ENCHENDO A CARA EM XWP
Por: Robson Mechlowicz
Por Robson
Uma análise do álcool
Embora muita gente não saiba, o álcool é considerado uma droga psicotrópica, ou seja, ela atua sobre o nosso cérebro, alterando dos mais diversos modos o nosso comportamento, além de ter potencial para desenvolver dependência.
Psico = vem do grego: psiquismo – o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim, o que cada um é.
Trópico = tropismo – ter atração por.
O álcool é uma das poucas drogas que tem seu consumo admitido e até mesmo recomendado pela sociedade, através de propagandas atraentes repletas de modelos sensuais.
FATORES QUE LEVAM AO PRIMEIRO CONTATO COM O ÁLCOOL
Espírito de grupo: principalmente na adolescência, onde ninguém deseja ser apontado como “freak” ou “nerd“.
Curiosidade: “O pessoal fala tanto no assunto, como será que é?”. Típico caso de maria-vai-com-as-outras.
Cultura: em algumas sociedades começa-se a beber ainda criança.
Incentivo dos pais: os velhos bebem e dão aos filhos para que provem. (Muito bonito! # Xuxa Verde feelings)
Orientação médica: lembram de quando você era pequeno e comia pouquinho? Aí a mamãe vinha e dava uma colherinha de Biotônico Fontoura a fim de abrir o seu apetite. Por incrível que pareça, Biotônico estimula dependência!
Outros fatores sociais: anúncios de TV são exemplos da estratégia da indústria do álcool para seduzir seus consumidores.
FATORES QUE LEVAM À CONTINUIDADE DO CONSUMO ALCOÓLICO
Predisposição Orgânica: caracterizada principalmente pela tolerância. Quanto mais se bebe, maior resistência se desenvolve, e mais difícil se torna abandonar o consumo.
Benefícios: fatores sociais que reforçam o uso, ou seja, para firmar a imagem, a reputação do sujeito, como se este fosse membro de uma classe elitizada: “Eu bebo, saio no volante da minha máquina, com minha gostosa do lado, cabelos ao vento!”
AS FASES DO ÁLCOOL
1ª fase: ALEGRIA – você começa a rir de coisas banais, como o cotovelo do garçom. Passa a explicar as piadas, como se ninguém mais além de você tivesse entendido a graça. Então o espírito humorista baixa em você: agora você é o palhaço, a mesa é o seu picadeiro e acha que seus amigos têm de aplaudir seu notável talento para comédia;
2ª fase: NEGAÇÃO – apesar de você estar pra lá de Bagdá, você continua jurando diante da cruz que está sóbrio, enquanto tenta fazer um 4 com as pernas;
3ª fase: AMIZADE – você já virou amigo de todo mundo: do barman, do tio mendigo, dos inimigos…
4ª fase: CEGUEIRA – essa fase é muito crítica, pois nesse momento você já começa a achar todo mundo bonito;
5ª fase: INVISÍVEL – nesse ponto, você acha que ninguém está te vendo, portanto, faz cagadas achando que ninguém nem percebeu, quando na verdade todo mundo está te olhando!
6ª fase: MOMENTO DA VERDADE – estágio perigoso, a bebida entra, a verdade sai: você começa a dizer tudo que pensa na cara de todo mundo;
7ª fase:NOSTALGIA – nessa etapa, você chora dizendo que todo mundo ali é seu amigo do peito e não sabe o que faria da vida sem eles. É nessa fase também que as pessoas começam a ligar para os ex-namorados;
8ª fase: LÍNGUAS – é a hora de falar inglês, espanhol, aramaico…
9ª fase: DEPRESSÃO – ninguém te compreende, você é a vítima das situações, nada dá certo na sua vida…
10ª fase: AMNÉSIA – depois de TODAS as merdas feitas e ditas, você não se lembra de nada!
MOTIVOS QUE LEVAM A PESSOA A BEBER
Integração em tribos: a criatura entra na adolescência, e seu maior medo é ficar de fora dos grupinhos populares. Convencido de que é suicídio social ficar “sobrando”, o moleque passa a absorver o estilo dos glamourosos das seitas, praticando seus hábitos, e o mais recorrente pra se mostrar descolado é virar o gargalo na goela.
A mãe se despede da filha comportada, que diz que vai dormir na casa da amiga para uma Noite do Pijama e de estudos. Mães, acordem, século XXI aí! Papo furado que sua filha vai passar a noite vestindo pijamas ou pegando em livros! Ela vai é pra balada, usando a menor quantidade de peças de roupa que ela puder. E vai beber até esquecer o próprio nome.
O álcool opera metamorfoses: anjos guardam a auréola no bolso e metem a coroa de chifrinhos na cabeça. Os “certinhos”, no final das contas, perdem toda a diversão.
Pobreza: o que mais se vê nas ruas populares das grandes cidades são homens atirados nas calçadas, em camas de jornal e papelão, homens que até dão um jeito de ganhar uns trocados, mas investem tudo em pinga, privando-se, muitas vezes, até de comer. Preferem embriagar a mente do que rechear o estômago.
Luto: a morte de uma pessoa querida obriga seus parentes e amigos a buscarem meios de lidarem com a dor da perda, e o álcool acaba sendo o refúgio a que muitos se entregam para não mais sofrerem, uma vez que ele funciona como agente entorpecente dos sentidos. Joxer optou por cair de trago depois que Gabrielle “morreu” no poço de lava.
Resistência ao frio: dependendo do tipo de bebida, o álcool aquece o corpo. Há misturas que descem queimando, e foi justamente de uma dessas que Xena precisou no frio de Higuchi enquanto carregava as cinzas de Akemi.
Estímulo para a coragem: existem pessoas que têm sua libido elevada quando bebem bastante, e há outras que simplesmente “murcham”. Ares, no caso da foto abaixo, viu uma Xena completamente nua na sua frente, e deu uma boa golada antes de partir pra ação!
Traição:
“Garçom! Aqui!
Nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor…
Garçom!
No bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção por favor…”
Sempre tem aquele infeliz que recebeu uma galhada na cabeça em função do comportamento promíscuo de seu cônjuge, e vai afogar as mágoas na tentativa de resgatar seu orgulho no fundo de um copo de cerveja barata.
Táticas de persuasão: existe uma máfia que embebeda os outros, a fim de extrair “benefícios” da pessoa indefesa (confissões, carinhos, etc). Xena deu um jeito de fazer Lúcifer pecar 7 vezes, e o álcool obviamente apareceu como instrumento de seus métodos.
Já Virgílio, que de bobo só tinha a cara, resolveu embebedar Gabrielle para que pudessem ficar mais à vontade… Sempre bom tirar a camisa para deixar a conversa mais “leve”.
Como ferramenta de defesa/ataque + técnica artística: esta opção requer certa habilidade física, prática mesmo, então não tente reproduzir isso em casa. Uma das coisas mais radicais que Xena faz é ingerir uma golada de álcool e cuspir contra uma tocha, para botar fogo em seus oponentes. Além de dar-lhe uma boa vantagem na luta, o Breath of Fire é visualmente belo.
A VISÃO DISTORCIDA: um dos efeitos do álcool no organismo
Imagine se aquele mulherão passa por você na balada, te lançando aquele olhar 43, e você está tão mamado que só enxerga uma névoa diante da cara! Se deu mal!
E já pensou se teu anjo da guarda desce na sua frente para te dar uma mensagem de importância vital, algo tipo “a salvação do mundo depende de você”, e você nem está com suas faculdades mentais em ordem para notar que aquele ser celestial ali presente, incumbido de te proteger, não é um mero baladeiro de festa à fantasia.
O álcool também é chamado popularmente de “embelezador”. Isso porque ele tem o poder de transformar tudo à sua volta em elementos de fantástica beleza… Visualize a seguinte situação:
A festa atingiu seu auge, e você está se esfregando naquele deus grego gostoso. No dia seguinte, caminhando com seu amigo pelo shopping, vocês passam por um grupo de jovens, onde um deles, mais feio que barraco carioca descendo o morro em dia de dilúvio, fica abanando cheio dos sorrisinhos pra você. E você pergunta pro teu amigo: “Da onde é que aquele tribufu me conhece?” Até que seu amigo, gargalhando, te diz: “Então o São Jorge aqui não se lembra dos dragões que mata? Esse cara que passou ali foi aquele que você pegou noite passada!” Aí você corre pra casa e lava a boca (e o resto do corpo) com vinagre!
Portanto, CUIDADO: a bebida OBRIGA você a sair fazendo caridade por aí! Lembre-se que você tem uma reputação a zelar!
E se você é do tipo que seleciona as pessoas que você beija pela idade delas, novo alerta sobre os efeitos do álcool: quando você bebe exageradamente, corre o risco de perder a percepção da fisionomia dos outros, de modo que pensa estar abraçado com aquela gatinha, mas as pessoas ao seu redor vão dizer que você está estudando geriatria enquanto segura aquela múmia nos braços. Isso porque o álcool te faz enxergar as pessoas como se elas fossem um “pouquinho” mais jovens do que na realidade são.
A festa tá passando, e você não pegou ninguém, por uma série de razões: ou você é covarde, ou é tímido, ou panaca, ou cagão, ou… Daí chega uma hora que você se cansa dessa seca, vira litros de álcool na goela, e de repente você é o Popeye fazendo a digestão do espinafre: você é másculo, corajoso, um verdadeiro vicking. Daí, tropeçando nos próprios cadarços, você se aproxima daquela moça com quem você ficou trocando olhares na última meia hora. Ela parece ser do tipo difícil, esnobe, com as mãos na cintura, rodeada de amigos. Mas você é Conan, o bárbaro, e vai pegar aquela galinha. Mas lá pelo meio da pegação, você nota que a galinha… TEM UM PINTO!!!
Então, uma moral pra essa história: prefira passar sua noite de balada deparando-se com barangas, do que encher a cara e enxergar princesas em toda parte! Você pode estar recebendo crédito divino dando felicidade a urubus, mas sua reputação aqui na Terra desce pelo ralo!
O AMIGO BÊBADO: todo mundo tem um¬¬
“Sai pra lá, se manca ,vê se me esquece
Não aguento mais, já estou com stress
Se dou a mão, quer logo o pé
Isso me aborrece
Sai pra lá, bicão! Sai pra lá, mané”
Vê se desaparece…
Sai da minha aba, sai pra lá!
Sem essa de não poder me ver…”
Você está lá, no bem-bom, e aquele seu amigo chato aparece e fica grudado em você: quer a sua comanda emprestada, um gole da sua bebida, pede pra ser apresentado ao seu ficante… P#%*!, vá abraçar a Alti! E depois é você quem tem que juntar do chão o miserável e metê-lo dentro de um táxi.
DE COPO NA MÃO: a pose do socialite e a do baixa-renda
O socialite é aquele que chega na festa, agarra uma taça e fica a noite inteira com ela sempre junto dos lábios, distribuindo olhares de desprezo para a roupa de todo mundo, e fazendo a egípcia para os menos abastados.
Já o baixa-renda é o típico arroz de festa. Vai ter balada open bar? Lá está ele. Folia com entrada liberada até a meia-noite? Olha ele lá. Esbarrando em todo mundo, dando vexame no banheiro, vomitando nas próprias canelas enquanto tenta manter o equilíbrio do copo na mão… E você rezando pra que ninguém perceba que você conhece aquela figura simplória…
OS APORRINHADORES MORALISTAS
Existe aquele pessoal que não bebe. Geralmente são uns malas-sem-alça que ficam policiando a taxa de álcool que você manda pra dentro do seu organismo. Se acham governadores no palanque, discursam sobre ética e moral, e passam 80% da festa chupando canudinhos coloridos de suas bebidas cheias de glicose arco-íris.
BEBENDO ENTRE AMIGOS
“Vâmu simbora
Prum bar
Beber, cair e levantar!
Beber, cair e levantar!
Beber, cair e levantar!”
Coisa boa é ir pro barzinho com os amigos e jogar conversa fora. Melhor ainda é se o papo é sobre Xena! Tá certo que barzinho nem sempre é sinônimo de álcool, mas para aqueles que não dispensam uma birita, a vantagem de estar num grupo de conhecidos é que um deles pode se manter sóbrio para levar a galera pra casa depois. Lembrem-se: SE BEBER, NÃO DIRIJA.
UM BRINDE!
Álcool está presente em muitas datas comemorativas, mas consumi-lo requer certo requinte. Seja no Natal ou no Reveillon, uma boa sidra com os familiares sempre cai bem. O que não pode cair é você! Beba com moderação para não se tornar fardo para seus parentes. E só por garantia, mantenha-se longe da sarjeta.
Vou ficando por aqui, e já que o texto foi sobre ÁLCOOL, faço um brinde a 3 grandes amigas minhas do fandom, às quais dedico este artigo: Déh, Diéli e Thalita! Gurias, sei que vocês entendem do assunto! Até o próximo papo de bar!
DISCLAIMER: nenhum bafômetro foi necessário durante a produção deste artigo.
Robson