ENTREVISTA – Rodrigo

Por:

 

 

Por rOBson

 

 

 

Nesse mês de comemorações natalinas, resolvi dar um presente a mim mesmo: trazer para o Entrevistas um de meus amigos mais queridos no fandom Xena Brasil: o Rodrigo!

 

Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente este ano, em julho, quando viajei a São Paulo para o Encontro Xenite 2010. E como gaúcho não é raça de fazer cerimônia na terra dos outros, eu logo dei um baita abraço nesse que é uma das joias de nosso fandom! Sensível mas poderoso, confidente, sonhador, conselheiro e dedicado. Espero revê-lo algum dia, amigo!

 

 

1 – Conte-nos como começou sua história xenite.

 

R: Como a de muitos outros Xenites, começou no SBT. Todas as manhãs de domingo, antes mesmo de abrir os meus olhos, eu me lembrava que tinha que sair logo da cama e tomar o meu café da manhã para poder assistir ao episódio. E coitada da pessoa que tentasse me tirar da frente da televisão durante o episódio! Arrumei muitas brigas com a minha mãe, com o meu pai e até mesmo com o meu irmão para conseguir assistir Xena em paz.

 

2 – Prefere dizer que XWP encontrou VOCÊ OU que VOCÊ encontrou XWP? Por quê?

 

R: Definitivamente foi XWP que me encontrou. O horário em que XWP passava no domingo de manhã era perfeito, pois eu podia acordar tranquilamente, tomar o meu café da manhã, e era mais fácil driblar qualquer possível compromisso com a desculpa de que era domingo. Além disso, como eu estudava de manhã, pude desfrutar de várias tardes chuvosas assistindo aos episódios duplos que o SBT colocava no horário do “Cinema em Casa”.

 

3 – O que tu pensas desse leque enorme do fandom nacional, que abrange tantos Estados e culturas diferentes?

 

R: Essa enorme diversidade populacional e cultural de fãs reflete aquilo que nós vemos no próprio seriado. Acho que nenhum outro show conseguiu abranger culturas e filosofias tão diferentes e de um modo tão peculiar. Por esse motivo todas as pessoas, mesmo aqueles que por algum motivo não gostam de XWP, em algum momento de algum episódio certamente se identificaram com a série em algum ponto.

 

4 – Tu possuis alguma coisa com marca registrada de XWP? O que gostarias de adquirir?

 

R: Infelizmente não possuo nenhum ítem. Devo ser o Xenite mais platônico de todo o fandom, rsrs. Uma vez, durante uma brincadeira de “amigo secreto” no colégio, a minha amiga secreta (que por acaso era minha professora de História) disse que procurou por qualquer coisa que tivesse a ver com Xena para me dar de presente. Como ela não encontrou nada de XWP, me deu um boneco do Hércules. Na época fiquei tão chateado que acabei jogando o coitado do boneco no lixo de “Tartatus”, rsrs. Se pudesse ter um ítem teria um Chakram.

 

5 – Tu comprou uma máquina do tempo. Leve 5 xenites com você para a Nova Zelândia para realizarem juntos uma entrevista com o elenco durante os bastidores de alguma das 6 temporadas.

 

R: Chapo, Alê, Déh, Adam e… dexe-me pensar… ROB!!!

 

6 – Cinco deuses precisam de corpos “recipientes” no ano 2010. Escolha 5 divindades e coloque-as no corpo de 5 amigos xenites que tu tens.

 

R: Não gosto da idéia de nenhuma entidade “usando” o meu corpo ou o corpo dos meus amigos para propósitos obscuros e egoístas. Se houvesse essa possibilidade eu tentaria encontrar uma maneira de enganar esses 5 deuses. Escolheria Atena, Zeus, Ares, Posseidon e Dionísio. Dentre os Xenites, escolheria respectivamente eu mesmo (rs), Rob, Chapo, Alê e Déh. Então faria um encantamento para transferir apenas os poderes e as habilidades especiais desses deuses para os nossos corpos.E assim nós poderíamos fazer um novo Olimpo na Terra.

 

7 – Sua família e seus amigos estão a par de seu carinho por XWP? O que eles pensam dessa relação?

 

R: Minha mãe, uma amiga especial e algumas pessoas estão cientes disso. Mas eles não acompanharam a série como eu acompanhei. Então, pela “ignorância” deles, acho que eles não tem uma opinião formada sobre isso. Imagino que para eles XWP seja apenas mais um programa de TV que eu gosto muito de assistir.

 

8 – A velha pergunta: por que tu achas que nosso fandom é tão cheio de homossexuais no núcleo mais ativo da comunidade?

 

R: A Essência de XWP são as lições que aprendemos com elas e junto com elas ao longo da jornada. Mas essas lições não são fáceis de seram percebidas e aprendidas por qualquer pessoa. É preciso ter uma sensibilidade muito aguçada para ouvir o que está por trás das palavras, sentir o que está além dos sentimentos. E como um bom amigo me disse outro dia mesmo, “a grande maioria dos heteros possui a sensibilidade de uma azeitona”.

 

9 – Se tu pudesses gravar uma cena da série ao lado de um amigo xenite, qual cena tu escolherias: o beijo da Trilogia Nórdica ou a briga de The Bitter Suite? Por quê?

 

R: Seria definitivamente o beijo da Trilogia Nórdica. Eu não tenho nenhum assunto mal resolvido com um amigo Xenite que me levaria a ser transportado para Ilusia, e, cá entre nós, minha voz não é das melhores para gravar um episódio musical. P.s.: Fiquei aliviado por você não perguntar com qual amigo Xenite eu gostaria de gravar essa cena, rsrs.

 

10 – Se Eli e Lao Ma se encontrassem para um coffee break, sobre o que os 2 conversariam?

 

R: Gostaria de vê-los debater a respeito dos vários caminhos que podemos percorrer para atingir a evolução pessoal. Mas acho que seria interessante convidar mais alguém para o debate, talvez Khrisna, pois assim haveria mais diversidade no debate já que cada um possui um modo diferente de percorrer os caminhos da vida.

 

 

 

11 – Uma música que te faz lembrar da série.

 

R: Uma música de ação. Nenhuma em especial.

 

12 – Um filme que te faz lembrar da série.

 

R: Basicamente todos os filmes de luta com personagens femininos me lembram Xena. Mas tem um filme (inclusive foi tema de uma Girl Power que eu fiz para a RX) que me faz lembrar muito da série: “A Lenda do Zorro”. Achei que neste filme a personagens Elena De La Vega (interpretada pela atriz Catherine Zeta Jones) está muito parecida com a princesa guerreira em muitos aspectos.

 

13 – O que tu achas que Gabrielle fez após AFIN, uma vez que nunca foram encontrados pergaminhos narrando suas aventuras após a morte de Xena? Teria ela se “aposentado” ou continuado a lutar pelo bem, mas sem mais escrever sobre seus feitos?

 

R: Acho que Gabrielle não ter escrito nada a respeito de suas aventuras após a morte de Xena não passa de mais um dos “furos” no roteiro da série. A Gabrielle era uma barda e certamente continuaria escrevendo relatos de suas aventuras e viagens até o dia de sua morte. Mas para deixar a resposta com uma conotação um pouco mais “poética”, posso dizer que Gabrielle continuou viajando pelo mundo e ajudando a todos os que precisavam de ajuda, mas não escreveu nada a respeito por amor a Xena, para que a Xena continuasse sendo reconhecida e admirada acima de qualquer outro herói por toda a História. Se pensarmos bem essa demonstração de altruísmo seria a cara da Gabi.

 

14 – Seria possível inserir XWP na criação de um filho? De que modo?

 

R: Sim. Na verdade eu mesmo já me peguei imaginando isso. Muitos dos ensinamentos que Xena compartilhou com a Gabi podem ser convertidos em ensinamentos para nossos filhos.

 

15 – Bole um breve roteiro para ocupar o lugar do descartável “Married With Fishsticks”.

 

R: No meu roteiro, Gabrielle não teria desmaiado. Afrodite teria levado a melhor e transformado Discórdia em uma piranha rechonxuda e esta teria se jogado no mar e então seria perseguida por um tubarão faminto. Sinceramente, não importa a adaptação, acho que este roteiro não tem salvação.

 

 

 

16 – Se tu fosses um grego daquele tempo da série, tu serias: um camponês pacífico ou um guerreiro? Por quê?

 

R: Poxa, Rob, nessa você me pegou. Esse é o tipo de pergunta que eu tenho feito a mim mesmo quase todos os dias nos últimos 12 anos. Quando se trata de escolher entre dois lados tão opostos eu simplesmente não consigo me decidir por um único lado. Seria o mesmo se você me perguntasse se eu prefiro o dia ou a noite, o Sol ou a Lua, a Xena ou a Gabrielle, rsrs. Eu acho que eu tenho os dois lados dentro de mim e por isso tentaria lutar pela paz e tentar dialogar e utilizar todos os recursos possiveis e impossíveis antes de entrar em uma batalha.

 

17 – Já teve alguma tristeza por gostar de XWP? Qual?

 

R: Já. Como eu não tinha Tv por assinatura na época, a minha maior tristeza foi quando compraram os direitos de XWP e o SBT não pôde continuar transmitindo a série. Durante anos eu achei a série acabava com a Gabrielle caindo naquele poço de lava com a Hope e isso para mim foi muito triste.

 

18 – Religião ou fé? Existe diferença?

 

R: Fé. Como não sou nem filósofo nem teólogo, prefiro não me arriscar com uma resposta mais detalhada correndo o risco de falar alguma bobagem. Mas acredito que existe diferença sim. Você pode dizer que pertence a esta ou àquela religião e não ter uma fé genuína em nada.

 

19 – Um autógrafo OU um abraço de Lucy Lawless e Renée O’Connor? Por quê?

 

R: Definitivamente um abraço. Um autógrafo é algo frio e impessoal para mim. Para algumas pessoas (provavelmente a maioria) um autógrafo é algo especial, mas para mim é apenas uma coisa escrita em um pedaço de papel que vai se deteriorar com o tempo ou que eu provavelmente perderia. Mas existe algo especial no abraço para mim, uma troca profunda e íntima de energia vital entre duas pessoas. E esse momento do abraço e da troca de energia é algo que vai durar para sempre dentro de mim.

 

20 – Deixe uma mensagem que tu gostarias de ter visto retratada em algum episódio.

 

R: Difícil. Acho que a nível de mensagens o seriado não deixou a desejar. Não consigo imaginar uma boa mensagem que não tenha sido muito bem retratada em qualquer um dos episódios.

 

 

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