A duplicidade presente em XWP e em El Labirinto del Fauno
Por: Mary Anne
A duplicidade presente em XWP e em Il Labirinto del Fauno
Por Mary Anne M.W.
Como sempre, todo final de mês eu me desespero porque lembro que não assisti nenhum filme digno de análise pra matéria da RX.
Confesso que até comecei a assistir “A Espada sem Sombra” novamente, pois ele tem alguns pontos comuns com XWP, mas desanimei na metade e resolvi utilizá-lo pra alguma outra edição.
Aí eu tentei pensar em outro…muitos me vieram na cabeça, mas por algum motivo nas duas últimas semanas sempre que ia mexer nos meus dvds um em especial parecia me encarar.O filme em questão é “Labirinto do Fauno” que eu assisti faz alguns meses e que me fascinou completamente.
A princípio o filme não parece ter muito a ver com XWP.
Bom, tem uma princesa, claro.Que é uma guerreira, de certo modo.É um épico e tem seres mitológicos, também…ops?Eu havia dito que parecia não ter muito a ver?
Acho que me equivoquei!
Na verdade são dois universos bem diferentes, XWP se passa na antiguidade e Labirinto del Fauno na década de 40 até onde lembro.
Contudo esse filme, chamado de “conto de fadas para adultos” tem um ponto muito comum com nossa adorada série.
Bom, ao leitor que não viu o filme, pretende fazê-lo e não quer spoiler, alerto que pare aqui.
Bom, continuando.
O ponto que mais as duas obras se aproximaram na minha visão foi a duplicidade.
Tenho um professor de Teoria Literária que costuma dizer que toda grande obra tem mais de uma interpretação.Em Xena é comum o velho debate de “Elas são amantes” X “Elas são como irmãs”, “Xena ama Gabrielle” X “Xena ama Ares”.
Embora cada ponto de vista seja mais claro do que água para quem o detêm, dificilmente teremos um fator chave que definirá quem está certo de uma vez por todas.
Em O Labirinto do Fauno acontece a mesma coisa.
Após uma saga enfrentada por Ofélia( Princesa Moana) onde ela tem de cumprir três tarefas cheias de fantasia, sendo orientada por um fauno,enquanto a “realidade” é a brutal guerra civil espanhola, o desfecho é chocante.Ofélia é morta pelo padrasto.Na visão fantástica do filme, ela não morre mas apenas volta para o reino onde sempre pertenceu, junto de seus pais.Na visão realista, ela apenas morre para salvar o irmão.
Há quem jure que todo o enredo era imaginação da garotinha de oito anos para fugir da realidade cruel em que vivia.Há quem jure que o fator da fantasia estava de fato presente e que ela era de fato a Princesa Moana.Há fatores no filme que sustentam fortemente cada uma dessas teorias, logo não há um ponto de escape que permita provar que teoria está certa, assim como acontece em Xena.
Dois Gênios esses tais de Guilhermo del Toro e Robert Tapert, não acham?
Não menos genial é a interpretação da pequena Ivana Baquero.
Palmas para o cinema mexicano!