Lucy Lawless é…

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BITCH POWER – n. 26

…Lucretia!

                          

Por Pedro Henrique Ferreira 

 

Trata-se de uma personagem criada para as séries Spartacus: Blood and Sand e Spartacus: Gods of the Arena, brilhantemente interpretada por Lucy Lawless (a.k.a. nossa Xena).

Em Spartacus, Lucretia é casada com o lanista Quintus Lentulus Batiatus, o dono de um ludus (escola para gladiadores) herdado de seu pai, que treina gladiadores para aumentar sua fortuna e ficar conhecido por toda Cápua, exibindo em jogos regados a muito sangue as habilidades de seus “estudantes”.

Lucretia é a que merece o título de bitch suprema dessas duas séries, já que, motivada por vingança, a personagem planeja a morte de Titus Batiatus com dois objetivos, que por coincidência, acabam se interligando. Primeiro em razão da morte de sua amante melhor “amiga”, Gaia (é quase um: mexeu com a Gabrielle, ta morto), e para que Batiatus, seu marido, assuma de uma vez por todas o ludus, saindo da sombra do pai.

Embora a série não explore com totalidade o lado mais sombrio da personagem, não há como passar despercebida a verdadeira personalidade da nossa bitch do mês. Ela é a típica personagem que não mede esforços para conseguir o que quer e, a julgar por sua personalidade, gosta de conseguir as coisas usando o medo.

A exemplo disso, podemos citar o fato de quando na primeira temporada de Blood and Sand, ela prepara uma armadilha para Ilythia, que transou praticou o coito acidentalmente com  Spartacus. Com medo de ser delatada para o Darken Rahl marido, acaba cedendo às chantagens de Lucretia.

Sempre passando por cima de quem fica no seu caminho para conquistar seus objetivos, – por mais escabroso que seja – a construção da personagem nos faz inferir que ela age assim para proteger o legado de seu marido e, arrisco a dizer, por amor a ele.

É muito fácil notar como ao mesmo tempo que ela ostenta um sorriso no rosto, há um outro lado seu que está constantemente esquematizando e a sua personalidade tem tantos gêneros quanto suas perucas, sempre seguindo seus objetivos, embora estes não sejam amplamente exibidos na série. Lucretia aceita ter relações sexuais com um dos gladiadores (por quem acaba se apaixonando) por pura safadeza puro amor a Batiatus, já que não conseguiu ficar grávida tendo relações com ele. Ela tenta de tudo para conseguir dar a ele um herdeiro.

Nossa bitch de cabelos ruivos tanto faz, tanto fez, e acaba encontrando o seu fim na ponta da espada de Crixus, o gostosão gladiador que a havia engravidado.

Há especulações quanto à aparição dela na segunda temporada de Blood and Sand. Segundo o Ausxip, ela teria a presença garantida nesta. Eu não consigo imaginar como, alguém consegue? Só esperando para ver.

De toda forma, está aí mais uma bitch para entrar (ou não) em nossos corações nossa lista interminável de vilãs.

       

 

 

 

 

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Um Demônio com Rosto de Anjo e Corpo de Deusa

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BITCH POWER – n. 25

“Pula titio. Vem sentir o que tem debaixo do travesseiro”

 

Por Rodrigo A. Silva

E-mail: [email protected]

 Revisado por Alessandro Chmiel

                       

Dedicado a todos os homens e mulheres que, na infância, sofreram qualquer tipo de abuso. Este artigo não visa incentivar a vingança, mas sim deixar bem claro que a pedofilia, ou qualquer tipo de abuso sofrido na infância, deixa marcas que nem mesmo o tempo pode apagar.

  

Para quem nunca ouviu falar de Passione, trata-se de uma novela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de televisão e escrita por Silvio de Abreu. A novela basicamente trata dos problemas e conflitos vividos por uma família rica de São Paulo.

 A novela Passione exibiu seu último capítulo no dia 14 de janeiro deste ano, mas as marcas deixadas pela trama e pela vilã estão longe de acabar.

Ao longo da trama, a vilã Clara Medeiros (Mariana Ximenes) aprontou de tudo com todos. Traiu, matou, roubou, se prostituiu, enganou e mentiu para todos por várias vezes até o fim. Mas no caso desta bitch, sou obrigado a bancar o advogado do diabo e peço aos leitores que não a condenem antes de conhecer toda a sua história.

Acredito que todos os Xenites deste mundo já estejam bastante familiarizados com a história da nossa Bitch Power Master Callisto (titia Call para os íntimos), aquela que na juventude viu uma Xena demoníaca invadir sua vila e matar toda a sua família. Como consequência deste trauma, titia Call se transformou em uma piriguete psicótica. Da mesma maneira, nossa bitch Clara também teve sua cota de perdas e traumas em sua infância.

Clara não teve uma Xena em sua vida. Infelizmente, o monstro responsável pela destruição da alma de Clara não veio de fora, mas sim de dentro de sua própria casa, do seio de sua família. Para mim que tive uma avó amorosa, é muito difícil acreditar que uma avó possa ser capaz de fazer o que a avó da Clara (Daisy Lucidi) fez com ela.

A mãe da Clara é um personagem sem nome na trama, uma sombra esquecida pelo tempo. Essa sombra desapareceu da vida de Clara sem maiores explicações, deixando Clara e sua irmãzinha Kelly (Carol Macedo) em um orfanato. A avó materna de Clara então fez o que qualquer boa avó faria, foi até o orfanato e abrigou as netas em sua própria casa. Infelizmente, o aparente ato de bondade da velha escondia um propósito cruel e nojento.

Na época em que fora adotada pela avó, Clara estava com apenas nove anos de idade. Ainda era uma criança pura e inocente, sem nenhuma maldade no coração. A avó trabalhava como empregada doméstica em uma mansão e um dos filhos de seus patrões era o então jovem Saulo (Werner Schünemann), que devia ter por volta dos trinta anos de idade. Em troca de dinheiro, a avó levava a própria neta para a mansão para ser molestada sexualmente por Saulo.

Pelo que se sabe da história de Clara, a avó (apelidada merecidamente de Velha Porca) não se limitou a negociar o corpo da menina apenas com o Saulo, mas sim com muitos outros homens e velhos nojentos, sem escrúpulos e sem alma. Não é a toa que a garota cresceu e se transformou em uma Bitch capaz de qualquer coisa para vencer na vida.

Clara cresceu e se transformou em uma bela mulher fatal e trambiqueira profissional. Com seu rosto de anjo e um corpo que deixaria Afrodite roxa de inveja, Clara era capaz de se infiltrar em qualquer lugar e enganar qualquer pessoa.

Sabendo disso, Saulo (o mesmo que abusou dela na infância) contratou Clara para que esta se passasse por cuidadora de idosos e envenenasse lentamente o próprio pai, pois assim Saulo poderia tomar posse dos negócios da família.  

Clara cumpriu muito bem o seu papel de assassina. Envenenou o velho lentamente no maior estilo Kill Bill, sem que ninguém pudesse provar nada contra ela.

Em sua missão, Clara descobriu que o velho que ela matara havia deixado uma fortuna para o filho ilegítimo de sua esposa, filho este que já devia ter mais de cinquenta anos e que morava desde sempre na Itália. De posse desta preciosa informação, Clara deixou a mansão onde trabalhava fingindo ser enfermeira e, juntamente com seu amante Fred (Reinaldo Gianecchini), foi para a Itália disposta a seduzir e enganar o italiano para ficar com tudo o que era dele.

A princípio, ambos foram bem sucedidos. Fred voltou para o Brasil com uma procuração que lhe dava plenos poderes sobre a herança de Totó – esse é o apelido do italiano (Tony Ramos) –, e Clara conseguiu seduzir o italiano e se casar com ele.

Logo após se casar, Clara falsifica a assinatura de Totó em um falso testamento que deixaria toda a herança do italiano para ela em caso de morte prematura. Infelizmente para Totó, Clara desejava que ele morresse mais prematuramente do que o esperado.

Por duas vezes, Clara tentou assassinar Totó. Na primeira vez ela provocou um incêndio no celeiro do sítio onde o casal vivia e gritou por socorro. Totó entrou no celeiro na esperança de salvar a amada, mas quase morreu sufocado na tentativa. Na segunda vez, já no Brasil, Clara forja um assalto e atira duas vezes no marido alegando que estava tentando acertar o bandido. Desta vez Clara se deu mal, pois Totó, que já desconfiava das intenções da esposa, forjou a própria morte e conseguiu enganar a vigarista.

Enganada por um investigador da polícia, Clara confessa ter tentado matar Totó e é desmascarada diante de toda a família do marido italiano.

Após ser desmascarada, Clara é finalmente presa, mas foge com a ajuda da irmã e, seguindo o exemplo de Totó, consegue forjar a própria morte e fugir para as ilhas do Pacífico, sem que ninguém jamais desconfiasse de nada.

Todos com quem eu conversei após a exibição do último capítulo não gostaram do fato da Clara ter escapado da punição da justiça. Eu, porém, amei o final da trama, especialmente após a revelação de que a Clara era a assassina de Saulo.

Peço aos leitores que não levem a mal o meu comentário. Como eu disse, o intuito do artigo não é incentivar a vingança. Mas o Saulo mereceu a morte que teve.

Durante um encontro informal dos dois em um motel, Saulo falava com prazer e satisfação das coisas imundas que ele obrigava Clara a fazer quando ela ainda era uma criança. Lembrou que, na época, a Clara deveria chamá-lo de titio, pois foi assim que a avó havia lhe ensinado a se comportar com o patrão.

Clara entrou no jogo de Saulo, e enquanto este estava no banheiro, ela tirou uma faca da bolsa e enfiou dentro de dois travesseiros. Quando Saulo voltou para o quarto, Clara estava em uma posição bem sensual na cama, com os travesseiros entre as pernas. Clara lembrou a Saulo que ele adorava que ela pulasse em cima dele e sugeriu que ele pulasse em cima dela desta vez para mudar um pouco a brincadeira.

 

Saulo adorou a ideia enquanto Clara falava com voz infantil:

 – Pula titio. Vem sentir o que tem debaixo do travesseiro.

 

Saulo não pensou duas vezes e, louco de prazer, pulou em direção ao travesseiro, caindo diretamente sobre a faca que estava escondida ali. Depois que Saulo sentiu a faca penetrando seu corpo nu, Clara ainda pressionou mais o instrumento, com gosto, dizendo:

 – Morra, seu pedófilo maldito!

 

Peço perdão aos leitores Xenites pelo conteúdo pesado deste artigo. Mais uma vez, digo que não é a minha intenção incentivar a vingança, mas espero que esta trama televisiva tenha servido como exemplo e que os pedófilos que tenham acompanhado a história pensem duas vezes antes de aliciar uma criança, sob risco de terem o mesmo fim do pedófilo Saulo Gouveia, descobrindo de maneira trágica o que realmente se oculta embaixo do travesseiro. 

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A Dançarina da Morte é uma bitch…

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BITCH POWER – n. 24

…e sua arma é um chakram em forma de bambolê???!!

Por Alessandro Chmiel

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Dedicado aos Ivos e nossos lendários madrugadões regados a bebida, música, alegria, ivolescência, e claro, muito Soul Calibur!

  

Soul Calibur é um sucesso! Pelo menos aqui em casa… Mentira, a série de jogos de luta seduz ao redor do mundo, desde fãs ardorosos até os amadores que são fascinados pela atmosfera encantadora de um game de combate. Não é preciso ser um mestre dos controles para boas brigas e risadas na frente do videogame, e sempre há algo novo para se aprender neste jogo. Espadas e guerreiros de todas as raças, credos, fantasias e mentalidades, Tira ainda assim surpreende quando o assunto é inovar.

            Vestindo um modelo único de tomara-que-suba, Tira “Tira! Tira! Tira!” apareceu intrigando os fãs de Soul Calibur. Seria ela uma vilã cheia de mistério ou uma palhaça para zoar com a seriedade da trama? Tanto gregos quanto troianos não deixam de estar certos.

 

 

 

 

            Tira cresceu no meio de uma grande organização assassina, conhecida como “Bird of Passage” (“Pássaro da Passagem”). Num belo dia certamente banhado a sangue, o líder do grupo enlouqueceu, e Tira refugiou-se, seguindo seu próprio caminho. A mocinha seguiu solitária tentando viver calmamente na sua, mas seu instinto assassino falava mais alto, a boa e velha política do “morra e saia do meu caminho!”. Logo Tira ouviu falar da espada chamada Soul Edge, e sentiu uma forte conexão com o espírito que a espada então possuía, jurando lealdade ao artefato. Sua missão, guiada por corvos que a cercaram daquele dia em diante, era encontrar a espada inimiga, Soul Calibur, e assim prevenir Soul Edge de ser destruída.

 

 

 

            A pilantrinha quase obteve sucesso. Aliando-se a Zasalamel, os dois conseguiram atrair o heróico Siegfried, portador da Soul Calibur, até eles. No confronto, uma grande onda de energia dissipou-se da batalha entre as espadas, uma supernova tão absurda que dividiu a própria personalidade já conflituosa de Tira. Assim, a mente de Tira ficou dividida em duas identidades, chamadas de Jolly (festejadora, pilheriadora) e Gloomy (obscura, sombria). A cabeça dela, que já era uma bagunça pra deixar qualquer Afrodite sair correndo do divã e nunca mais voltar, “consertou-se” numa bipolaridade totalmente imprevisível. Na trama do quarto jogo, a Soul Edge retorna ao nosso mundo, e Tira permanece fiel à espada maligna, tentando manipular outros guerreiros para entrarem no seu time de malucos.

            A característica e atividade inesperada de Tira (ou Jolly, ou Gloomy, vai saber…) é o grande trunfo dessa psicótica menina de 17 anos. Praticante da “Dança da Morte”, Tira parece brincar com o oponente enquanto lhe despedaça na arena – sorte que esse jogo não é Mortal Kombat e as pessoas saem inteiras e sem sangrar! Tomando o cenário como uma espécie de picadeiro do açougue, Tira rebola, dá saltinhos de alegria corrupta e joga com sua arma de lá pra cá, basta conferir.

 

 

 

Óbvio que na primeira vez que vi Tira em ação lembrei de uma certa Princesa Guerreira, ainda mais quando Tira lança o inimigo no ar e sua arma, a Ring Blade (“lâmina anelar”), vai atrás do inimigo e volta para as suas mãos. Confira alguns de seus movimentos em Soul Calibur IV aqui!

            Coincidência ou não, quem mais me lembra Tira no Xenaverse é nossa (nem tanto) adorada Tara, a Mike Tyson da nossa Gabrielle Holyfield. Novinha, inexperiente, criada no meio da desordem, sem o amor do pai nem da mãe, uma cretina que só quer saber de se dar bem, mesmo com a desculpa de querer ser boa, mas sem ter nascido pra isso. Quer outros aspectos semelhantes entre as duas megerazinhas? O visu “não me leve a sério de jeito nenhum” cabe às duas, sem falar nas artes da dança, ou esqueceram de 04×06 – A Tale of Two Muses? Tara dança pela liberdade de sentimentos, enquanto Tira dança também pela diversão, porém o conceito disso, para essa bitch, é um tantinho mais impróprio do que praticar a dança numa cidade onde ela é proibida. Mas convenhamos, Tira é bem mais aloprada do que Tara, que até a Xena acreditou ter conserto. Teria Tira (perdoem-me se me/lhes confundi nos nomes, mas creio que não)?

            Fica aqui o convite a um jogo cativante, mágico, que rende horas e mais horas de empolgação no videogame, principalmente na companhia dos amigos: o terceiro jogo da série, para PlayStation 2, permite que até 8 jogadores disputem torneios e ligas, é só preparar a festa! E já adianto: Tira é uma excelente personagem para começar, podendo enganar você, mas certamente sendo mais evasiva ao seu oponente. Só não tenha inspirações na vida real, e use seu bambolê apenas como brinquedo, ok? Abraços, Xenites, e comentem! Até fevereiro! 

 

 

            Alguém ainda brinca de bambolê?

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O passado sangrento em diários…

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BITCH POWER – n. 23

…o reflexo sombrio sai do espelho!

Por Alessandro Chmiel

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Obs.: Possíveis spoilers de The Vampire Diaries, mas sem estragar o deslumbre que é assistir a série!

 

Katherine Pierce. Antigamente, Katerina Petrova. Na Bulgária de 1492, Katerina era uma dessas moçoilas da alta sociedade estilo Elizabeth Bennet (GP Nº. 30) – tá ok, uns séculos antes… Katerina teve um bebê fora do casamento, e conforme os costumes da época, isso seria um escândalo se exposto publicamente. O pai dela, por sua vez, tirou o bebê da menina, dando-lhe para adoção.

            Expulsa de casa, Katerina parte para a Inglaterra e lá conhece Klaus, um homem poderoso, o qual Katerina acaba descobrindo se tratar de um vampiro excepcional. Descobrindo as intenções do draculóide – malvadas, logicamente, mas não vou expor detalhes aqui –, ela foge em meio a floresta, onde encontra abrigo em uma casa habitada por vampiros que tinham medo de Klaus, tamanho o poder dele. Ferida, Katerina bebe sangue dos vampiros da casa, pois nele encontram-se funções curativas que salvariam sua vida. Contudo, Katerina sabia a verdade sobre Klaus, e seria perseguida até a morte. Desesperada, enforca-se na casa onde permanecia escondida para então se tornar uma vampira – na história de The Vampire Diaries, morrer com sangue de vampiro no sistema sanguíneo é a chave para tornar-se uma criatura da noite. Desse modo, Katerina Petrova torna-se Katherine Pierce, agora forte o bastante para sua condição de fugitiva, já que Klaus assassinou toda a sua família.

 

 

            Parece história de Girl Power, não é mesmo? Até certo ponto, pode-se dizer que sim. Mas o poder traz tentação, e ser vampiro significa ser sedento: ligue os pontos e tem-se uma vilã forte, assassina, extremamente manipuladora e aparentemente imbatível. Mas vilã por quê?

            Na sua adolescência, Katherine (vamos chamá-la assim para terminar com as confusões e estabelecer seu nome atual…) possuía dois amores: Stefan e Damon, os irmãos Salvatore. Assim que tornou-se vampira, Katherine transformou Stefan em vampiro, que por suas razões fez o mesmo com o irmão. Agora inimigos por causa de uma mulher que causou intriga no amor fraterno entre eles, levaria séculos para os irmãos se aproximarem novamente. A história é complexa, e creio que a série é ainda mais intrincada do que os livros de L. J. Smith que originaram o seriado.

 

 

            Sabe-se que Katherine mexeu com os dois, seja no coração ou em outras áreas do corpo… A ligação que Katherine mantinha com os Salvatore séculos atrás era espetacularmente intensa. Prova disso é que no tempo atual (tempo foco também na série) esse triângulo “amoroso” ainda é de extrema relevância para os irmãos se acertarem. A trama se passa em Mystic Falls, uma cidadezinha estadunidense onde só tem gente bonita (ser feio parece ser proibido por lá). Stefan aparece como um aluninho novo e desperta a atenção da doce Elena… e ela é a razão dele ter ido até Mystic Falls. O curioso é que Elena, acreditem, é IDÊNTICA a Katherine. Não bastava Elena ser uma descendente de Katherine, ela saiu igualzinha a original, por razões que até então não se explicam. Sabe aquela história de irmã boa, irmã má? Quase isso (pensem numa versão bitch da Meg em XWP!). Pra piorar a situação, o irmão de Stefan, Damon, também chega à cidade para atrapalhar a vida do novo casalzinho, pagando o vilão apaixonado pela mocinha.

 

 

 

            “Uma mistura de Crepúsculo com novela mexicana e Malhação?!”. Não tem coisa pior, certo? Errado! The Vampire Diaries é demais, e a trama não tem NADA de óbvia. Esqueçam Bella e Edward, ou intrigas à la Usurpadora. The Vampire Diaries é prato cheio pra quem curte ficar boquiaberto na frente da tela, e Katherine tem grande parcela nesse trunfo! Primeiro ela supostamente já estaria morta num incidente onde vampiros foram trancafiados e queimados dentro de uma igreja – mas todo bom espectador sente que essa mulher não se daria por vencida tão facilmente. Quando Katherine retorna à Mystic Falls, sua imprevisibilidade põe Elena a perigo, e cabe aos irmãos uma vez traídos por ela a protegerem das presas dessa bitch que só quer… afinal, o que ela quer?

 

 

 

            Misteriosa, perseguidora, instigante. Adjetivos que transformam Katherine em referências distintas dentro do Xenaverse. A bitch jura amor incondicional a Stefan, e põe em cheque o amor dele por Elena como sendo uma desculpa para Stefan lembrar dos tempos em que os dois viveram lado a lado. Desse modo, Katherine mexe com o passado como Callisto, e provoca a razão como Ares. Cito, na figura acima, Evil Xena, pois cada vez que Elena a enxerga, vê uma possibilidade que seu futuro lhe reserva: tornar-se uma vampira. No fim das contas, seria Katherine uma versão de Elena corrompida por amores não correspondidos? Por joguetes do próprio Stefan? Ou estaria Katherine, apenas, disposta a se redimir a sua maneira?

 

 

 

            Como ela mesma diz, ela só se protege do mal que lhe possam fazer, e questiona qualquer um que julgue suas ações. E lá no fundo, Elena a compreende, e quem assiste de certa forma também. Ainda me pergunto se, no fim de tudo, Elena é a verdadeira vilã.

              The Vampire Diaries está no 11º episódio da sua segunda temporada nos Estados Unidos, e volta dia 27 de janeiro de 2011. Para o deleite dos Xenites, a lindíssima Melinda “Velaska” Clarke, que atualmente está no remake de Nikita, faz algumas participações especiais ainda na primeira temporada. Aproveite o verão ensolarado pra se esconder dos vampiros sanguinários e assistir a série, realmente recomendo! Só lembre-se que no verão também dá aquela sede, nos humanos e nos imortais…

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Ela quis dominar seu mundo no kombate…

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BITCH POWER – n. 22

…mas tem o poder Mortal de tomar toda a existência!

Por Alessandro Chmiel

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Quer entrar no clima? Então fica ouvindo a trilha e boa leitura!

 

Quando a série Mortal Kombat pulou para o mundo 3D no quarto jogo da série, uma nova legião de fãs surgia na frente dos consoles. A essência do kombate continuava intacta, mas com toda a mobilidade, gráficos e jogabilidade macia que o 3D pode fornecer. É claro que os produtores do game de luta mais sanguinário de todos os tempos trariam a memorável Sonya Blade, seus golpes fortes como a gente bem viu na GP nº. 06. Trazer apenas uma moçoila para o 3D contra um bando de marmanjos seria uma afronta aos fãs de MK, e na sede de inovação, a guerreira Tanya ganhou vida.

            E que vidão, hein? Filha de um embaixador de portais entre-mundos em seu mundo, Edenya, Tanya cresceu com tudo que um ser humano (ou uma variação edenyana disso) necessitava. No meio das inevitáveis guerras que seu pai e outros imperadores geravam em busca de poder – principalmente através dos torneios do Mortal Kombat –, a bela negra só pode ter se dado conta de que seu destino era domar as artes da luta e preparar-se para os conflitos iminentes que a vida lhe traria. Inserida numa sociedade em sua maioria corrupta, não demorou para que ela também caísse nas mãos da soberba, desejosa de poder. E não é à toa que a personagem é considerada a menos confiável de toda a série MK.

 

 

            Na função de trazer grupos refugiados de outros mundos cheios de sofrimento para dentro da tranqüilidade de Edenya, Tanya “sem querer querendo” (traindo nesse meio tempo a confiança da Rainha Sindel e da Princesa KitanaGP nº. 07) trouxe o inferno junto de um dos grupos. Tanya viu sua oportunidade de ascender quando Shinnok, um poderoso feiticeiro e antigo deus caído, ressurgiu do submundo entre esses fugitivos por meio de um amuleto mágico, ansiando retomar uma guerra com um antigo deus do trovão, o pai de Raiden. Tomando conhecimento da grande força nas mãos do mago Shinnok, Tanya ofereceu secretamente seus serviços a ele (não esse tipo de serviço que você pensou…). Passando-se por fugitiva, Tanya aliou-se aos guerreiros da Terra, especialmente Liu Kang. Sua intenção era levar o guerreiro campeão a uma armadilha onde, sem saída, Liu Kang seria literalmente estraçalhado, reduzindo as chances de vitória para os discípulos de Raiden. Sem dúvida, Tanya acabaria dando um jeito de passar por cima de seus comandantes e tomar o tal amuleto mágico para si, mas não foi o que ocorreu…

  

            Tanya então foi desmascarada, e seguiu fora de kombate durante o torneio de Mortal Kombat Deadly Alliance, servindo apenas como reforço (assim que a Aliança Mortífera a chamava – ela preferia o termo embaixatriz) ao espalhar os propósitos de Quan Chi e Shang Tsung, que formavam essa aliança. Com o retorno do lendário Rei Dragão (no sexto game da série, Mortal Kombat Deception), Tanya ressurge para ajudar… E quem mais seria, senão o Rei Dragão, Onaga? Ok, ela foi pega de surpresa por Baraka o monstro servo de Onaga, e sua horda de tarkatans, que a puseram numa enrascada: ou ela jurava fidelidade a Onaga, ou encontraria a morte certa. Sábia que só ela em sua maldade, Tanya parte junto a Onaga em busca de conhecimento. Lembrando: só o fato de ela ajudar o Rei Dragão compromete sua traição à Aliança Mortífera. O perfil dessa bitch é pior do que vilã de novela (ver Flora na BP nº. 02)! No final não oficial de MKD, Onaga encontra o que procurava, mas no último instante é traído por ELA, que assume seu legado tornando-se a Suprema Senhora de todos os universos. Só para um “gostinho” do que estava por vir caso ela fosse a campeã de Mortal Kombat Armageddon, o ultimato entre os kombatentes: Tanya tornar-se-ia a Invocadora de Dragões, e com um mero pensamento traria dragões adormecidos e etéreos à forma física, e logo os grandes senhores da guerra de todos os universos a chamariam de Mestra. É tudo ou nada com essa bitch.

            No Xenaverse, quando a palavra traição vem à tona, César, interpretado pelo galã Karl Urban, encabeça a lista de personagens. Nas observações da Mary Anne (obrigado!), o golpe aplicado em Xena (aka primeira crucificação!) repercutiu por toda a vida dela, e temporadas após temporadas resgataram esse ato do vilão, garantindo que Xena nunca confiasse outra vez no imperador. Será que alguém ainda vai seguir confiando na Tanya daqui pra frente? Vamos combinar: ela traiu o mundo de Edenya (aí vão Sindel, Kitana, e especialmente a defensora Jade), depois veio Liu Kang e todos os guerreiros da Terra no conjunto, e trairia por certo Shinnok e Quan Chi, a quem traiu juntamente com Shang Tsung, também traído na aliança com Onaga, que acabou, que dúvida, traído por ela no fim das contas, sem mencionar o tal do Shujinko no passado quando ela ainda nem era muito renomada e… bom, fidelidade NÃO É com ela.

            Creio que Tanya sofreu bastante pelo meio em que vivia – corrida pelo poder, força, morte, sofrimento –, mas a escolha do lado em que ficou foi dela, e somente dela. Com tantos guerreiros lutando pelo bem, por que Tanya não escolheu ficar ao lado deles? Afinal, com 10.000 anos de experiência (sim, ela é bem velhinha) e treinamento, as artimanhas do combate seriam fundamentais na luta contra quem fez seu próprio mundo, Edenya, cair. Por mais que ela justifique suas atitudes como “sobrevivência”, ela contribuiu, no fim das contas, para que esse mundo apodreça de dentro para fora também, e cabe aos heróis impedirem-na.

 

            Dentre as habilidades de Tanya constam as artes marciais Zi Ran Men e Yue Chuan, e ela utiliza as armas Kobu Jutsu (na imagem mais abaixo; para conferir as habilidades da guerreira má, assista a uma luta mais que sangrenta, Tanya vs. Jade, em Mortal Kombat Armageddon. Jade, a propósito, será uma futura GP, e tem rivalidade especial com essa bitch). Tanya já utilizou um bumerangue em MK4, e eu sempre dizia “dá uma de Xena agora!” (ela tentou ficar mais parecida no cabelo posteriormente, não acham?). Quanto aos famosos fatalities… bem, confiram por vocês mesmos os fatalities da Tanya, incluindo o suicídio Hara-Kiri de MKDsó para maiores, ok? E aumenta o som!). Para somar, Tanya tem o poder de lançar bolas de fogo das mãos e é uma das poucas personagens que pode ficar invisível, ao envolver-se no fogo. Excelente na hora do Fight!

            Curiosidades: o nome da lutadora, assim como o de Sonya, foi dado em homenagem a uma das irmãs do criador Ed Boon, Tania. Sua voz é dublada por Lia Montelongo em MK4. E puxando pro lado pessoal: em MK4, minha dupla era SEMPRE Sonya e… bingo! Não tinha pra ninguém (tá, de vez em quando elas explodiam nas minhas mãos…)!

Espero que tenham gostado (ou detestado mesmo) e simpatizado com mais um perfil das bitches do incrível universo de (IM)Mortal Kombat! Deixe seu comentário, é muito importante pra sobrevivência da Revista Xenite! (E para a sua também, ou eu prometo que a Tanya vai invisível até sua casa para brincar com seus fêmures também – credo, nem brincando!!) Bom estar de volta a RX, e até mês que vem!

 

 

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Será Mesmo que Toda Bitch Tem o Direito de Recomeçar?

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BITCH POWER – n. 19

Café com creme em uma mão, na outra um facão!

Por Alessandro Chmiel

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Dedicado a Rodrigo A. Silva, um amigo Xenite digno de todo meu carinho. Descobri um amigo no seu falar e no seu abraço. Por trás do sorriso e do olhar desse cara existe um homem iluminado, um cara que tive o maior prazer de conhecer no Encontro Xenite em São Paulo, junho deste ano. Rodrigão, que os nossos Destinos se cruzem por muitas e muitas vezes – e que um dia a gente faça uma sessão Kill Bill com pipoca (ou cereais!).

 

Obs.: SPOILERS do filme Kill Bill (Vol. 01 e 02).

 

A Noiva acabou com ela com maior classe, mas quem vos escreve dividirá esta bitch em três partes.

            Primeiramente, analisemos Vernita Green da “vida passada” (mas não aquele lance de almas com que os Xenites são tão familiares), de quando era a assassina profissional Cabeça de Cobre. Os motivos dela para se tornar uma vilã podem ser tão inusitados quanto os de seus colegas de trabalho, e de fato não são explicados nos filmes. Sabe-se, através dos diálogos entre ela e Beatrix, que Vernita era excepcional em luta de facas – e não é à toa que é a essa arma que ela recorre em meio à batalha surpresa de uma loira enfurecida que invadiu sua casa. Este confronto inesperado confunde quem assiste ao filme pela primeira vez, tomando conta das primeiríssimas cenas de Kill Bill. Ao ver a personagem de Uma Thurman espancando – e tomando uma boa surra também! – a pobre dona de casa interpretada por Vivica A. Fox (46), aparentemente sem razão alguma, confundi quem era boa e quem era má, ainda que essa dualidade não seja estabelecida, enfim, em simples opostos.

            Essa tal dona de casa era a nova vida de Vernita, um recomeço ao qual ela dedicou-se com a força de uma mulher arrependida, tentando compensar seus erros, para o bem do seu coração e das almas das vítimas que matou. Aqui é a segunda parte: sob o codinome Jeannie Bell, a ex-matadora construiu uma família ao lado de um bom homem, criando a filhinha Nikki – uma oportunidade quem Vernita colaborou a impedir Beatrix de vivenciar. Como visto  no filme, Vernita vivia da melhor forma que conseguia administrar, mas ainda sim sabia como se defender, preparada para qualquer ameaça que adentrasse seu lar, lar doce lar que terminou estilhaçado, sujo de suor, café, sangue e cereais.

                  

Após analisar sua “vida normal”, a terceira parte desta divisão: Vernita merecia pagar pelo que fez com sua vida? Eu que não discutiria com Beatrix sobre questões de justiça, e gostaria de ver a opinião do leitor nos comentários! Já devo ter mencionado que Beatrix talvez nunca houvesse sido uma heroína, dada sua natureza de matadora. Não uma heroína do mundo, mas heroína de si mesma, e de certa forma Vernita tentou fazer o mesmo. Pensemos: Vernita acatou numa boa sair “em paz” da gangue de Bill, e só através da fictícia morte da identidade de Cabeça de Cobre que a bitch pode… não ser mais bitch. Mas os erros do passado não se apagam, como nossa Princesa Guerreira sempre soube. E quem a culpa? Afinal, Xena fez a mesma coisa em 01×01 – Sins of the Past: enterrou a “monstra que soltava trovões” e buscou sua vida normal de antigamente. E Vernita não pôde combater seu passado da mesma forma que Xena fez. À primeira oportunidade, Vernita trapaceia contra Beatrix e decide terminar com a vida da loira de vez, fora da arena de um combate justo. Quebrou sua palavra, perdeu sua vida antes da hora.

 

 

Em um filme como esse, classificar alguém como bom ou mau é estruturar um pensamento ordinário frente a personagens tão vivos (bem, até o filme começar a rodar…). Independentemente do sua perspectiva, Vernita errou com gravidade dentro de suas próprias éticas (fica difícil utilizar a palavra “moral” quando se trata de assassinos de elite). E pagou seu preço. Contudo, Vernita já estava morta muito antes de Beatrix acordar do coma e bater à sua porta. A própria Vernita enterrou sua identidade ao dar vida a Jeannie Bell. A Noiva só deu cabo do que restava, guardado nas profundezas da guerreira negra.

            É. Se meteu com quem não devia. Sem perdão da Noiva pra você, cobrinha.

            Não deixe de comentar porque me deixa muito feliz de ver a reação dos leitores! Vejo você no mês que vem, não é? Assim como Beatrix diria, “TEMOS NEGÓCIOS INACABADOS”!

  

            Links: <http://www.fanfiction.net/s/2962578/1/Her_Name_Was_Vernita_Green>.

            Uma fanfic escrita em 50 frases sobre Vernita Green; pequenos recortes da sua vida durante e após a vida como assassina. Interessante pra quem manja de inglês.

 

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A boca é de algodão, mas seu veneno…

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BITCH POWER – n. 18

Porque boas heroínas precisam de vilãs à altura.

Por Alessandro Chmiel

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Dedicado aos Xenites do encontro ocorrido em São Paulo. Porque vocês são a prova real de que a felicidade exist
Obs.: contém spoilers de Kill Bill. Ainda não viu? Então vai pra bacante que o pariu na locadora ONTEM e curte a obra-prima de Quentin Tarantino. E volta pra cá, é claro.

 

Começo, nesta edição da RX, a trilogia Kill Bill Bitches, com as vilãs irreverentes deste filme já mostrado por aqui quando a RX ainda engatinhava na coluna da GP n. 4 e n. 5, com A Noiva em destaque.

            Se você já assistiu aos dois volumes, deve lembrar da tal “Lista de Morte n. 5” (vai saber quem estava nas listas anteriores da guerreira loira vingativa!). Nesta 18ª edição da BP, falo na primeira da lista, O-Ren Ishii, interpretada pela bela atriz Lucy Lawless Liu (41).

            Nas palavras da Noiva, O-Ren era a mais fácil de ser encontrada, por se tratar de ninguém menos que a líder da Yakuza japonesa, a maior máfia da terra do sol nascente (há quem diga que tudo começara com a Akemi, tanto na parte criminal quanto nessa sede de vingança permeando o universo, mas deixa pra lá).

             Não é necessário resumir as origens de O-Ren, considerando, é claro, que a gente viu o filme e lembra de toda a recapitulação do passado de O-Ren em anime (assim como XWP, Kill Bill tem de tudo!). Existem discussões a respeito de um dos assassinos dos pais de O-Ren quando ela era criança se tratar do próprio Bill (pelas feições do rosto, pela espada e pelos anéis que ele usa), seu futuro mentor, o que abre a discussão a seguir.

           O-Ren sem dúvida sofreu muito na sua infância, e foi obrigada a tomar conta de si mesma muito, mas muito jovem. Conheceu o ódio, a morte, a sede de sangue, a malícia e maldade do mundo. Alcançando sua própria vingança, não restara alternativas para O-Ren senão o próprio crime. Possivelmente, O-Ren culpasse o Destino, e somente ele, pelos resultados que a vida lhe ofereceu. Tornando-se uma das maiores assassinas do mundo, não demorou para que Bill enxergasse potencial na matadora sino-americana. Desse modo, O-Ren tornou-se Boca de Algodão (da cobra de origem americana cottonmouth), um membro das D.I.V.A.S., o Esquadrão da Morte Víboras Mortais.

             Após um tempo indeterminado sob o codinome de serpente e liderança de Bill, o erro fatal: trair sua antiga colega de assassinatos, a Mamba Negra, ou A Noiva, como melhor conhecemos a heroína da história. O-Ren não teve piedade alguma da moça grávida, e a espancou mesmo assim (quase um corredor polonês, mas mais como uma “roda punk”). O grupo rompeu – talvez Bill tivesse dispensado todos após atirar na cabeça d’A Noiva –, e O-Ren conseguiu conquistar o controle da Yakuza. Se fôssemos considerar, para uma mulheresem raízes japonesas sentar no trono de tal máfia, seria preciso muita seriedade e força no que O-Ren aprendera a fazer de melhor: matar.

            Por uma razão ou outra, O-Ren Ishii acabou se perdendo no meio do caminho. Alcançando “justiça” por vingar a morte de seus pais tão rapidamente, O-Ren não teve qualquer maturidade ou guia para iluminar seu caminho, que começou banhado em sangue e terminou da mesma forma. E nesse ponto, O-Ren é mais similar a Callisto. Explico: se considerarmos o matador da parte em anime no filme como verdadeiramente Bill, O-Ren terminou, através de seu caminho criminoso, trabalhando para o inimigo, cometendo um grande erro que resultou em sua morte mais que merecida. O perdão estava dado, mas perdoar O-Ren, da parte d’A Noiva, não significava poupá-la da punição: uma luta até a morte. Em XWP, Callisto, também em busca de vingança, acabou aniquilando seu próprio coração, tornando-se ainda mais terrível que Xena nos seus tempos de Destruidora de Nações. E valer lembrar que O-Ren primeiramente mandou todos os seus capangas atacarem A Noiva, e assim que conseguiu derrubá-la sozinha, cantou vitória antes do tempo, com a arrogância de uma guerreira suja para, em seguida, ser ferida com todo o furor d’A Noiva traída. E foi apenas neste instante de medo, de ameaça na carne, que O-Ren ponderou suas ações, e suas feições remontaram a daquela criança indefesa, e seu coração mostrou um pulsar de piedade.

            Uma curiosidade: O-Ren é a única a ser morta pela espada feita por Hattori Hanzo especialmente para A Noiva (exceto os decepados dos 88 Malucos). Ainda que a espada fosse crucial no caminho d’A Noiva, O-Ren foi a única que sentiu sua lâmina impiedosa. Uma luta de espadas, contudo, criaria uma luta de igual para igual entre as combatentes samurais, e em Kill Bill o “um contra um” geralmente leva essa “igualdade” em conta.

            O universo de Kill Bill, ainda que não pareça, pode ser muito próximo da realidade quando se trata se amor e ódio, perdão e vingança, coisas que XWP consegue tratar como poucas coisas que se veem por aí. Às vezes nos dedicamos tanto a um sentimento ruim que, quando nos damos conta, estamos nos alimentando dele, vivendo para ele. O final de O-Ren seria “feliz” se sua história terminasse quando ela alcançara sua justiça, e parasse por aí. Mas vingar-se não era solução para a menina, que se tornou criminosa, líder de gangue, vilã e Bitch Power. Vítima de si mesma.

            Mês que vem, a segunda na lista da Noiva dá as caras, as facas e o sangue aqui na BP. Abraço a todos, e comentem! Obrigado.

 

Fontes:

– Artigo sobre a cena em anime: http://smellycat.com.br/2009/02/10/kill-bill-a-origem-de-o-ren-ishii/

– Falas de O-Ren (em inglês): http://www.imdb.com/character/ch0001802/quotes

 

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Uma Bitch Power Condenada pelos Pecados do Pai

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BITCH POWER n. 17

Bloody Mary – A Rainha Louca e Sanguinária da Inglaterra

 

Texto e Imagens: Rodrigo A. Silva

Revisão e Arranjo de Imagens: Alessandro Chmiel

E-mail: [email protected]

 

Dedico este artigo ao meu mais novo camarada xenite Alessandro Chmiel que me deu a oportunidade de escrever na coluna Bitch Power deste mês. Também quero fazer um agradecimento especial a Mary Anne, que permitiu a minha participação na revista em primeiro lugar e dizer que para mim é um privilégio estar aqui.

 

Arquivo Histórico:

 

Nome: Mary Tudor

País: Inglaterra

Data de Nascimento: 18/02/1516

Pai: Henrique VIII

Mãe: Catarina de Aragão (1ª esposa de Henrique VIII)

Irmã: Elizabeth I (filha de Ana Bolena – 2ª esposa de Henrique VIII)

Irmão: Eduardo VI (filho de Jane Seymour – 3ª esposa de Henrique VIII)

Marido: Filipe II (rei da Espanha)

 

            Nossa mais recente Bitch Power não saiu das páginas de um livro de ficção, nem das telas do cinema, muito menos dos jogos de RPG. Bloody Mary saiu diretamente das páginas intangíveis da História para as páginas digitais da Revista Xenite do mês de junho.

            A vida da jovem princesa Mary Tudor era celebrada por todos os súditos da Inglaterra como um verdadeiro milagre, pois naquela época a mortalidade infantil era enorme e dos cinco filhos que o rei Henrique VIII teve com sua esposa Catarina, Mary foi a única que chegou a idade adulta com vida.

            Por ser a única filha do rei e consequentemente a única herdeira oficial do trono da Inglaterra, Mary recebeu a melhor educação possível para a época, aprendeu a falar Italiano, Espanhol, Francês, Latim, Grego e ainda teve aulas de Ciências, Teologia e Música. Além disso, recebeu do pai um castelo só para ela com súditos que deveriam servi-la e mima-la incondicionalmente. Sempre cercada de mimos e privilégios, a vida da jovem princesa era um verdadeiro conto de fadas.

            A Mary desta época era uma jovem doce e inteligente, tão doce e misericordiosa como Callisto devia ser antes da Evil Xena ter destruído sua aldeia e matado seus pais. Mas se Mary era assim tão doce, então como ela se tornou uma bitch?

            Como acontece na maioria dos contos de fadas, uma madrasta malvada sempre acaba se casando com o rei e fazendo da vida da jovem princesa um verdadeiro inferno. Nesse caso não foi diferente. O rei estava muito insatisfeito com o fato de não ter um herdeiro homem para assumir o trono e, como todo machista, o rei Henrique VIII pôs a culpa em sua esposa Catarina e chegou ao ponto de levá-la a julgamento por causa disso. A verdadeira intenção do rei nesse julgamento era provar a todos que Catarina não era capaz de gerar um filho homem e que por esse motivo ele teria todo o direito de anular seu casamento com ela e se casar com outra mulher. Isso foi um escândalo, pois na época não existia divórcio, o casamento realmente deveria durar “até que a morte os separasse”. Como a Igreja Católica não aceitou o pedido de anulação do casamento, o rei Henrique VIII decidiu romper relações com o Papa e expulsou a Igreja Católica Apostólica Romana da Inglaterra, criando assim a sua própria igreja, a Igreja Anglicana, na qual o rei era o líder absoluto (religioso e político) e onde a anulação dos casamentos era permitida. Com isso, o rei Henrique VIII conseguiu anular seu casamento com Catarina e se casou com outra mulher, uma jovem dama da corte chamada Ana Bolena.

 

            Foi a partir daí que o tormento da princesa Mary começou. Quando o casamento de seus pais foi anulado, oficialmente falando, Mary passou a ser uma filha ilegítima, uma bastarda gerada fora do casamento oficial do rei. Isso fez com que ela perdesse automaticamente o título de princesa, seu castelo particular, seus súditos, seus mimos e o direito de se tornar rainha algum dia. Quase que da noite para o dia, Mary passou de princesa da Inglaterra a babá de Elizabeth, sua meio-irmã recém nascida, filha do rei com sua nova esposa, e era agora conhecida por todos apenas com Lady Mary, a filha bastarda do rei. Além disso, Mary foi proibida de visitar sua mãe, a ex-rainha Catarina de Aragão, que havia sido banida e isolada dentro de um convento onde permaneceu até morrer de tristeza. Esse fato em especial foi um dos mais tristes para Mary, pois o rei não permitiu que ela fosse nem mesmo ao enterro da própria mãe.

            O rei Henrique VIII ainda precisou de alguns anos e de mais dois casamentos mal resolvidos para finalmente conseguir o seu tão sonhado herdeiro, o príncipe Eduardo VI. Infelizmente, o jovem príncipe sempre foi muito fraco e doente e morreu pouco tempo depois de se tornar rei. Finalmente havia uma chance de Mary mudar a história trágica de sua vida e se reerguer como a primeira rainha mulher de toda a história da Inglaterra, mas isso não foi tão fácil como parecia. Os deuses nórdicos da guerra não pareciam estar muito a favor de Mary e uma prima dela, Lady Jane Grey, assumiu o trono em um golpe de Estado. Com o apoio dos súditos que ainda eram leais à memória do rei Henrique VIII, Mary recuperou o trono e mandou executar sua prima traidora e todos aqueles que fizeram parte do golpe.

            Mary sempre foi muito religiosa e logo após se tornar rainha trouxe a Igreja Católica de volta a Inglaterra, tornando novamente o catolicismo a religião oficial do país. Este ato provocou um grande conflito de interesses em seu governo, já que os nobres mais poderosos haviam se convertido completamente à nova religião anglicana, o que gerou novas tentativas de golpes de Estado para derrubar a soberania da rainha.

            Todas essas conspirações internas, o rancor que Mary nutria em relação à Igreja Anglicana que seu pai fundou e toda a humilhação que Mary sofreu por causa disso, fizeram com que ela se tornasse uma mulher paranóica e começasse a perder pouco a pouco sua sanidade. O medo que ela tinha de seus perseguidores protestantes (pessoas que não eram católicas), somado ao seu fanatismo religioso, fizeram com que ela tomasse a decisão de perseguir e executar todos aqueles que ela considerava “hereges”. Deste modo, como se tivesse sido tomada pela loucura das Fúrias, a rainha Mary I executou cerca de trezentas pessoas durante suas perseguições e por esse motivo recebeu o apelido pelo qual a conhecemos hoje: Bloody Mary (Maria, a Sanguinária).

            A rainha Mary I morreu aos 42 anos de idade com um tumor no estômago (que ela acreditou até o último instante de vida ser um bebê, mesmo não tendo relações com o marido há séculos). Em um de seus delírios e sob influência do marido canalha, chegou a mandar prender a própria irmã caçula, Elizabeth, em uma torre no castelo, acreditando que essa estava armando uma conspiração para matá-la.

 

   A história da rainha Mary I, assim como a história de toda a família Tudor, é muito extensa e complexa, tornando impossível compactá-la em um único artigo. Podemos considerar que a rainha Mary I foi uma Bitch Power pelo fato de ela ter sido uma das mulheres mais poderosas de sua época e por ter utilizado esse poder para massacrar centenas de vidas humanas, mas não podemos deixar de levar em consideração que ela era uma sanguinária em um mundo composto por pessoas sanguinárias.

Gostaria de poder comparar Bloody Mary a um personagem mais específico do xenaverse, mas o único comparativo que pude observar foi com uma pobre e infeliz vítima da punição das Fúrias. Como todos vocês bem sabem, as Fúrias condenam suas vítimas com perseguição e loucura, não por elas terem cometido algum crime diretamente, mas pelos pecados de seus pais.

Na série, Xena foi condenada pelas Fúrias com perseguição e loucura pelo suporto crime de assassinato que sua mãe teria cometido contra seu pai. Neste caso, acredito que mais uma vez a vida imita a arte, pois a Bloody Mary pode muito bem ter sido punida pelas Fúrias com perseguição e loucura devido aos crimes que o próprio pai cometeu contra a mãe dela, levando-a indiretamente a morte.

Mesmo imersa em sua loucura, Xena conseguiu enganar as Fúrias e se libertar de sua punição, mas a rainha Mary não teve essa oportunidade, talvez por não se dar conta de que estava louca ou talvez porque os crimes de seu pai foram tão terríveis a ponto de seus descendentes jamais terem chance de qualquer redenção.

Se compararmos o reinado de Mary I com o de seu pai Henrique VIII e o de sua meia-irmã e sucessora Elizabeth I, veremos que Mary na realidade não era uma pessoa ruim. Ao executar de maneira cruel todas aquelas pessoas, Mary acreditava de maneira doentia e perturbadora que estava realizando a vontade de Deus na Terra, quando na verdade estava sendo manipulada por conselheiros mal intencionados que se aproveitaram de sua loucura e por um marido interesseiro que a desprezava e só estava interessado em assumir o controle do reino.

 

            Na mídia podemos ter uma noção da história da rainha Mary I por meio de diversos livros históricos; em filmes como Elizabeth, de 1998, dirigido por Shekhar Kapur, com a atriz Kathy Burke no papel da rainha Mary; e no seriado The Tudors, do canal People & Arts, onde a jovem princesa Mary é interpretada pela atriz Sarah Bolger.

 

Escrever um artigo para o Bitch Power não foi fácil. Apesar de ser um artigo histórico espero não ter deixado ele nem muito chato nem muito cansativo. De qualquer forma agradeço imensamente a compreensão de todos e espero ter colaborado de alguma forma com a comunidade xenite. Um grande abraço a todos e até a próxima!

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Nem Monalisa derruba o sorriso enigmático desta mommy-bitch.

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BITCH POWER – n. 16

A mulher mais intrigante na espionagem – bitch?

Por Alessandro Chmiel

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Sem dedicatórias este mês.

 

Obs.: poucos spoilers que não acabam com a graça de tudo – eu não faria isso com uma série tão apaixonante!

 

ARQUIVO CONFIDENCIAL – CIA

 

Nome: Irina Derevko

Localização atual: Desconhecida

Data de Nascimento: 22/03/1951

Naturalidade: Moscow, USSR

Altura: 5’9″

Peso: 140

Sexo: F

Idiomas: Inglês, Russo

Formação: B.A.; Mestrado em Literatura Inglesa

Origens: Irina Derevko foi recrutada pela KGB, uma central de espionagem da antiga Rússia, em 1970. Para espionar os serviços secretos da CIA americana, a agente especial casou-se com o agente sênior Jack Bristow. Infiltrada na vida do empregado do governo, Irina atendia pelo codinome Laura Bristow. Anos mais tarde, para fortalecer seu disfarce, Irina/Laura teve uma filha com Jack, Sydney Bristow. Eventualmente, Irina forja um acidente de carro fatal, matando seu alias Laura Bristow, abandonando seu marido e sua filha, já tendo cumprido seus objetivos secretos. Escondida, Irina Derevko seguiu dominando agências especiais ao redor do mundo, a qualquer custo, para obter o poder que tanto deseja.

Treinamento/Habilidades Especiais: Desconhecido, mas considerada extremamente perigosa

 

<O>

 

Ok, isso tudo foi uma pequena brincadeira, ironizando um pouco o clima da série. Para quem não lembra, na Girl Power n. 09 lhes foi apresentada a heroína Sydney Bristow (Jennifer Garner), a protagonista da série ALIAS. Demorou, mas aqui estou cumprindo uma profecia particular de que, um dia, escreveria um artigo da Bitch Power sobre a mãe de Syd, Irina Derevko (Lena Olin).
Irina é figura chave nesse seriado de drama e ação constante, dando as caras na segunda temporada, mas onipresente desde o início, seja em menções, lembranças do passado, fatos que sejam resultado de suas ações – afinal, até mesmo Sydney só existe por causa da missão que sua mãe cumpriu ao casar-se com Jack (Victor Garber).

             O mais intrigante em Irina é nunca sabermos de que lado ela está. Lembra um tanto Ares, mas com a meticulosidade que só as mulheres possuem – sem ofensas, hein? Irina é do tipo que articula todos os seus passos, com a justificativa de fazer o que precisa ser feito. Suas cenas são sempre cheias de tensão, e apenas sua presença na tela já nos trás calafrios. Seus olhos perscrutam a profundidade de quem lhe concede um encontro frente a frente, e seu sorriso esconde todos os segredos do mundo. Falando nisso, parece que nada do que acontece neste planeta encontra-se no desconhecido para Irina.

            O que mais me assusta em Irina são outros tipos de justificativas que ela dá para suas atitudes: amor. Amor de esposa, amor de mãe. Suas paixões são obscuras, seus limites são poucos. Em meio a uma trama cercada de desejos por vida eterna, domínio público, riqueza e posse de poderosos arsenais, Irina Derevko é com certeza a primeira dama. Assim como a Evil Xena, essa mamãe bitch apresenta tendências de redenção. Ao contrário de Xena, contudo, Irina não muda de caminhos definitivamente, e nunca é um exemplo óbvio da mudança. Irina é um equilíbrio velado, pois aparentemente um lado pesa mais que o outro, e quem assiste ALIAS permanece em constante dúvida sobre a fidelidade do seu coração, na sinceridade de suas palavras. Irina nos faz pensar nas decisões que tomamos na vida, do quanto damos importância às pessoas ao nosso redor. E ALIAS fala muito dessa função em equilibrar nossos deveres e nossas relações, independentemente dos laços familiares, mas também de amigos, como Xena e Gabrielle. Quem vos fala admite: ALIAS é top cinco em minha vida, e Sydney – e de seu próprio modo, também Irina – é uma personagem que fica para sempre em nossa memória.

  

            Obrigado pela atenção, espero que você tenha a oportunidade de conferir tamanha performance desta atriz fenomenal. Por favor, deixem seus comentários, críticas/elogios, sugestões etc.

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Acha que ser Bitchpower é difícil?

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BITCH POWER – n. 15

Tente ser hilariamente odiosa, isso que é difícil!

Por Alessandro Chmiel

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Dedicado a Maryana Raposo, a mente vitaminada que deu origem à nossa RX. Amiga longínqua, mas constantemente perto do coração. Minha talentosa musa da guitarra, da voz e do violão. Meu maior orgulho Xenite, pois ela passou a assistir Xena quando eu pude dar aquele empurrãozinho, e isso nos uniu mais do que tudo; em retribuição ou não, foi a “Maryãããna” a primeira a falar de gLee para mim. XENA nos uniu, e nossa amizade consolidada vai ser pra sempre forte. Como Xena.

 

Obs.: apenas leia, tá bacaninha e sem spoiler pra não acabar com seu barato. Aumenta o som e curte!

 

Retorna em abril uma das séries de TV de maior sucesso na atualidade. Vencedora do Golden Globe na categoria de melhor série de comédia/musical, gLee veio para ficar. Com apenas 13 episódios lançados da primeira temporada, sua repercussão pelo mundo foi admirável para um programa que prometia ser uma cópia esculachada de High School Musical. Até mesmo a Rede Globo já garantiu o show em sua programação futura (ai meu ouvidos com dublagens abismais!). Os episódios inéditos da continuação da primeira temporada serão lançados a partir do dia 13 de abril, então anime-se!

            Para quem não sabe, gLee conta a história do coral de uma escola americana reerguendo-se após um período de inatividade. O professor de Espanhol, por sua vez, decide tomar as rédeas dessa empreitada, mas ele não contava com as figuras que se inscreveriam: uma menina metida a popular; um cadeirante; um Beyoncé-wannabe; uma gaga (não a Lady); um aluno gay; e um jogador de futebol americano que cai de paraquedas para equilibrar o novo time de artistas. O grande potencial de gLee é ser uma série que adota quase todas as etapas de um clichê bobinho e se transforma em uma história envolvente, emocionante, reflexiva e que lhe faz, em todo episódio, se arrepiar e cantarolar uma ou outra canção. Como todo bom seriado que se preze – e nós, Xenites, sabemos bem disso –, não podia deixar de faltar uma odiosa Bitch Power – hilariamente odiosa.

  

            A treinadora das líderes de torcida é o pesadelo não só da turma do “Novas Direções”, o nome do Clube Glee. Sue Sylvester é a treva de qualquer ambulante daquela escola – aluno, professor, direção, você decide. Sempre com argumentos e contra-argumentos na ponta da língua, Sue é uma gladiadora das palavras, das artimanhas primorosamente calculadas e das piadas de todos os sabores e cores. Afiada como só ela, Sue observa e comanda tudo de cima, não se rebaixando para absolutamente ninguém. Seu nome também contribui: Sylvester é o nome do gato Frajola, originalmente – coitado de quem cair nas garras desses dois gatunos. A grande razão de suas maldades provém de qualquer um que se interponha em seu caminho, neste caso, o Clube Glee, que apenas por existir faz com que Sue receba menos verba para suas líderes de torcida. Sue não economiza planos obscuros – e sempre recheados de humor, pois ela se diverte em suas “bitchices” – quando o assunto é vencer. Mas essa fera pode esconder suas feridas também.

  

            Aos primeiros episódios, o que se pode perceber da natureza da Senhorita Sylvester é que ela faz parte do time de pessoas que não aceita a derrota – jamais! Orgulhosa, carrega o rei (a rainha, o bobo e todo o resto do reino) na barriga e não paga imposto para largar suas alfinetas aos quatro ventos. Ela é impagável, e nos links no final do artigo, bem como em algumas das imagens aqui presentes, você pode conferir alguns dizeres dessa profetiza da balbúrdia. Dos poucos episódios liberados, nada do passado de Sue foi explorado para que possamos analisar os porquês de toda essa fúria que, aparentemente, é gratuita. Uma das cenas mais emocionantes da série até agora contou com ninguém menos que nossa BP, e deixou os fãs estarrecidos e com a certeza de que em suas veias não corre apenas veneno. Em geral, as frases de maior impacto que gLee (o grande L, para quem não sabe, é do termo loser – “perdedor” –) saem das profundezas pensantes da temida gatuna esportiva. Sue sabe emplacar pontos de vista sobre o mundo e sobre as pessoas de modos provocantes e maliciosos, porém dignos de reflexão, sim senhores. É a velha regra da verdade dolorida: choca, faz chacoalhar nossos pilares da ética, mas no fundo são percepções sinceras que, de um modo ou de outro, podem fazer a diferença na história humana. Sue, contudo, não se encaixaria no grupo dos “faça o que digo, não o que faço”; é apenas alguém que sabe das coisas, observa, “sente” (da maneira que ela quiser entender os sentimentos!), e joga sujo pra se manter no topo. Todo “gleek” fica com a pulga coçando na orelha indagando o que faz Sue ser… Sue.

  

            Sue não pode ser comparada aos personagens terrenos de XWP. Sua “alma-gêmea” é olimpiana, indubitavelmente. Afinal, tia Sylvester é uma deusa da guerra, e seria uma espécie de Atena se não gostasse tanto de mover as engrenagens do caos estudantil. Seu “jeitinho” de ser consegue externalizar para fora do âmbito educacional, mexendo com os princípios das pessoas que habitam nosso mundo competitivo. Quem agia assim em XWP, senão nosso deus da guerra Ares? Está tudo lá: imponência, prepotência, meticulosidade, garra, fogo nos olhos, sede de combate. O professor Will Schuester (Matthew Morrison, 31) precisa equilibrar-se entre o caminho de Eli e a inconsequência das Fúrias diante de tamanha rivalidade. Não são poucas as vezes em que nos deparamos com Schue prestes a socar o rosto marmóreo dessa guerreira ariana, mas nem em todos os universos as coisas se resolvem na porrada. Será que a música do Clube Glee vai salvá-lo?

            Falando em musicalidade, a majestosa atriz Jane Lynch (49) anseia por um quadro musical só seu na série: até agora, Sue apenas remexeu as cadeiras aqui e ali, sem soltar a voz. Penso: conto as horas por isso ou temo o tenor catastrófico (não em qualidade ruim, mas destruidor em potencialidade)? A única certeza: a mais do que conhecida Vogue da Madonna é toda sua, Sue – com peitos de cone e tudo! –, em um episódio exclusivo dedicado à musa pop. Jane Lynch (que é assumidamente homossexual e inclusive muito bem casada com uma psicóloga) confessa adorar interpretar tamanha vilã, e abre o jogo dizendo que não é facilmente surpreendida pelo que sua personagem diz, mas que Sue de fato fala coisas que a fazem prender a respiração. Jane encarna tão bem a personagem que concorreu ao Golden Globe, em 2009, de melhor atriz coadjuvante, mas infelizmente só levou o troféu junto com todo o elenco pela melhor série – uma grande conquista para quem conta com somente 13 episódios até agora.

  

            Se gostaram dessa deliciosa maldade da BP de abril, não deixem mesmo de acompanhar gLee que está prestes a retornar. Para os apaixonados por 03×12 – The Bitter Suite e 05×10 – Lyre, Lyre, Hearts on Fire, vocês cairão de amores por esse seriado que lhe leva a extremos de sensações. A gente conhece bem seriados que nos fazem rir e chorar no mesmo episódio, não é verdade? No mês de maio, nada mais cabível do que uma vilã… mamãe. A CIA demorou para descobrir de sua existência, mas será que você arrisca? É bom correr para assistir ALIAS da Girl Power n.09 Sydney Bristow, de preferência até a segunda temporada, e ficar por dentro desse mundo louco da BP mais dúbia que já vi. A todos uma Páscoa tão doce quanto a Sue. Acha que escrever um artigo pra RX é difícil? Tente acabar com uma frase de efeito e meramente engraçadinha, isso que é difícil!

 

Fontes:

Entrevista com Jane Lynch:  http://clubglee.wordpress.com/2009/09/16/glee-interview-jane-lynch/

Info do site oficial de gLee: http://gleewiki.fox.com/page/Sue+Sylvester

Frases bombásticas de Sue: http://yepideea.blogspot.com/2009/10/frases-de-sue-sylvester-no-glee.html

O que gLee reserva para os próximos episódios: http://revistatvseries.blogspot.com/2010/03/as-novidades-de-glee.html#links

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