Era uma vez…

Por:

Shion Malfoy

Uma história de amor numa cidade partida… ou nos tempos antigos…

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Esse mês assisti a uma produção brasileira (sim, uma salvação do cinema nacional ^^) maravilhosa que me deixou pensando demais em como a vida é, ainda mais porque enxerguei muito mais de Xena ali do que quem também assistiu. Uma vantagem de ser xenite! Vou compartilhar com vocês minhas impressões.

O filme ‘Era uma Vez…’ (2008, Direção: Breno Silveira, Com Thiago Martins e Vitória Frate) tem a mesma direção que ‘2 Filhos de Francisco’, conseguindo superar (e muuuito!) esse melodrama exagerado.

Na história, vemos o desenrolar de um casal impossível – ou quase. Dé (Thiago Martins) mora numa favela do Rio de Janeira, trabalha numa barraquinha na Praia de Ipanema e desde a infância sofre com os infortúnios da vida dura que leva, no centro de toda a violência e pobreza do morro. Em contrate, ele acaba se apaixonando por Nina, mocinha linda e rica, residente de um alto prédio com vista para as águas da praia. Como dois seres de realidades diferentes viverá uma história de amor nessa cidade partida do subtítulo?

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Vou tentar não colocar muitos spoilers, porque quero que assistam ao filme. Vou focar mais nas sensações que senti, e na relação com XWP.

Eram já umas tantas na madruga de uma segunda e eu já havia perdido Terminator no SBT quando o filme terminou, mas nem senti raiva por perder Sarah Connor correndo para salvar seu filho (e eu sempre fico uma fera quando perco isso!!!).

Porque enxerguei Xena na pele do jovem Dé, tentando viver calmamente num mundo caótico. A vida arranca seu Lyceus quando ainda era criança, vítima da violência que a intolerância humana precisa criar desde os tempos antigos.

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Essa ‘Xena’ porém não se corrompe, apesar de chegar quase perto e a todo momento pensar que a melhor saída será pegar em armas, alimentar esse desejo de sangue que corrói por dentro. Porém ‘ela’ conhece sua Nina, uma loirinha em sua excelente cobertura em Ipanema que parece muito com o interior da protegida casa de uma família em Potédia.

Essa duas almas se chocam e descobrem a beleza do amor que ainda pode existir. Uma união ‘proibida’, pólos diferentes que, apesar de tudo, se completam, aprendem entre si, se protegem e, acima de tudo, se amam.

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Mas o mundo não é totalmente belo. A ‘cidade’ ainda é partida. Os warlords continuam soltos, Dahak e sua seita continuam ‘viciando’ por aí, os Reis estão de costas e não existem escudos eficientes que pare essas espadas.

É uma pena que na realidade não exista ambrosia para nos acordar do sono eterno, nem uma Callisto arrependida e um Salvador indiano com mãos abençoadas… os heróis daqui não passam de anônimos, despercebidos, minúsculos entre os arranha-ceus e os morros apinhados.

O que resta para nossa Xena e nossa Gabrielle são cruzes… sem volta… algumas entre outras tantas.

Esperam que tenham entendido. Já devem ter sacado do que se trata o filme. Assistam e tirem suas conclusões. Dou nota 10 para ele. Obrigada pessoal!

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