Buffy, a Caça- Vampiros

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Por Robson Cardoso dos Santos

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Primeiramente, devo agradecer ao amigo Alessandro, que gentilmente me cedeu seu espaço na Girl Power deste mês para que eu pudesse falar sobre uma das mulheres que mais amo no reino da ficção: Buffy a Caça Vampiros!

A série Buffy the Vampire Slayer foi ao ar nos EUA pela primeira vez em 10 de março de 1997. Baseada no pouco aclamado filme homônimo de 1992, nem o criador da personagem, Joss Whedon, nem os Estúdios Fox depositaram muita fé no projeto: uma jovem de 15 anos, típica patricinha do colegial, loira e mimada, é eleita a Caça-Vampiros de sua geração, uma escolhida para herdar a mística força, resistência e agilidade das guerreiras (sempre mulheres) destinadas a exterminar vampiros, demônios e outras criaturas das trevas. E sua tarefa deveria ser executada sem que ninguém mais soubesse sobre sua missão!

Buffy Anne Summers se muda com sua mãe para Sunnydale, cidadezinha da Califórnia situada exatamente em cima da Boca do Inferno! Nesse cenário peculiar, ela ingressa no Colégio Sunnydale High, onde conhece a doce nerd Willow Rosenberg; o metido a malandro, porém nada popular, Alexander Harris, o “Xander”; e o simpático bibliotecário britânico, Rupert Giles, o qual logo se apresenta como o Sentinela da Caça-Vampiros, um homem apontado pelo Conselho para treinar e educar a Escolhida.

Assim sendo, Buffy revesa seu dia entre tirar boas notas nos exames e patrulhar cemitérios e becos escuros à procura de vampiros. Estaca + coração = pó. Buffy prefere tornar a equação simples assim, mas conforme vai amadurecendo ela aprende a duras penas como é difícil e solitária a vida de uma Caçadora, e, para aliviar esse peso de responsabilidade, ela compartilha seu segredo com aqueles que nunca mais a abandonariam: seus amigos!

Em 7 temporadas, os roteiristas de BtVS sempre souberam criar ganchos para que a estória não se arrastasse. Cada temporada é bem singular, distinta das demais. Vilões nada caricatas, personagens capazes de zoar consigo próprios, efeitos visuais belamente aplicados e roteiros repletos de reviravoltas.

As taglines da séries eram muito chamativas:

“In every generation, there is a chosen one. She alone shall stand against the vampires, demons, and forces of darkness. She is the Slayer.”
“Get home before dark” 
“Love is immortal”
“Buffy lives.”
“What is it about dangerous woman?”
E a de divulgação dos boxes de DVD: “Fight evil, bring Buffy home.”

Como era delicioso ouvir Buffy e seus amigos se auto-denominando de Scoobies! Isso porque toda vez que pintava um monstro diferente na cidade, eles reviravam a biblioteca (os volumes que Giles trouxera da Europa, claro) em busca de pistas para atingirem o ponto fraco do bicho! Cada função era bem distribuída na gangue, que teve várias formações diferentes ao longo da série. Mas embora Buffy tivesse um baita grupo de amigos (capazes de morrer, matar e trazer de volta da Morte – tudo por ela!), ao seu auxílio, Buffy era atormentada por um imenso vazio interior.

Buffy nunca teve muita sorte com seus relacionamentos amorosos (alguém aí se identificou?). Namorou um vampiro com alma (portanto, do bem!), mas entrou em conflito com seus amigos por estar amando justamente aquilo que ela era destinada a exterminar! Teve perdas significativas de entes queridos, liderou amigos a combates dos quais não mais retornaram, chegou a duvidar de seus poderes, e quis desistir. Mas ameaça de apocalipse após outra, ela acabou se convencendo de que não era à toa que ela sempre tinha engatilhada uma resposta malcriada na ponta da língua!

A série bebia na fonte da ficção, ação e comédia, mas o drama era épico! As personagens tão bem desenvolvidas, a gente sofria com elas! Jovens numa realidade de monstros infernais, mas o que mais os assustava não era nada sobrenatural: eram suas desventuras amorosas, a perda de amigos, e a incerteza do amanhã. Era a estória de uma menina que aos 15 anos chorou por não aceitar que a profecia dizia que ela tinha de obrigatoriamente morrer pelo Bem Maior!

Os coadjuvantes também cresceram muito dentro da história. De nerd entendida de informática e nada popular, Willow passou a wicca até se tornar uma poderosíssima bruxa! Até a própria Buffy dizia que sua melhor amiga era o elemento mais forte dos Scoobies! Willow também se descobriu homossexual com o passar dos anos, grande polêmica na série, mas delicadamente abordada com a moral de que o amor que recebemos de nossos amigos é incondicional. Ah, e é impossível não amar essa ruivinha, seja ela hetero ou homo! E não mexam com a namorada de uma bruxa como a Will!

Xander era o “irmaozão” de todos no time, conhecido por ser aquele que “tinha olhos” para tudo, ou seja, sabia exatamente como cada amigo precisava dele e em que momento. E era quase como o Joxer: sempre falando abobrinhas! Giles, por outro lado, era o cérebro da equipe, paizão, expert em línguas mortas, sempre disposto a aconselhar e repreender.

Sarah Michelle Gellar (a Buffy!) tem um longo curriculo no cinema, algumas produções intercaladas na época das gravações de BtVS nos anos 90. Mas mesmo interpretando a vilã Kathryn Merteuil em Segundas Intenções, ou a patricinha Daphne Blake em Scooby-Doo o Filme, ela parece ter nascido para viver Buffy na TV!

À exceção de Xena Warrior Princess, Buffy é a única série que defendo com unhas e dentes! Duas das melhores séries dos anos 90, cuja ÚNICA semelhança entre elas é o fato de terem uma mulher linda e poderosa como protagonista. Buffy me fez vibrar, rir, chorar, torcer, viciar meus amigos, produzir estacas com lascas de madeira! Até hoje tenho um crucifixo à la Buffy no meu quarto, sem falar nos 5 boxes de DVDs que a Fox já lançou em território nacional (faltam 2 temporadas ainda, dona Fox Brasil!)

Buffy deu origem à série Angel (seu spin-off), que teve 5 temporadas de sucesso supervisionadas por Whedon. Ambas as séries continuam agora em 2008 em HQs (8a temporada de BtVS e 5a de Angel), também com roteiro de seu criador. Mas não é a mesma coisa que escutar aquela guitarra brava em cada abertura de Buffy, e ver Buffy sempre com uma roupa diferente em cena, sempre apanhando e tendo a vantagem de rápida cicatrização, e rolar de rir e se acabar de tanto chorar no mesmo episódio!

Anos 90 que não voltam mais… Vida longa à Caçadora!

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