Ah, o Caminho…
Por: ..°Pow°..
Uma paisagem cheia de neblina, ao som de sons que soam novidade. É assim que começa o primeiro episódio de Xena “ Sins of the past” uma guerreira torturada pelos seus atos num passado negro, de morte e destruição, arrependida e disposta a desistir da vida que levava em troca de paz, redenção talvez. Uma guerreira despindo-se de tudo o que a definia como uma aos olhos de quem vê: Sua armadura, suas armas, sua identidade.
Ao mesmo tempo, vemos uma garotinha, que não representa o menor perigo, uma camponesa que só tem a própria coragem e convicção como arma, disposta a se sacrificar por outros… sua família é verdade, mas por quantos membros de sua família você se sacrificaria?
Gabrielle foi a primeira inocente (depois do bebê em “ the gauntlet” ) pela qual Xena lutou, e assim foi até o fim. Uma lutando pela outra, uma ensinando a outra. Gabrielle depois daquela lição em “Dreamworker” sobre a pedra fazendo parte do lago, até o que podemos julgar como fim da quarta temporada era a defensora do amor, da paz, queria ter o dom da cura, incapaz de tirar uma vida (inclusive a da Callisto).
Xena uma guerreira que só mata quando estritamente necessário, (esqueçam aqueles momentos de Evil Xena mode on) sempre admirando Gabrielle e querendo ser igual à ela e vice versa, até que nos meados da mesma quarta temporada surge o dilema do “caminho” e Gabrielle automaticamente se afirma no “caminho do amor”, mudando de roupa, corte de cabelo e até usando aquele pozinho (dorgas parei) enquanto Xena entranva em parafuso, acreditando que deveria ser mais como Gabrielle e como se não bastasse,estava também super confusa pelos ensinamentos de Eli.
No episódio que carrega no título, o ponto que venho questionar aqui “ The way” (O caminho) Xena descobre que o caminho que sempre julgou ser o errado, sem glórias e nada sagrado… era o caminho certo, caminho que tinha sido destinada a seguir, um caminho que ninguém acreditava ser o certo, ao menos não o certo para evoluir como alma, enquanto Gabrielle sem certezas, mas com a convicção que a move, se afirma ainda mais no caminho do Amor. No episódio “Ides of March” que marca ao meu ver o fim da quarta temporada (Any Banana conta como um extra) vemos Xena causando dor de cabeça ao inferno e fazendo Callisto arrancar os cabelos pra fazê-la sair do “caminho” oferecendo à ela, o que até “the Way” parecia ser algo “certo”: Ela largar a espada se unir À Gabrielle numa vida de paz. ( ã-ham) Xena recusa, e enfatiza que deve ser a melhor guerreira que puder, enquanto Gabrielle num ataque de fúria ao se ver literalmente entre a cruz e a espada, joga o caminho do amor pras cucuias, e esfaqueia o indivíduo com vontade.
Depois de crucificadas enquanto Callisto se diverte com floquinhos de neve as vão pro “céu” ressuscitam e, finalmente cheguei no ponto que queria compartilhar: Xena continua firme e forte no caminho da guerreira, enquanto Gaby, depois de alguns momentos de crise existencial assume que embora ela desejasse muito, não poderia seguir o caminho do amor, e para o deleite dos amantes dos Sais, se torna uma guerreira. Sendo assim Xena sempre esteve no lugar certo, fazendo o certo mesmo achando que estava errada, enquanto Gabrielle sempre fez o que achava certo e no fim das contas se rendeu ao que achava ser errado, certo? Não sei. “Melhor morrer no seu próprio caminho, do que viver no dos outros” É o ponto da minha indagação: Gabrielle abandou o caminho do amor quando desistiu de ser a pacifista de Eli e escolheu ser uma guerreira, ou , ao fazê-lo, POR AMOR (à Xena), ela se firmou ainda mais nele?
..°Pow°..
Muito legal Pow. Eu acredito que há uma grande confusão entre amor e pacifismo, amor e paz (era de Aquário – Hair??) Gabrielle não amava Xena quando disse me leva… amou o que Xena representava. O que vai mudando com o tempo. Xena também amava o que Gabrielle representava uma fé e inocencia de crer fazer um mundo melhor. Depois as coisas se aproximam se misturam papéis se invertem e complementam. O proprio Eli assume que existem vários caminhos do amor. Varias formas de amor. Ao se tornar uma guerreria Gabrielle assumiu o caminho do amor pois as armas e a luta não é o oposto do amor mas importa saber se luta por amar. Para proteger. Não só se firmou mais no caminho do amor como criou sua própria estrada.
Pow, que bela reflexão nessa última frase! Concordo que, ao seguir o Caminho de uma guerreira, ao lado do amor da vida dela, a Gabrielle finalmente se encontrou no Caminho do Amor. Paradoxal pra quem bate o olho, mas depois todo mundo vê que esse mesmo o Destino delas, lutando e se amando <3
“Sendo assim Xena sempre esteve no lugar certo, fazendo o certo mesmo achando que estava errada, enquanto Gabrielle sempre fez o que achava certo e no fim das contas se rendeu ao que achava ser errado”
Acho q gabby desde o inicio saia aonde queria chegar: Ser uma guerreira.
O CUSTO disso era muito alto pra sua imaturidade psicológica espiritual. A partir da 4a temporada ela percebeu q certos sacrificios são necessarios pra um bem maior.
Ela é a personificação o nosso dia a dia e de todos valores q temos q refletir e reformular pra dar sentido aos objetivos.
Perfeito post. Vou dizer que não gostava da quarta temporada porque não entendia bem ao certo o que significava esta história de caminho. Além do mais, achava a temporada reflexiva demais, pra quem se acostumou em ver Xena dando pontapés e enfiando a espada nos outros, não gostava muito. Mas agora que entendo melhor as coisas posso afirmar que o caminho que Gabrielle escolheu foi o certo, ou seja, o do Amor mesmo. Amor pela Xena! Não gostava da fase dela guerreira, pois achava que ela estava masculinizada demais, mas aí depois vem aquela história do Amor que ela sente pela Xena, o que é mais importante do que qualquer caminho. Gabrielle passou por uma crise como eu também, mas agora aceito este lado guerreira dela com todos aqueles músculos e o cabelo curto, pois acredito que tudo que ela sempre quis acima de todo o resto, é ficar com Xena. Quando ela diz pro Eli “meu caminho é ao lado de Xena” responde tudo. Enfim, esta história de Paz e amor, não ferir e nem machucar fisicamente alguém é pura balela. Estou com Amarice que questiona bastante toda a inércia de Eli quando elas foram crucificadas. Esta história é para os Santos, ou pessoas com vocação para tal, eu, uma simples mortal, sinceramente nunca acreditei nisso. Amo Xena e Gabrielle e o caminho que elas decidiram trilhar juntas.