Pedro Henrique, o grande guerreiro do Xenaverse

Por:


Por Robson Cardoso dos Santos.

Olá, xenites! Esta é minha estreia como colunista fixo da sessão de Entrevistas da Revista Xenite. E como eu não poderia deixar de ter uma entrada (sem subtexto) triunfal, resolvi chamar para colocar a boca no meu microfone (sem subtexto de novo!) o meu grande amigo do fandom, Pedro Henrique!

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Então, vamos lá, Pedro!

  1. Sabemos que você é um xenite da Era USA Channel. De lá até hoje, houve alguma época em que você meio que “distanciou-se” de XWP? Se sim, a que deveu-se esse hiato?

Sim, eu sou e fico feliz de ter crescido assistindo Xena no USA. Em meados de 2003, quando o USA parou de reprisar da terceira temporada até a sexta e tirou a série da grade, eu parei de assistir, embora tivesse gravado episódios de lá em algumas fitas, fiquei um tempo distanciado da série. Acho que o fator determinante para que isso ocorresse foi que nesse ano e depois conheci outras séries, como Smallville, Friends e Charmed. Séries que me atraíram muito depois de Xena. E embora eu tenha me afastado um pouquinho da Princesa Guerreira, sempre assistia, uma vez ou outra, episódios clássicos como Maternal Instincts, Sacrifice 1 e 2, Between the Lines, The Ides of March, Chakram, Looking Death in the Eye, Lívia, Eve, Motherhood, metade da sexta temporada e A Friend In Need, todos gravados na época do USA. Meu fanatismo voltou com força total quando descobri através da comunidade do Orkut que a nossa Princesa Guerreira estaria de volta na Rede Record, precisamente em 5 de fevereiro de 2006 às 14h00.

2- Que personagem da série você gostaria de ter interpretado o papel por um episódio?
Eu gostaria de ter interpretado o Lyceus! Irmão da Xena morto em Corinto. Porque é a personagem que mais me identifico da série, a que mais gosto, a que idolatro e o Lyceus é o que mais se aproxima dela e também porque o pouco que mostraram da personagem, dava para perceber que era uma personagem bem interessante.

3- Você acha que a série precisava de mais episódios futuristas? Por quê?
Honestamente? Eu acho que a série teve até demais. Eu, particularmente, não gosto de quase nenhum. Gosto de The Xena Scrolls, Send in the Clones e olhe lá. Eu realmente não gosto dos outros.

4- Já viciou alguém em Xena? De que modo?
Já sim. Três amigos meu. No ensino médio, andávamos sempre juntos e comentávamos sobre diversas coisas. Quando começou a passar Xena na Record, eu fiz com que todos assistissem e eles acabaram viciando tanto quanto eu. Até comentávamos na aula do dia seguinte o que tinha acontecido.

5- Que inimigos do Batman seriam uma verdadeira pedra na bota de Xena? Por quê?
Acho que o mais complicadinho seria o Coringa. Por quê? Se você assistiu Batman, O Cavaleiro das Trevas, deve ter uma idéia da insanidade que corrompe aquele vilão. Ele é tão louco, ou mais, quanto a própria Callisto. E ambos sabemos que esta última causou na vida da Princesa Guerreira. Os outros vilões do Batman, Xena pisaria com a maior facilidade do mundo, assim como o próprio Batman.

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6- Você sempre consegue distinguir que Renée O’Connor tem olhos verdes?
Novamente, tenho que ser honesto. Eu geralmente não reparo. 

7- Como muitos xenites, você também é fã de The Legend of the Seeker. Que pontos em comum, além da parte técnica, você vê entre XWP e LotS?
Qualquer um que já tenha assistido Legend of the Seeker e Xena: Warrior Princess, seja esta pessoa fã ou não, percebe facilmente as semelhanças. Tanto na psique dos personagens, quanto na relação que desenvolvem entre si. Posso citar Richard e Kahlan e comparar amplamente com Xena e Gabrielle. Ambos estão dispostos a dar a vida pelo outro e só nisso já sai uma comparação.
A personalidade do Richard é idêntica à personalidade da Gabrielle, já a Kahlan, sempre mais parecida com a Xena e, recentemente a Cara, que também é super parecida com a Xena. Nos trejeitos, nas opiniões e, de vez em quando, até nas técnicas de luta. 
Lembram quando Xena descobriu que Hope era um ser maligno? Ela quis matar a filha da Gabrielle de qualquer forma. Estava disposta a matá-la pelo bem comum. Podemos comparar isso com a Kahlan em Broken, da segunda temporada de Legend of the Seeker, onde a Confessora Anabelle confessa o Richard, arriscando pôr em cheque a missão do portador da espada da verdade. Kahlan estava disposta a sacrificar a última confessora além dela em prol do bem comum. Sacrificar alguém em prol do bem maior,  Xena e Kahlan sempre estão dispostas, mas Richard e Gabrielle não desistem até perceberem que não há outra saída.

8- Que outra série você acha que se firma ao lado de XWP como cult dos anos 90? Por quê?
Buffy: The Vampire Slayer. Porque da mesma forma que Xena inovou em inúmeros sentidos, Buffy também teve seu mérito. Abriu portas para futuros seriados que abordassem fatos sobrenaturais, e foi, de fato, a pioneira nesse sentido, além de abordar a adolescência e a vida da maneira como realmente são. Sem dúvidas, Xena e Buffy foram as duas maiores heroínas dos anos 90 e, uma opinião que eu sempre guardo comigo, e acredito que o Rob e qualquer outro que já viu as duas séries inteiras concordarão comigo, é que elas não são só as maiores heroínas dos anos 90, e sim as maiores heroínas. Embora todas as outras que vieram antes ou depois tenham seu mérito, eu acho que elas estão sempre no topo e, atualmente, as mulheres que vêm conquistando esse posto, eu diria que são Cara e Kahlan, mas isso é apenas eu rasgando seda para os criadores de Xena e Gabrielle.

9- Você acha que precisaria de uma pessoa como Xena ou como Gabrielle na sua vida? Para quê?
Alguém que penetrasse tão profundamente em nossa alma que descobriria algo que valesse a pena morrer? Se for nesse sentido, sim. Acredito que é, de fato, o que todos nós buscamos e sem isso, somos quartos úmidos e vazios. Sem isso, estaríamos mortos.
No sentido de nos proteger, acho que todos precisam. Na verdade, todos temos aquela pessoa que nos faz sentir seguro e sem elas, não podemos seguir. Pode ser um pai, uma mãe, uma tia. Toda forma de amor é válido para se sentir seguro, para ter um herói.

10- Como conciliar a paixão por XWP com uma pessoa que você namora e que detesta a série?
Simples: precisamos estabelecer limites e, antes de tudo, tem que haver respeito. A pessoa que eu namoro não tem a obrigação de gostar das mesmas coisas que eu, mas tem a obrigação de respeitar e também, tem que estar disposta a compartilhar comigo, da mesma forma que eu compartilharia algo que eu não goste com ela. Em suma, temos que superar as diferenças para estar em pé de igualdade.

11- Dentre as crenças espirituais da série, qual é a mais forte para você?
O fato delas serem alma-gêmea, com certeza. Tem algo mais bonito do que saber que alguém está destinado a você, em todas as vidas passadas e futuras? E que você SEMPRE vai percorrer caminhos com ela? Se tem algo mais lindo do que isso, me conte, pois eu não sei. Talvez seja a maior demonstração de amor que o ser humano é capaz de receber.

12- Qual personagem você acha que teria merecido maior abordagem? Por quê?
Velasca, rainha das amazonas. Sempre me perguntei por que Tapert e Cia não exploraram melhor uma Nemesis da Gabrielle. Seria no mínimo interessante conhecer o passado da personagem e como ela lidaria com sua inimizade com a Gabrielle no futuro.

13- Com quais xenites você entraria numa sauna amazona para uma tarde de bate-papo?
Bom, eu realmente não gosto muito de sauna. Aquele ar quente me dá uma agonia do Hades. Mas eu tenho que ser educado e responder, porque estou falando no microfone do Robson (sem subtexto). Risos.
Bom, eu chamaria todo o fandom masculino para uma suruba discussão. Estou brincando, certo? Mas a ideia geral é essa. Todos os homens do fandom masculino.

14- Quais xenites você conhece pessoalmente? Como é a sensação de estar junto deles?
Andressa, Ruanna, Marina, Yannara, os amigos que converti, minha tia e só. Que eu me lembre agora e, em breve, conhecerei a Mary Stocks. A sensação é indescritível, é a mais positiva possível. Estar no meio de pessoas que te entendem, que gostam das mesmas coisas que você e que estão sempre dispostas a discutir sobre a série.

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15- Se XWP ainda estivesse ativa em 2010, você acha que o fandom seria maior ou a série teria seu público seleto das antigas?
Seria maior, com certeza. O mundo hoje em dia é do cinema e das séries. As pessoas cada vez mais estão ligadas em séries, então, acredito que o fandom seria maior hoje em dia.

16- Você trocaria sua vida urbana e moderna por uma rotina como a de Xena e Gabrielle? Por quê?
Trocaria, com certeza. Especialmente se eu tivesse a minha alma-gêmea ao lado. Viajar pelo mundo na maior tranqüilidade, conhecer lugares. Eu trocaria, principalmente, porque embora a vida urbana seja ótima, ela é muito estressante. É um sentimento de que todos estão competindo o tempo todo, lobos contra lobos, então, acho que seria mais interessante sair disso tudo e viver “em paz” com a pessoa que você ama.

17- Você tem uma katana, certo? Adquiriu-a apenas por causa de AFIN ou por admiração à arma?
Tenho, sim! Acho que pelos motivos. Primeiro porque Xena é uma série tão rica em todos os seus aspectos, que até nisso podemos aprender e conhecer mais um pouco. Durante 6 anos a série nos apresentou diversas armas e a Katana foi uma delas. Embora de origem japonesa, eu a conheci num seriado onde a protagonista era grega, então, foi pelos dois motivos. Acho as Katanas instrumentos lindíssimos e desde que vi o último episódio de Xena no USA, tive vontade de ter uma. E não pretendo parar por aí. Gostaria de ter sais e os dois Chakrans, vamos ver aonde isso vai me levar.

18- Podemos ver uma face roqueira em Xena em Lyre, Lyre, Hearts On Fire. De quais bandas você acha que ela seria fã atualmente?
Xena com certeza curtiria Metallica, Scorpions, Iron Maiden, talvez até Motorhead. Aquele couro preto nunca me enganou. hahahahaha

19- Se você perdesse um filho teu por negligência de sua alma-gêmea, como você reagiria?
Eu sentiria ódio. Mas com o tempo, me conhecendo, talvez eu pudesse perdoar porque no fundo eu sentiria que não foi de propósito. Mas isso é o que eu acho, apenas. Não tenho como dizer como reagiria.

20- Você encontrou Xena, ou Xena encontrou você? Explique.
Encontrei ela em 1996, no SBT, às 22h30 da noite nas quartas-feiras, inicialmente e posteriormente de segunda à sexta às 19h00 no USA, na Rua 13. Ambos exibiam a primeira temporada da série.
Minha história começou assim: eu sempre tive muita afinidade com a moça que trabalhava aqui em casa e, um belo dia, quando meu pai e minha mãe não estavam (isso foi numa quarta-feira à noite, apos “Alô, Cristina!”), ela me deixou ficar acordado até mais tarde e comecei a assistir Xena. Sins of the Past. Eu logo me encantei pela série e fui acompanhando. Não tanto porque minha mãe não gostava que eu dormisse tarde, considerando a minha idade à época, 6 anos. Até hoje ela detesta que eu durma tarde, mas tenho autonomia quanto a isso atualmente. Os movimentos, as armas, as atuações me fisgaram de primeira. Foi aí que eu me apaixonei pela série. Quando penso que não, uns dois meses depois, cheguei da escola e desci para brincar com os amigos e minha mãe me dá um grito “Pedro Henrique, suba aqui agora!” e eu falei comigo “Puts, to ferrado!”. Quando eu subi eu perguntei: “O que houve?” E ela tava vendo Hooves and Harlots, a cena que a Xena estava tentando convencer a Rainha Melosa a não fazer a guerra contra os centauros. A partir deste dia, eu passei a esquecer que tinha amigos e nesse horário, só Xena passava na televisão. Meu pai teve que pôr um ponto adicional para que nossos programas não conflitassem. Foi assim que meu amor foi só crescendo pela Princesa Guerreira.

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