A Princesa Guerreira foi sua inspiração infantil… mas a flor colombiana quer mesmo é vingança!

Por:

Por Alessandro Chmiel

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Twitter: @AleXenite

Agradecimentos ao Robson Cardoso, meu grande amigo Rob Bardo, pela indicação!

 

Obs.: artigo sem spoilers que atrapalhem a sessão pipoca!

 

É incrível como as referências ao nosso seriado preferido ainda persistem na atualidade. Talvez nem nos demos conta da popularidade tamanha de XWP. E foi através de uma dessas alusões, divulgada pelo Rob Bardo (veja o trecho aqui), que Cataleya foi a escolhida para estrelar na GP mais que especial: a da edição de retorno da Revista Xenite!

O filme francês/americano Em Busca de Vingança (título original: Colombiana: Vengeance is Beautiful, 2011) é dirigido por Olivier Megaton. Na trama, que tem início no ano de 1992, a pequena Cataleya Restrepo, de apenas 9 anos, recebe do pai um colar contendo um chip com informações secretas. De acordo com o pai dela, aquele chip seria a chave para a menina entrar nos Estados Unidos com segurança. Poucos momentos depois, o pai e a mãe de Cataleya são assassinados por criminosos rivais (não fica muito claro as razões dos assassinatos, mas tudo gira em torno de vingança também…). Sozinha no mundo, Cataleya foge com habilidade surpreendente dos bandidos. Até agora não se sabe de onde a pequena aprendeu a arte do parkour (esporte no qual se pratica os movimentos pulando de um prédio a outro, passando por bancos, árvores, e até pessoas de maneira ágil, saltos mortais… – sentiu a semelhança xenite nisso tudo?), mas o importante é que Cataleya já possuía muitas habilidades e sobreviveu à perseguição. Dentro de poucos dias, a menina rumava para os EUA.

E então o ponto alto do filme é introduzido: Cataleya está sentada no trem rumo à casa do seu tio, quem a criaria e cuidaria dentro de sua casa. Nas mãos, a pequena órfã segura um exemplar de um gibi de XENA: WARRIOR PRINCESS. É preciso, com muita, MUITA força de vontade, compreender e ignorar os fatos de que: (1) XENA só apareceu na TV em 1994 e teve seu seriado a partir de 1995 (respectivamente dois e três anos após a época em que o filme se inicia); (2) a edição do gibi, conforme a nossa Xenite Bidi Naschpitz gentilmente informou, é de 1999, então se Cataleya não tinha a habilidade de encomendar produtos do futuro, seria impossível possuir tal exemplar (baseado, conforme fato -1-, em um seriado ainda inexistente); (3) um chip de tamanha tecnologia ainda não existia, na medida do que o governo americano divulga publicamente, no ano de 1992 (mas este é um detalhe que não nos incomoda tanto quanto XWP dando as caras e os gibis em 1992).

O clímax da cena vem a seguir, quando Cataleya conta a seu tio que costumava querer ser como Xena, “uma Princesa Guerreira”. Questionada sobre a vontade persistir, Cataleya é categórica: “Não mais. Agora quero ser uma assassina. Você me ensina?”. E para choque geral do povo não-sociopata, o tio rapidamente diz “Sim” para a sobrinha. E assim Xena fica para trás…

Então o filme pula para 15 anos mais tarde (embora os produtores continuem fazendo confusões temporais e acreditem que existam iPhones em 2007, bem como Barack Obama já governar os Estados Unidos…), e Cataleya é uma sexy assassina particular com apenas um grande propósito: vingar os pais. De algum modo, no entanto, ainda torcemos por ela, visto que sua alma é frágil e sua infância marginalizada nas mãos de um tio que, como o resto da família, vive do ra-tá-tá-tá-tá. Utilizando um nome falso, a assassina profissional mantém um caso amoroso com o personagem de Michael Vartan, Danny Delanay, um artista quase tão melancólico quanto a protagonista. Afinal, nesse mundo de matadores, dar o nome verdadeiro é questão de vida ou morte. Cenas quentes, preparem-se!

 

O filme, apesar de todos os pesares, é perfeito para uma sessão cineminha-em-casa, altamente recomendável para os Xenites que encontrarão as influências da Princesa Guerreira na heroína, à princípio ignoradas por Cataleya. As sequências de luta são pura adrenalina, e tudo pode acontecer. Por que, contudo, selecionei uma assassina vingativa que o Alê parece sempre instigar e bater nessa mesma tecla desde A Noiva… para estrelar a GP? Ao contrário de KILL BILL (ver GPs n.04 e 05), Cataleya não entrou no mundo da matança por escolha própria – ao menos não enquanto fosse madura o suficiente para ter noção de éticas e outros valores de tal alçada. Confesso ter lembrado de Callisto o tempo inteiro, pensando se de alguma maneira a vítima de Cirra não tivesse razão em querer extirpar a dita guerreira redimida… E de qualquer modo, como julgar Cataleya como uma bitch?

É muito fácil falar em vingança quando este sentimento tão perturbador não é sentido dentro de si. Temos muitos exemplos, reais ou ficcionais (especialmente em XWP), cuja especificidades podem ser analisadas e inclusive julgadas. Ainda assim, sempre à distância. Um caso como o de Cataleya é bastante problemático de se classificar, já que sua vida era completamente cercada de criminalidade. Violência foi a língua materna da menina colombiana, assim como foi de Xena. O que pode ter faltado seria uma melhor compreensão dos ensinamentos da Princesa Guerreira para lidar com tamanha dor: a morte brutal dos pais. É como julgar Callisto mais uma vez. E a pergunta final é sempre a mesma: e depois? E depois da vingança, se ela for consumada, o que há? Só assistindo a Em Busca de Vingança para darmos abertura a tentativas. Quantos de nós, Xenites, com anos de amor à série, já não tiveram interpretações errôneas sobre XWP? Quantos de nós já não confundimos a pacificação com violência, o Caminho do Amor com o do Mau Guerreiro? O melhor para si ao invés do Bem Maior? Da mesma forma que nos redimimos junto de Xena, também pode haver a chance de, um dia, Cataleya ressurgir como uma fênix de ânimos acalmados, um espírito sóbrio e apaziguado. Talvez Cataleya encontre os DVDs de XWP em alguma locadora dos EUA e passe a ter sua percepção de heroína com outros olhos, já tão sofridos e, já não sem tempo, amadurecidos.

Em Abril, Diessy Duarte faz sua estreia na Girl Power e traz uma heroína diretamente de Law & Order SVU. Não se esqueçam de deixar seus comentários, Xenites. Grande abraço, e nos vemos em breve!

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5 Responses to “A Princesa Guerreira foi sua inspiração infantil… mas a flor colombiana quer mesmo é vingança!”

  1. Grazi disse:

    Não achei que a guria que fazia o Avatar também era boa de tiro. ;p
    Vingança muitas vezes fica um tema batido, mas acho que a coisa com xena dá uma quebra boa na história, né. (;
    Bela resenha!

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  2. olha eu ali o/ hahaha enfim, furos a parte, é até ironico.. uma fã de xena virou uma callisto. mas é até compreensivel, porque ela nao era fã da serie em si, mas sim de XENA, queria aquela força e independencia.. mas nossa mentora nao ficaria orgulhosa disso e se culparia eternamente, pra variar

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  3. Cristina disse:

    adorei o texto, não simpatizei com a mina, mas se um dia eu ficar de bobeira vou ver esse filme só por causa do Vartan (*suspira*) hahaha

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    • Alê Chmiel disse:

      Razões para ver:
      3ª – Vingança;
      2ª – Vartan;
      1ª – Precisa dizer?

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  4. Mary Anne disse:

    Assisti esses dias. Achei o filme legal, mas é uma pena que não tenham focado mais no aspecto psicológico da protagonista. Ficou muita ação e pouco desenvolvimento emocional, o que deixou meio sem profundidade.

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