada pelos aldeões a seguir em defesa da paz e Xena, no império de Ares, é incitada por seus guerreiros a combater por vingança.

Definindo e formando os personagens

Também já sabemos que antes de começar a escrever temos de conhecer bem quem será o protagonista e todos os demais personagens da trama. O protagonista é o ponto central da história. Independente que ele seja bom ou maligno é importante que o protagonista seja crível. Como já afirmando antes:

 

… se a personagem que se pretende imitar é por si incoerente, convém que permaneça incoerente coerentemente” – Aristóteles

 

Um personagem principal até pode ser um vilão e nem sempre ele sabe que é do mal. Às vezes ele é mau por razões psicológicas que merecem a compreensão do espectador, por exemplo: o Dexter que só mata quem não presta segundo a sua ética. Por sua vez, o antagonista será tecnicamente o oposto do protagonista, portanto, fica muito mais fácil criá-lo quando já temos definido o protagonista. Um bom antagonista deve ser tão complexo quando o protagonista e a sua personalidade deve ser bem irritante; a ponto de atiçar os brios do espectador.

Conhecendo a personalidade de cada personagem

Para criar cada personagem parte-se de dois pontos de observação: interior e exterior. Se conhecermos bem um personagem, poderemos descrevê-lo com mais facilidade; mas não com adjetivos e sim por intermédio das suas ações. Um roteiro deve ser visual, não adianta nada escrever no roteiro que Alti é malvada, má e perversa.

 

Notemos que o seriado XWP descreve a personalidade maligna de Alti demonstrando suas ações. Como por exemplo: Enquanto Alti mentalmente provoca dores insuportáveis em Gabrielle ela olha sorridente para a sua vítima.

Conhecendo bem um personagem o roteirista pode criar conflitos ideais para alcançar o seu objetivo de impactar o espectador. Os personagens devem refletir pessoas do mundo real com suas virtudes e fraquezas. Lembremos que ninguém é perfeito. Para um roteirista é gratificante ouvir do público: “Conheço alguém igualzinho àquele personagem.”. Isso é o que chamamos de empatia.

Ao criar seus personagens, é importante também trabalhar a psiquê dos secundários, pois alguns podem participar de fatos importantes da trama e roubar muitas cenas.

Nota: Personagens não são caricaturas nem estereótipos, estes arcabouços só são válidos para compor personagens de comédias ou figurantes.

Entreviste os seus personagens

Uma boa receita para criar personagens é elaborar um arquivo de informações contendo fichas para cada personagem da trama. E para conhecer bem os personagens preenchemos estas fichas entrevistando cada um deles. Importante: As respostas devem ser mentalizadas em palavras conforme o próprio personagem iria te responder. Assim a personalidade dele aos poucos irá se revelar em sua mente:

– Qual é o seu nome completo?

– Como foi a sua infância e juventude?

– Tem algum trauma de infância ou sequelas de algum acidente?

– Como é o seu o tipo físico e aparência?

– Como você se veste?

– Tem alguma mania ou cacoete?

– Quais são as suas virtudes?

– Quais são as suas fraquezas?

– Você resolve os seus problemas usando suas emoções, o seu pensamento lógico ou apenas segue seus instintos?

– Qual é o seu signo? (Se temos conhecimentos sobre os arquétipos da astrologia, só nesta questão pode-se tirar todo um leque de respostas sobre a personalidade da personagem.)

– Qual é a sua crença religiosa?

– Qual é a sua linha política?

– Qual é a sua sexualidade?

– Quais são seus hobbies?

– Quais são os seus vícios?

– Você é moralista ou amoral, você é ético ou nem sabe o que significa isto?

– O que você acha engraçado e/ou prazeroso?

– Como é o seu temperamento?

– Você leva a vida a sério ou age como uma criança a maior parte do tempo?

– O que mais te importa?

– O que mais te motiva?

– Do que ou de quem você tem medo?

– Como você reage diante do perigo?

Conhecendo o exterior

O meio em que vive também exerce influência sobre os seus personagens. Assim pode-se definir melhor o seu linguajar, sotaque, cultura etc.

– Onde você nasceu?

– Onde e como é o local em que você vive?

– Onde você passa seus tempos vagos?

– Como é a sua família?

– Como você se sente em relação sua família?

– Como são os seus amigos?

– Você pratica algum esporte?

– Que tipo de profissional você é?

– Você sabe trabalhar em equipe?

– Você é querido pelos companheiros de trabalho?

 

Só então, quando tivermos as respostas destes questionários poderemos sentir que conhecemos bem os personagens, então eles ganharão vida em nossas mentes e os diálogos travados entre eles saltarão direto para o papel.

A Essência do personagem

Para Syd Field, são quatro os elementos que moldam a psiquê de um personagem: 1 – necessidade dramática, 2 – ponto de vista, 3 – mudança e 4 – atitude.

1 – Necessidade dramática

É o que o personagem busca e mais anseia; é o seu objetivo principal. Pode ser vencer uma corrida; reconquistar a sua felicidade; conquistar o amor de uma mulher; achar um tesouro; roubar um banco etc. Em XWP, a necessidade dramática de Xena é fugir do seu vil passado; a de Gabrielle é a de estar ao lado de Xena fugindo de um destino medíocre como aldeã; a de Callisto é a busca insana por vingança e a de Joxer se tornar um valoroso guerreiro.

2 – Ponto de Vista

Um bom personagem tem um ponto de vista forte que o leva a agir coerentemente. Qual o ponto de vista de Gabrielle? Conforme o seriado vai avançando o seu ponto de vista sensivelmente vai evoluindo, porém sempre firma-se na busca do amor e paz para todos. Um bom personagem faz o espectador ver o mundo com os olhos dele.

3 – Mudança

Em sua história o herói passa por alguma mudança? Xena muda de guerreira de passado perverso para heroína do bem. Geralmente o personagem central além de mudar, pode provocar transformações em outros que o cercam. Ainda observando Gabrielle, podemos destacar diversas mudanças nela conforme o passar das temporadas. Ela passa de ajudante irritante à aprendiz de guerreira com o bastão; de princesa à rainha amazona; de seguidora pacifista de Eli à guerreira dos sais. Por sua vez, Callisto também evolui de guerreira louca e assassina para deusa maligna, mais tarde de mensageira do mal para diaba e, por fim, anjo.

4 – Atitude

É como o personagem age em determinadas situações. Xena possui muitas habilidades, quando luta gosta de sorrir para desestabilizar seus oponentes, também gosta de saltar muito e soltar o seu grito de guerra; Callisto também tem o seu grito marcante, suas falas sarcásticas e os seus gestos de dedos; Joxer não é bom de luta, mas ajuda ou atrapalha da forma que pode e é sempre engraçado; Gabrielle luta com seu bastão, mas quando pode prefere resolver tudo na conversa.

Definindo o Narrador

Quando começamos a escrever é necessário também definir previamente quem irá narrar a história. Ele é inexistente, é um narrador que fala em off (não aparece) ou é alguém presente na história? Ele conversa diretamente ou indiretamente com o público ou apenas dá explicações básicas? (aqueles letreiros que surgem apenas para exibir no nome do local e o tempo em que a ação ocorre.) Ele é onisciente ou vai descobrindo os fatos conforme o espectador? O importante é que ele também seja sempre coerente e constante. Se a história começa com um narrador onisciente ele jamais poderá demonstrar surpresa. E se ele for um dos personagens não pode saber o que se passa na cabeça dos demais e muito menos antever as ações deles. Se alguém começa a contar a história de preferência é o próprio que deve terminá-la.

 

E em que ponto do tempo dramático o nosso narrador está? No passado quando a história apenas está começando ou no futuro, quando a história já aconteceu para ele. Em “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” o narrador é presente em uma história paralela. É um professor escocês do século XIX que dá aulas de História para sua pupila, neste caso a sua narrativa é indireta e ele está no nosso passando contando a história em um ponto de vista do futuro referente a historia que narra. (complicado não?) Em “Memórias Póstumas de Brás Cuba” (2001) o narrador é um defunto onisciente que fala diretamente ao espectador o desenrolar do seu próprio velório além de narrar fatos passados da sua vida. Em “You are there” – XWP o narrador é um jornalista sensacionalista, um dos personagens que vai desvendando a verdade dos fatos conforme do desenrolar da história.

Diálogos

O diálogo é uma função dos personagens, as suas falas ajudam a compô-los. O linguajar de um personagem deve refletir a sua realidade social. Um catador de papéis não verbaliza como um gerente de indústria e nem um professor universitário se expressa como um traficante do morro.

Alguns roteiristas costumam errar na dose ao colocar as suas crenças, críticas e comentários na boca dos personagens. Um personagem que pensa e fala por si só sempre será sempre mais forte, o roteirista deve preferencialmente conduzir os seus pontos de vista nos resultados das ações dos personagens e não nas suas falas. Melhor do que colocar a denuncia de um crime na fala de um personagem é mostrar que ele viu ou sofreu o crime, pois diálogo não é tudo, cinema é 90% imagem!

 

O poeta deve falar o menos possível por conta própria” – Aristóteles.

 

Os diálogos também servem para interligar cenas, pois uma pergunta muitas vezes é respondida na cena seguinte.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Curso de estrutura de roteiro capítulo 3

Comentários

Roteiro Para Cinema

SSenaT

Aula 3 – Criação

A ideia

Muitas vezes, quando tentamos começar a escrever uma história, caímos na armadilha do papel em branco. Recolhemo-nos em um lugar tranquilo, colocamos uma musiquinha inspiradora de fundo, uns biscoitinhos e um copão de refrí à mão… Mas, quando olhamos para o papel ou para a tela do computador… Nada sai! O tempo passa e… Nada! E, quando conseguimos escrever umas poucas linhas logo as apagamos, pois tudo estava muito ruim. Em desespero, tentamos escrever aleatoriamente qualquer coisa e até mesmo tentamos psicografar algo, mas esta técnica não é para qualquer um. Então colocamos a culpa da não cooperação das musas pela absoluta falta de inspiração divina ou começamos a nos sentir um lixo, concluindo que definitivamente não nascemos para esta coisa de escrever.

 

Até mesmo a barda Gabrielle já caiu nesta armadilha.

 

Isso ocorre quando caímos no erro de tentar começar o processo da escrita sem antes ter efetuado alguns procedimentos necessários. Começar a escrever a primeira página não é o primeiro passo, em verdade é um dos últimos dentro do processo criativo.

O primeiro passo é conceber a ideia da história na nossa mente. Inicialmente não é necessário escrever muito, no máximo fazer anotações para não perdermos nenhum detalhe para o maldito general esquecimento.

O segundo passo é conhecer bem todos os elementos que irão ser trabalhados na história. Portanto, temos antes que saber quem são os personagens; onde estão, estiveram e deverão estar a cada momento da trama. Como é possível descrever os ambientes se não conhecemos o universo dos personagens? Se não sabemos o que os personagens pensam e se não conhecemos os seus objetivos, como é possível imaginar diálogos entre eles? E se ainda não estabelecemos quando ocorrerão os fatos que interferirão na vida dos personagens, como iremos dispô-los na trama se ainda não temos a linha de tempo da história?

Ou seja, é muito difícil começar a contar uma história com uma página de diálogos sendo travada por desconhecidos em um lugar ignorado em uma história que nem ao menos sabemos como será o final dela. É por isso que tentar começar a escrever uma história sem antes tê-la pelo menos parcialmente na mente, geralmente é um gesto quase que inútil.

Capturando idéias

O gênio, em definitivo, não é mais do que aquele que possui a faculdade de perceber as coisas de maneira fora do habitual, ou de se adiantar aos tempos”. (Willian James, psicólogo americano do século XIX)

 

Ter ideias não é um fenômeno que apenas os gênios produzem. Qualquer ser pensante pode criar, existem diversas técnicas que ajudam a desenvolver a criatividade e a capturar as ideias.

A técnica mais famosa e a brainstorm (tempestade cerebral) muito utilizada pelos profissionais de marketing e de criação.

 

Em “Yes, Virginia, there is a Hercules – HLJ” os produtores do seriado tentam efetuar um desastroso brainstorm ao jeito deles.

 

Uma pessoa ou um grupo de pessoas se reúnem em um lugar tranqüilo e confortável. Ela ou eles começam a abordar um problema ou analisar um produto pelos mais diversos ângulos. Então os participantes começam a disparar as ideias que lhes vêm à cabeça. Toda e qualquer divagação, tola ou não é bem-vinda e deve ser registrada. Atitudes como censura ridicularizando ideias próprias ou alheias são absolutamente proibidas, porém, levantar piadas sobre o assunto pode, pois observar os fatos pelo lado irônico sempre é uma atitude criativa e, da mesma forma, alcançar o lado trágico delas também é. Um brainstorm não deve durar muito tempo, uma meia hora ou uns 45 minutos no máximo. Ao final dele, recolhem-se todas as anotações para que possam ser lidas e analisadas mais tarde de cabeça fria.

O próximo passo é esquecer; sair para o almoço; ocupar-se de outros afazeres ou ir ao cinema. Este aparente descanso é a fase mais importante do processo criativo. É chamada de “tempo de incubação”. O que a maioria das pessoas ignora é que quando temos um grande problema por ser resolvido o nosso cérebro nunca para de tentar solucioná-lo. Mesmo quando estamos distraídos com outros assuntos ou dormindo. Enquanto pensamos que esquecemos tudo o que foi levantado no brainstorm a nossa mente continua silenciosamente a ruminar e digerir todo o material da sessão de brainstorm.

Se no dia seguinte ainda não surgiu nenhuma ideia consulta-se as anotações do brainstorm para avaliar o que presta ou não e mais tarde ou faz-se mais um brainstorm de tempo mais curto.

Então, a qualquer momento pode manifestar-se a terceira fase do processo criativo. O insight. É o momento em que a ideia ou a solução de um problema aflora. É o célebre momento do grito de heureca!

Conta a lenda, que Arquimedes de Siracusa (matemático grego) estava repouso numa banheira, quando percebeu que o nível da água havia se elevado quando ele entrara nela. A mente dele juntou este evento com uma questão que já vinha sendo trabalhada em sua mente. Daí veio, como se fosse do nada, a solução em um lampejo. Conta-se que Arquimedes emocionado saiu completamente nu pelas ruas gritando Heureca! Heureca! (Achei! Achei!)

Dr. Sigmund Freud explica este processo assim: “A criatividade tem origem quando a parte consciente da personalidade (ego) se depara com um problema, uma frustração ou inquietação. Provocando um conflito dentro do inconsciente (id); mais cedo ou mais tarde o inconsciente produz uma solução para este conflito”. Teremos como resultado um comportamento criador.

 

“O homem feliz jamais fantasia, mas o insatisfeito sim; os instintos insatisfeitos são as forças impulsionadoras da fantasia e cada fantasia é a satisfação de desejos, uma retificação da realidade insatisfatória.” (Koestler)

 

 

Jeito Xena de efetuar um brainstrom

 

“Para que uma criação seja gerada, a mente criativa deve primeiramente se deparar com uma perturbação, uma frustração causada por um problema ou uma situação que não controla”. (E. Max Wertheimer – teórico da Gestald)

 

A criação nasce a partir da percepção de um problema em que a sua não-solução mostra-se incômoda. Este problema deve ser então abordado globalmente e não apenas por um ângulo. É por isso que nenhuma ideia tola deve ser ignorada em uma sessão de brainstorm. Assim, a mente acaba chegando a uma solução que restaura a paz interior.

As soluções criativas resultam, portanto, de um conjunto de ações mentais em busca da libertação de uma angústia. Com isso, observamos que o processo criativo é composto por três fases.

1 – Levantamento do problema (Tempo de pesquisa à brainstorm à provocando um conflito no ID.)

2 – Tempo de incubação (Tempo de ruminação e maturação da ideia pelo inconsciente.)

3 – Insight – a iluminação (Momento de afloramento da idéia ou solução pelo ego.)

Onde encontrar as ideias

Lewis Herman, roteirista americano, definiu que as ideias iniciais para um roteiro podem ser adquiridas por seis modos distintos:

1 – Ideias selecionadas – São captadas na experiência vivida, em fatos que o escritor testemunhou no passado. Seria o caso do escritor Jorge Amado já citado anteriormente no cap. 1;

2 – Ideias verbalizadas – São adquiridas quando alguém nos relata algum fato e o recontamos em um texto ou roteiro. Seria mais o caso dos textos de crônicas jornalísticas, documentários ou contos de origem testemunhais;

3 – Ideias lidas ou ideias grátis – São captadas nos jornais e revistas, reportagens policiais, fatos políticos ou históricos. São histórias pré-prontas apenas esperando para serem transformadas em texto ou roteiro. Diversos documentários e ficções nascem desta forma. Ex.: Adoniram Barbosa criou a letra de “Iracema” depois de ter lido uma notícia de jornal de um atropelamento fatal de uma mulher que ele nunca conheceu.

4 – Ideias transformadas – São novas histórias que recontam histórias clássicas com novos cenários e novos personagens. Ex.: “Uma linda Mulher” de certa forma é baseada no conto da Gata Borralheira. Por sua vez, “Kill Bill” tem muito a ver com a busca de vingança do “Conde de Monte Cristo”. As fanfics nascem desta forma, o seriado mãe já poupa o trabalho de criar o ambiente, a premissa dramática e os personagens principais. O fã criador tem apenas que introduzir a sua própria narrativa usando ou alterando estes elementos pré-prontos.

5 – Ideias solicitadas – São aquelas encomendadas por um produtor ou patrocinador: Elas já vêm pré-prontas, cabe apenas ao roteirista a missão de transformá-las em roteiro ao gosto do freges. Geralmente se baseiam em livros best-sellers ou sobre a vida de celebridades.

6 – Idéias procuradas – São aquelas encontradas a partir de pesquisa para descobrir o que o público alvo quer. As emissoras de televisão e agencias de publicidade usam muito desse recurso na criação dos seus produtos.

Um bom exemplo é o Filme “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995)”, também já citado anteriormente. Carla Camurati encontrou a ideia, pesquisou a fundo e percebeu que seria um bom momento para tratar o tema na época em que o Brasil se aproximava de comemorar quinhentos anos do seu descobrimento e os duzentos anos da vinda da família Real.

Story line (linha da história)

É a primeira etapa de elaboração do roteiro e deve resumir a história em poucas linhas (cinco no máximo). Na story line, o roteirista deve revelar apenas a premissa dramática, o conflito matriz de sua trama, esquecendo os adjetivos e abusando dos verbos, sempre no presente, ainda que a história seja contada no passado. São os verbos que mostram a ação dramática e seu desenvolvimento.

 

Exemplo de story line do L.O.R. (“O Senhor dos Anéis”):

Um grupo de guerreiros tem a missão de ajudar um orbit a transportar o Anel Um do poder por toda a Terra Média para que este seja destruído evitando que o poder do mal domine o seu mundo.”

 

Agora, se nos perguntam quem é este grupo de guerreiros? O que vêm a ser um orbit? O que é o Anel Um? Onde fica a Terra Média? E de onde provêm mal ameaçador? Isto tudo deve ser explicado na sinopse.

Sinopse ou Argumento

A sinopse é a segunda etapa após a story line e é direcionada a um seleto público alvo: produtores, diretores, patrocinadores e atores. Se a story line mostra o conflito da sua história é na sinopse ou argumento que os personagens são revelados. Existem dois tipos de sinopse: A curta e a abrangente. A primeira deve ter cerca de quatro páginas e a segunda, no máximo trinta.

Uma sinopse é o primeiro instrumento de contato com o produtor ou com o diretor e poderá ser usado também nas negociações com os patrocinadores. Com uma sinopse pronta é possível prever e orçar custos para a viabilização do projeto.

A sinopse é o resumo essencial da história, deve apresentar o tempo e espaço, (sem grandes detalhamentos) e os personagens principais com suas respectivas personalidades.

O que deve conter numa sinopse?

Para o roteirista brasileiro Doc Comparato: “Enquanto a “story line representa o quê (o conflito-matriz escolhido), a sinopse representa o quando (a temporalidade), o onde (a localização), o quem (as personagens) e, finalmente, o qual (a história que vamos contar)”.

Situando o tempo: Quando a história começa? Ela acontece num tempo contínuo, que salta ou que retrocede?

Situando o espaço: Onde a história acontece? Quais as características desse lugar? E qual é o contexto social e histórico do ambiente?

Identificando o protagonista e personagens de apoio: Quem é o protagonista da história? E quem é ou são os antagonistas? Ao lado do protagonista também atuam os personagens secundários que surgirão à medida que a trama se desenvolve. A sinopse também deve traçar o perfil dos personagens principais.

Importante!

Antes de apresentar uma sinopse ao mercado é importante registrá-la, pois mais do que ser uma proposta de produção cênica, é um produto comercial que pode alcançar um grande valor.

De qualquer parte do Brasil pode-se registrar sinopses, roteiros e livros na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, mediante o pagamento de uma taxa, preenchimento de um formulário e apresentar pelo menos uma cópia do roteiro, com sua rubrica em cada página.

ESCRITÓRIO DE DIREITOS AUTORAIS (EDA/FBN) – PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA – RUA DA IMPRENSA, 16 – SALAS 1205/10 – 12° ANDAR – CASTELO – CEP 20030-120 – RIO DE JANEIRO – RJ.

Storyboard

 

páginas do storyboard de “The Bitter Suite” – XWP

 

É um método de apresentação que foi desenvolvido pelos estúdios da Disney nos anos 30 para produção de animações. Embora alguns roteiristas gostem de ilustrar os seus roteiros o storyboard é elaborado por outros profissionais depois do roteiro ter sido concluído. É uma série ordenada de ilustrações que definem como deverá ser o ritmo e o enquadramento e o clima de cada cena da história em uma formatação muito parecida com a das histórias em quadrinhos.

Tem como finalidade a de pré-visualizar todas as passagens da história da forma mais próxima de como deverá acontecer na tela. Como ele, as pessoas envolvidas no projeto podem analisar e perceber melhor as nuances de cada sequência, como será o ritmo das tomadas, elaborando melhor a eficácia de cada cena. A imagem de um storyboard busca transmitir como será a imagem final,  no entanto, sem ser muito detalhada, pois a sua função mais importante é antever como será o clima de uma cena.

O recurso do storyboard é uma ferramenta relativamente barata para o diretor de fotografia ter uma pré-visualização do resultado final de uma produção cênica.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Curso de estrutura de roteiros capítulo 2

Comentários

Aprendendo linguagem cinematográfica com Xena

SSenaT

Aula 2 – As bases de um roteiro

O que é roteiro?

Roteiro ou screenplay (em inglês) é uma história contada por meio de sucessivas descrições de imagens e diálogos, sendo sequencialmente alocadas no contexto da estrutura dramática.

Um bom filme ocorre quando o público consegue assimilar tudo o que nele é mostrado, mesmo que não consiga compreender integralmente as falas dos personagens, pois são as imagens que prioritariamente contam a história e não os diálogos.

Para Aristóteles, a maior habilidade do poeta é como ele consegue coordenar os fatos para que o público sinta arrepios ou compaixão. É por isso que mesmo contando uma mesma história dois roteiros de autores distintos não apresentam a mesma carga emotiva.

Basicamente um roteiro clássico apresenta uma estrutura em três partes: 1 – o início (set-up ou exposição); 2 – o meio (development ou desenvolvimento) e 3 – o fim (resolution ou desenlace). Não necessariamente nessa ordem fugindo ao ritmo comum.

O roteiro também serve de guia para a execução do trabalho do diretor, dos atores e dos técnicos das várias equipes envolvidas numa produção cênica. Para isso, o roteiro deve conter todas as descrições narrativas e técnicas de tudo que deverá ser visto, ouvido e percebido pelo espectador. As descrições narrativas servem para orientar o diretor de elenco e os atores. As descrições técnicas servem para determinar o posicionamento das câmeras e luzes em cada cena além de orientar o trabalho dos demais técnicos de produção (diretor de fotografia, cenógrafo, figurinista, produtor de cena etc.)

Cinema é arte, mas também é indústria. Sendo assim, se o filme é um produto o roteiro é o seu conceito. É o meio que permite a pré-visualização do processo desse produto. Bons roteiros devem ser funcionais, por isso visam evitar desperdícios, excessos de informações e incoerências nos fatos narrados. Com um roteiro bem elaborado, o produtor poderá avaliar o custo do projeto e vender o seu conceito aos patrocinadores e estes poderão avaliar se a história será bem aceita no mercado.

A Estrutura

A história de um roteiro é composta de elementos como: ação dramática, personagem, ambiente, cenas, seqüências, atos I, II e III, incidentes, obstáculos, episódios, eventos, música, locações etc. O que dá unidade ao roteiro é o relacionamento entre estes componentes.

Assim como o esqueleto sustenta o corpo, a estrutura sustenta a história. O roteiro bem estruturado deve observar as palavras de Aristóteles: “As partes devem estar de tal forma entrosadas, que a suspensão ou o deslocamento de apenas uma, basta para que o conjunto fique modificado ou confundido.”

É por isso que quando uma emissora de televisão corta indiscriminadamente cenas dos episódios de qualquer seriado para ser contido melhor na sua grade de programação, acaba comprometendo a qualidade do filme e o entendimento pleno dos espectadores.

As fases de um roteiro

Tradicionalmente, o roteiro divide-se em três atos:

Ato I (início)

Geralmente, introduz o tempo e o ambiente em que a historia decorre. Também apresenta a premissa dramática; o contexto; a relação entre os personagens principais e os demais que participam da trama. Tradicionalmente apresenta o protagonista em sua vida em estado de conforto.

Ato II (meio)

É neste ponto em que surgem os conflitos na vida do protagonista, uma vez perdendo o seu estado de conforto o protagonista passa a percorrer determinados rumos e desvios em busca de reverter a sua situação para o estado inicial de conforto ou superar determinados obstáculos em busca de superação de vida. Esta fase é também denominada de confrontação.

Ato III (fim)

Aqui decorre a resolução (ou não) de todos os conflitos presentes na história. O protagonista consegue finalmente reconquistar o seu estado de conforto inicial. Entretanto, o herói pode alcançar ou não todas as suas metas. Roteiros modernos não buscam mais finais óbvios com happy ends. Atualmente, o mais instigante é apresentar ao espectador o resultado final das perdas e ganhos do protagonista. Focando o seu processo de evolução e aprendizado adquirido durante a sua trajetória de lutas para superar os seus obstáculos.

A essência de uma história

Toda história é composta por três elementos; sem o conjunto integral deles, o roteirista não possui história alguma para ser contada. São eles: 1 – O ambiente; 2 – Os personagens e 3 – A premissa dramática.

1 – O ambiente

É o cenário onde se desenrolam os fatos, pode ser a cidade onde os personagens vivem ou visitam, pode ser uma casa uma floresta, uma fazenda ou simplesmente um quarto. Pode-se dizer que o cenário também é um personagem aparentemente oculto na trama, pois todos os espectadores o vêem, todos sentem a sua presença a todo o momento, mas poucos se dão conta que ele dialoga o tempo todo com os personagens no decorrer da trama. Bons roteiros apresentam descrições detalhadas dos cenários e refletem bem a vida cultural e histórica das locações. (cor local).

2 – Os personagens

Basicamente, os personagens são divididos em: I – protagonistas; II – antagonistas; III – secundários e IV – figurantes.

I – Protagonistas ou personagens principais – Geralmente é o herói e os seus antagonistas diretos, pode também ser formado por um casal, um grupo de pessoas ou mesmo ser um animal.

 

Os protagonistas apresentam duas facetas. Uma externa que a sua aparência física. Esta determina como é o seu jeito de ser: como é o seu falar, o seu caminhar, como se veste, canta, dança etc. A interna é a sua psiquê, é o seu caráter, seu comportamento interior. Determina como é o seu pensar, a sua linha ética, como ele reage perante os conflitos e como ele se transforma e evolui para superar os obstáculos ou regride diante deles.

 

II – Antagonistas – Muita gente imagina que antagonista seja apenas o inimigo do protagonista, o grande vilão da história, geralmente é mesmo, mas a função principal do antagonista é a de ser o contraditório do protagonista. O antagonista não apenas se opõe ao protagonista; se contrapõe a ele.

O conceito de bem e mal é relativo quando se aplica a relação protagonista X antagonista. Supondo que o protagonista seja um serial killer como no seriado Dexter os seus antagonistas seriam os agentes da lei que querem descobrir os seus crimes.

 

Em XWP, toda vez que personagens como Draco, Ares, Callisto ou Alti aprontam uma contra Xena estão cumprindo a missão de ser o antagonista da história, porém, cada vez que Gabrielle discorda de Xena dando a sua opinião de como a Princesa Guerreira deveria agir, neste momento ela também esta sendo uma antagonista. O antagonista também pode ser o gatilho da consciência do protagonista, como o grilo falante do Pinóquio. Pode ser aquele que coloca obstáculos na vida do protagonista não por maldade, mas apenas para educá-lo ou torná-lo mais forte. Às vezes também pode ser o seu mentor ou o seu aprendiz, às vezes também o antagonista pode ser uma força da natureza como um animal feroz, uma tempestade ou um terremoto. Em “Been There, Done That – XWP” o antagonista da história é o tempo que por muito pouco não a deixa louca.

 

III – Personagens secundários ou coadjuvantes – Servem como instrumentos da premissa dramática. Têm funções específicas de criar obstáculos ou facilitar a vida dos protagonistas.

 

Sua psiquê não é tão elaborada como a dos protagonistas e antagonistas, têm a função primária de gerar ou participar de histórias paralelas ou de fatos importantes em determinados pontos da trama. Os seus conflitos internos podem até mesmo ser apresentados, mas em excesso podem sobrecarregar a narrativa com informações irrelevantes para a sua conclusão, confundindo o espectador.

 

IV – Personagens figurantes – Fazem parte do ambiente. Em XWP são os aldeões, os soldados, os guerreiros, os mercadores, os clientes das tabernas etc.

 

Eles não possuem personalidades próprias, mas sim coletiva, poucos falam, ou apenas participam de curtos diálogos e brigas, têm a função de ajudar a compor o ambiente e a narrativa em que os protagonistas atuam.

3 – A Premissa dramática

É o tema de uma história. Ela fornece o impulso dramático que movimenta qualquer enredo em todos os momentos até a sua conclusão. Toda história tem um assunto, por isso, o roteirista antes de dar início ao seu projeto deve ter bem claro qual tema que o seu texto abordará. Ação dramática é a espinha dorsal, é o fio condutor da trama que conduz todos os fatos e as ações dos personagens no decorrer da narrativa.

 

Exemplo: A essência da premissa dramática de “Xena, a Princesa Guerreira” É a busca por redenção de uma ex-guerreira do mal.

Pontos do roteiro: Ação, Conflito e Atividade

Ação

A vida é ação e o seu final deve ser um modo de ação e não uma qualidade” – Aristóteles.

Devemos pensar na descrição da ação dos personagens em verbos e não em diálogos ou adjetivos.

 

Existem dois tipos de ação: a física e a emocional.

 

Quando Callisto e Xena disputam uma corrida de bigas é uma ação física das duas personagens.

Por sua vez, ação emocional é o que acontece na mente dos personagens durante a trama. O fato de Callisto ser louca e má puramente por buscar vingança é uma ação emocional dela.

É importante que o roteirista conheça muito bem as mentes e os mais profundos anseios dos seus personagens, podendo assim, prever como reagirão perante os obstáculos e conflitos e como poderão superá-los no desenrolar da história.

O Conflito

Conflitos são os obstáculos ou desafios que surgem no caminho do protagonista. O roteirista gera conflitos para manter o seu público interessado. Como na física, toda a ação provoca uma reação que por sua vez irá provocar outra ação e assim por diante. Toda história geralmente é montada a partir de um conflito matriz e os conflitos que surgem são subordinados ao principal.

Sem conflito não há narrativa. Até mesmo nas histórias infantis existem conflitos. Se a Chapeuzinho Vermelho sempre segue tranquilamente pela floresta até chegar à casa da vovó para levar doces. Sem o Lobo Mau para interceptá-la no meio do caminho a história termina com uma vovó diabética e uma neta entediada de andar sempre pelo mesmo caminho. Da mesma forma, nas fábulas, como seria possível existir a moral educativa destas histórias sem a existência dos conflitos?

 

Cada vez que Ares ou qualquer outro vilão se coloca no caminho de Xena existe um conflito.

Atividade

Atividade é qualquer ação do personagem que marque a sua personalidade. São gestos puramente explicativos sem grandes conseqüências na trama.

 

Em “Quill is mightier – XWP”: O ato de Gabrielle escrever a saga de Xena em um pergaminho é uma atividade que apenas revela o seu dom de poetisa. Porém, isso que não acrescenta muito na narrativa até o momento em que a deusa Aphrodite encanta o seu pergaminho e tudo o que é escrito nele torna-se realidade, ou seja, esta atividade passa e ser ação dentro da trama.

Da peripécia

Aristóteles definiu de peripécia como o momento dentro da tragédia que muda o sentido de determinada ação ou situação. Seria o momento em que uma personagem adquiriria ciência da sua realidade passando da ignorância ao conhecimento ou transformando seus sentimentos de amor em ódio ou de felicidade em infortúnio. Em “Star Wars” seria o momento em que Luke Skywalker descobre que Darth Vader é o seu pai.

 

Por exemplo: Em “The Ides of March – XWP”, quando Gabrielle violentamente ataca e mata vários soldados romanos para defender sua amiga indefesa. Naquele momento até mesmo Callisto se surpreende ao vê-la abandonar o caminho da paz.

Ponto inicial ou estado de conforto

Geralmente, os roteiros clássicos têm início com uma situação inicial ou estado de conforto. Em que o protagonista ou personagens principais se encontram numa situação aparentemente estática, situação em que as suas vidas seguem de forma pacata, seja de forma feliz ou infeliz, até o momento em que ela é drasticamente alterada por algum acontecimento (obstáculo) inesperado. Este momento seria o primeiro ponto da virada.

 

Em “Harry Potter”: O jovem herói tinha uma vida infeliz na casa dos seus tios trouxas e cruéis até o momento que uma coruja lhe traz uma carta e logo a seguir recebe a visita de um gigante.

Ponto da virada

O ponto de virada ou plot point. (ponto de intriga), é um fato ou incidente que gera um obstáculo na vida do protagonista. Este obstáculo muda o rumo ou a direção da sua vida. Geralmente na estrutura dos roteiros este ponto ocorre em dois momentos: no final do Ato I quando surge o primeiro obstáculo e no final do Ato II quando este obstáculo é superado e o protagonista readquire o seu estado de conforto inicial ou conquista uma nova situação bem superior ao seu estado inicial de conforto. Entre estes dois pontos o protagonista segue enfrentado e buscando soluções para reverter a sua vida de volta a situação de conforto inicial.

Dentro da estrutura da narrativa nada impede que possam existir diverso pontos de viradas e pontos de peripécias. Quantos mais existirem mais rica será a dinâmica da narrativa, no entanto, o uso excessivo e indiscriminado de pontos de viradas pode confundir e gerar diversos problemas de lógica e de continuidade comprometendo o pleno entendimento da história por parte do público.

Pontuando um roteiro

Como na gramática, o encerramento de uma cena, episódio ou de um filme pode equivaler a uma pontuação final. Segundo Christopher Vogler: “Uma história, tal como uma frase, só pode terminar de quatro maneiras: com ponto final, um ponto de exclamação, um ponto de interrogação ou reticências”.

Ponto final (.)

Final tipo: E viveram felizes para sempre. Quando a última cena ou o episódio encerra uma história.

Por exemplo: o final em que Xena atira uma pedra ao rio e dá uma lição de filosofia para Gabrielle, assim exemplificando a sua vida.

Ponto de exclamação (!)

Quando a intenção da última cena é provocar alguma espécie de alarde. Também quando a cena final de um episódio é uma piada ou uma grande surpresa para o protagonista e espectadores.

Por exemplo: em “Altared States – XWP”, Xena e Gabrielle se surpreendem quando percebem que a poderosa voz que impediu o sacrifício não partiu delas.

Ponto de interrogação (?)

Em uma estrutura aberta, a exemplo das histórias que poderão ter prosseguimento em outro episódio ou filme. Geralmente apresenta um final com uma dúvida no ar, (Será que ele morreu mesmo?) dando a impressão que a história ainda não acabou e poderá ter continuidade. Como na série “Star Wars” no final do episódio “O Império contra-ataca”.

Por exemplo: Em “Girls just wanna have fun – XWP” a risada final e o grande olho do deus Baco dá a impressão que ele poderá retornará em um próximo episódio. Da mesma forma, a cena final de “A necessary envil – XWP”, a presença das figuras no céu de Callisto e Velasca nos passa a mensagem que as deusas não morreram e poderão voltar a dar trabalho.

Ponto de reticências (…)

Quando apresenta um final em aberto. O episódio se encerra tragicamente para o protagonista, porém geralmente surge um letreiro que anuncia: “Este episódio continua.”

Por exemplo, os finais de “The Debit, part 1 – XWP” e de “Maternal Instinct – XWP”.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!

Curso de Estrutura de Roteiros cap 1

Comentários

 

Aprendendo linguagem cinematográfica com Xena

SSenaT – baseado no curso de roteiros de Eliete Beleza

 

Objetivos deste curso:

Em princípio, compartilhar o conhecimento deste tema com toda a comunidade Xenite, principalmente àqueles que sentem necessidade de escrever e desenvolver seus próprios roteiros de fanfics. Este curso também visa instrumentalizar aos leitores da Revista Xenite (RX) para que passem a apreciar os episódios de “Xena, a Princesa Guerreira” (XWP) de um modo mais abrangente, indo muito mais além do olhar da paixão que nos limita a ficar adorando a atuação e a beleza das atrizes.

Introdução

Muitos fãs de seriados gostam de escrever fanfics, este é um excelente começo para iniciar uma carreira de escritor. É bem provável que nem tudo o que estes iniciantes andam escrevendo já tenha a qualidade de um Doc Comparato. Entretanto, qualquer um que com afinco e paixão se dedique em seus escritos já possui um vasto potencial para algum dia chegar lá.

Para construir uma carreira literária é necessário transpor um árduo processo ao longo da vida. De início, ajuda muito fazer cursos. Mas apenas isso não basta, também é necessário gostar muito de ler e escrever. E isso implica também em aprender como escrever com coesão textual e correção ortográfica. Também é necessário ter sempre disposição para pesquisar a respeito de tudo que for necessário, ser tornar um bom conhecedor da história universal adquirindo, assim, uma vasta bagagem cultural. Mas tudo isso são fundamentos que só são adquiridos na proporção direta do tempo investido neste processo.

É necessário também aprender a desenvolver e estruturar as ideias. De início não é importante que os temas desenvolvidos sejam geniais, bons ou fracos. O importante mesmo é aprender a colocá-los no papel com a formatação específica demonstrando a competência de um profissional. Isto é o mínimo necessário para que os produtores ou patrocinadores não lancem seus escritos na lata do lixo antes mesmo de ler por completo a primeira página das suas sinopses.

Em breve abordaremos quais são as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de ideias e como funcionam as técnicas do processo criativo, também como capturar, associar e integrar elementos e conteúdos de forma a criar novos produtos, além de como adaptar e desconstruir ideias. Mas tudo isso só é possível executar quando se conhece bem os instrumentos.

Portanto, aprender como funciona o processo criativo é o primeiro passo. Os próximos passos são colocar ele para funcionar; escrevendo, escrevendo e reescrevendo, ainda que errando, pois identificar os equívocos cometidos também faz parte do aprimoramento técnico.

 

Christopher Vogler escreveu em “A jornada do Escritor”: “É comum que as pessoas pensem no Herói em termos de força ou coragem, mas essas qualidades são secundárias em relação à capacidade de sacrifício – esta sim, a verdadeira marca do herói.”

 

Aula 1 – A arte imita a vida

                                              

A arte imita a vida”: esta frase é bem conhecida, ela é atribuída ao filósofo grego Aristóteles (384 A.C – 322 A.C.) Ele foi um dos primeiros teóricos da função social da arte e do teatro: “A Arte imita os caracteres, as emoções e as ações”. Também escreveu: “A tragédia é a imitação de uma ação completa com princípio, meio e fim.

Segundo Aristóteles, o objetivo social da tragédia seria provocar na platéia a catarse (Κάθαρσιςkátharsis“- purificação), ou seja, provocar a liberação das emoções e paixões de forma a serem domadas. Sendo assim, pela catarse a índole animalesca e violenta do espectador ao final do espetáculo estaria anestesiada. Aristóteles acreditava que um espectador que assistisse a imitação de um grande pecado e que, ao final da peça, testemunhasse o ator pecador sendo drasticamente punido pelos deuses, o espectador não seria capaz de cometer o mesmo desatino do ator na vida real. Também acreditava que o espectador ao testemunhar o sofrimento extremo de uma personagem, ao final da encenação, perceberia que os seus próprios problemas e aflições não seriam mais tão graves e insuportáveis assim.

Estes princípios e conceitos aristotélicos de certa forma ainda se perpetuam em os nossos dias embora ninguém mais acredite que uma boa interpretação possa impedir crimes e pecados de acontecerem.

Primeira Regra: O roteiro tem que ser coerente conforme a realidade.

Baseados no principio aristotélico que a arte imita a vida já se obtém a primeira regra: O roteiro tem que ser coerente conforme a realidade. Os seja, a história contada deve refletir a nossa realidade, mesmo que a história seja desenvolvida em um mundo fantasioso. Por exemplo, o universo mítico da Terra Média que J. R. R. Tolkien criou foi descrito com tamanha riqueza de detalhes baseado na nossa realidade que, mesmo que todos nós saibamos que elfos, árvores andantes e dragões não sejam reais, ao lermos seus escritos não nos importamos com isso, pois pela riqueza e coerência das descrições dos fatos somos todos conduzidos a crer que pelo menos naquele universo tudo isso seja plenamente possível de existir.

 

“…se a personagem que se pretende imitar é por si incoerente, convém que permaneça incoerente, coerentemente”. – Aristóteles

 

Acreditando no inacreditável

Mas, se de acordo com a primeira regra (O roteiro tem que ser coerente conforme a nossa realidade.) e se a credibilidade é importante… Por que então os filmes de ação como “Xena, a Princesa Guerreira” em aventuras mirabolantes nos envolve tanto e fazem tanto sucesso? Ocorre que quando a narrativa e as ações são bem estruturadas, surge o fenômeno em que o público acaba deixando-se envolver pelo clima construído, de tal forma como se o espectador estivesse dentro da cena, ao lado do herói sendo o seu cúmplice. Mesmo quando sabemos que a ação seja estupidamente fantasiosa, se estamos envolvidos, passamos psicologicamente a interagir, torcendo para que tudo se resolva da melhor forma para o herói, seja lá como for. O espectador passionalmente passa a aceitar os fatos como sendo possíveis dentro da narrativa, passando a ter a mesma credibilidade que uma criança pré-lógica tem no Papai Noel.

Syd Field (escritor e roteirista americano) denominou este fenômeno como: “suspensão voluntária da descrença”.

 

Quando Xena em “Between the Lines” molha e torce um tecido com tamanha força que este se torna um bastão e, com ele, Xena derruba seus inimigos. É inevitável que o mais fanático dos Xenites pense neste momento: “Ma qui mintira!!!” Entretanto, a construção da narrativa, o cenário, a música, as vestimentas e a ação da luta levam-nos a “tolerar” este pequeno detalhe, o que importa mesmo é que Xena vai meter paulada em todo mundo com aquele pano molhado.

“Existe algo mais importante do que a lógica: a imaginação. Se a idéia é boa, a lógica deve ser jogada pela janela.” – Alfred Hitchcock.

Segunda regra: Pesquisar é quase tudo

Ao construir uma obra de ficção, antes de tudo o escritor deve pesquisar muito sobre todos os elementos que irão compor a sua história. Atualmente ninguém pode construir um bom roteiro sem antes “vivenciá-lo”, conhecendo o ambiente ou cenário, a cultura local onde os personagens vivem ou vão atuar.

Jorge Amado baseou toda a sua obra literária na Bahia e seus habitantes, entretanto ele não teve necessidade alguma de pesquisar nas bibliotecas, pois ele já sabia tudo sobre a vida baiana. Ele nasceu lá, ele pessoalmente conheceu a maioria dos seus personagens. Conheceu a verdadeira Gabriela e o Seu Nacib. Sabia como os castelos (bordéis) da velha Salvador eram, pois os freqüentara quando era jovem. Sabia como eram as plantações de cacau de Ilhéus e como viviam e agiam os coronéis.

Agora, se nós queremos escrever sobre fatos em um cenário como a Grécia antiga, lugar em que nunca estivemos, pelo menos nesta vida, só nos resta mesmo pesquisar a fundo a respeito do tema. Como eram as cidades? Como eram os costumes dos gregos antigos? Suas crenças, cultura e tradições? Há algum tempo esta era uma etapa muito sofrida do processo criativo. Atualmente, com o surgimento da Internet e com o aprimoramento dos sites de busca e pesquisa, tudo ficou bem mais fácil.

Da mesma forma, se queremos escrever fanfics especificamente baseadas em XWP devemos conhecer a fundo toda a saga da série. Temos de assistir diversas vezes a todos os episódios das seis temporadas e, se possível, ler também as temporadas virtuais. Caso contrário pode-se cair no risco que gerar histórias com personagens e fatos que entrem em conflito direto com a narrativa base do seriado mãe. Causando certo estranhamento ou descontentamento nos seus leitores xenites, mesmo que as suas histórias sejam boas.

Quando a pesquisa é falha

Na série XWP, o aparente desleixo com a relação à pesquisa histórica e cultural da Grécia antiga, embora que de certa forma tenha sido intencional para se adaptar ao gosto do público infanto-juvenil, foi quase um tiro no pé. Definitivamente a Grécia antiga não era daquela forma, não era daquele jeito que os gregos se vestiam, os fatos e personalidades históricas não respeitam a linha do tempo e nem mesmo a mitologia grega foi lá muito respeitada. Estas brincadeiras com o tempo e a realidade histórica involuntariamente colaboraram para que o seriado ganhasse a fama de ser tosco e visto com maus olhos por muitos. Porém, isso não impediu que XWP conquistasse uma imensa legião ardorosa de fãs em todo o mundo. Provavelmente muito mais pelos méritos da narrativa e ao grande carisma das atrizes. Caso a pesquisa histórica da cor local fosse levada um pouco mais seriamente como foi em “Spartacus” certamente o seriado teria rendido mais elogios. No entanto, certamente poderia acabar conquistando outra classe mais seleta de fãs, porém, bem mais reduzida.

Para nós, brasileiros, nada soa mais ridículo do que certas antigas produções cinematográficas estrangeiras ambientadas no Brasil. Cenas de filmes do Agente 007 com caminhões carregados de banana passando pela Av. Atlântica; Com cenas de carnaval ao ritmo de rumba com foliões todos de branco; Com a floresta Amazônica dando sopa, logo ali, depois do túnel. Tudo isso nos parece totalmente ridículo, pois nós, brasileiros, sabemos como de fato o Brasil é. Mas, para o olhar estrangeiro, tudo era plenamente coerente, pois retratavam um Brasil que cabia muito bem no seu imaginário.

                   

Atualmente não dá mais para escrever e vender uma história baseada, por exemplo, na vida de D. João VI sem que o roteirista antes tenha pesquisado a fundo sobre o tema. Nesse caso, não apenas sobre a vida dos personagens, mas também sobre o cenário da época e sobre os fatos como realmente ou provavelmente ocorreram. Tudo isso é importante para alcançar bons resultados. A produtora e diretora Carla Camurati, com maestria, fez exatamente isso. E o seu filme “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” recebeu grandes elogios do público e dos historiadores, mas ela também recebeu severas críticas por parte de outros por inconvenientemente ter desconstruído a imagem da nossa nobreza, cristalizada pela história oficial.

Cinema é arte, mas também é uma indústria. Um roteiro antes de tudo é um produto a ser vendido. E, para tanto, deve passar credibilidade. Tanto para quem compra a ideia como para quem o assiste. Quem paga para ver quer coerência e qualidade. Não importando a sua cultura ou língua. Atualmente, muitos fatores estão em jogo; o orçamento do produtor, o dinheiro dos patrocinadores e o salário de todos os envolvidos. Se uma produção milionária tem bilheteria fraca em algum país já é suficiente para dar um grande prejuízo. É por isso que cada vez mais as produtoras investem em pesquisas de época, na montagem de cidades cenográficas bem realísticas, em novas tecnologias e, principalmente, em bons roteiros para contar muito bem as suas histórias. E estes roteiros são cada vez mais bem estruturados, baseados em intensas pesquisas. Ninguém mais investe dinheiro em histórias contadas por amadores. Ninguém mais aposta em improvisos e é por isso que cada vez mais os filmes estrangeiros ambientados no Brasil nos chegam mais próximos da nossa realidade.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: +1 (from 1 vote)
Be Sociable, Share!

[Religiões em XWP] Espiritismo e Hinduismo

Comentários

Mary e Chapo

 

Espiritismo

 

Referências:

  • The Xena Scrolls
  • The Quest
  • Deja Vu All Over Again
  • Seeds of faith
  • Soul Possession

 

História: Ao contrário do que muitas vezes é comentado, o Espiritismo não é uma doutrina de “mesas brancas” e “mesas negras”, de “trabalhos” ou “macumbas”. Tampouco existe “terreiro espírita” ou qualquer coisa desse gênero. Muito se confunde a essência do Espiritismo com a de outras religiões como a Umbanda, mas na verdade as coisas são bem diferentes. O Espiritismo é uma doutrina religiosa, filosófica e científica, que passou a ganhar destaque no século XIX, com o fenômeno das irmãs Fox (saiba mais), e com a publicação das obras de Allan Kardec. Contudo, manifestações espíritas já aconteciam há muito tempo antes, porém, com a freqüente oposição da igreja católica, evangélica e protestante, as quais afirmavam que tudo era obra do diabo, essa Doutrina só passou a ser difundida mais amplamente após as obras kardecistas aparecerem.  Apesar disso, filósofos como Sócrates, Platão, Pitágoras e Demécrito já haviam trazido à humanidade muitos conceitos espíritas que mais tarde foram retomados na codificação de Kardec

 

Allan Kardec escreveu, baseado nas respostas dadas por espíritos superiores, 5 obras fundamentais, sendo elas “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e  “A Gênese”. Tais obras são consideradas como a base da filosofia religiosa do futuro por estarem em harmonia com avanços científicos de diversas áreas, como Psicologia, Psiquiatria, Parapsicologia, Medicina, Biologia, Física, Química, etc. Apesar das severas críticas da igreja católica à Doutrina Espírita, a maior parte do conteúdo das 5 obras fundamentais tem relação direta com o Novo Testamento.

            Na história de Xena e Gabrielle, alusões a conceitos espíritas são feitas diversas vezes, da segunda temporada até a sexta. No episódio The Xena Scrolls, o espírito de Xena incorpora em Melinda Pappas, fazendo ela salvar o dia. Já no episódio The Quest, Xena comunica-se com Autólycus que faz o médium da vez, e, além disso, o mesmo incorpora o espírito da princesa guerreira. O fenômeno da incorporação é também chamado de Psicopraxia ou Psicofonia, e se dá quando um espírito se utiliza do corpo encarnado de um médium para se manifestar na dimensão dos encarnados.

Em Between The Lines, Nayima revela à Xena e Gabrielle que elas estão juntas em muitas vidas, passadas e futuras, o que traz pra série o conceito da reencarnação.

A crença na reencarnação tem suas origens nos primórdios da humanidade, passando pelas culturas primitivas, pelos filósofos gregos, pelos povos hebraicos, hindus, idade média e também evidenciada pela Doutrina Espírita. Na visão da Doutrina Espírita, o espírito passa por diversas vidas em busca da evolução, do progresso espiritual. Esse conceito é retomado em diversos episódios como The Way, Deja Vu All Over Again, Soul Possession e Seeds of Faith.

            Não falarei aqui dos episódios indianos porque eles serão abordados mais tarde, mas vamos começar por Deja Vu All Over Again. Neste episódio, Annie arrasta o namorado Harry até uma terapeuta de vidas passadas para entender os sonhos que ela tinha com Xena e então descobre que na verdade, ela era Joxer enquanto seu namorado era Xena e a terapeuta era Gabrielle.

            Em Soul Possession os três personagens atrapalhados voltam e trocam de corpo. O episódio, assim como o anterior, aborda o assunto de vidas passadas e futuras.

            Em Seeds of Faith, Callisto diz à Xena que reencarnará como filha da guerreira, para que elas possam se perdoar mutuamente. O espiritismo difunde fortemente o conceito da reencarnação ligado ao reparo de erros passados e resgate de dívidas, afirmando que somente deste modo o espírito poderá evoluir.

            Outro conceito amplamente abordado na série é o das Almas Gêmeas. Em diversos episódios é citado que Xena e Gabrielle são almas gêmeas. Alguns exemplos são Deja Vu All Over Again, Return of the Valkyrie e Friend In Need. Apesar do conceito de alma gêmea estar sempre ligado à Doutrina Espírita, em função da teoria de que tais almas seriam aquelas que percorrem diversas vidas juntas, o Espiritismo não acredita exatamente no conceito de alma gêmea que a mídia em geral prega. Para o Espiritismo não existe alma incompleta, que dependa de outra para se sentir plena. Somos individualidades, e como tais, não estamos incompletos. O que existe são espíritos afins ou espíritos simpáticos. De acordo com Kardec “A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade.”. Ou seja, espíritos com graus de evolução semelhantes têm a possibilidade de se tornarem espíritos afins e se reencontrarem em diversas vidas.

 

Hinduísmo

Nascido na Índia e também praticado em quase todo o planeta, o Hinduísmo é uma das religiões mais ricas e antigas da humanidade. Por volta do ano 2000 a. C. o povo Ariano invadiu parte da Europa e misturando-se ao povo que morava próximo ao Vale do Rio Indo formatou os deuses e crenças dessa religião.

Alguns dos principais deuses são Indra, senhor dos deuses, representado por um touro; Aurora, mãe de todas as criaturas, representada como uma vaca; Vata, deusa dos ventos; Marutes, das águas e rios; Rudra, da tempestade. Mas os mais importantes compõem a trindade hindu: Vishnu, Shiva e Brahma.

 

O Caminho

O Caminho… Desde o início da 4ª temporada já se entende que esta vai ser a direção para qual a série se voltará.

Quando rumam para Índia, além do merecido banho de loja, Gabrielle e Xena são cercadas por toda espiritualidade que emana do povo.

Mas por nos ser uma cultura distante do comum, os valores ordinários do Hinduísmo foram-nos atirados a esmo sem muita preocupação (ou tempo) em explicar toda sua profundidade.

 

Cada um possui o seu Caminho. Sua linha do destino tecida por vidas de existência. Não se deve desviar dele, ou viver o dos outros.

 

É melhor morrer seguindo seu próprio caminho do que viver seguindo o caminho de outrem

Krishna – The Way

O Caminho do amor que Eli deve seguir é o Caminho Supremo. Quando você chega ao último estágio de devoção. Não somente à humanidade, mas à Krishna, ou seja, à absolutamente tudo em todas as existências, em todos os aspectos, em todo o universo. Porque é isso que Krishna representa, TUDO.

Esta é Verdade que Eli menciona para Gabrielle, que acaba por se confundir com a idéia cristã de “dar o outro lado da cara para bater”. No entanto, há um fundo de razão considerando o fato de que os hindus têm a concepção de que renascemos sempre para evoluir até um estágio em que não seja mais necessário renascer, quando atingimos o Supremo. Por essa razão, Eli estava em sua última encarnação provavelmente. E o Amor fosse seu caminho então.

 

Sendo Eli um avatar,portanto uma manifestação divina, ele possui a capacidade para amar infinitamente. Ainda que carregue suas humanas limitações. Por esta razão, este não era o caminho de Gabrielle(1).

 

Xena possuía o Caminho da guerreira. Seu destino era lutar por justiça. Lembrando muito Arjuna, também guiado pelo próprio Krishna em um momento de dúvida se lutar e matar seria o correto.(2)

 

Não se deve hesitar em lutar por uma causa justa!

Krishna – The Way

 

Karma na série é muito simples: O que semeamos nesta vida, colhemos em nossas vidas futuras.

Mas para os Hindus, o Karma possui três etapas:

Sanchita – Karma: Resultado das ações passadas que não começaram a germinar.

Prarabda – Karma: Acumulado do passado que já produz frutos no presente.

Agami – Karma: É o destino. Aquele que semeamos agora que será incluído no Sanchita.

E o conceito de almas gêmeas não existe, entretanto há o de Karmas que se entrelaçam como as linhas dos Destinos.

Algumas menções na série:

Avatar: Manifestação física de um Deus ou Deusa.

Indrajit: Também conhecido como Meghanada. Ao matar Indra, Rei de Devas, adotou o nome de Indrajit (conquistador de Indra). Filho de Ravana(o maior entre todos os demônios)

Lanka: Sri Lanka, lugar aonde ocorreu a grande batalha de Rama e Ravana (pai de Indrajit)  nos contos Hindus.

Hannuman: É um vanara( habitante da floresta). Auxiliou Rama na batalha contra Ravana. Manifestação de Shiva.

Rama ou Ramo: Uma das encarnações de Vishnu. Matou o pai de Indrajit com ajuda do macaco Hannuman.

Kali: Deusa que se manifestou em Xena. Esposa de Shiva. Sempre mal interpretada como a Morte, por fazer o mesmo papel no hinduísmo basicamente.

 

1-    Ou Talvez fosse, mas Aindan, teoricamente, se alimentou da bondade de Gabrielle alguns episódios antes. Tirando-lhe a capacidade de amar completamente.

2-    Descrito no livro Bhagavad Gita que serviu de inspiração para muitos músicos e pensadores. O mais próximo dos brasileiros seria Raul Seixas em parceria com Paulo Coelho na composição de Gita, primeiro grande hit do cantor.

VN:F [1.9.22_1171]
Rating: 0 (from 0 votes)
Be Sociable, Share!