Ás Escuras
Por: Shion
Shion Malfoy
A energia acabou nos ancient times, e agora? Como assim energia?!? É mesmo, vocês só podem estar pensando que o colunista aqui ficou doido. Mas estão certos.
Na época dos deuses antigos opressores e reis, uma terra sem lei…, é claro, não havia energia elétrica e Franklin Roosevelt estava a anos-luz de nascer (apesar da Xena já ter conseguido canalizar os raios de um trovão com a primeira pipa do mundo!).
Então, naqueles tempos antigos, nas vilas e reinados, à noite, quando não tem o ajuda de tochas, fogueiras ou velas, o jeito é ficar ás escuras mesmo.
E em XWP o que não falta são cenas que se passam nesse escurinho (que não é do cinema) bem significativas, carregadas de emoção, raiva, dor, alegria, paixão ou subtexto. Por isso vou descrever algumas passagens da série que me chamou bastante a atenção.
Legacy – 6×05
Depois que nossa confusa Gabrielle comete o acidente de matar o garoto muito tonto, me perdoem filho do chefe de uma das tribos nômades, e Xena faz de tudo para impedir que sua alma-gêmea sofra o castigo pelo assassinato, a loirinha é presa na mesma barraca que está o corpo do rapaz morto.
Ao mesmo tempo em que a jovem lembra de todo o caminho que percorreu até chegar ali (um caminho que não fácil, onde ela teve que provar muita coisa), a Princesa Guerreira está em seu quarto, num sono não tão relaxante.
O que se passava na cabeça de Xena? A guerreira se arrependeu ao ver no que ela tinha colocado sua grande amiga? Ela conseguiria tirar Gaby daquela situação mais uma vez? Porque, foi a própria que havia aceitado a sentença de morte.
Eu imagino que quando Xena se revira na cama, a luz de vela, ela sente medo. Um medo que assombra seus sonhos, tornando-os pesadelos. E lá estavam as sombras. A escuridão da noite que envolvia o medo e a esperança de que tudo saísse da forma correta. Ás escuras, a mente da Princesa Guerreira temia o pior e maquinava uma salvação.
Declaração: Nenhuma indústria de velas grega, romana ou africana foi prejudicada p
or utilizar tanto seus produtos numa cabana só.
Many Happy Returns – 6×19
Mais um episódio muito cômico, retratando o aniversário de Gabrielle e as brincadeiras de Xena para pegar a barda – só faltou um banho de ovos e farinha de trigo, mas o olho sujo foi demais!
Aqui temos uma cena que os subbers adoram. Ao ar-livre, em mais uma noite fria em que as guerreiras dormiram lado a lado. Enquanto todos dormem, Gabrielle começa a rir do nada, ainda pedindo para Xena tirar a mão de algum lugar embaixo dos lençóis.
Mesmo no escuro, a expressão da Xena é impagável ao ver Gaby descobrir que se tratava de uma cobra se enroscando nas pernas da barda (o que não deixa de ser bem subtextual e engraçado).
Isso é para vocês verem, a escuridão também guarda risos, brincadeiras e cobras em cima da cama. Cuidado!
Declaração: Nenhuma fêmea de cobra foi traída durante a produção deste episódio, apesar da família desconfiar do que rolou naquele escurinho.
Fallen Angel – 5×01
Um momento bastante emocionante. Quando Amarice, Joxer e Eli decidem retirar os corpos de suas amigas das cruzes onde morreram, tiveram que fazer a luz da lua, na escuridão daquele local que foi o calvário das guerreiras.
A raiva, a dor, a tristeza. Vários sentimentos passavam na cabeça dos três, dispostos a darem um enterro digno aquelas que tanto admiravam.
O ambiente frio e as sombras das cruzes expõem o fim da vida, com as trevas abarcando o sofrimento dos que ficaram. Filosofei!
Uma ótima cena, principalmente quando dos corpos delas são arrancados os pregos, em uma câmera lenta de partir o coração.
Declaração: Dois guardas foram prejudicados na produção deste episódio e agora a classe reivindica refletores de alta potência nos campos de crucificação romanos.
É isso aí xnites. A série nos trouxe muitas coisas boas, recheada de ação, emoção e paixão, e a falta de luz acompanhava e enriquecia essas cenas maravilhosas. Então, sempre que se ver em total escuro, lembra das forças das nossas heroínas que enfrentavam seus inimigos até dentro das sombras. Só se quiserem lembrar da cobra, mas aí já é outra história…