A Megera Domada
Por: Rodrigo Silva
Por: Rodrigo A. Silva
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Olá caros e estimados amigos xenites que sempre fazem questão de comentar nesta coluna a cada nova edição. Na edição deste mês indico um clássico de um dos maiores bardos da história da humanidade, o livro: “A Megera Domada” do escritor inglês William Shakespeare.
Na Itália o Sr. Batista, viúvo, é pai de duas filhas, a mais velha Catarina e a mais nova Bianca. Apesar de serem irmãs as duas possuem temperamentos completamente diferentes. A jovem Bianca é meiga e romântica, sua beleza atrai a atenção de diversos pretendentes. Catarina, apesar de também ser muito bela, possui um gênio terrível, é inquieta, está sempre de mal humor e não se conforma com a tolice e a imbecilidade que está ao seu redor.
Para poder “desencalhar” a filha mais velha o mais rápido possível, o Sr. Batista determina que sua filha mais nova Bianca só poderá namorar depois que sua filha mais velha Catarina finalmente se casar.
Os pretendentes de Bianca logo começam a imaginar uma maneira de desencalhar Catarina, mas qual homem seria capaz de em sã consciência se casar com semelhante megera? É aí que entra Petruquio, um jovem rico, porém rude, senhor de terras, que está a procura que uma esposa com um bom dote, não se importando quem seja ou como seja a mulher em questão.
Catarina é obrigada pelo pai a se casar com Petruquio, este, ciente do temperamento terrível de sua nova esposa, utiliza de estratégias muito incomuns e curiosas para “domar” a megera e fazer com ela se acostume a nova vida de esposa submissa do campo.
Devemos nos lembrar que até mesmo no xenaverse tivemos um personagem semelhante a Catarina, um megera, rude, orgulhoso, temperamental e que não se conformava com sua nova condição de mortal, o ex-deus da guerra Ares.
No episódio 10 da 6ª temporada: “Old Ares Had A Farm”, vemos Xena e Gabrielle em uma tentativa muito divertida de “domar” o então mortal Ares, fazendo com que ele encontre um novo rumo em sua vida como um simples e submisso fazendeiro. Enquanto Xena está super empolgada por estar na fazenda dos avós onde estão suas mais puras lembranças da infância, Ares reclama de cada uma das tarefas domésticas que Xena pede que ele execute para reparar os danos que a fazenda sofreu no decorrer dos anos.
Além da vizinha gostosa que vinha se insinuar toda a hora enquanto contava uma nova fofoca, a única coisa que pareceu conquistar a atenção de Ares foi o simpático cachorro “Horace”, o único personagem da trama que parecia nutrir algum tipo de adoração primitiva pelo deus caído.
Ao contrário do que acontece com Catarina, que no final do livro se rendeu a abriu mão de sua “megerisse” , Ares parece não se contentar, nem com a vida simples do campo, nem com o afeto de seu mais novo companheiro, o simpático cachorro de uma só cabeça “Horace”.