Carruagens Velozes e Furiosas

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Por: Rodrigo A. Silva

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O carnaval acabou e finalmente o mundo voltará a girar. O mês de março trás consigo o recomeço de muitas temporadas esportivas. Dentre estas podemos destacar a temporada de corridas de Fórmula 1.

 

As corridas de Fórmula 1 movimentam a economia de diversos países pelo mundo, dentre estes o Brasil, que irá sediar uma destas corridas no autódromo de Interlagos, no dia 27 de novembro, encerrando a temporada do ano de 2011.

 

Semelhantemente ao que ocorre hoje com as corridas de Fórmula 1, as corridas de bigas da antiguidade também possuiam temporadas anuais e movimentavam uma boa quantia em dinheiro, enrriquecendo seus pilotos ou pelo menos aqueles que conseguiam chegar vivos na reta final.

 

As corridas de bigas já existiam na Grécia antiga de Xena e fizeram muito sucesso nos Jogos Olímpicos da antiguidade, mas foram os romanos que levaram esse esporte mais a sério criando eventos épicos e colossais a cada nova disputa

 

As bigas nada mais eram do que frágeis e pequenas carruagens de madeira puxadas por dois ou quatro cavalos. No Império Romano os pilotos, chamados de “aurigas”, eram, geralmente, pobres querendo enrriquecer ou escravos tentando obter a liberdade. Aqueles que sobreviviam às corridas conquistavam fama e fortuna, mas raramente um auriga conquistava o privilégio de se aposentar, a menos que fosse por invalidez.

 

Os cavalos também alcançaram a fama e reconhecimento nas ruas de Roma e nos versos do poeta Virgílio, que dedicou alguns de seus poemas aos cavalos mais populares. Infelizmente, assim como ocorria com os aurigas, muitos desses cavalos morriam nessas competições, ou perdiam a língua devido a uma mordida forte, ou ficavam prematuramente cegos por causa das chicotadas dos aurigas adversários.

 

As corridas eram disputadas em um tipo de autódromo chamado de Círculo Máximo. Esse autódromo tinha um formato oval e possuia um canteiro central com postes, estátuas de deuses e imagens de golfinhos, que eram considerados os animais mais velozes pelos romanos.

 

 

 

Os espectadores que frequentavam o Círculo Máximo eram de todas as classes sociais possíveis e como a corrida de bigas fazia parte da política de “pão e circo” do governo, os pobres não precisavam pagar nada, pois para entrar era obrigatório apenas ser um cidadão romano.

As corridas de bigas eram disputadas em sessenta e seis dias do ano e em cada um desses dias ocorriam até doze provas. Nosso conhecido imperador romano Calígula era um torcedor fervoroso das corridas e elevou o número de disputas diárias para vinte e quatro.

 

Assim como a Fórmula 1 possui diversas equipes, nas corridas de bigas a vitória era disputada por quatro equipes: os Azuis, os Verdes, os Vermelhos e os Brancos. Quando um pano branco era atirado ao chão as doze carruagens saíam dos boxes, chamados “carceres”, e disparavam. A corrida acabava na sétima volta.

 

 

 

 

Nas corridas de bigas tudo era permitido. Lembram do que acontecia nas bigas nos episódios de Xena? Lembram das chicotadas, das encurraladas, dos chutes e dos espinhos das rodas? Pois sim, acontecia tudo isso em uma corrida e muito mais. O uso do chicote era liberado principalmente para bater nos condotures e nos cavalos adversários. Era natural quando o piloto caía de sua biga e morria, ou se quebrava todo e este era justamente o acidente mais esperado e aplaudido pelo público sádico da época.

 

Nossa princesa guerreira teve a oportunidade de participar de algumas corridas emocionantes de biga. Infelizmente só me lembro de três episódios com precisão, mas tenho certeza de que vários xenites poderão relatar outros episódios além daqueles que irei mensionar. No primeiro episódio de que me lembro, 1X2 – “Chariots of War”, Xena trava uma emocionante corrida tendo Gabrielle como sua co-pilota. Apesar das trapalhadas de Gabrielle, Xena consegue vencer o senhor da guerra Cycnus e seu filho salvando o vilarejo onde esteve hospedada. No segundo episódio de que me lembro, 2X5 – “Return of Callisto”, Xena e Callisto fazem uma corrida violenta que termina com ambas caídas em uma vala de areia movedissa. Felizmente Xena consegue escapar e observa calada enquanto a vilã implora por ajuda ao submergir em meio a areia. E, finalmente, no terceiro episódio de que me lembro, 6×12 – “The God You Know”, Xena corre contra Calígula, o imperador romano louco que na vida real era apaixonado pelo esporte. Neste episódio observamos que para vencer uma corrida de bigas vale mesmo tudo, até ter que beijar aquela treva de imperador. Mas Xena como sempre vence, levando o imperador louco ao suicídio.

 

Com tantas vitórias em corridas nos dias de hoje, Xena poderia ser mais famosa e reconhecida do que o próprio Ayrton Senna. Seria a primeira piloto de Fórmula 1 a levar sua equipe à vitória em todos os circuitos e, provavelmente, teria uma legião de patrocinadores a seus pés.

 

Provavelmente é isso que está faltando no circuito internacional de Fórmula 1, uma bela mulher, veloz e furiosa, vencendo corridas, encantando a todos e mudando o mundo com sua coragem e beleza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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